APENAS UMA HISTÓRIA

Capitulo I – A alma definha sob o peso de um coração ferido

Já se iam dez verões depois que Xena decidiu que seu caminho era a redenção de Higuchi. Gabrielle iria completar trinta e quatro verões e voltava para sua casa. Sim, havia assentado. 

Havia adquirido um pedaço de terra e fez quase uma comunidade com os seus mais queridos amigos e parentes. Eram três casas, uma plantação, um cercado com galinhas, outro com ovelhas, um curral e um estábulo para os dias de chuva e frio onde acomodar seus cavalos. Como aprendera com Xena, seus cavalos eram especiais. 

Fazia suas viagens para onde precisassem de uma guerreira para defender a qualquer um que estivesse oprimido por quem quisesse fazer a desordem e atormentar pessoas de bem. Sabia que era preciso, que era o seu legado. Havia pedido isso há muitos anos para a pessoa que mais amou e sabia que ela esperaria isso de si.

Mas como sentia falta… Como a saudade era inclemente com sua alma… Fazia dez anos e parecia que tudo acontecera ontem.

Chegou ao rancho já à noitinha, apeou e retirou a sela de seu cavalo. Aglaio, como Argo, era um semental maravilhoso, companheiro e fiel. Mantinha Argo II em seu rancho e quando estava em casa saia para passear com ela. Queria preservá-la, apesar de não ser uma égua tão velha. Tinha quinze verões e com muito cuidado poderia viver mais dez ou quinze verões. Além da filha, a coisa viva mais próxima de Xena era Argo (leia-se Argo II). Quando montava a égua e saía, era como se revivesse os tempos em que ela e Xena viviam pelo mundo.

“Mas que bobagem a minha… Isso não acontecerá mais nessa vida!”

Colocou Aglaio no curral junto a Argo, os dois correram em volta da cerca como dois amantes. Gabrielle sorriu. Sempre ocorria isso quando voltava. Parecia que sentiam falta um do outro. Já tinham uma ninhada. Era uma fêmea de dois verões apenas, com as marcações da mãe.

“É, Argo! Parece que sua linhagem é realmente forte, como sua dona!”

Na casa de Sarah, sua sobrinha, acendeu-se uma luz. Virgil apareceu na porta com sua espada.

— Ei, Gabrielle! Não a esperávamos tão cedo! Como foi tudo em Pylos?

— Nada de mais, Virgil. Mais desentendimentos tolos do que qualquer coisa realmente importante. Está tudo calmo por aqui?

— Sim, parece que a colheita este ano vai nos sustentar durante um bom tempo. Venha comer alguma coisa.

— Não precisa, Virgil, comi em uma taberna um pouco antes de chegar. Quero apenas tomar um banho e descansar um pouco. Amanhã nos reuniremos e eu poderei ver as crianças acordadas.

— Está bem, mas se quiser algo pode bater à porta. Lila adorará vê-la!

— Como ela está?

— Um pouco mais cansada do que o de costume, mas está bem. 

— Nos veremos amanhã, então.

— Boa noite, Gabrielle!

— Boa noite, Virgil!

Caminhou até sua porta e se voltou para ver Virgil entrar em sua casa. Olhou-o com carinho. Quem diria que Virgil e sua sobrinha se apaixonariam? 

“É… Parece que a minha família e a de Joxer finalmente se juntaram.”

Sorriu e entrou. Quando fechou a porta, desembainhou os “sais” de suas botas e se voltou para dentro da sala em posição de ataque.

— Calma minha amiguinha, somos nós! – Disse Afrodite sorridente.

Gabrielle abaixou a guarda quando viu Afrodite e Ares em pé no meio de sua sala.

— Houve algum problema?!! Por que estão aqui?

— Apesar de você não ser a minha guerreira favorita, Minha irmã me obrigou a vir até aqui para te dar os parabéns.

— É seu aniversário! Não poderíamos deixar de falar com você.

— Sabe que não comemoro meu aniversário há muitos anos, Afrodite, não precisavam se incomodar.

— Mas isso tem que mudar, meu amorzinho! Essa vida que tem levado é só para esperar a hora de ir desse mundo, e não está certo. Até porque, esse mundo ainda precisa muito de vocês.

— Vocês?! Como assim vocês?

— Eu quis dizer você, minha amiga! — Falou Afrodite com certo embaraço.

Gabrielle olhou os dois com desconfiança. Suspirou, deixou os ombros caírem e por fim, falou:

— Obrigada pela gentileza, mas hoje comemorarei sozinha em minha cama.

— Não falei a você, Afrodite? Os mortais nunca estão satisfeitos. Se tiver vantagens em ter deuses ao seu lado, nos reverenciam, se não as tem, nos tratam como uns idiotas quaisquer! — Dizendo isso, Ares desapareceu.

— Não ligue para ele. Até hoje, não se conformou… Hum… Bem, você sabe.

— É. Eu sei, Afrodite. Posso dizer que é a única coisa em que sempre concordei com seu irmão.

— Bem, já vou indo. Mas antes vou falar uma coisa e quero que preste bastante atenção. Você tem que cuidar melhor da sua saúde, tem que se alimentar melhor, se fortalecer. Precisará de muita disposição. Boa noite e bons sonhos…— Afrodite não deu tempo de Gabrielle perguntar nada, sumiu sem mais.

— Que tártaro! Nem em minha casa tenho mais sossego! O que Afrodite quis dizer com aquilo? — Bravejou. 

Gabrielle tomou um banho e depois foi dormir. No dia seguinte acordou com duas crianças pulando em sua cama. Apesar de não gostar de ser acordada, não tinha como não sorrir diante das duas pestinhas. Estava com saudades.

— Tia Gabrielle, vamos pescar hoje!

— Ah não, Xena! Ela me prometeu que iria me ensinar a lutar com bastão quando voltasse!

— Calma, crianças! Poderemos fazer os dois!

— Primeiro pescar!

— Não, primeiro lutar!

— Poderemos fazer os dois juntos. Iremos ao lago, enquanto os anzóis estão na água, lutaremos.

— Oba! — As duas crianças gritaram juntas.

— Agora me deixem levantar, ir ver a vovó Lila e tomar um café com seus pais.

— Está bem, mas depois do café iremos!

— É. Iremos!

Gabrielle se levantou e deu um tapinha na bunda de cada criança para que se fossem. Trocou-se e se encaminhou para a casa de Sarah. Todos já estavam de pé e a esperavam para tomar café. Encontrou à mesa Sarah, Lila, Virgil, Eve e Abdias, esposo de Eve.

— Bom dia, dorminhoca! — Disse Lila se levantando para abraçá-la. — E feliz aniversário!

Gabrielle abraçou carinhosamente sua irmã. 

— Obrigada! Como está, Lila?

— Vou levando… Eu não me conformo ser mais nova que você e estar nesse estado decrépito!

— Não esqueça que passei vinte e cinco verões da minha vida dormindo – Disse Gabrielle se referindo a uma época em que ela e Xena ficaram congeladas por vinte e cinco anos encerradas em uma caverna, sendo acordadas por um cataclismo e cura de algum Deus. — Pelo menos para alguma coisa tinha que valer a pena! — Disse rindo…

Eve se levantou e abraçou Gabrielle também. Sabia que tinha passado muita coisa ao lado de sua mãe e parecia estar eternamente em sofrimento pela sua falta. 

— As crianças estão contando com você hoje, mas se estiver cansada eu posso dar um jeito para elas te deixarem em paz um pouco.

— Não precisa, Eve. Sabe que gosto de estar com elas. E depois, elas me divertem muito.

Tomaram café, colocaram a conversa em dia e depois Gabrielle foi selar Argo para sair com as crianças. Levou-as até o lago, passaram o dia e ao entardecer voltaram para casa. Gabrielle estava feliz, relaxada, mas cansada. As duas pestinhas não eram fáceis.  Uma era filha de Eve e a outra de Sarah. Nunca poderia imaginar que as duas famílias se juntariam desse jeito. Mas de certa forma a própria Gabrielle havia contribuído para isso, idealizando aquele rancho. Entregou as duas em suas respectivas casas e foi para a sua.

Preparou um peixe que havia pescado para comer. Tomou um banho e, depois de jantar, foi deitar.

Demorou a dormir, estava inquieta e achava que era pela visita de Afrodite e Ares. Não entendia as palavras de Afrodite, mas depois de tantos anos convivendo com os Deuses, sabia que havia algo por trás daquela visita e palavras. Enfim, aprendera também que não poderia colocar a carroça à frente dos bois. Não chegaria a lugar nenhum antes de algo acontecer verdadeiramente. Resvalou para o sono. 

Estava em um lugar diferente. Era um monte muito alto, tinha muita neve. Estava com frio…Chegou a uma caverna. Mas esta se encontrava arrumada, limpa e ornamentada com flores, velas e panos de seda de cores vivas. Um aroma amadeirado ascendia pelo ar. Sentiu a presença de alguém e se virou.

— Quem é você?

— Alguém que compartilha com você o desejo de um mundo melhor!

— Como posso saber se o que diz é verdade?

— Apenas sentindo em seu coração, Gabrielle. Feche os olhos e perceba o que sente. 

Havia uma paz no ambiente. Quando fechou os seus olhos, sentiu uma luz, um calor invadir seu coração.

— Lao Ma?!!!

— Sim Gabrielle, sou eu. E te trago hoje aqui por um único motivo. Não gostaria de interferir no caminho traçado para o sublime, mas o mundo está prestes a abrir portas para a escuridão. Alguém que cruzou o seu caminho e o de Xena está conseguindo se libertar novamente. Está conseguindo vencer a barreira da morte, através de portais abertos por corações obscuros.

— Yodoshi?!

— Sim, Yodoshi.

— Mas você é das terras de Chin, seu mundo dos mortos é diferente do mundo dos mortos da terra do sol nascente, como é diferente o mundo dos mortos das amazonas, dos seguidores de Eli e também do mundo dos mortos dos Gregos. Por que você intercede?

— Engana-se, Gabrielle. Nossas crenças são diferentes, nossos costumes são diferentes, nossa forma de ver e viver no outro lado é diferente, mas todas levam a um só enlevo e plenitude da alma. No fundo é apenas um estado da alma. O problema é que Yodoshi descobriu uma forma de voltar, mas não só em corpo material apenas. Ele se prepara para voltar com poderes que só o espírito pode ter.

— Quando vai ser? Como vai ser?

— Gabrielle, você terá um papel primordial para que consigamos deter Yodoshi!

— Diga-me o que fazer e eu o farei!

— Não é tão fácil assim, Gabrielle. Por dois motivos: um é que você não poderá ter ódio nem tristeza em seu coração. Sei que não carrega o ódio, mas há o ressentimento pela morte de Xena e é a mesma morte que faz com que sua vida esteja triste. Possivelmente, se Yodoshi voltar, trará o ódio para o seu coração.

— E qual o segundo motivo?

— Este, falarei daqui a algumas luas. Terá que se livrar primeiro, destes sentimentos que te atormentam para que possa saber o restante de sua viagem ou missão. Como preferir…

Gabrielle acordou sobressaltada pelo sonho, suava muito e ofegava. Elevou o corpo na cama, olhou em volta, ainda estava em seu quarto, em sua casa. Havia sido um sonho tão presente…Tão real… O que seria aquilo? Nunca conheceu Lao Ma! Mas, em seu sonho, era de uma beleza pura e etérea.

Deitou novamente e recostou no travesseiro. Sentiu um tecido macio, apalpou na escuridão. Segurou-o e levou-o até a luz clara da lua que entrava por sua janela. Era um tecido de seda vermelha e quando voltou o olhar para a cama, agora mais acostumada à escuridão, viu que o tecido cobria toda a extensão da sua cama. 

“Deuses! Foi real!” — pensou.

Angustiou-se com o sonho. Lembrava-se de todos os detalhes e de todas as palavras proferidas por Lao Ma. Que emoção, também! Um calor animou seu coração. Era um sentimento de plenitude que há muito não sentia. Vivia apática ou simplesmente vivia, só sentia algo mais acalentador quando estava com as sobrinhas e quando estava cavalgando a esmo, sem nenhum compromisso ou tempo para chegar a algum lugar. Mas o que sentiu foi diferente, foi suave, cheio de luz e amor! 

Não conseguia mais dormir. Foi até a sala, afastou o tapete de peles e abriu um alçapão escondido no piso de madeira. Retirou um baú, pegou uma chave presa no cinto que estava jogado numa cadeira juntamente com sua roupa, colocou na fechadura, girou e abriu o baú. Olhou o conteúdo e uma lágrima escorreu solitária por sua face. Retirou de dentro os pertences de Xena. Cheirou sua roupa… Mais uma lágrima rolava por seu rosto. Retirou o chakran e a espada, parou o olhar sobre eles quase com reverência. 

“Sei que fez o correto, Xena. Mas eu te amava demais para aceitar sua resolução. Agora, depois de tantos anos é que começo a compreender que fez isso por amor… Por ter amor demais em seu coração… Que tola eu fui sofrendo todos esses anos, talvez se você não tivesse feito aquilo, um espírito como Yodoshi conseguiria destruir todas as nossas vidas posteriores. Mas eu te amava demais… Eu te amo demais…”

Recolocou os pertences de volta no baú e o guardou em seu lugar. Sentou na poltrona da sala próxima à lareira e começou a rememorar alguns acontecimentos, após a morte de Xena. Sim, Xena a acompanhou durante alguns verões após sua morte, mas certa manhã, quando acordou em um de seus acampamentos, foi abordada por um grupo de seis ou sete guerreiros e Xena não apareceu. Lutou com todos e os derrotou. Após uma ou duas marcas, Xena se fez presente e falou que agora ela estava pronta para trilhar sozinha. Não acreditou no que ouviu, discutiu, chorou, mas Xena disse que não poderia mais acompanhá-la, pois eram os desígnios do alto. Contou que só poderia estar com ela em outra vida, desde que se preparasse para tal acontecimento e que não poderia pensar em voltar se não fosse ao seu lado. Essas palavras fizeram com que ela concordasse, no entanto, em absoluto, se conformou.

Com a aparição de Afrodite, Ares e o sonho com Lao Ma, começou a pensar que o acontecimento a que Xena se referia não era em outra vida e sim este ao qual Lao Ma lhe falou.

“Será que Xena aparecerá para mim novamente?”

Seu coração se encheu de felicidade, mesmo sabendo que enfrentariam uma dificuldade muito grande outra vez. Serenou. Retornou ao quarto para tentar dormir novamente. Deitou e um sorriso se fez presente em seu rosto, fechou os olhos e dormiu como há muito tempo não dormia, com o coração pleno de amor.

No dia seguinte, Gabrielle acordou radiante. Resolveu que iria ao templo de Afrodite durante o dia, mas quis tomar o café da manhã com seus mais queridos entes. Chegou à casa de Sarah.

— Tia, tia. Conta uma história para a gente!

— Claro, meu amor! Mas não agora; a tia vai a um lugar hoje e quando retornar para o jantar, eu conto algumas histórias, tá certo?

— AH! Só à noite?

— Vem, Gabi, deixa a tia tomar o café, e se ela precisa sair, você também pode esperar até a noite para ouvir a sua história. Agora se sente à mesa para comer.

A garota sentou-se com os braços cruzados, o rosto fechado e aborrecido. Gabrielle achou graça.

— Gabi, não fica assim, a gente pode brincar de bastão hoje! — Falou a pequena Xena para animar a amiga.

Gabrielle riu novamente e se sentou à mesa.

— Sabe o que eu acho! — Disse Gabrielle com um grande sorriso olhando para as duas meninas.

— Não, o quê? — Perguntou a pequena Gabi.

— Que os seus nomes estão trocados. — Dizendo isso deu uma enorme risada, acompanhada por todos menos as duas pequenas criaturas.

— É verdade, Gabrielle, a pequena Xena não se parece em nada com o temperamento de minha mãe, se parece com você e a pequena Gabi, se parece com a minha mãe, em temperamento é claro. — Falou Eve.

— Não pareço não, eu pareço com minha tia Gabrielle! — Disse a pequena Gabi enfática.

Todos riram novamente.

— Aonde vai, Gabrielle? 

— Tenho que visitar um certo templo, Lila.

Todos se voltaram para Gabrielle com o olhar desconfiado.

— Não acho que depois de tanto tempo voltada para os ensinamentos de Eli, você quererá retornar ao culto de outros deuses, ou vai?

— Não é isso, Abdias. Simplesmente não tenho nada contra Afrodite, ela foi e é uma boa amiga. Apenas quero falar com ela e matar a saudade. — Falou Gabrielle, tentando amenizar o clima sem levantar suspeitas.

— Gosto de Afrodite e imagino que haja bondade suficiente em Eli para entender isso. — disse Eve, repartindo o bolo de nozes e dando um pedaço para cada um.

— Dê um abraço nela por mim, se não tivesse com essa dor nas costas tão forte hoje, iria com você.

— Pode deixar, Lila, ela entenderá.

— Quer companhia para a caminhada?

— Não precisa. Virgil, Sarah me falou que vocês iriam hoje à aldeia para vender grãos. O templo não é muito longe e estarei de volta ao entardecer.

— Está bem, mas Sarah disse que fará pernil de javali assado. Não vai querer perder isso, vai?

— Claro que não! E depois, ainda estou devendo uma grande história para Gabi e Xena. – Falou. fazendo um gesto abrindo os braços para enfatizar o quão grande seria a história.

— OBAAAA!!! — gritaram as duas meninas.

Gabrielle terminou de comer e saiu para selar Argo. Virgil saiu logo atrás dela.

— Gabrielle! — Chamou Virgil.

— Diga, Virgil.

— Na outra noite quando chegou, na hora em que você entrou em casa, vi um clarão pela janela da sala, fiquei preocupado e me aproximei. Vi quando falava com Afrodite e Ares, mas você estava calma, não quis interferir em nenhum assunto particular seu. Mas agora com você procurando Afrodite, isso me preocupa…

— Não se preocupe, Virgil. Naquele dia, eles vieram me dar os parabéns, Afrodite sempre faz isso e este ano obrigou Ares a vir também. Mas ela falou algo que me intrigou, algo que saiu sem querer e ela deixou pela metade. Só quero averiguar para me sossegar. Nada de mais.

— Se precisar de alguma coisa, Gabrielle, fale. Não quero ver você em dificuldades com esses deuses por nada.

— Pode deixar Virgil, só irei falar com ela mesmo. De qualquer forma, obrigada! — Gabrielle já montava em Argo.

Virgil assentiu com a cabeça e se afastou para Gabrielle poder sair.

Já na marca da metade do dia, Gabrielle chegava ao templo. Deixou Argo pastando e entrou no templo. Viu que Afrodite estava deitada em um sofá comendo uvas. Gabrielle se aproximou.

— Já estava preocupada, você demorou… Sua amiga do oriente não te falou muita coisa, porque ela tem motivos muito fortes para isso, e eu, também não poderei falar muito.

— Vocês estão juntos nisso?

— Não só nós Gabrielle. Nós e muitos outros. Até seu amigo Eli está nessa… Hum… Digamos campanha. Não poderei dizer muita coisa por agora, só dar orientações que você deverá seguir para poder cumprir… Hum… Mais essa missão.

— Que tipo de orientações? Para quê?!

— Para você se fortalecer, Gabrielle. Terá que estar forte em corpo e em alma! E só você poderá realizar.

— Realizar o quê?!

— Isso, por enquanto, eu não posso dizer, mas posso te assegurar que no final, se tudo der certo, você gostará do resultado! — Dizendo isso, Afrodite riu afetada.

— Verei Xena novamente?

— Quem disse isso a você?!

— Ninguém, mas para Lao Ma estar interferindo, não precisa de muita coisa para saber que tem a ver com Xena.

— O que tem a ver com Xena é Yodoshi e para você enfrentar essa situação, você precisará alimentar seu corpo de nutrientes e alimentar sua alma de amor, compreensão e caridade. Não poderá ter sentimentos de rancor e mágoa.

— Como farei isso se foi ele quem tirou de perto de mim a pessoa que eu mais amei?!

— Gabrielle, a morte não é o fim e sim o começo de uma nova vida. Você compreendia isso antes, mas deixou que o fato de Xena se afastar momentaneamente de você nublasse sua percepção da vida! Ela não te deixou e nunca te deixará, apenas não podia estar mais no mesmo plano que você!

Afrodite se aproximou e abraçou Gabrielle ternamente.

— Te garanto, minha amiguinha, depois que isso tudo passar, se acaso conseguir, seu coração estará pleno novamente.

— Diga-me apenas se Xena está bem e que um dia nos encontraremos novamente, mesmo que em outra vida. Quero ter certeza que isso acontecerá…— A voz de Gabrielle minguava.

— Isso eu posso dizer e afirmar. Vocês são destinadas uma à outra e isso ninguém pode mudar, nem mesmo os deuses, sejam eles quem for.

Gabrielle sorriu e se desvencilhou do abraço de Afrodite.

— Obrigada. Eu me empenharei para mudar meu estado de espírito e me fortalecerei.

— Mais uma coisa, minha querida. O nosso tempo é diferente do seu, talvez você leve algumas luas para ser procurada novamente, talvez até uma estação ou não. Mas durante esse tempo tem que nutrir o amor puro em seu coração, não poderá esmorecer.

— Como eu disse, me empenharei ao máximo. Só não sei se serei capaz como vocês acham.

— Então direi mais uma coisa para você. Onde Xena está, ela sente você através do amor, quando está triste ela não consegue sentir você, então ame-a com um amor alegre, pois foi esse amor que ela conheceu em você.

 Gabrielle se despediu de Afrodite e se foi.



Notas:

Bom dia!

Eu estava conversando com Tattah e ela me perguntou por que não postava as minhas histórias lá do início, quando comecei a escrever, já que não estava com nada novo. Aí eu falei que eram fanfictions da Xena e quem nem todo mundo gosta. Mesmo assim, ela me incentivou a postar, pois antes de mais nada são histórias de aventura e muito amor. rs

Convido a vocês a embarcar nessa aventura, mesmo que nunca tenham visto a série, pois acima de tudo é uma história para além da aventura. É uma história de um amor belo e que resiste ao tempo. Não precisam ser fãs da série, basta serem fãs do amor. 😉

Um beijão!

PS.: Não esqueçam de visitar a página principal da história para ver a sinopse e outras informações importantes.

 

 




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