Amores de Sofia

CAP. 25 FLUXO AMOROSO

CAP. 25 FLUXO AMOROSO

A quinta-feira começou insana para Marina, uma das máquinas que veio da Noruega estava presa no porto de Santos, era uma máquina nova, a primeira que estaria aqui no Brasil, mas a Receita Federal não liberou a entrada, alegava que faltava algumas certificações e uma nota de um componente anexo. Estava com o caminhão parado no porto impossibilitado de retirar a máquina e levar até a Fazenda Cariri.

Falou com seu jurídico a respeito da nota e estava esperando a resposta da matriz na França, a filial da Noruega era sempre muito correta, entrou em contato com o responsável, pelo que ele informou, o código da nota estava errado, no Brasil, havia um código a mais, a nota foi refeita, e Marina decidiu ir até Santos, isso a impossibilitaria de ir almoçar com Sofia no Aquarela, resolveu ligar.

– Oi, meu amor, dormiu bem, tudo bem por aí?

– Oi, meu bem, dormi com saudades, por aqui tudo bem, na quinta e na sexta é mais corrido por causa do almoço, mas nossa mesa já está reservada.

– Meu amor, eu estou com um problema aqui no trabalho, uma das máquinas que serão instaladas na fazenda está presa no porto de Santos, a Receita Federal alega que a nota está empenhada de forma errada, já entrei em contato com a minha matriz e com a filial da Noruega, estamos refazendo a documentação e terei que ir pessoalmente fazer essa liberação, eu sinto muito desmarcar.

– Como você irá?

– Vou dirigindo mesmo com o Rodrigo um dos meus gerentes de logística e de lá ele acompanha a máquina até a fazenda, já entrei em contato com a Simone e o Luiz, eles estão esperando.

– Vai voltar sozinha?

– Santos é pertinho.

– O Carlão vai até nosso fornecedor de morangos orgânicos, ele fica no caminho de Santos, o que você acha dele levar vocês e trazer você de volta para cá, aí nós almoçamos, o que você me diz?

– Sofia, não é justo você colocar o Carlão pra ser meu motorista.

– Mas não é incômodo, só me diga que horas ele deve pegar você?

– Sofia, não quero atrapalhar a rotina do bar.

– Eu só quero saber qual o horário, ele vai adorar dar essa carona a você. Você pode deixar eu fazer essa gentileza para a minha namorada?

– Tudo bem, nós estaremos prontos daqui uma hora, é viável esse horário?

– Perfeitamente, Carlão vai no meu carro que é mais confortável para vocês, até daqui a pouco, vou esperar você para almoçarmos juntas, cheiro, meu bem.

– Cheiro, meu amor, até daqui a pouco.

Carlão estava pontualmente na entrada da Pegasus e Marina desceu com Ricardo, seu gerente, já tinha falado com Luiz e ele estava esperando na fazenda, as instalações da feira já tinham começado, a fazenda estava uma loucura, também já tinha entrado em contado com o motorista do caminhão sobre o empecilho da nota e ele estava esperando.

A viagem foi tranquila, a conversa era leve, Carlão não interpelou muito os dois, ainda havia problemas a serem resolvidos, chegaram ao porto um pouco atrasados, mas Marina levou toda a documentação que faltava, em alguns momentos, se sentiu uma pessoa famosa com a escolta de Carlão, depois da máquina liberada, entrou em contato com a Simone e disse que tudo tinha dado certo, era somente necessário a autorização da entrada na fazenda.

Na volta, Carlão realmente passou num fornecedor de morangos, saíram da estrada principal, pegaram uma parte de terra e chegaram a um cenário de filme, tudo verde e vermelho, na entrada uma senhora jovem ainda o esperava com as caixas preparadas.

– Seu Carlão, boa tarde, o pedido da senhorita Sofia já está separado, como sempre, escolhemos os nossos melhores morangos.

– Muito obrigada, Senhora Yoko, nós agradecemos a qualidade. Esta é a Marina, a namorada da Sofia.

– Bem-vinda menina Marina, é um prazer conhecer a namorada da Senhorita Sofia.

– O prazer é todo meu, senhora.

Senhora Yoko era filha de imigrantes japoneses, eles tinham vindo ainda na Segunda Guerra Mundial, começaram a plantação de morangos orgânicos e a fama se estendeu para a região toda. Quem havia conseguido o contrato tinha sido ida, como bons comerciantes orientais, tradições sempre eram mantidas, e, assim, Sofia conseguiu permanecer com o fornecimento.

Sofia ganhou um caixinha de morangos como boas-vindas e um suco de frutas vermelhas bem gelado com uma camada extra de chantilly, o que foi muito providencial, já que estava com fome.

O caminho de volta foi rápido, estavam fora do fluxo da rodovia, mas a pergunta que Carlão estava esperando na ida, foi feita exatamente na volta, foi uma pergunta que responderia muitas coisas e assim Marina a fez.

– Carlão, por que você não me conta a história toda?

Ele sabia que ela pediria isso, como se dizia antigamente, desfiou as contas detalhadamente, contou tudo que podia, contou tudo o que viu no período, falou sobre sofrimento, mas também falou sobre amor, sobre um amor tão insano que reverberava ainda hoje, amor de almas, falou sobre o sofrimento de Ida e sobre o sofrimento de Flora também, que era duplo, duplo porque tinha abandonado para proteger, mas Ida não sabia, achava que o abandono tinha sido porque o amor acabou.

– Sua mãe nunca se perdoou e nem sei se vai se perdoar, acho que é por isso que ainda vive essa história, talvez agora com todos compreendendo o que foi feito, amenize. Talvez, ela consiga seguir em frente e ela mesma possa se perdoar.

– Você acha que Ida poderia perdoar a minha mãe algum dia?

– Não só acho, como tenho certeza, mas faltou tempo e faltou menos orgulho, eu pensei várias vezes em falar com Ida, mas não cabia a mim, era uma história das duas, sua mãe foi muito clara, apenas quando seu avô morreu foi que ela decidiu pedir a separação do seu pai, naquele momento, ela começou uma reaproximação e voltou ao Brasil, mas Ida tinha orgulho demais, acho que o orgulho era do tamanho do amor, por isso não aceitou, acho que ela tinha medo. Depois veio a doença, acho que ela desistiu de viver. Infelizmente, não houve tempo.

Chegaram ao Aquarela bem tarde já, Sofia tinha beliscado um pãozinho, estava à espera de sua namorada que chegou faminta com a caixa de morangos orgânicos que havia ganhado de presente. A mesa já estava pronta esperando as duas e os pratos reservados, estavam quase finalizados pela chefe, Sofia também solicitou que um brownie fosse preparado, sua namorada adorava comê-lo com café.

– Oi, meu bem, deu tudo certo?

– Tudo certo, graças a Deus, conseguimos a liberação da máquina e ela já deve estar chegando à Fazenda Cariri, meu gerente foi acompanhar a entrega, já falei com Simone e Luiz também. Muito obrigada pela ajuda, meu amor, ela foi providencial.

– Sempre às ordens, vamos comer? Nossos pratos serão servidos já, espero que goste, eu pedi um filé na manteiga com alecrim, batata ao murro e de entrada uma salada maravilhosa.

– Estou faminta, podemos conversar também sobre uma questão, uma pequeníssima questão.

Os pratos estavam lindos, como sempre, ter uma chefe estrelada na cozinha do Aquarela era uma exigência de Ida, e Sofia fez questão de manter, ter encontrado Pauline recém-chegada de Paris e traumatizada havia sido um excelente negócio, o bar ganhou vários prêmios com a sua chegada.

O almoço foi feliz e saboroso, as duas estavam cada vez mais conectadas e Sofia estava realmente apaixonada, era visível, quando o brownie foi servido com café, Marina quase ajoelhou de felicidade, junto com o bolinho uma bola de sorvete de creme com hortelã, o sorvete havia sido feito e inventado por Pauline e o bar patenteou. Assim como as casquinhas, que eram um tipo de waffle, sempre alguém entrava no bar e pedia apenas o sorvete, era sabor único, apenas uma opção, que vendia tanto quanto os chopes.

– Meu bem, quero falar uma coisa com você.

– Aconteceu alguma coisa?

– Na conversa que eu tive com o Dom e a mamãe, além da questão da história dos meus pais, eles também me falaram sobre um grande contrato que chegou ao escritório. Será de um grupo de museus europeus que vai percorrer a América do Sul com uma exposição de arte itinerante, cada país também terá seu artista residente, mas essa exposição chega com quatro artistas fixos, uma dessas artista é a minha ex.

– Sua ex egoísta e tóxica?

– Ela mesma, Lis Marie, aparentemente, segundo Dom, ela alcançou uma fama substancial depois da curadoria com o artista alemão, o nome dela está bem falado pelos museus de arte moderna europeus, ela trabalha com instalações de grande porte.

– Quanto tempo ela deve ficar por aqui?

– Eu não sei bem, mas a exposição fica aqui seis meses, ela deve chegar junto com o material para acompanhar a montagem, talvez uns 8 meses no total.

– E como você está se sentindo?

– Eu estou muito bem e muito bem acompanhada, apaixonada, namorando uma dona de bar sensacional, linda e cheirosa, estilosa que só vendo, que vem me mimando com comida esses dias que nem sei o que dizer.

– Marina, eu estou falando sério!

– Eu também, eu estou ótima e superfeliz.

– Eu quero saber como você está em relação à sua ex?

– Sofia, a minha ex é ex, eu não sinto mais nada por ela há tempos, todo o meu amor foi direcionado para você durante meses, por favor, não se preocupe com ela, ela não é mais importante.

– Eu sei que ela não é mais importante e eu fico muito feliz com isso, mas não me preocupar com essa vampira francesa, aí você está querendo demais, quando ela chega?

– Eu não sei e nem quero saber, vamos deixar isso de lado que tenho uma informação sigilosa para você, quer saber?

– Informação sigilosa? Fofoca?

– Jamais farei fofoca da minha mãe, mas ela e Simone ficaram na viagem que fizeram e dra. Flora ficou bem balançada, mas ainda não aceitou esse sentimento novo, eu acredito que ela pensa que vai trair sua tia se deixar essa paixão prosperar.

– Sua mãe precisa viver, Marina, todas as vezes que essa história vem à tona, eu lembro do sofrimento que vi nos olhos da minha tia, eu nunca entendia isso, só depois é que compreendi, ela precisa abrir o coração dela novamente.

– Eu acho que isso será um processo, agora ela está processando, depois ela vai aceitar, eu só espero que Simone ainda esteja disponível para viver isso com ela novamente.

– Vai ter que voltar para o trabalho? Já são quase 18!

– Hoje não mais, mas amanhã tenho que estar cedo no escritório, que horas você pretende sair daqui hoje?

– Só consigo sair lá pelas 21h.

– Que tal ir dormir lá em casa? Você conhece, mas não dormiu, o que você me diz?

– Eu não vou atrapalhar seu sono, você deve estar cansada.

– Atrapalhar meu sono? Num ótimo sentido, não é?

Marina se aproximou de Sofia e a beijou, podia beijar ali no bar, na frente de todo mundo? Podia sim! Foi um beijo gelado cheio de gosto de chocolate, misturado com café e hortelã, uma delícia.

– Tudo bem, eu vou sim, eu chego antes das 22h ok?

– Combinadíssimo, eu vou indo, obrigada pelo almoço, pela sobremesa, pelo café, pelo sorvete e pelo beijo, eu espero você lá em casa antes das 22h.

Flora havia pedido a sessão extra, porque estava se sentindo sufocada, precisava desabafar, não que a terapia não fizesse efeito, pelo contrário, mas existiam coisas que ainda tinham que ser cuspidas, Flora só não sabia onde.

Chegou pontualmente, como sempre, Lia era uma psiquiatra austera, por volta dos 60 anos, muito bem recomendada, desde que havia voltado para o Brasil, fora a Dra. Lia que começou a libertá-la das amarras do passado.

A conversa começou de forma unilateral, como sempre, Lia indagava raramente e a interrompia, depois dos primeiros 30 minutos, veio a primeira pergunta:

– A única pessoa que continua punindo você, Flora, é você mesma, está na hora de parar, de dar um basta nisso, até quando você vai viver dessa forma? São perguntas retóricas, que somente você pode responder, mas o passado não volta mais.

Flora compreendeu o recado, já sabia que estava passando do tempo, que não poderia mais postergar essas resoluções, acalmar o peito, colocar Ida e aquele amor em um lugar especial, seguir, só precisava ter esse conhecimento.

– Flora, já passou pela sua cabeça que essa sua inquietação toda pode ser porque você pode estar apaixonada pela Simone?

– Apaixonada? Não sei se essa seria a palavra correta, doutora.

– Durante a sessão inteira, Simone foi o nome que você mais falou, você está tão fechada, que nem percebe o que está sentindo, você precisa abrir os olhos.

Flora saiu pensativa da sessão, resolveu ir pra casa, revisar os dois contratos dos cavalos e arrumar uma bolsa de viagem, iria enfrentar a fera na sexta à noite. Todavia, achou de bom tom enviar uma mensagem de texto, não queria chegar de surpresa.

Oi Simone, boa noite, eu terminei os dois contratos, falta você dar uma olhada e assinar. Eu vou à fazenda amanhã, espero que não se importe e que não esteja chateada ainda comigo, gostaria também de conversar. Eu sei que haverá um evento nas redondezas, falei com Bené para reservar um chalé, mas ela me disse que todos estariam ocupados, aceitei ficar em um quarto de hóspedes na casa de vocês, espero realmente que não se importe.”

Flora esperou, mas a resposta não veio de imediato, resolveu ir arrumar a bolsa que levaria, organizou também uma pequena bolsa de trabalho, viu o que tinha na geladeira e esquentou um resto de almoço que havia guardado, nada de espetacular, pelo menos não acordaria com dor de cabeça, amanhã iria tomar café na sua padaria predileta, também acordaria para a academia, iria se cuidar, se por dentro estava uma bagunça, por fora apresentar-se-ia de forma impecável.

Por volta de 22h e 15, o interfone de Marina tocou avisando sobre a entrada de um Jeep Land Rover em sua outra vaga e que foi prontamente autorizada. Sofia estava exausta, o Aquarela em dia de almoço era insano, o movimento triplicava, já vivia escutando de Carlão que contratar um gerente era o ideal, mas teimava em estar à frente de tudo.

Quanto tocou a campainha, a porta foi aberta imediatamente, encontrou sua francesinha de pijama confortável, fazia um pouco de frio na cidade, muito cheirosa como sempre, Sofia entrou com o jantar, a massa que Marina havia comido numa das primeiras vezes em que estiveram juntas no bar, feita por Pauline, a mesa estava posta com um pão artesanal multigrãos que Maria comprara na padaria que Flora tanto amava, resolveu passar lá para trazer coisas gostosas para o café da manhã também.

– Oi, meu bem!

– Oi, meu amor, você está tão cheirosa que estou sentindo o cheiro daqui da porta.

Sofia entrou e cheirou Marina antes de beijá-la, queria um banho antes de tudo, entrou o jantar muitíssimo bem embalado e perguntou se podia tomar um banho rapidinho antes de jantar.

– No banheiro, já tem a toalha e eu coloquei um pijama maior que eu tenho que sei que dará em você, enquanto isso preparo nossa mesa. Vai lá que já estou com saudades.

Sofia foi e voltou rápido como havia prometido, Marina tinha terminado de colocar a mesa, estava de costas na ilha da cozinha, enquanto Sofia se aproximou e chegou perto dela cheirando a nuca.

Marina estava com um coque desarrumado, o cabelo estava mais solto do que preso, concentrada, só sentiu a presença de Sofia quando as mãos da dona do bar a cercaram por trás.

Sofia desceu as mãos pelos seios de Marina, enquanto sua boca dava leves mordidas na nuca nua, sentiu a pele de sua namorada se arrepiar na mesma hora.

– Meu bem, se você continuar com isso, não jantaremos agora.

Sofia continuou e pegou Marina de frente num beijo cheio de amor, lento, molhado e doce, tão doce quanto o brownie que elas adoravam, colocou as mãos por dentro da blusa do pijama e começou a acariciar os seios, levantou Marina pelas coxas e a sentou em cima da ilha na cozinha tendo o cuidado pra não derramar nada.

– Você está me deixando muito molhada e praticamente não fez tantas coisas assim.

– Hum, você está molhada, deixa eu ver!?

Sofia afastou delicadamente a calcinha de Marina e raspou o dedo para sentir o desejo que molhou sua mão.

– Isso tudo é pra mim, meu amor?

– Tudo pra você!

Os beijos se tornaram mais intensos e a blusa do pijama de Marina foi tirada, Sofia beijou os seios excitados e duros, um por um, demorou o tanto que quis, até Marina pedir por mais, quase implorar, somente depois sentiu os dedos de sua namorada a torturando, sua calcinha foi delicadamente colocada de lado e ali, ao sentir como estava molhada, Sofia a fez sua.

Primeiro colocou um dedo devagar pra sentir o quanto poderia torturar sua francesinha, tirava e colocava sem deixar Marina se prolongar no prazer, quando ouviu um gemido que implorava pela continuação, resolveu colocar dois dedos bem devagar.

– Se eu estiver machucando você, por favor, me avise.

– Não está continua, não para.

E Sofia sorriu, enquanto beijava a boca de Marina, colocou mais pressão, e quanto mais pressão, mais molhada ela ficava, sentiu seus dedos serem apertados e quando aumentou o ritmo, já que Marina estava muito molhada, não parou mais, pediu para que ela gozasse gostoso, do jeitinho que ela era, uma gostosa.

Sofia sentiu sua calcinha ficar completamente molhada, se Marina pelo menos a tocasse ela também gozaria de tão excitada que estava, era uma sensação incrível, sentiu-se poderosa com aquela mulher vibrando na sua mão, toda aberta para ela, além do corpo, o coração, e Sofia sentiu quando estava próximo, sentiu o corpo de Marina tremulando, se contorcendo e ela segurando, como quem segura e prende o amor para que ele não escape, quando Marina gozou , Sofia riu porque conseguiu gozar também e se alguém , algum dia, lhe dissesse isso, ela jamais poderia sequer acreditar, mas gozou, foi um dos melhores momentos da vida dela, retirou os dedos devagar, viu o quanto ela estava sensível, mas achou o ponto de prazer facilmente, inchado, pulsando, escorrendo e resolveu colocar a boca, se apropriar, e o coração de Marina quase sai do peito.

– Sofia, você vai me matar…

A língua percorria todo o ponto de prazer, Sofia queria sentir o gosto do prazer que deu a Marina, até que permaneceu no ponto que estava sensível, mas queria ouvir a mulher por quem estava apaixonada gozar de novo e começou com lambidas vagarosas, sentiu todo o gosto do prazer, foi de baixo para cima, de cima para baixo, até perceber que a sensibilidade havia diminuído, depois arrancou de Marina um prazer delicioso, as pernas tentaram se fechar, mas Sofia a segurou, a pegou novamente para si e sugou até a última gosta de prazer, sua francesinha era deliciosa.

-Eu não tenho condições nem de me mexer.

– Eu estava com tesão em você, muito tesão, tesão demais, vem cá meu amor, vem aqui.

E Sofia a pegou e a abraçou e sussurrou no ouvido dela, como nunca tinha feito:

– Eu estou muito apaixonada por você, tão apaixonada que estou em pânico porque sua ex tóxica e mentirosa está vindo para este país e eu tenho medo de você querer voltar pra ela.

Marina ouviu e, pela primeira vez, desde o início, percebeu que Sofia a queria tanto quanto ela a queria e ficou tão feliz que chorou agarrada na sua empresária. Estava sensível com o prazer duplo e estava sensível com o medo de Sofia, chorou e foi amparada, agarrada, cheirada, beijada.

Depois do choro, se declarou mais uma vez para Sofia, falou das idas ao bar, do charme que Sofia jogava pra ela sem nem mesmo imaginar e ela ficava toda apaixonada e falou de amor, um amor cheio de nervosismo e acalmou Sofia, depois que ela mesma se acalmou, depois de recuperada e com as pernas quase perfeitas, sua namorada a ajudou a descer da ilha e foram esquentar novamente o jantar e o pão.

O jantar foi leve e cheio de carícias, de mãos que se pegavam vez ou outra, resolveram abrir um vinho tinto, comeram, conversaram e fizeram planos, planos para sábado, e para domingo, colocaram a louça na máquina e foram dormir, o dia tinha sido cheio, Sofia deitou a cabeço no peito de Marina e ali adormeceu, a francesinha não estava acreditando que tudo estava dando certo, que tinha conseguido aquela mulher por quem esperou meses, dormiu no céu.

Se Marinha havia tido um fim de noite espetacular, Sofia amanheceu com o corpo de sua namorada em cima do seu, cheio de cheiros e mãos que percorriam lugares que a deixaram excitada logo de manhã.

– Meu amor, bom dia, você está me testando logo pela manhã?

– Meu bem, fique quietinha…

E Sofia ficou e o amor veio com o nascer do sol, Marina a beijou em lugares excitantes demais, gostosos demais, até tirar o short do pijama e encontrar sua namorada pronta, molhada demais, gostosa demais.

Marina quis devolver todo o prazer e a tortura a qual foi submetida na noite anterior, e judiou Sofia, até sua namorada implorar pelo prazer que já estava quase feito de tanto que foi torturada, a língua de Marina permaneceu naquele ponto de prazer e ela sentiu o desejo escorrendo pelos lábios, deu o prazer que Sofia merecia e ouvir aqueles gemidos cheios de tesão logo de manhã a deixaram faminta.

As duas tomaram banho juntas, cheias de beijos e de um prazer que ainda escorria pelo corpo das duas, Marina vestiu um roupão, enquanto Sofia fazia manha pra levantar de vez da cama, pegou uma blusa de Marina e foi ajudar sua namorada no café, estava faminta.

Flora correu uma hora na esteira, estava exausta e a cabeça vazia, a fome também havia chegado, foi em direção ao banheiro e, antes do banho, resolveu olhar o celular, a mensagem que havia enviado a Simone ainda não fora respondida, isso não a faria desistir da viagem, sabia que ela não poderia se ausentar da fazendo devido às arrumações da feira, a própria Bené tinha dito que a fazenda estava repleta de gente trabalhando, duvidava que Simone fosse sair no meio disso tudo.

Tomou banho, vestiu-se impecavelmente, pegou a bolsa de viagem a pasta com os contratos e foi em direção à sua padaria para tomar um café reforçado, queria sair mais cedo e não sairia para almoçar.

E assim o fez, tomou café reforçado, pegou uns lanches para levar e trabalhou de forma impecável, finalizou todo o horário do expediente e às 13h estava livre e se despedindo do filho, que ficou extremamente feliz com a notícia de que a mãe estaria indo atrás de Simone.

Resolveu não levantar essa questão com Dom, mandou mensagem para Bené perguntando se podia almoçar no café, sairia mais cedo e chegaria mais cedo.

Venha, Flora, estamos esperando.”

Flora foi, devagar, pensando na vida, no amor e em Ida, pediu mais uma vez desculpas por tudo, e se despediu, chorou um pouco, disse que a amaria por toda a sua vida, mas que agora precisava seguir, chorou mais algumas vezes lembrando da primeira vez das duas, daquele amor louco que surgiu, dos sonhos, dos planos e do abandono, mas agora era hora de prosseguir, de seguir e assim, depois de quase duas horas, Flora Holanda, advogada, dona de si e mãe de quatro filhos incríveis, estacionou na frente do café de Bené que já a esperava.

Foi recebida com um abraço apertado de Bené, estava faminta, a mesa estava posta, aliás a única disponível, Bené pediu desculpas por ser no balcão, mas o fluxo de cliente estava intenso demais, não tinha problema, Flora almoçou, pediu uma cerveja bem gelada, comeu o bolo de coco com chocolate e perguntou por Simone, Bené disse que havia um carrinho esperando para leva-la até Simone.

– Ela sabe que estou aqui, Bené?

– Ela sabe que você chega hoje, mas acho que imagina que seria só mais tarde, vá lá, tem um gavião rondando Simone, vá lá pegue o que é seu.

Flora foi, percorreu o local da feira, viu o motorista usando o rádio para saber exatamente onde ela estava e, depois de 10 minutos, Flora a viu e o coração errou no peito. Ela estava de chapéu, calça jeans e uma blusa de linho branca com uma bota pra lá de sexy, Flora percebeu que foi vista, quando o carrinho parou Simone já estava em sua direção, deixando o gavião que Bené tinha lhe dito à deriva.

– Boa tarde, Dra. Flora, a que devo a honra?

Flora desceu do carro, olhou ao redor, viu que a mulher estava olhando as duas e resolveu fazer uma coisa que teve vontade assim que viu Simone naquele cenário, a agarrou e deu um beijo, de surpresa, mas, em nenhum momento, Simone não quis o beijo, foi um beijaço e quando as duas se separaram, Flora disse:

– Estou demarcando território, desculpa por aquilo, eu quero tentar, quero muito.



Notas:



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