Caçadora

13. René

 

I

 

— Seu pai morreu de câncer há onze anos!

O tom inflamado da voz de Vanessa fez Diana se empertigar, fugindo da proteção do abraço de Carla. Ela ficou de pé, respirando fundo antes de se voltar para encarar a ex-namorada, que estava parada atrás do banco que ocupavam.

A pele morena tinha um brilho dourado ao ser tocada pela luz do sol, que se escondia no horizonte. Seria uma visão adorável, não fosse a expressão em seu rosto, que vagava entre a consternação e a raiva.

Silenciosa, Carla também se pôs de pé, ouvindo Vanessa perguntar:

— Como seu pai pode ter sido assassinado, se ele morreu em um quarto de hospital um pouco antes de você sumir?

A ladra fitou a amiga, que dirigiu um meneio de cabeça para as duas, começando a se afastar com passos lentos e suaves. Ela tinha as mãos enfiadas nos bolsos da calça, como costumava fazer quando demonstrava confiança excessiva ou necessitava pensar em algo profundamente.

Diana estava certa de que, naquele momento, era a segunda situação que dominava os pensamentos dela. Bem sabia que, embora discordasse dos seus atos e escolhas, a amiga iria compreendê-la, visto que era uma mulher que acreditava na vingança como forma de retaliação àqueles que ousavam machucar as pessoas que lhe eram queridas. O que aconteceu com Jorge e companhia, naquela manhã, era um bom exemplo disso.

— Nossa carona vai chegar logo. — Carla informou, por sobre o ombro.

Ela continuou seu caminho, indiferente ao olhar intenso de Vanessa, que também a observou se afastar, admirando a figura esguia e o dourado dos cabelos que, outrora, foram longos até a cintura e, agora, atingiam os ombros em um corte ligeiramente bagunçado. Dançavam embalados pelo vento do fim da tarde, revelando uma tatuagem na nuca dela, que Diana planejava perguntar o significado em outra oportunidade.

A morena deu a volta no banco e sentou, em um gesto que deixava claro que não aceitaria mais respostas vagas e que aquele era o momento de saber a verdade.

Tinha ido ali para ter uma conversa franca com a ex-namorada, falar sobre os sentimentos confusos que ela lhe trazia desde que retornou e que se tornaram algumas certezas depois que se beijaram.

A ladra se voltou para o horizonte, ainda em silêncio. Alguns minutos se passaram, enquanto organizava os pensamentos, admirando o pôr do sol. Quando falou, sua voz parecia distante e sem calor.

— Meu pai morreu em Londres, há seis anos.

Voltou-se, para encará-la.

— Você estava no corredor, naquela noite, há onze anos. Me viu sair aos prantos, mas nunca viu o corpo dele.

O ar brincalhão e provocante, que sempre dominava suas expressões e gestos, tinha lhe abandonado completamente. Definitivamente, naquele instante, Diana era mesmo uma estranha para Vanessa.

— Naquela noite, tomei uma decisão que mudou o nosso destino. Foi a escolha mais difícil da minha vida. Sabendo o que sei hoje, provavelmente, a teria tomado novamente. Isso não é muito sábio, eu sei. Ainda mais com as consequências que nos trouxe.

Abriu os braços, indicando aquele momento e lugar. O vento soprou, bagunçando seus cabelos.

— Como diz o ditado: “A maçã não cai longe do pé”. Meu pai era um ladrão, Vanessa. — Revelou, observando o impacto daquela desfigurar o rosto dela por um segundo.

Vanessa entreabriu os lábios, sem palavras capazes de expressar o que estava sentindo. Seu olhar buscou abrigo no chão, enquanto o arrependimento, por  ter ido à procura dela, começou a tomá-la.

— E, se acha que não pode ficar pior, garanto que pode. — Diana prosseguiu, deixando um sorriso diferente visitar seus lábios. Ele não tinha calor, nem brilho ou a alegria que lhe era característica. — O homem que colocou minha cabeça a prêmio, que te sequestrou e está nos caçando impetuosamente, é conhecido no mundo do crime como Aquiles, mas na verdade, se chama Armand Favard.

Os olhos verdes retornaram para a sua figura. Vanessa não podia acreditar no que dissera e o sorriso desgostoso de Diana desapareceu, enquanto confirmava:

— É isso mesmo. Favard, como o meu sobrenome.

 

***

 

Cristina estava sentada em um dos degraus da varanda. Descansava o queixo na mão, assistindo a chegada da noite, com o olhar perdido nas águas escuras do lago.

Desde que Diana a beijou, não tinha pronunciado uma única palavra, nem mesmo quando viu Vanessa se afastar e se encaminhar para os fundos da casa, onde sabia que a ladra estava com Carla.

Passou a mão nos cabelos, bagunçando-os. Então, escorregou um dedo até os lábios. Ainda sentia o gosto do beijo dela e aquele sentimento estranho que descompassou seu coração. Mordeu o lábio, furiosa consigo mesma por ter permitido que Diana, aquela maluca e inconsequente, para quem estava perdendo o amor de Vanessa, a tocasse daquela forma.

Tomou um susto ao perceber que Carla a observava. A loira arqueou uma sobrancelha, olhando para a superfície da água, que refletia as cores do céu. Então, a convidou para acompanhá-la com um gesto suave.

Desejosa de não ficar sozinha com os pensamentos confusos que lhe assaltavam, Cristina a seguiu em silêncio.

Caminhavam, lado a lado, pela estradinha de tijolos que levava até a entrada da propriedade. Ouviam o som do vento na copa das árvores, dos pássaros em busca do abrigo noturno e de seus passos, já que os de Carla, eram tão suaves, que ela parecia flutuar.

— Era para a Bellator que você trabalhava, certo? — Carla indagou, de repente.

Estavam chegando na entrada da propriedade e, diferentemente da noite anterior, a porteira se encontrava aberta. Logo se viram diante do carro no qual vieram e de outro que,  Cristina imaginou, fosse o veículo em que os capangas chegaram, pois tinha o vidro da janela da porta do motorista quebrado.

— É um palpite muito bom, para ser dado ao acaso. — Cristina observou.

— No Brasil, existem poucas empresas que fornecem um serviço como o que você desempenhava. — Carla comentou.

— Mesmo assim, são muitas opções. Por que sugeriu a Bellator?

Com um ligeiro estreitar de olhos, Carla enfiou a mão no bolso e retirou uma chave, que lhe entregou. Era a do carro em que ela, Vanessa e Diana vieram.

— Não são tantas assim, se estiver procurando qualidade. Apenas duas ou três empresas. E, embora possua laços questionáveis, Bellator é a melhor, se realmente estiver procurando discrição. Você sabe que são mafiosos, certo?

A mão de Cristina escorregou pelo teto do carro, do qual segurava as chaves.

— É certo que o negócio começou assim, porém as coisas mudaram desde que o patriarca da família morreu e a filha caçula assumiu o controle dos negócios. Rachel Lorenzzo não tem nada a ver com o passado criminoso do pai. Na verdade, é a mulher mais honesta e justa que conheci. O que não quer dizer que ela não tenha uma veia cruel. Tenho pena do infeliz que pisar nos calos daquela mulher. — Suspirou, admirando o semblante austero da amiga. — Pensando bem, vocês se parecem um pouco. Rachel também tem esse ar de mulher implacável e se você está pensando em ir até ela, em busca do nome da pessoa que me contratou para proteger Vanessa, é melhor esquecer.

Abriu a porta do carro e se apoiou nela, enquanto Carla dizia:

— Não gosto de pontas soltas, Cris. Além disso, sei ser bastante persuasiva. — Sorriu de lado. — Me siga — disse, entrando no outro carro.

Ela sumiu por trás do painel e o motor roncou algumas vezes, quando conseguiu fazer a ligação direta e dar a partida. Cristina se demorou, mirando a noite que se aproximava, mas logo a obedeceu, entrando no outro carro e a seguindo, devagar, para dentro da propriedade.

A pouca luz que provinha da lanterna de Diana, quando chegaram ali, não lhes permitiu ver mais que alguns passos à frente. Então, ela não havia notado que a estradinha tinha uma bifurcação, pois se encontrava coberta de mato. Foi para lá que Carla se dirigiu e, ao fim dela, encontraram um galpão, quase completamente coberto de plantas trepadeiras, o que lhe dava, ao mesmo tempo, um aspecto bonito e misterioso.

A loira abriu a porta, que rangeu dolorosamente pela ferrugem nas dobradiças, e guiou o carro para dentro, seguida por Cristina, que notou a presença de outros dois carros. Estavam cobertos por grossas lonas, e os pneus vazios indicavam que não eram usados há anos.

— Como foi que chegou aqui? — Ela quis saber.

A ex-criminosa riu e apontou para o canto mais afastado e escuro do galpão, onde uma moto estava estacionada. Os lábios de Cristina se arquearam, avaliando o veículo. Era apaixonada por motos e não hesitou em se aproximar, deslizando as mãos sobre a pintura negra e lustrosa do tanque.

— É… Acho que combina contigo. — Falou, observando Carla de esguelha.

A porta rangeu, outra vez, ao ser fechada. Era um som lamurioso, como se fosse um mau presságio. Cristina sentiu um arrepio percorrer a coluna, quando Carla fechou o cadeado e, com passos lentos, iniciaram o retorno para casa. Já não podiam enxergar o caminho com clareza, todavia a ex-mafiosa se mostrava muito segura da direção a seguir.

— Elas estão tendo uma conversa complicada. — Carla falou, tão baixo que a sua voz se assemelhou ao sussurro do vento nas árvores.

— O quão dura é?

— Vanessa está ouvindo uma história que, na primeira vez em que me foi contada, achei se tratar de uma brincadeira. Então, é muito dura.

Cristina mordiscou os lábios, prendendo os cabelos que se debatiam contra o vento e exalou, admirando o contorno suave do rosto dela. Jamais imaginou que se reencontrariam, muito menos, em uma situação como aquela, nem que tivesse se tornado alguém tão fria ao ponto de matar com um sorriso nos lábios.

No entanto, estava feliz por tê-la por perto. O jeito carinhoso com que se referia à ladra e seus atos, tanto os do passado que tinham em comum, quanto os daquele dia, lhe davam a certeza de que estavam seguras ao seu lado, embora não conseguisse se sentir completamente tranquila com isso. Afinal, havia uma lacuna de dezesseis anos em suas vidas.

— Diana está contando os motivos de ter forjado a própria morte. — Supôs.

— Sim. — Carla confirmou.

— E o que a motivou? — Quis saber, ligeiramente ansiosa para entender Diana.

— Não é a minha história para contar. — Retrucou a outra.

Ela observou o ligeiro interromper dos passos de Cristina, cuja penumbra não foi capaz de ocultar o sorriso desconcertado que ela deu.

— Desculpe, você tem razão. Eu me deixei levar um pouco pela vontade entender os motivos de toda essa loucura.

— Geralmente, tenho — Carla riu, recebendo um empurrãozinho de leve. — Assim como tenho certeza de que, apesar desses olhares zangados e dos ciúmes que desperta, você gosta dela e, me arrisco a dizer, que tem uma quedinha também.

Cristina interrompeu seus passos. Poderia dizer que não, que estava enganada, mas depois daquele beijo, sabia que as coisas tinham mudado. Aquela personalidade pitoresca, de início, era o que a atraía em Diana, mas agora, depois daquele jeito peculiar e um pouco cafajeste de encerrar uma discussão, entendia o efeito que ela causava em Vanessa.

Naquele ponto, havia um poste de luz. Outra coisa que escapou aos seus olhos durante a chegada ao local. Durante a tarde, Carla havia afastado uma das estantes de livros da sala, revelando um quadro de luz, motivo pelo qual a luz do poste estava acesa, assim como a da varanda da casa, que a própria Cristina tinha acendido, antes de a seguir até a entrada da propriedade.

Visualizou o sorriso de Carla, evocando a imagem da menina que tinha conhecido na adolescência. Suas personalidades se moldaram com o passar dos anos, mas ela ainda era observadora. E, para a tristeza de Cristina, apesar das suas muitas tentativas, ela ainda tinha muito da Júlia que queria apagar. Portanto, um livro aberto para a mulher a seu lado.

— Ah, não se preocupe, conheço os efeitos que Diana causa nos homens e nas mulheres — disse a loira em tom jocoso.

Ela recomeçou a andar, mas a companheira não saiu do lugar e perguntou:

— O que ela causou em você? — Cristina recordou a breve história que Diana contou sobre a relação delas, na noite anterior.

Carla se voltou para responder, sem interromper a caminhada e Cristina se aproximou, intrigada.

— Em mim, ela causou bem mais que isso. Aquele jeito despachado, me trouxe leveza em uma época complicada e eu a amo, também. — Gesticulava suavemente, enquanto explicava. — Entendemos o peso de nossos atos e as escolhas que fizemos e não fugimos das consequências que nos trouxeram. É por isso que digo que somos uma família, temos laços muito profundos. Se não houvesse Carolina em minha vida, se não existisse Vanessa na dela, talvez, estivéssemos juntas hoje.

— Essa mulher tem açúcar?!

Carla gargalhou, gostosamente, e enlaçou sua cintura, trazendo-a para mais perto, enquanto andavam.

— Ah, ela pode ser muito doce quando quer — riu novamente, então retornou a seriedade.

Exalou forte, passando os olhos pelo entorno, sentindo a tensão também tomar conta do corpo de Cristina. Não estavam sozinhas ali, todavia continuaram a caminhada e a conversa sem alterarem seus respectivos ritmos.

— Vanessa vai precisar de você hoje. Então, se eu puder lhe dar um conselho, sugiro que esqueça a discussão e os beijos de Diana. Seja, apenas, a mulher que a ama e ofereça seu ombro para que derrame sua dor.

Sentiu a mão de Cristina apertá-la e soltar duas vezes. Carla balançou a cabeça, suave, indicando que tinha entendido e, depois, fez o mesmo com ela, três vezes.

— Sei que será difícil, Cris. Afinal, ela estará chorando por outra mulher, mas amar é assim, não é? Surpreendentemente, simples, doloroso e maravilhoso, além de implicar em consolar as lágrimas de quem se ama, mesmo quando isso nos machuca.

— Parece falar por experiência própria.

— Já tive meus momentos. — Retrucou a loira com um dar de ombros.

— Por que diz isso? — Sentiu a mão em sua cintura aumentar a pressão.

— Porque acho, pelo pouco que vi hoje, que não vai ser fácil para Vanessa aceitar que Diana fez uma escolha por ela. Para ser sincera, se estivesse no lugar dela, também não me conformaria.

Carla a puxou para mais perto, sentando um beijo na testa dela.

— Mas deixemos isso de lado. Que elas se resolvam sozinhas, por enquanto. Você e eu, ainda podemos ter alguma diversão. — Ela usou um tom provocante, fazendo Cristina arquear uma sobrancelha, antes de perceber ao que realmente se referia.

Ainda estavam longe da casa, caminhando entre o mato alto e as árvores, porém a luz da varanda chegava até ali, ainda que de forma discreta. Em um pedaço mais fechado do caminho, Carla parou e a puxou para si, pousando seus lábios nos dela em um beijo suave. A moça deslizou a mão pelas costas dela, aumentando a voracidade do beijo e empurrando-a contra a árvore sob a qual estavam.

Cristina se afastou levemente.

— Você ainda beija bem.

A loira riu, enquanto a via erguer a pistola que estava em seu coldre axilar, com olhar penetrante que, naquele ponto, refletia a luz do luar.

— Não, eu beijo muito melhor que antes — garantiu, tomando a pistola da mão dela, seu sorriso se distorcendo em uma máscara cruel, enquanto completava a frase, ao mesmo tempo em que apertava o gatilho — e mato também.

 

***

 

— Eu não entendo!

Vanessa se pôs de pé, aproximando-se de Diana. Agora que tinha se deixado levar pela paixão e a beijado, estar tão próxima dela e não poder tocá-la era angustiante, visto que havia um mundo de dores e mentiras as separando. 

— Aquiles é meu tio, Vanessa. É simples assim.

A noite começava a envolvê-las completamente e a luz do sol dava lugar a da lua.

— Isso é loucura!

— Concordo, mas é a verdade — deu de ombros, como se aquele fato não lhe pesasse. — Armand Favard é irmão do meu pai. Roubar, mentir, enganar, é o negócio da minha família.

Vanessa afastou o olhar do dela, fitando as poucas estrelas no céu.

— Eu não acredito, não posso — confessou. — Não consigo imaginar René como um criminoso, muito menos conceber que tenha algum parentesco com aquele homem — um arrepio lhe percorreu a espinha ao recordar a face de Aquiles, marcada por feias cicatrizes.

Diana deu alguns passos para longe. Quando contou aquela história para Carla, alguns anos antes, ela também não quis acreditar. Na verdade, a amiga a acusou de estar se divertindo às suas custas, porém mudou de ideia quando a viu perder o controle das emoções e chorar.

— Eu compreendo. — Admitiu. — Também duvidaria, se estivesse em seu lugar.

— Qualquer outro, em meu lugar, lhe daria as costas e partiria sem olhar para trás, no mesmo instante em que nos reencontramos naquele barco! Mas meu coração estúpido, apesar da dor que me causou, ainda a ama tanto que quis se enganar com o desejo de obter a verdade. Quis fingir que te odiava, quando, na realidade, só queria estar perto de você!

A ladra sorriu, emocionada com a declaração, mesmo que tivesse sido feita com palavras duras.

— Este é o meu desejo neste exato momento, partir. Porém, você me deve essa verdade. Mesmo sabendo que isso irá me machucar muito mais, preciso ouví-la e, quem sabe, possa, finalmente, lhe dar as costas e ser a mulher que deveria ter sido e não o fantasma em que a sua “morte” me transformou, ansiando alguém que pudesse cicatrizar as feridas que deixou no meu coração. Então, ainda que possa me parecer um absurdo, fale. Me dê uma chance de conhecer a Diana que nunca me mostrou.

Afastando as emoções e o olhar da face que reinava em seus sonhos, Diana engoliu em seco. E algum tempo se passou antes que voltasse a falar, pois tinha se perdido em suas lembranças. Porém, a verdade é que sequer sabia por onde começar sua história.

— O que aconteceu? — Vanessa a chamou de volta ao presente.

Uma pequena careta lhe deformou a face, junto com um suspiro. Diana a olhou, relembrando rapidamente o relacionamento que tiveram. Tinham lutado muito para ficarem juntas e seu pai, René, sempre esteve ao lado das duas.

— O que aconteceu? — Perguntou de volta, em tom irônico. — É mais simples do que poderá lhe parecer e mais complicado do que realmente foi.  Eu amava demais o meu pai. Foi isso o que aconteceu — sua voz estava carregada de emoção e passou a mão sobre os olhos para afastar as lágrimas que se avizinharam. — O pouco que sei sobre sua vida antes de vir para o Brasil, li no diário dele, antes que a doença o acometesse.

Abraçou-se, mais para acalmar as mãos que tremiam do que para aquecer-se, já que a temperatura começava a cair com rapidez. Por sua vez, Vanessa voltou a sentar. Ela seguiu seu exemplo, sentando na ponta do banco e deixando um grande espaço entre seus corpos.

— Fazendo um grande resumo da história, após a morte da minha mãe, viemos para o Brasil e o meu pai largou o crime. Ele brigou com o irmão. Os motivos, confesso, até hoje não sei. Era jovem demais quando os laços entre eles se partiram, mas recordo o quanto eram ligados ou, talvez, fosse apenas a visão inocente de uma criança. Não importa. Meu pai era um bom homem. Aquiles, por outro lado, é a escória.

Abraçou-se um pouco mais, grata pela noite que as cercava. Sentia-se confortável na escuridão.

— Encontrei o diário dele, por acaso. Não um diário comum, mas sim, aquele em que descrevia seus planos para os trabalhos que executava. O li tantas vezes, que decorei cada palavra. Quando lhe perguntei a respeito, tentou negar, mas, por fim, me contou parte da sua história. Quando ficou doente, e o pouco dinheiro que tínhamos se foi com o tratamento, recorri ao meu tio.

Vanessa vislumbrava a silhueta do corpo dela, no entanto, isso era tudo que podia enxergar, então manteve-se atenta a sua voz e surpreendeu-se ao ouvi-la rir.

— Ah, imaginei que iria me ignorar, mas ele veio e meu pai o enxotou do hospital. Aquiles não foi lá para visitar o irmão no leito de morte, foi para assistir o fim de um inimigo.

Passou a mão nos cabelos e ergueu-se alinhando a camiseta que usava. Então, deu alguns passos até se recostar no tronco da mangueira, com os braços cruzados e o rosto voltado para o firmamento.

— O velho quase morreu naquela noite, enquanto ralhava comigo por ter chamado o irmão. Vê-lo tão frágil, me destruía dia após dia. Você sabe, afinal, era o meu porto, o ombro amoroso que recebia minhas lágrimas quando me afastava do leito dele. Aquiles me procurou, um pouco antes de retornar à Europa. Eu sabia que tudo não passava de uma vingança, um meio de magoar o irmão pelo que quer que tenha sido o motivo que os separou. Contudo, era o milagre que eu buscava.

Ela se voltou para fitá-la e a fraca luz do alpendre que cercava a casa, ao longe, permitiu que Vanessa visse sua face carregada de tormentos. A tristeza naqueles olhos que tanto amava, lhe atingiu como uma flecha a penetrar sua carne, roubando-lhe o sossego.

— O meu pai era tudo para mim e, por ele, teria ido até o inferno. De certa forma, foi isso que fiz.

Recordou o sorriso debochado de Aquiles ao lhe propor ajuda em troca de seus serviços.

 

— Eu não sei roubar, não sou como o meu pai. — Ela dissera.

— Mas sabe atuar. — Aquiles sorriu, malicioso.

Ele tamborilou os dedos na perna, com ar presunçoso.

— A vi no teatro, ano passado. Ah, é isso mesmo, René não foi longe o bastante para fugir de mim. Sei de cada passo que deu em sua vida, Diana. — Cofiou o cavanhaque ralo, que usava na época. — Vi quase todas as suas peças, se não pessoalmente, por vídeo. Particularmente, apreciei muito aquela em que você interagiu com o público no hall de entrada, sem que ninguém percebesse que a peça já tinha começado. Adorei cada vez que entrou e saiu como um personagem diferente, caçoando do seu público. Foram três vezes, certo?

— Quatro — ela corrigiu.

O teatro foi a forma que o pai dela encontrou para combater sua timidez e introspecção após a morte da mãe. E ela se encantou com aquele mundo, dedicou-se a ele, como nunca se dedicou a outra coisa, tanto que, muitas vezes, sair do personagem se tornava difícil.

— Não preciso de uma atriz, posso conseguir uma em qualquer lugar. Preciso de alguém que saiba viver o personagem, que acredite nele e se torne ele.

Lhe tomou as mãos, tentando seduzí-la com o charme do qual sempre foi dono e Diana lhe admirou o semblante que a fazia recordar o pai.

— É apenas um negócio, Diana.

— E o que isso iria me custar?

Ele riu, balançando os ombros largos.

— Dez anos. Preciso de dez anos dos seus serviços.

— Você faz soar como se estivesse me propondo um contrato com o diabo. — Ela retrucou, arrancando uma gargalhada do tio.

— Encantador, não? — Passou a mão nos cabelos, suave. — A mulher que preciso que interprete tem de ser real e ter uma história. Sua presença deve ser marcante na sociedade, pois ela me abrirá muitas portas e irá aonde não posso ir. Em troca dos seus serviços, será muito bem recompensada financeiramente. Mas sobretudo, poderá dar uma chance ao seu pai.

Ele endireitou-se na cadeira que ocupava, ainda mostrando um sorriso charmoso.

— Sou um homem influente. Existem novos tratamentos na Europa e posso conseguir que René tenha acesso a eles. Pense a respeito.

Ela balançou a cabeça, achando tudo uma grande piada.

— Não tenho o que pensar, a resposta é não.

No entanto, quando a noite chegou e o pai, outra vez, chegou perto da morte, ela não pensou duas vezes para ligar para o número dele e dizer “sim”.

 

Vanessa balançou a cabeça, deixando os ombros se curvarem. Diana venerava o pai e não duvidava que teria feito muito mais do que se comprometer com um criminoso internacional por ele. 

— Não pensou em mim, em nós, nem por um momento? — Questionou.

 

— Menina tola! — René berrou e teve um acesso de tosse.

Diana correu para acudí-lo, lhe oferecendo um copo d’água que, em fúria, ele atirou ao chão.

— Não a criei para que se una aquele verme do Armand e destrua sua vida!

— Eu não vou deixar você morrer sem que tenha feito tudo para impedir isso. — Diana afirmou.

— Menina estúpida! A vida cobra seu preço, Diana. Meu tempo nesta terra chegou ao fim e não vou permitir que jogue sua vida no lixo para impedir isso.

— O acordo está feito, velho! Não vou mudar de ideia. — Garantiu.

René teve um novo acesso de tosse, que deixou o lenço que colocou sobre os lábios, manchado de sangue.

— E Vanessa? Por acaso, se esqueceu dela? Acha que ela merece essa vida?

— Vanessa me ama. Irá entender. — Afirmou.

— Ela irá te seguir, assim como segue desde que se apaixonaram. Sua mãe morreu assim, me seguindo — sorriu, tristonho, os dentes vermelhos. — Está disposta a deixá-la morrer pelos seus erros e pecados?

Diana engoliu em seco. Em sua inocência, tinha imaginado que Vanessa aceitaria trilhar aquele caminho ao seu lado. Sabia que ela, mesmo discordando, iria seguí-la. Mas da forma que o pai colocou, imaginá-la em perigo por sua causa, foi como levar um soco no estômago.

— Não se iluda, Diana, ser seu tio nada significa para ele, se não puder tirar alguma vantagem nisso. Armand a está usando para se vingar de mim e usará Vanessa contra você, na primeira oportunidade.

Ela enxugou algumas lágrimas e assistiu um filete de sangue escorrer para o queixo dele, enquanto tinha novo acesso de tosse.

— Desista desse acordo, Diana! — René implorou.

A filha limpou o queixo dele, em silêncio, e se afastou em direção à porta.

— Não seja idiota. — O pai insistiu. — Viva a sua vida com aquela moça e me deixe morrer em paz.

Ela se voltou, perguntando:

— Como posso fazer isso, se você também é minha vida? — Abriu a porta e, antes dela se fechar às suas costas, o ouviu dizer:

— Se fizer isso, nunca mais falarei com você!

 

Um sorriso amargo preencheu a face dela. René cumpriu a promessa e nunca mais lhe dirigiu a palavra, embora seus olhos expressassem uma grande alegria, sempre que a viam. Armand também cumpriu sua palavra e deu ao irmão o melhor tratamento que o dinheiro poderia comprar.

— Você escolheu por mim. — Vanessa sussurrou, compreendendo o que quis dizer naquela cafeteria.

Ela deu de ombros, sem forças para um gesto mais expressivo.

— No fim das contas, o velho tinha razão. Eu te amava demais para permitir que me seguisse, como você me afirmou que faria, mais cedo.

Vanessa escorregou pelo banco, chegando mais perto dela e Diana não se esquivou quando percebeu a mão dela se aproximando, rapidamente. Merecia aquele tapa, merecia muito mais que isso.

— Tudo o que tinha a fazer era terminar comigo, sua idiota! — Esmurrou o ombro dela, empurrando-a para trás.

Diana segurou seus pulsos com firmeza.

— Olhe pra mim! Você teria aceitado o fim? Teria ficado quieta e seguido adiante depois de tudo pelo que passamos para ficarmos juntas?!

Vanessa engoliu o choro e, com uma voz estranhamente firme, respondeu com sinceridade. Não precisava fazer uma análise profunda dos seus sentimentos, nem das suas certezas.

— Não! Eu a teria seguido. A perseguiria pelo mundo, se fosse preciso, mas descobriria o que se passava. Teria lutado com unhas e dentes para tê-la de volta ou morreria tentando.

Os olhos castanhos da ladra derramaram lágrimas grossas e ela afrouxou as mãos, libertando Vanessa para, em seguida, puxá-la para si e mergulhar em seus lábios com ardor. Um beijo de amor e de ódio.

Ao mesmo tempo em que Vanessa desejava machucá-la por mantê-la afastada por tantos anos, queria se entregar de corpo e alma. A fúria pelos anos em que ficaram afastadas, por ela ter lhe abandonado, por tê-la deixado sozinha, a tomou. Mordeu seus lábios até sangrarem e depois os beijou com carinho, puxando-a mais para si e recostando-se no tronco da mangueira.

— Eu te odeio — disse, cravando os dentes no ombro dela.

Diana recebeu aquela dor com prazer e derramou algumas lágrimas antes de falar, ao seu ouvido:

— E eu te amo! Grite comigo, me bata, me morda, me odeie e, mesmo assim, continuarei achando que fiz o que era certo. Meu pai teve uma chance de se recuperar e você, apesar de todo o sofrimento, pôde seguir adiante. Você esteve ao lado da sua mãe quando ela precisou, realizou seus sonhos, encontrou em Cristina alguém que te ama acima de tudo e não é uma lunática ciumenta e perseguidora!

Vanessa a empurrou com força.

— Mariana… Foi você naquela noite?

— Sim e não — fungou, enxugando as lágrimas com as costas das mãos. — A loira “assustadora”, como você gosta de chamá-la, me fez um favor. Eu estava em Tóquio quando soube de Mariana.

Se afastou completamente.

— Você entende, Van? Depois de tudo pelo que tem passado nos últimos dias, você entende porque fiz isso?

A morena balançou a cabeça devagar. Ela entendia, mas nem por isso, lhe doía menos. Agora, a ferida da perda dela parecia ser muito mais profunda. Diana se aproximou devagar, encostou a testa na dela e chorou, novamente, como havia muito tempo não fazia.

— Eu fiz tudo isso e, no fim, ele o matou.

Mesmo sofrendo, Vanessa a puxou para mais perto.

— E é por isso que vou destruí-lo, porque ele me tirou tudo o que eu amava.

— Ele não me tirou de você, — afastou-se para fitá-la — você fez isso.

— Faria de novo, só para vê-la bem e em segurança mesmo que nos braços de outra.

Vanessa a odiava e a amava. Ao mesmo tempo em que queria jogá-la no chão despejando toda a sua raiva, dor e decepção, através de gritos, tapas e socos, também queria enchê-la de carícias. Todos esses sentimentos se misturaram, tornando-se um tormento.

Era sufocante e, mesmo desolada com aquela resposta, Vanessa a puxou para outro beijo. Porém, antes que seus lábios se tocassem, o som de um tiro, ao longe, as separou. Seus olhos buscaram em todas as direções e começavam a se dirigir para a casa, quando Diana vislumbrou um homem sair dentre as árvores.

Empurrou Vanessa para trás do tronco e o viu se aproximar. A pouca luz, permitiu que divisasse um dos rostos dos homens que faziam a segurança da mansão que tinha invadido para resgatar a ex-namorada e Cristina.

Ele chegou perto o suficiente para ser descuidado. Então, jogou-se sobre ele, lutando pela posse da arma. O sujeito era grande e, aproveitou-se disso para tirar vantagem. No entanto, Diana o chutou na linha da cintura, empurrando-o para longe. Mas ele voltou a avançar e, em resposta, deu-lhe um soco no queixo que a deixou, momentaneamente, desorientada.

Ela abaixou-se para se esquivar do soco seguinte e o acertou na virilha. Ele se curvou, e recebeu uma joelhada na face. Diana uniu os punhos e o golpeou na nuca, jogando-o no chão.

Um segundo homem surgiu, vindo do mesmo lugar que o primeiro. Avançou, também armado. Apontava para ela, mas quando se aproximou, foi surpreendido por Vanessa. A morena o desarmou com um galho seco que apanhara do chão e o golpeou na têmpora, tão forte, que estava desmaiado antes de tocar o solo. Surpresa, Diana a assistiu largar o galho e chutar o queixo do sujeito que a atacou. Ele cuspiu um dente e desmaiou também.

— Cara, gosto mesmo dessa sua versão malvada! — Brincou e recebeu um tapa no ombro.

— Idiota! — Tomou a mão dela e correram para a casa.

Assim que alcançaram o batente da varanda, Miles e Juan surgiram. Estavam armados e muito sorridentes.

— Ora, vejam só! É a professorinha — disse Juan — e você deve ser o Silas! Cara, você me enganou direitinho àquela noite.

— Ora, não me dê tanto crédito, tagarela. Você é um idiota. Não conhece nem a sua própria equipe. — Diana retrucou.

Miles riu, concordando com um dar de ombros. Divertia-se com o vermelho que tomou a face do companheiro.

— Já faz muito tempo, Malena.

Em resposta, ela sorriu, voltando a frieza que sempre a acompanhava em situações como aquela.

— Não tanto quanto gostaria, Miles.

— Alguém precisa fazer o trabalho sujo, lindinha. Não me leve a mal, até que gosto de você e do seu estilo, mas ordens são ordens. Foi “divertido” te perseguir pelo globo, mas agora, a brincadeira acabou.

Uma expressão pesarosa tomou o semblante dela.

— É uma pena que tenha vindo até aqui. — Falou.

Ele suspirou, estalando os lábios rapidamente.

— Preferia que fosse Gillian? Sabe que ele é um pouco mais brutal que eu. — Recordou.

— Não importa quem, — ela disse, apertando a mão de Vanessa, que respirava pesadamente — o resultado seria o mesmo. Devia ter aceitado meu conselho, em Atenas, há dois anos, e largado esse trabalho. Agora, você é um homem morto.

O capanga riu alto, acompanhado por um Juan curioso.

— Conheço seus truques, mulher. Essa lábia já dobrou muita gente, mas hoje, não terá sucesso. Nós estamos com as armas e você, pelo que me lembro, nunca matou ninguém.

Diana endireitou os ombros, exalando forte. Disse:

— Eu não, mas ela já! — Seu olhar se dirigiu para alguém além dele e Miles caiu de joelhos ao sentir a bala perfurar seu ombro. A arma que segurava escorregou até os pés da ladra e ela a chutou para longe.

Juan se voltou para ver quem tinha atirado, mas antes de completar o movimento, recebeu um soco no queixo. Cristina o atingiu com força e ele, desorientado, tentou erguer a arma, mas seu braço foi puxado e o som dos ossos se partindo, quando ela o atingiu com uma joelhada, ecoou ao mesmo tempo em que gritou.

Cristina recuperou a arma dele e removeu o pente de balas com destreza, antes de nocauteá-lo com a coronha.

Com os rosto cheio de poeira, Miles se voltou para ver quem o atingiu e, como tinha ocorrido com Jorge, assim que seus olhos encontraram Carla, ele teve a certeza de que era um homem morto.

 

II

 

Gillian andava de um lado para outro da cozinha. Nas mãos, o celular.

Algumas horas antes, enquanto saía do escritório de Aquiles, ouvindo os gritos dele para que encontrasse Diana a qualquer custo, Miles ligou, dizendo que tinha encontrado uma pista de que direção ela poderia ter tomado quando fugiu da cidade. 

Pelo que entendeu, um frentista tagarela acabou por lhes contar sobre um trio de mulheres, muito atraentes, que passaram por ali, no dia anterior, um pouco depois da confusão no centro da cidade. Por alguns trocados, ele descreveu as mulheres, o carro que usavam e a direção tomada. Quando Miles lhe mostrou uma fotografia, confirmou ser Diana uma delas.

Algumas horas depois, Miles entrou em contato, novamente, contando que, por um feliz acaso, tinha descoberto que Diana e companhia, passaram algum tempo em uma farmácia de uma cidadezinha cortada pela rodovia federal. Com mais alguns trocados, descobriu que uma delas pediu informações sobre como chegar até uma determinada estrada que levava a uma propriedade abandonada e estava se dirigindo para lá.

Gillian não havia comunicado a situação para o chefe, pois não desejava ter de arcar com as consequências, caso descobrissem que tudo não passou de uma pista falsa. No entanto, não escondia a ansiedade por notícias.

Sobressaltou-se quando o aparelho em suas mãos vibrou. Era o número de Miles piscando na tela. Atendeu, apressado.

— Então? — Perguntou.

Ouviu uma respiração pesada do outro lado da linha, então reconheceu a voz de Diana.

— Diga para Armand que a brincadeira acabou. Estou indo atrás dele.

 


Gente, quantas carinhas!

Muito bom vê-las! Obrigada por terem aceitado esse desafio. Nem doeu, né? rs… Vocês são demais!

Vejo vocês na quarta-feira!

Sintam-se abraçadas e beijadas com carinho!

Táttah



Notas:



O que achou deste história?

8 Respostas para 13. René

  1. Tattah,

    Um cap. cheio de movimentos.
    Carla é do tipo de amiga para sempre, se tu tiver a sorte
    dela te considerar amiga, tá feita na vida.
    Será q agora Vanessa vai acreditar em Diana ou vai continuar
    com a cara amarrada de sempre.
    Um cap. mto bom, mostrando q Diana é uma pessoinha especial,
    com todas as mazelas da vida segue com o brilho e alegria.
    Mto bom…

  2. Por essa eu não esperava! Ele é tio da Diana, o pai dela não tinha morrido e depois foi morto pelo irmão ?. Impactada estou.
    Cristina gamou na Diana ?.
    Diana e Vanessa é uma loucura, mas eu amo.
    Confesso que na hora que a Carla beijou a Cris, eu quase tive um treco. Super entendo o motivo do beijo. Mas que a Carolina nem sonhe com isso, vamos conservar o sorriso lindo da Carla ???.
    Já estava indo dormir, resolvi atualizar mais uma vez e pá! Tava postado o novo capítulo. Até adiei o meu soninho da beleza.

    • Boa noite!
      Muito boa sua estória, estou curtindo muito,me deixa bem ansiosa o rumo desse romance. Na verdade é que tem um tempinho que venho pensando em um romance entre
      As 3 e os dois últimos capítulos me deu certa esperança, seria um bom final quando temos dúvidas sobre as personagens, ninguém sofre, ainda que por agora só foi um beijo que abalou nada mais …ainda que minha primeira opção seria sempre Vanessa e Diana!! Cristina nunca me atraiu muito para estar com Vanessa. Porém,n quero que ninguém morra ou sofra por amor! Veremos o que a estória nós quer contar..
      Uma boa semana,
      Beijos

    • AMÁBILE,

      Eu ri! Desculpe por interromper seu sono da beleza, mas tenho certeza de que você não foi prejudicada.

      Surpreendeu, né? Fico feliz!

      Beijos!

    • LAILA,

      Hehe, que bom que “Caçadora” te cativou.

      Para ser sincera, eu gosto mais da Cris do que da Vanessa. Mas admito que é coisa minha, tendo a gostar mais das coadjuvantes do que das protagonistas, o que sempre acaba me levando a escrever as histórias delas em outros romances. Foi assim com a Diana, após a participação dela em “Crimes do Amor”.

      Mas ainda estamos longe de acabar, rs… Muita coisa ainda vai rolar.

      Beijo grande!

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