A manhã de segunda começou cedo para todos no rancho, mas mais cedo ainda para Maia. Ela conseguiu acordar alguns minutos antes de Alicia e perdeu alguns deles encarando a expressão adormecida da namorada antes de, gentilmente, afastar o braço sobre sua cintura e se arrastar par fora da cama. Ela deixou a veterinária deitada de bruços como rosto sobre o travesseiro virado para o lado onde ela havia ocupado e o braço direito esticado como se ainda estivesse sobre sua cintura e caminhou para o banheiro. Maia fez sua higiene matinal, tomou os remédios e voltou ao quarto parando ao lado de sua bolsa e alcançando uma pequena caixinha que estava dentro dela. O som do corpo se movendo sobre a cama chamou sua atenção e ela virou o rosto para o lado vendo Alicia esfregar os olhos enquanto a encarava,ainda de bruços, mas agora com os cotovelos apoiados no colchão abaixo de seu corpo.
– Bom dia – a veterinária murmurou com a voz ainda enrolada e rouca de sono antes de esfregar o rosto outra vez.
– Bom dia – Maia respondeu sorrindo e se aproximando da cama, ela estava usando a muleta como apoio e a mesma fazia um leve ruído ao se chocar contra o piso, apenas por isso que Alicia notou a aproximação da namorada mesmo de olhos fechados enquanto voltava a colocar o rosto sobre o travesseiro – Você dormiu bem?
– Melhor impossível – ela respondeu abrindo os olhos e procurando os verdes que tinha certeza estarem lhe encarando, mas seus olhos foram atraídos pela pequena caixa branca que Maia trazia nas mãos – O que é que você tem ai? – ela perguntou virando o corpo e se apoiando nas mãos para se sentar na cama.
Maia deu um sorriso mais contido, quase envergonhado, e continuou a se aproximar até se sentar na beirada da cama de frente para Alicia que continuava a observar o objeto com uma curiosidade indisfarçável. A dona do Rancho achou adorável os olhinhos castanhos curiosos e atentos que lhe observavam de forma inocente. Ela apoiou a caixinha, que não era muito maior que a palma da sua mão, sobre suas coxas e esperou ainda alguns pequenos segundos antes de responder a pergunta da mais velha.
– Com tudo o que aconteceu nesse fim de semana nós não tivemos tanto tempo para falar de coisas bobas e boas –ela começou com um sorriso cansado, mas logo sua expressão melhorou e Maia mordeu de leve o lábio inferior antes de respirar fundo e encarar os olhos castanhos claros – Eu tinha preparado isso para te entregar na sexta-feira. Com tudo o que aconteceu eu acabei me esquecendo, mas depois da nossa conversa ontem a noite eu acabei lembrando dessa caixinha que estava dentro da minha bolsa antes de adormecer.
– Eu estou muito curiosa, Maia –Alicia a interrompeu colocando suas mãos sobre as mãos da namorada que seguravam a caixa branca – E por mais lindo que esteja sendo esse seu pequeno discurso, ele só está me deixando ainda mais ansiosa e curiosa – ela completou com um olhar suplicante e ansioso que fez a menor rir antes de continuar.
– É só um presente – Maia retomou o que havia iniciado – Eu tive a ideia alguns dias depois de começarmos o namoro, demorou alguns outros dias para ficar pronto e demorei um tanto amais para conseguir te entregar. Mas eu espero que você goste.
Assim que terminou a última frase ela afastou as mãos da veterinária e abriu a caixa. Havia um estofado branco e, preso no meio dele, o que pareciam duas placas e dois anéis. Alicia arregalou os olhos surpresa e sem fala ao perceber que eram um par e Maia se controlou para não rir do choque da namorada, mas o sorriso em seu rosto aumentou ao notar o brilho nos olhos castanhos. Delicadamente e em movimentos lentos ela pousou a caixa sobre o cobertor ao lado da perna direita da veterinária e puxou um dos pares. Uma corrente surgiu do estofado quando ela retirou as peças mostrando a Alicia que eram pingentes.
O primeiro era de fato um anel,prateado, sem detalhes, totalmente liso e mais fino do que a maioria das alianças que Alicia já havia visto. O segundo era uma placa retangular de metal prateado, não era maior que a ponta de seu polegar e havia um buraco na parte superior por onde a corrente passava. Foi esse que Maia segurou com as pontas dos dedos virando-o na direção de Alicia para que ela visse o que estava gravado. Havia um desenho, praticamente só o esboço do contorno de a cabeça de um cavalo e, dentro das linhas do pescoço dele, estavam gravadas as letras“Ag”. Antes que Alicia conseguisse recuperar a fala, Maia se pronunciou para explicar os pingentes.
– Eu acabei tendo muita vontade de simbolizar nosso relacionamento em algo físico que pudesse levar comigo sempre – ela falou baixinho encarando os pingentes nas suas mãos, os olhos verdes envergonhados fugindo de encarar os castanhos – Mas então me recordei de uma conversa nossa sobre acessórios e da sua explicação para não usar nada nas mãos e pensei que era melhor deixar de lado essa vontade. Mas depois de alguns dias eu tive a ideia para essa solução. Você não pode usar um anel nos dedos,mas pode usar uma corrente, então poderia usar o anel preso a essa corrente.Então fui atrás de como fazer os anéis – ela comentou com um riso baixo e curto que fez Alicia rir junto, a veterinária percebeu que Maia começava a divagar enquanto contava toda a história das correntes e pingentes e só conseguiu sorrir como boba – Mas então fiquei pensando que poderia haver a possibilidade de eu ficar incomodada em usar a aliança e você não. E ai pensei em fazer a mesma coisa para nós duas, a mesma corrente e deixar de lado as alianças.Mandei fazer as correntes e me perguntaram qual seria o pingente. Me dei conta de que não havia pensado nele e que seria interessante um pingente que nos representasse. Então me veio a ideia de usar as alianças como pingente, só que o que melhor nos representava na minha cabeça eram cavalos, de certa forma foio motivo de termos nos aproximado tão imediatamente. Conversando com o ourives a quem fiz o pedido acabamos idealizando essa placa, simples e mais representativa impossível – ela completou com um pequeno sorriso e, finalmente,voltando a encarar Alicia – Espero muito que você goste e aceite esse presente– ela completou segurando a corrente e estendendo em direção a Alicia.
A veterinária estendeu ambas as mãos e Maia soltou a corrente com os pingentes sobre as palmas abertas.Segurando o presente com a mão esquerda Alicia tocou o pingente e depois o anel com admiração e delicadeza. Era nítida a surpresa e alegria em sua expressão enquanto ela encarava os pequenos objetos. Percebendo que a namorada estava ainda sem reação com o presente, Maia delicadamente retomou em suas mãos acorrente. Os olhos castanhos a encararam enquanto ela sorriu segurando o metal com ambas as mãos e erguendo-as até conseguir passar a corrente pela cabeça de Alicia, o pingente e o anel pendendo no peito da veterinária que seguiu o movimento dos mesmos com o olhar acabando com o rosto virado para baixo.
– Não se mova – Alicia sussurrou ainda encarando a corrente e chutando os cobertores para longe de suas pernas depois de colocar sobre as mãos da menor a caixinha que ainda tinha o outro parda corrente.
Confusa Maia viu sua namorada correr para o banheiro quase tropeçando nos próprios pés enquanto corria descalça pelo piso de madeira que estava frio. Logo depois escurou os sons de Alicia se movendo pelo banheiro, aparentemente lavando o rosto e escovando os dentes. Logo em seguida, não muito mais do que três minutos depois, Alicia voltou correndo pelo piso frio. Maia estava rindo e abriu a boca para perguntar o que estava acontecendo, mas nesse momento a veterinária pisou no tapete que ficava sob a cama segurando o rosto da dona do Rancho e a beijando com delicadeza, mas de um jeito apaixonado.
Seus lábios ficaram colados por vários instantes, Maia com o rosto para cima enquanto que Alicia se inclinava para alcançar a boca da namorada. As mãos de Maia seguraram a cintura da veterinária, seus dedos frios no limite do elástico do short de malha que Alicia havia colocado na noite anterior para dormir. O beijo se tornou selinhos longos e curtos até que os olhos castanhos se abriram enquanto elas mantinham seus lábios quase colados.
– Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci na minha vida – Alicia sussurrou antes de juntar os lábios das duas outra vez no momento em que Maia deixava um sorriso surgir em seu rosto.
– Acho que isso significa que você gostou do presente – ela conseguiu sussurrar contra os lábios da veterinária que não parava de beijá-la.
– Sério que você tinha dúvidas sobre isso? – Alicia questionou rindo e se sentando de frente para a namorada –Eu tinha pensado em fazer algo, mas meus planos agora parecem medíocres depois desse presente.
– Quais eram seus planos? – Maia perguntou pegando a outra corrente, colocando em volta de seu pescoço, deixando a caixinha no chão e subindo na cama sendo acompanhada pela outra até estarem embaixo das cobertas outra vez.
– Te convidar para um passeio – Alicia respondeu enquanto passava seus braços em volta de Maia e ambas se ajeitavam na cama – Que provavelmente envolveria cinema, uma sorveteria, talvez um parque e um restaurante.
– Aceito – Maia disse se aconchegando contra o corpo da namorada e fechando os olhos – E, por favor,escolha um bom filme.
Alicia gargalhou abraçando Maia mais apertado por um segundo antes de soltar sua mão direita levando-a para o pescoço agarrando o pingente e o anel antes de sorrir boba e voltar a abraçar acintura da namorada.
– Nunca reclamou das minhas escolhas cinematográficas – ela afirmou divertida beijando a testa de Maia –Garanto que não vai começar agora – garantiu sentindo seus corpos relaxarem no calor do conforto daquela cama e sabendo que elas acabariam por cochilar por mais alguns minutos.
N/A: VOLTEI!
Geeeente, fiquei tanto tempo sumida que esse site mudou quase tudo pra publicação do novo capítulo kkkkkkk Espero que eu esteja fazendo tudo certo porque não vou poder corrigir nada hoje =P
Com um pequeno presentinho de Natal pra vocês. Espero que gostem.
Um feliz Natal pessoinhas, com muito amor e alegria pra todos nós. E que 2019 seja como aquela comida exótica que a gente experimenta pela primeira vez achando que vai ser péssimo e já fazendo cara feia, mas que depois descobrimos que é uma delícia.
Até ano que vem
Bjinhos
;]
Ôlaaaa…
Que bom que voltou, obrigada por não abandonar a história e espero que suas notas na faculdade sejam as melhores, porque não é justo me deixar esperando o semestre inteiro ??.
Brincadeira ?
Voltei! Sempre volto, mesmo que demore um pouquinho algumas vezes.
As notas até que foram (considerando os problemas do final de semestre –‘ ) Mas não lhe deixarei mais esperando tanto tempo kkkkk.
;]