ANTES QUE ELA VÁ EMBORA

Capítulo 13. Cachoeirão

MISHA

Você está vivendo em uma sitcom — ele soltou uma gargalhada do outro lado da chamada — cara, eu falei e você não me escutou.

Gabriel está errado? Gabriel nunca está errado. Mas ele precisa saber disso? Ele não precisa.

Atualizei os últimos acontecimentos para ele enquanto passo protetor em meu rosto na frente do espelho do meu quarto, aqui na fazenda.

E ela não falou mais nada?

— Mais nada, Gabe.

Será que ela tem algo mal curado com alguma ex?

— Gabriel, ela não tem cara de quem tem coisas mal resolvidas.

*

Ateliê, ontem a noite

— Escolha algum filme pra gente assistir, o disco já tocou todo — Eris esboça meio sorriso e pisca um dos olhos — eu já volto.

O que essa mulher está fazendo comigo, Maria Bethânia?

Ligo a TV que mais parece uma tela de cinema. Ela tem todos os streamings possíveis aqui, acho que nunca vi tantos juntos. Rodei, rodei e acabei colocando num canal qualquer que estava passando um filme dos zilhões Velozes e Furiosos. Michelle Rodriguez conte comigo para tudo.

Respondo algumas mensagens no meu aplicativo de mensagens, assisto um pouco do filme… até que meus olhos pesam um pouco. Eris está demorando… e se eu descansar meus olhos por uns 10 minutos?

Desperto assustada em um instante. Por quanto tempo eu dormi? Agora as cortinas estão fechadas e uma manta quadriculada está em cima de mim, mas eu não me recordo de estar com ela quando eu fui descansar meus olhos. Que horas são? Pego meu celular e vejo 6h52, puta merda eu dormi.

Pulo da cama, passo no banheiro e só agora consigo perceber os detalhes dele. Tem um espelho de pé com moldura de pedras e uma pia em estilo industrial, uma banheira e um pote de louça branca com cristais das mais variadas cores. Sério que Eris é o tipo de pessoa que curte cristais? Nunca imaginaria isso. Mas… não tenho nada com isso. 

Puxo a gaveta do móvel de madeira na intenção de encontrar um fio dental e pasta de dente. Encontro. Mas também encontro alguns brincos e pulseiras jogadas e um frasco de perfume chique, desses perfumes que só madame usa… será que é esse o perfume dela? Pego e me permito sentir a fragrância. Gostoso, mas não é o cheiro dela. Pare de mexer nas coisas que não são suas, Misha. Fecho a gaveta o mais rápido que posso e saio do banheiro.

Ao sair, sou tomada pelo aroma de café que incendeia o lugar inteiro e que vem da cozinha. 

— Bom dia — digo, um pouco envergonhada — Eris, eu dormi, não percebi quando isso aconteceu.

— Bom dia — mas ela não me olhou — não se preocupe com isso.

— Por que não me acordou? Não percebi quando você voltou.

— Você parecia muito cansada — parecia? — não era a minha intenção atrapalhar seu sono, por isso te deixei dormir.

Ela não vira, me encara ou nada do tipo. Apenas me responde de forma automática. Parece que voltamos à estaca… zero? Ah, mas que beleza.

— Está tudo bem? — paro ao seu lado, apoio meu peso sob a pia e dobro meus braços na altura dos meus seios.

— Não sei o que você gosta de comer de manhã, mas tem.. — ela muda de assunto drasticamente e começa a citar tudo o que compõe a mesa.

— Eu como qualquer coisa, Eris, não se preocupe, só o café já me agrada bastante.

Mas ela não responde de novo, apenas mexe a cabeça sutilmente.

— Por que não se senta? — ela pergunta, mas parece mais uma afirmação, ela e sua cara de poucos amigos — está quase pronto.

Sento-me à mesa, já posta, com uma imensidão de coisas gostosas.

— A chuva passou? — não aguento ficar quieta. Sim, é um defeito meu.

— Sim, está fazendo um dia bonito. Deixarei você na fazenda porque preciso resolver algumas questões aqui na cidade.

— Você precisa de ajuda em algo?— estico a mão para a garrafa mas Eris é mais rápida. Ela a pega e, sem que eu peça, verte o líquido quente e com um aroma delicioso na xícara de cerâmica que está na minha frente. Aposto que foi ela quem fez isso também.

Por que ela está sendo educada me servindo as coisas se não me olha direito nem por um segundo?

— É só comigo mesmo.

Terminamos o café em quase completo silêncio e saímos de sua casa. Seguimos para o carro, Eris abre a porta novamente para mim, mesmo em silêncio. Já percebi que ela tem esse costume e não falei nada, não quero criar mais caso.

Realmente o dia está lindo, nem parece que caiu meio mundo ontem.

Eris curte escutar rádio, percebi isso porque é a terceira vez que saio com ela de carro e em todas essas vezes a rádio estava ligada com o som baixinho. Um solo de guitarra adentrou o carro e percebi que era uma música do Scorpions. Tomei a liberdade de aumentar o som e comecei a cantar, enquanto olho a paisagem pela janela. Mas ela desligou o rádio abruptamente.

— O que foi? — viro meu rosto para a sua direção — isso era Scorpions, não era? Você não gosta de rock?

— Não desse rock — ela me responde sem me olhar mais uma vez, troca a marcha e pisa fundo no acelerador. Sinto o motor do carro sob os meus pés enquanto meu corpo é impulsionado levemente para trás.

*

Vocês são lésbicas, Mi. Lésbica sempre tem algo mal resolvido — Gabriel estala a língua.

Eu ri, sei que ele falou em tom de alívio cômico.

— Eu sou lésbica e não tenho. Minha vida é um livro aberto e você sabe bem disso.

Bem, quase todo aberto.

Você é bem resolvida, é por isso. Decidiu que queria mudar de curso de graduação, foi e mudou. Se formou, decidiu que queria fazer pós em outro país, se inscreveu, foi e passou. Não falava com seu pai há séculos, vendeu tudo aqui na capital e bateu na casa dele com uma mochila e uma mala. Fora todo aquele seu rolê antigo. Sabe… nem todo mundo é assim, imediatista. Pode ser que a tatuada esteja passando por algo — por que o Gabriel precisa ser sensato quando eu só quero reclamar?

— Não é porque você é a sapatão que destrói os corações que ela não pode ser das que sofrem com o coração partido — completou. 

20 anos de terapia dá nisso. Eu acho que faço terapia desde que comecei a falar, ô exagero.

Até porque, por tudo que você tem me falado, ela parece ser bem gente boa. A mulher parece ser mó maneira.

— Vamos parar de falar dela? Quero saber de você.

Eu nem te falei, fui com o pessoal do hospital à Pedra do Sal, tinha até umas gatinhas, mas nada muito fora do padrão carioca. Trombei com a… deixa pra lá. A Ana como sempre continua trancada em casa estudando e o resultado da minha prova de residência ainda não saiu. Enfim… o Rio não é o mesmo sem você.

Olho para a minha mala aberta na cama enquanto escuto a voz do Gabriel pela ligação e procuro meu biquíni. Minha vida agora cabe em uma mala, que loucura. Encaro o vibrador que eu trouxe, no cantinho da mala. É, grande guerreiro, acho que vou ter que te usar, estamos na mão novamente.

— Quê? Usar em quê?

Nada, Gabriel. Estou apenas falando sozinha como sempre. Vou desligar porque estou indo para a cachoeira.

— Cachoeira? Cadê a carioca pé na areia, água de coco e altinha? — pude escutar seus risos através do celular.

Ficamos mais uns minutos fofocando e desliguei a chamada. Sentei com uma das pernas dobradas na cama e encarei minha mala mais uma vez. Como a minha vida deu um giro de 360º em menos de 1 mês?

Se eu continuasse na minha primeira graduação teria sido tudo tão diferente… mas se não fosse por ela, eu nunca teria conhecido o Gabriel. Não fico triste com a minha escolha. Afasto meus pensamentos e lembro do e-mail muito fofo que recebi da professora que me orientará na Universidade de Manchester.

Foco na professora, foco na doutora, foco na minha futura orientação.

Mestrado Acadêmico, aí vou eu.

*

Segui exatamente o caminho que Raimundo disse. Passo pela varanda, área da piscina, campo de futebol, pego a estrada de pedra e já avisto a tal goiabeira na entrada da porteira. No caminho até a porteira, consigo ver a oficina mecânica do meu pai, uma espécie de estufa mas que está trancada desde que cheguei e uma casa antiga, de pedra e madeira, no alto de um morro. Há muito verde por aqui, flores e pés de frutas por todo o caminho. Pego uma goiaba no próprio pé, passo a porteira e encaro a descida de pedras que me levará diretamente ao cachoeirão. As pedras estão com um pouco de limo então tento descer com o máximo de cuidado que posso.

— Caraca — penso alto demais. Olho para a água e encaro vários peixinhos perto das pedras com musgo e pedaços de folha. Estou cercada por mato, árvores muito altas, plantas dos mais variados tipos e cores além de estar embalada por um cheiro de terra molhada e barulho de natureza — isso aqui é um paraíso particular, bem que Nara disse que eu ia gostar, quem em sã consciência não gostaria disso aqui?

Tiro algumas fotos do lugar para guardar como lembrança da primeira cachoeira de verdade que eu conheci e me acomodo em uma pedra lisa, uma das poucas que não está com limo e na sombra. Abro meu caderno em uma página específica

Coisas para fazer antes de ir para Manchester

1. Tomar um porre – check (obrigada Natal)

2. Cantar em um karaokê – check (obrigada Natal 2)

3. Conhecer uma cachoeira – check

4. Nadar pelada

5. Dormir sob o céu estrelado

6. Ter uma descoberta culinária (brasileira)

7. Criar memória musical – check (…)

8. Fazer uma tatuagem

9. Assistir o amanhecer em um lugar bonito

10. Assistir o pôr do sol em um lugar bonito

11. Beijar na virada do ano

12. Fazer uma trilha

13. Aprender a pilotar moto

14. Passar um tempo de qualidade com o meu pai

15. Fazer algo totalmente inédito

Risquei o 1, 2, 3 e 7 a memória musical… fecho meu olhos e posso lembrar de cada fucking tatuagem naquela pele macia ao som da versão acústica de Everlong.

Tem mais desejos que eu gostaria de realizar mas eu sei que eles beiram o impossível, então…

— Esqueça isso, Misha. Esqueça a Eris. Foque em sua viagem que você ganhará mais.

— Falando sozinha? — Uma voz soou atrás de mim, bem próxima de mim, próxima até demais — assistir o amanhecer? Você não me disse isso ontem…

— Isso aqui é pessoal — fecho o caderno o mais rápido que consigo enquanto percebo meu rosto ruborizar.

— Foi mal — Eris levanta as mãos para cima como quem está tentando se defender. Ela parece ainda mais alta quando a olho desse ângulo. Ela está sorrindo? Essas mudanças de humor ainda vão me matar — mas, não parecia ser algo tão pessoal assim enquanto me contava ontem.

— É diferente. Eu te contei — a encaro — Agora, você estava lendo meu caderno… — mas não termino minha fala, meus olhos focam em seus movimentos.

Ela tira a blusa, revelando seu biquíni de tecido preto, em um modelo cortininha como o meu. Fito suas tatuagens e, de novo, meus olhos param no desenho que começa em sua barriga, na reta do umbigo e acaba nas costas, é uma mulher e acho que é uma deusa. Qual a necessidade dessa barriga cheia de gominhos?

Ela me estende a mão enquanto para sob a pedra mais alta do poço.

— O que você quer? — pergunto.

— Veio à cachoeira e não vai dar nenhum pulo na água?

— Eu acho que isso é fundo — falo, já sabendo que escutarei alguma piadinha com minha altura.

Eris molha os lábios enquanto parece me analisar. 

— Choveu muito ontem, o poço está mais fundo e a correnteza forte, olhe — olho para o ponto que ela me sinaliza e posso ver as folhas das árvores sendo carregadas de forma rápida — mas pode entrar comigo se quiser.

— Por isso veio atrás de mim?

— Vai querer ou não entrar na água, carioca?

Ela se preocupou comigo? Olha, alguém tem um coração, não é só a cara amarrada. 

Tiro minha roupa, dobro-a e coloco sob a minha bolsa. Eris não tira os olhos dos meus enquanto tiro peça a peça, apenas foca em meus olhos, me estende a mão e me ajuda a descer.

A água é muito gelada e bem mais do que eu imaginei. Por algum motivo, neste lugar paradisíaco, no meio de uma mata, com o céu lindo desse jeito… a temperatura da água combinou muito bem.

Nós duas entramos na água. Eris me recomendou molhar primeiro os pulsos para que meu corpo se acostumasse com a temperatura, então eu apenas segui. Em algum momento meus pés não encontraram mais o chão e Eris percebeu. Ela me puxou sutilmente.

— Venha, pode se apoiar em mim — disse me oferecendo suas costas enquanto me olhava sob o ombro. 

Passo meus braços por seu pescoço e prendo-me a ela. Eris tem a pele macia mas seus músculos são rígidos e delineados, sinto um arrepio tomar meu corpo, desde os meus pés à base da minha cabeça, meus pelos, meus… tudo arrepia quando nossos corpos unem-se.

— Está tudo bem aí atrás? — ela pergunta.

— Uhum — bem demais pro meu gosto.

Eris tem o costume de passar o perfume dela na base de sua nuca. Todas as vezes que nos aproximamos consegui perceber a fragrância mais forte aqui, bem na base de seu cabelo curtinho. Quando dou por mim, estou grudada nela e sentindo seu aroma misturado ao cheirinho de protetor, shampoo e ela. É um cheiro dela.

— Se quiser saber o nome do meu perfume é só perguntar, fadinha — ela fala de um jeito jocoso.

— Não sei do que você está falando. Aonde estamos indo?

— Quero te mostrar um lugar, acho que você vai gostar — ela e esses lugares… Eris continua nos guiando, andando pela cachoeira até estarmos na metade do poço.

— Eris, não me solte, eu não dou pé aqui — olho para os lados e só consigo ver água.

— Pequenininha demais — solta em um sorriso, sei disso porque o timbre da voz dela muda, idiota — larga de ser medrosa, Misha.

— Eu estou falando sério — mas ela puxa minhas pernas e as enrosca em sua cintura, me travando. Agora eu estou totalmente grudada nela. Eris não chega a ser bruta, mas tem os toques firmes. 

— Está segura comigo, não vou te deixar cair, confie em mim — ela passa uma de suas mãos pelas minhas costas — palavra de escoteira — ela levanta a outra.

— Foi escoteira?

— Fui. E você deve ter feito balé, acertei?

— Como sabe que eu fiz balé?

— O jeito como você samba. Você demonstra muito passos clássicos sem nem perceber enquanto… dança.

Então ela prestou atenção em mim enquanto eu dançava?

— Fiz balé por muito anos e depois acabei entrando na dança de salão. Pelo menos lá não reclamam da minha altura.

— Eu nunca reclamei da sua altura, na real, eu adoro a sua altura, Misha.

— Você fala isso porque é enorme. Tem quanto?

— 1,81 m — como eu ia dizendo, muito alta. 

Assim que passamos por outra grande pedra, consigo enxergar o lugar que Eris queria me mostrar.

— Meu Deus, que coisa mais linda — a água cai de uma pedra muito alta formando um fio que lembra um véu de noiva e faz um barulho imenso.

— Esta é uma das três quedas da região.

Eris nos leva até ela, tomamos banho com a água que cai e em todo o momento ela não me deixa sozinha. Consigo aproveitar bastante. Vimos alguns girinos perto das pedras e mais outros peixinhos. 

Voltamos para onde estávamos inicialmente, Eris sobe primeiro e me estende o braço para que eu consiga subir mas acabo me apoiando em uma pedra com limo e escorrego. Eu me desequilibro por completo e caio em cima do meu próprio pé.

— MISHA — Eris pulou na água e me ergueu em seus braços — você está bem?

— Acho que machuquei meu pé — ela me pegou no colo.

Quando saímos da água, consegui ver o caminho que o sangue faz sob minha pele, do meu joelho ao meu tornozelo. Além do meu pé que está, levemente, virado para dentro.

Em um instante Eris estava com todos nossos pertences e me carregando no colo.

— Aonde está me levando? A casa é para o outro lado.

— Não estamos indo para casa, Misha, estamos indo para o hospital.

— Largue de ser alarmista, Eris, só foi um raladinho — mas olho para a minha perna que agora está mais ensanguentada que antes e o meu pé que continua virado — ok, vamos dar um rolê no pronto socorro. 

Não percebo o tempo passar da fazenda até o hospital, Eris fez o percurso basicamente na velocidade da luz.

Eris vestiu a camisa dela em mim porque a minha ficou perdida neste translado e me tirou do carro novamente no colo.

— Eris, está tudo bem — olho para o meu pé e vejo meu tornozelo mais inchado, talvez o dobro do tamanho real dele — olha, ele está assim meio feio mas eu consigo andar, Eris, pode me pôr no chão.

— Mas nem pensar — ela diz enquanto fecha a porta da picape com o pé — já te carreguei até agora, não custa carregar até a enfermaria — ela fala em um tom firme, mas não rude.

Por mais que seja uma cidade remota no interior do estado, o hospital da cidade é muito bem equipado, chega a ser surpreendente. Não percebi por qual porta entramos mas não foi pela recepção. Eris caminha comigo corredor a dentro até chegarmos em uma sala que parece ser uma enfermaria.

— Eris, não deveríamos passar na recepção? Estamos invadindo o hospital!

— Depois a gente faz isso — ela me coloca sob uma maca — antes preciso encontrar a responsável de hoje pelo setor de ortopedia.

Mas assim que estico meu pé sob o leito sinto doer tudo aquilo que não estava doendo até agora. Acabo soltando um grito enorme.

— Já vamos tirar a sua dor, você fez um ótimo trabalho até agora.

— Está fisgando muito, só isso — mas a dor só aumenta. 

— Preciso que você fique aqui, eu já volto — ela me olha com um olhar preocupado mas que de certa forma é doce e isso me passa segurança. É como se Eris soubesse, exatamente, o que fazer nessas horas de aflição.

Nossos olhares encontraram-se mais uma vez. Eris pega em meu rosto e passa seu polegar por toda a extensão da minha bochecha, parando rente ao meu queixo.

— Já volto com a médica.

— Que fuzuê é esse aqui? — alguém entrou de supetão na enfermaria, nos assustando. 

Encaro a dona da voz que entra na enfermaria. Ela está com um pijama cirúrgico vermelho escuro e um jaleco branco, aberto, por cima dele, um estetoscópio Littmann ao redor do pescoço, seu cabelo está preso em um coque um pouco frouxo e está com óculos de grau.

— Haru? — encaro o nome no bolso do jaleco branco

Dra. Haru Vauss

Médica

— Você é médica? — o que eu perdi aqui? — É a ortopedista?

— Oi, gatinha — ela abre um sorriso enorme mas, assim que olha o meu pé, muda a fisionomia — eu não sou ortopedista, estou mais para cardiologista.



Notas:



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