Argentum

Capitulo 22

Eduardo estava sentado nas cercas do redondel apenas assistindo. Maia estava ainda montada, era perto das 17h e a nova dona do Rancho estava sorridente conduzindo Angel a passo lento com Alicia caminhando ao lado delas. Era a primeira vez que a veterinária soltava a guia e deixava Maia conduzir sozinha e a mais nova estava com um imenso sorriso por estar conseguindo fazer pequenas curvas sabendo que a maior não a estava ajudando. Mas o clima descontraído e tranquilo não demorou muito mais a ser quebrado. Maia e Alicia ficaram de costas para a entrada do redondel quando o responsável por destruir aquele clima bom chegou.

– Mas Que Merda É Essa!?! – gritou Giovani assim que passou pelo portão de madeira, seu rosto em fúria por ver a irmã em cima de um cavalo.

Mesmo sendo dócil e calma Angel se assustou com o grito raivoso do homem e relinchou mexendo a cabeça e fazendo as rédeas escaparem das mãos de Maia. Esta que também havia se assustado com o grito do irmão, acabou se assustando novamente com o susto da pobre égua. O grito de susto que a dona dos olhos verdes soltou com aquilo fez a égua se assustar ainda mais e se afastar de Alicia que tentava alcançar a guia para acalmá-la. O movimento fez com que a égua erguesse as patas e tudo o que a veterinária pode fazer foi gritar para Maia se segurar.

A mais nova se recordou imediatamente das instruções da veterinária que lhe disse para se agarrar ao pescoço da égua e firmar bem as pernas se achasse que poderia cair. Foi exatamente o que ela fez, e ao mesmo tempo fechou os olhos. Para agravar ainda mais a situação, Maia acabou prendendo as rédeas entre seus braços e isso confundiu demais Angel que, com medo por conta dos sustos, não permitia que Alicia se aproximasse. A veterinária conversava com Angel e com Maia ao mesmo tempo, pedindo calma para ambas.

– Calma – dizia ela com voz tranquila enquanto tentava alcançar a guia da égua – Vamos, garota. Calma Angel – disse ela tentando se aproximar o que fez a égua erguer as patas dianteiras.

Alicia se afastou rápido, desviando dos cascos de Angel que permanecia assustada. A veterinária sentiu o golpe em seu ombro quando a égua desceu, mas estava mais preocupada com Maia que havia soltado uma pequena e contida exclamação de medo quando a égua se ergueu sobre as patas traseiras. Com toda a velocidade que tinha Alicia conseguiu agarrar a guia antes que Angel se erguesse novamente e firmou o aperto mantendo a cabeça da égua mais baixa.

– Calma, Angel, calma – ela murmurou segurando a guia com uma mão e colocando a outra na cabeça da égua – Acabou, pronto – ela suavizou a voz quando viu que a égua começava a se acalmar.

Ainda no portão do redondel Giovani voltava a sua postura intransigente e raivosa. Ele próprio havia se assustado com a reação do animal e, quando a égua começou a empinar e relinchar ele se afastou o máximo que pode sem sair do perímetro da cerca. Agora que a situação se normalizava ele resolveu voltar a se aproximar.

– De quem foi a ideia absurda de colocar minha irmã em cima de um desses animais imensos? – ele inquiriu num tom autoritário se dirigindo a quem estivesse o ouvindo e deixando transparecer toda a raiva que tinha na voz.

– Cale a boca – soou a voz da veterinária fazendo Giovani parar no mesmo lugar surpreso com o tom firme e intransigente dela – Não dê mais um passo – ela continuou ainda firmando o aperto na guia e colocando sua mão direita sobre o braço esquerdo de Maia – Eduardo, pegue a guia e continue acalmando Angel – ela ordenou e o rapaz, que tinha pulado para o redondel e se aproximado para tentar ajudar logo estava ao lado dela segurando firmemente a corda guia da égua.

Alicia continuou a acalmar a égua com seu tom de voz e com toques da mão esquerda. Sua mão direita afagou de leve o braço de Maia tentando acalmá-la também. Giovani foi completamente ignorado e esquecido enquanto a veterinária deixava que o garoto continuasse focado na égua e ela começava a ficar mais perto de Maia que ainda se encolhia sobre a sela.

– Maia – falou ela em tom brando e baixo – Já passou. Está tudo bem agora.

A mais nova se remexeu, mas não conseguia soltar seu aperto do pescoço da égua. Alicia afagou o ombro e o que alcançava das costas da mais nova para mostrar que já estava tudo sobre controle.

– Vamos, eu estou aqui – disse ela começando a segurar o braço de Maia e soltá-la do pescoço de Angel – Já peguei você, ok? – ela ia dizendo enquanto fazia a menor segurar em seu ombro com a mão esquerda – Eu vou te tirar da sela, você não tem que se preocupar. Estou te segurando agora e não vou te deixar cair. Mas preciso que você solte Angel – ela completou já passando seu braço direito pela cintura fina de Maia.

– Eu vou cair – falou a mais nova apavorada e ainda de olhos fechados.

– Eu te peguei – repetiu Alicia aproximando o rosto do rosto de Maia que estava colado ao pescoço da égua – Está segura agora. Você só tem que confiar em mim e soltar Angel – disse a veterinária começando, lentamente, a puxar Maia de cima da sela – Você confia em mim? – ela perguntou calmamente e tudo o que teve como resposta foi o aperto de Maia se afrouxando completamente da égua – Eduardo tire Angel daqui – ela deu a ordem antes de puxar Maia da sela trazendo-a para seus braços.

Alicia agarrou a mais nova pela cintura e Maia se agarrou em seus ombros enterrando o rosto em seu pescoço. A veterinária colocou Maia em pé a sua frente, mas a menor não conseguia se firmar, então ela continuou abraçando-a apertado pela cintura, sustentando seu peso enquanto afagava suas costas. Maia estava tremendo ainda e suas mãos se agarravam com força ao tecido da camisa da mais alta que colocou o rosto no meio dos cabelos castanhos claros.

– Quem foi o irresponsável que colocou a minha irmã em cima de um desses bichos perigosos? – perguntou Giovani com o mesmo tom arrogante de antes depois que Eduardo saiu de perto deles com a égua.

– É um cavalo – falou a veterinária sem mover um único músculo deixando que sua respiração batesse nos fios claros do cabelo de Maia – O nome dela é Angel. E, com toda certeza do mundo, é mais inteligente que muitos homens por ai – completou ela sem sequer olhar para o rapaz.

– É um animal irracional! – se exaltou Giovani – Poderia ter matado a minha irmã! Pois saiba que, quem quer que seja você, vai ser responsabilizada por…

– A responsabilidade é sua, seu imbecil – disse Alicia encarando o homem com ódio, mas tentando controlar seu temperamento para não partir para cima do sujeito de terno e gravata – Se não fosse você chegando como um troglodita e gritando do nada nenhuma delas teria se assustado. Se quer colocar a culpa em alguém ponha na sua falta de respeito e de noção – disse ela com raiva e elevando o tom de voz.

Maia sentiu os braços fortes a se apertarem mais ao seu redor conforme Alicia tentava se segurar para não brigar com Giovani. A mais nova logo entendeu que a veterinária estava se descontrolando e respirou fundo afastando seu rosto do pescoço dela, mesmo que ainda não se sentisse pronta para se afastar da única coisa que a estava acalmando, que eram os braços da mais alta.

– Chega – disse Maia num tom calmo, mas sua voz ainda tremia por conta do susto anterior – Eu decidi aprender a montar, Giovani. Não comece com suas lições de moral infundadas.

– Eu não acredito que essa irresponsabilidade tenha sido ideia sua, Maia – falou o rapaz cada vez mais irritado com o olhar da veterinária sobre ele – Vamos, você vai para dentro agora mesmo – disse ele começando a se aproximar para puxar Maia dos braços da outra mulher.

– Não toque em mim – disse Alicia segurando o pulso da mão que Giovani tentou usar para afastar o braço dela – E muito menos em Maia. Já basta de idiotices suas por hoje – falou a veterinária sem controlar a raiva da voz, assim que soltou o pulso dele empurrando-o para trás se virou para Maia se dirigindo a ela com uma voz calma e preocupada – Vou te levar pro seu quarto. Precisa descansar depois desse susto. Acha que consegue andar?

– Eu consigo – disse Maia no automático ainda surpresa e sem reação com as atitudes protetoras da mulher a sua frente que continuava com os braços em volta de si.

Mas apesar do que havia dito Maia não conseguiria ficar em pé se não fossem os braços de Alicia a segurando pois ainda sentia as pernas e as mãos tremendo. Notando isso a veterinária nem se deu ao trabalho de perguntar de novo. Ela apenas se inclinou até passar o braço esquerdo por trás dos joelhos da mais nova a tirando do chão. Giovani estava novamente esquecido e tudo o que Alicia fez antes de começar a se dirigir para a casa principal foi pedir que Maia se segurasse em seu pescoço.

 

 

 

N/A: Hehe, postei e saí correndo de novo =P

Até o meio da semana (sim terá um capítulo pra matar a curiosidade de vocês no meio da semana hehe)

Bjs

;] 



Notas:



O que achou deste história?

10 Respostas para Capitulo 22

  1. caraca! odeio esse irmão da maia! e so aparece em hora ruim! Alicia tinha que ter dado uma surra nele! ainda bem que estou demorando a ler os capítulos kkk. assim nao fico tao ansiosa KKKK
    BJS
    MASCOTY

    • Todos odiamos ele –‘ E também apoiava essa surra ai, mas Maia é correta demais para deixar kkkkk

      Ah, mas garanto que fica ansiosa para poder ler os que já estão aqui kkkkkk (já disse que adoro provocar a ansiedade dos meus leitores? =P )

      Bjs
      ;]

  2. Alguém tem q colocar “freios” no arrogante do Giovani, uai! Lógico q a Maia ficará lisonjeada com a postura da veterinária, mas imaginem só a cara da Alicia qdo souber q aqle homem é seu “futuro cunhado”? rsrsrsrsrs
    Aguardando ansiosa pelos próximos capítulos.
    Abç carinhoso!

    • Não se preocupe, ele vai ter oq merece logo. Kkkkk Alicia sabe, exceto que não acredita que ele algum dia poderá se tornar seu cunhado kkkk

      Até o próximo
      ;]

  3. Eitttttaaaaa!!!!

    A que essa Ali é fogo nas venta!!! Gzussssssss me arrepiei com essa atitude, mostrou a Giovane quem manda kkkkkk.

    Maia também soube demonstrar personalidade mesmo nervosa e assustada.

    Ali!!! Está bom demais o capítulo.

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