Amores de Sofia

11. O DESENCONTRO

O amanhecer de domingo foi cheio de ressaca sentimental para Sofia, sequer cogitou a possibilidade de subir na esteira e fazer sua corrida matinal, sabia que teria que ligar para os pais e que eles perceberiam seu semblante cheio de dúvidas e sofrimento.

Sofia sofria pela tia, sofria porque sabia que ela havia sofrido demais e estava cansada, os últimos tempos a pegaram de jeito, uma morte cheia de dor e saudade, um relacionamento fracassado cheio de violência e cobrança, e, de repente, veio, Marina.

Marina era doce, em todos os sentidos, era gentil, aquela pessoa que era fácil de ser amada, era paciente, esperou por Sofia um bom tempo, isso lhe dava a dimensão do quanto ela valia a pena, num período em que todos têm pressa, ela teve calma. Descobrir que ela era filha de Flora Holanda trouxe um impacto para a relação das duas que Sofia ainda não dimensionava, estava digerindo a informação amarga, havia fel entre as duas, mesmo ele não vindo de ambas, e esse fel importunador iria atrapalhar, quer dizer, já estava atrapalhando e atrapalhando muito.

Mandou uma mensagem para os pais dizendo que iria ligar somente no final da manhã, tomou um banho, fez um café espresso na máquina e colocou uma roupa toda preta de corrida, iria ao Ibirapuera, atrás do ar que estava lhe faltando desde sábado à tarde.

Quando chegou ao parque, sentou em um dos bancos e ficou olhando o movimento e pensando como o destino era traiçoeiro, apesar de ser uma palavra masculina, Sofia tinha plena convicção que se ele fosse personalizado, seria uma mulher, uma das mais lindas do mundo e uma das mais vingativas também, apesar de todas as voltas que, por ventura, ele possa dar, o destino age como se fosse uma mulher.

Não que as mulheres sejam más, contudo são diferentes dos homens, carregam consigo sentimentos que os homens perdem pelo caminho da vida, como a gratidão, mulheres são mais gratas, mais fortes, mais imponentes, definitivamente, o destino era uma mulher, assim como a morte e a vida.

Levantou do banco e começou a correr, como quem foge do amor, os pensamentos rodopiavam na cabeça de Sofia, avisando que não importava o quanto ela mesma corresse, eles permaneceriam ali, correu até perder o ar.

Quando decidiu parar, ajoelhou e, dessa vez, Sofia chorou, um choro silencioso, cheio de dor e saudade da Tia, sabia que Ida tinha algo dentro de si e que nunca fora curado, o câncer foi a resposta da dor, e Sofia sentiu raiva, uma raiva enorme de Flora, imaginou que ela devia ter sido feliz e que a relação ou a possível relação dela com Marina tinha uma probabilidade muito grande de não dar certo, não saberia conviver com a mulher que fez tanto mal para a sua tia, aquela que causou tanta dor, tanto sofrimento.

Duas mulheres que vinham no caminho oposto de Sofia a viram agachada e soluçando, resolveram parar e oferecer ajuda.

– Oi!? Tudo bem? Você está precisando de alguma coisa? Está passando bem?

Sofia levantou a cabeça e sentiu um pouco de tontura, devia ser fome, a última refeição tinha sido na hora do almoço de sábado e só havia tomado um café, quase se desequilibrou e foi amparada pelas duas jovens mulheres. Sofia as olhou, eram bonitas, vivas, deram um sorriso terno e ela respondeu:

– Eu acho que devo estar com fome, estou um pouco tonta.

– Acreditamos na fome, mas as lágrimas são dela também?

Sofia deu um leve sorriso e enxugou o rosto, achou as mulheres gentis e se sentiu amparada pelo ato de preocupação.

– As lágrimas não são por causa da fome, são por causa da vida mesmo.

– Eu sei que a vida, às vezes, não é justa, mas ela é incrível. E eu acho que ela é a coisa mais importante do mundo, junto com o amor, lógico, eu me chamo Iolanda e esta é a Maria, o amor da minha vida, e você, como se chama?

Sofia deu um leve sorriso e pensou mais uma vez no destino, tanta gente para parar e ajudá-la, vem quem? Duas mulheres que se amam, definitivamente, o destino era uma mulher, uma puta mulher, no sentido metafórico da expressão.

– Me chamo Sofia, muito prazer, meninas.

– O prazer é todo nosso, estamos indo tomar café numa padaria orgânica aqui perto que tem o melhor pão italiano artesanal e um dos melhores bolos de chocolate que você pode comer na vida, por que não nos acompanha e conversamos sobre a vida, aquela que está fazendo suas lágrimas caírem?

Sofia olhou para as duas mulheres, elas pareciam tão felizes, tão apaixonadas, tinham um sorriso largo, daqueles que mostram que a pessoa é muito de bem com a vida, estavam de mãos dadas, eram muito bonitas, Iolanda era mais alta, a outra era menor, parecia ser mais doce, enquanto a outra tinha em si uma valentia nata. Sofia olhou para as duas e aceitou o convite, simplesmente aceitou, logo ela, tão certinha e que planejava tudo, sair com duas desconhecidas, depois de ter ido para a cama pela primeira vez com uma mulher, depois de descobri que essa mulher era filha da mulher que destruiu sua tia, depois de ser mal educada e sair da casa de pessoas que estava conhecendo pela primeira vez, tomar café com duas desconhecidas numa padaria orgânica, não era algo tão problemático assim, simplesmente foi.

A padaria era realmente linda, tinha aquele ar de família, de encontro, estava quase completamente cheia, eram os remanescentes do café, já que estava quase na hora do almoço. Tinham amigos, casais jovens, famílias com cachorros e sem cachorros, resolveram ficar na parte de dentro e quando Iolanda entrou foi cumprimentada pelo senhor que estava organizando o balcão.

– Bom dia, senhor Gerardo, que movimento hoje por aqui, heim?

– Bom dia, menina Iolanda, graças a Deus; bom dia, Maria, e você, moça bonita, quem é?

– Sofia, muito prazer!

– O prazer é todo meu, se entrou na minha padaria com a Dra. Iolanda, é tão importante quanto ela, a casa é sua.

– Seu Gerardo, não babe assim a minha mulher, ela vai ficar mais cheia de si do que já é, assim o senhor dificulta a minha vida.

– Dra? O que você faz, Iolanda?

– Sou médica, Sofia.

– Não é qualquer médica, menina Sofia, ela salvou meu neto Vicenzo, o menino estava quase morrendo e a Dra. aqui, fez meu ele renascer, temos um bolo aqui de chocolate, o bolo IoIo, em homenagem a esta doutora, aliás já vou separar três generosos pedaços, antes que termine. Se me dão licença, meninas, fiquem à vontade, a mesa de vocês já está mais do que pronta. Seu Gerardo saiu beijando a mão das três mulheres e já mandou separar o resto do bolo.

– Agora você já sabe, Sofia, porque a Iolanda é assim, cheia de si, tá vendo aí, né?

Depois dos pedidos feitos, Iolanda perguntou a Sofia sobre si, a administradora ponderou o quanto poderia contar da vida e sobre o que estava vivendo. Uma vez tinha lido em um livro qualquer que os desconhecidos são mais acolhedores e receptivos com histórias de outros desconhecidos, que era mais fácil uma pessoa vomitar tudo que está sentindo para um estranho numa fila qualquer ou ao lado de alguém numa poltrona de avião.

Sofia olhou as duas mulheres apaixonadas e resolveu se abrir, contou tudo, pelo menos tudo que podia contar sem expor muito a tia e a história que pouco sabia e chegou em Marina, quando percebeu estava falando de forma apaixonada , enquanto as duas mulheres ouviam tudo atentamente, praticamente sem piscar, curiosas com o possível desfecho.

Os três pedaços de bolos chegaram, e Sofia perguntou:

– Então, o que vocês acham?

– Nós achamos que você está apaixonada pela Marina, mas que ainda não se deu conta porque vestiu a dor da sua tia. Olha, Sofia, essa história do câncer da sua tia, dessa dor que ela carregou durante anos, pode ter algo a ver sim. Existem pesquisas na medicina que revelam as alterações hormonais que o corpo sofre devido a sofrimentos latentes, a angústias, a dores da alma mal curadas, nosso corpo sente tudo, eu conheço você muito pouco, aliás, acabamos de nos conhecer, mas não carregue a dor da sua tia, não negue uma possibilidade de ser feliz, felicidade é raro, é um luxo, pouca gente consegue reconhecer esse sentimento único, não se negue isso, ela pode não dar outra chance a você.

– E você, Maria? O que acha?

– Eu acho que a Iolanda tem razão, um dia nós contamos a você nossa história, eu fechei a porta na cara da felicidade por muitos anos, eu e Iolanda nos conhecemos na escola, no ensino médio, eu carregava um conjunto de preconceitos, eu e minha família. Durante anos, fiz Iolanda sofrer e a mim mesma, ser feliz, de certa forma, também é ser um pouco egoísta. Você me disse que sua tia lhe amava muito, se ela fosse viva e soubesse desse sentimento todo que você carrega, da mulher incrível que Marina parece ser, você realmente acredita que ela ia lhe impedir de vocês ficarem juntas?

– Provavelmente não.

– Não sinta essa dor, Sofia, ela não é sua, abrace a felicidade, mas, antes disso, eu acredito que você precisa resolver coisas suas, a gente só pode ser feliz com outra pessoa, quando a gente consegue ser feliz sozinha.

A conversa das três aconteceu de forma muito natural, madura e amigável. Sofia adorou as duas, soube um pouco mais quem elas eram, disse um pouco mais de si e as convidou para conhecer o Aquarela, elas iriam adorar, trocaram números de telefone já deixaram um encontro marcado para a próxima sexta, quem sabe elas não conheceriam Marina, já que a mesa de sexta era cativa.

Despediram-se e Sofia disse que pediria um carro de aplicativo, agradeceu as duas, confirmou que elas tinham tornado o dia dela especial e pensaria sobre tudo, resolveu caminhar um pouco mais pelo bairro e ir a uma sorveteria que sabia que tinha por ali, terminaria o dia com um sorvete, ia esfriar a cabeça, a alma e o coração, quem sabe assim pensasse melhor.

Os cabelos que caíam sobre o rosto de Marina foram imediatamente afastados pelas mãos pequeninas de Ella, a menina olhava para o semblante da tia que ainda teimava em permanecer com os olhos fechados. Marina demorou a dormir, ficou correndo na cama, sem entender absolutamente nada do que havia ocorrido, sabia que Dominique não havia feito nada e também sabia que aquele comportamento de Sofia anunciava que algo grave havia ocorrido, ela só não conseguia entender o quê. Não conseguia parar de olhar pra ela, mesmo estando com a sobrinha, Marina observou aquela sua paixão ser laudeada pelo irmão mais velho, Dominique era um perfeito cavalheiro, não viu o telefone de Sofia tocar, apenas a viu pegando o aparelho duas vezes rapidamente e depois da segunda vez, fugiu, literalmente fugiu.

Marina resolveu abrir os olhos, já havia despertado, as mãozinhas de Ella anunciaram o amor de domingo e a voz baixinha dizia que Dominique já tinha entrado no quarto para chamá-las para o famoso café na padaria.

– Oi meu amor, bom dia, deixei você dormir?

– Você ronca, Tia, papai que disse quando entrou aqui no quarto. O que é ronca, Tia?

Marina soltou um sorriso largo, as duas últimas manhãs definitivamente tinham sido especiais, na anterior, fora acordada por um olhar marrom, cheio de doçura e desejo e fez amor com uma mulher incrível, agora havia sido acordada por outra pequenina mulher incrível, sua sobrinha cheia de amor, aqueles olhos de boneca, grandes e espertos, olhos sobreviventes, insistentes, eloquentes.

– Eu não ronco, meu amor, isso é coisa do seu pai para me aperrear. Marina agarrou a sobrinha e a encheu de beijos, aquele cheirinho de criança era gostoso demais, Ella gargalhava, dizia que os beijos da tia faziam cócegas.

Fora essa a cena vista por Dominique ao entrar no quarto da filha, duas de suas mulheres amadas, agarradas e trocando beijos, o afeto estava no ar, ficou parado na porta, observando, estava chique, como sempre, tinha um sorriso no rosto.

– Bom dia, meus amores, já estamos esperando prontos, arrumados e famintos, faltam as duas princesas.

– Bom dia, Dom, já vamos levantar e pode deixar que eu mesma arrumo essa pequena aqui e também dou banho, você está lindíssimo, como sempre.

Dominique estava todo monocromático, de azul, vestido com uma bermuda de linho azul claro e uma camisa de botão e manga curta azul mais escura e uma sandália de couro salmão, os cabelos muito bem arrumados e partidos de lado, estava molhados, o irmão mais velho de Marina tinha um charme e uma altivez inerente a ele, muitos diziam que ele era a versão masculina de Flora Holanda, e Marina concordava com isso.

O banho foi mágico, Marina se energizou, mas não deixou de pensar em Sofia, antes de entrar no banheiro viu que ela tinha acessado o aplicativo de mensagens, mas não tinha sequer dado o trabalho de visualizar e responder suas mensagens, ficou magoada e decidiu cuidar da sobrinha e de si um pouco.

As duas desceram depois de meia hora, agarradas, Marina era madrinha de Ella e acompanhou todo o sofrimento do irmão e da cunhada quando a pequena nasceu e teve que ir para a UTI neonatal.

Foram dias de luta, resignação, aflição e fé, fé na ciência e em um Deus que Marina mantinha sempre perto de si e da família e, no final das contas, Ella sobreviveu e só trouxe mais amor para aquela família linda.

Abraçou o irmão e agradeceu por tudo e também pediu desculpa pelo mau humor e pelo atrevimento, agradeceu a cunhada que observava tudo e sorria e os quatro saíram de mãos dadas, cheios de amor.

A Julice Boulangerie era uma padaria que tinha um dos melhores pães artesanais de São Paulo e era frequentada há muito tempo pelos irmãos, na verdade, fora Flora que os apresentou, ali era fabricada uma geleia que Flora adorava, a de morango, e a paixão se estendeu para a família inteira.

Era para lá que Marina queria levar Sofia para tomar café da manhã, mas tudo dera errado. Quando entraram na boulangerie, Flora Holanda já estava sentada, tão altiva e elegante, como os filhos e a neta. Usava um chapéu Panamá legítimo, uma túnica de linho branca e, nos pés, uma rasteira com pedrarias, acenou e os filhos a viram e soltaram um sorriso cheio de amor, enquanto Ella correu para a avó.

O abraço foi apetado e demorado, Flora encheu a neta de beijos e apertos: “Ai, vovó!”, todos riram.

– Oi , meu amor! Que saudade a vovó estava de você, seu pai está se comportando?

– Mais ou menos, tia Marina dormiu lá em casa e ela chorou, mas o papai disse que a culpa não tinha sido dele, não é pai?

– Ellaaaaa, o que você tem de pequena, sua boca tem de grande, meu amor, sua tia não chorou por minha causa, pare com isso, eu jamais faria as mulheres da minha vida chorar.

Flora olhou com altivez para a filha e a abraçou, abraçou apertado, a cheirou como se ela ainda fosse pequena e disse que a amava, que não sabia o motivo do choro, mas que tudo iria terminar bem e que se a filha precisasse de alguma coisa, ela estaria ali, a qualquer hora e a qualquer momento.

– Obrigada, mãe. Não quero falar sobre isso agora, já estou bem e vou ficar melhor, acredito que tudo tenha sido um mal entendido e que mais cedo ou mais tarde, as coisas vão se resolver.

– Espero que ela valha a pena e que você não sofra à toa.

– Ela vale sim, tenho certeza disso, espero que em breve você possa conhecê-la, mas agora por que não tomamos nosso café em família e nos amamos publicamente, já que seu filho mais velho é um carente nato, tenho muita pena da filha dele e da esposa.

Dominique abraçou a irmã e beijou a mãe, amava as suas mulheres e deixava isso claro para quem quer que fosse, inclusive para o pai, que, outrora, fez a mãe sofrer e, em muitos momentos, Dominique interveio e quase chegou às vias de fato com o pai, sendo segurado por Flora na época em que moravam em Paris.

Flora havia viajado para Porto Alegre, o escritório que tinha aberto com o filho era um sucesso, no Brasil, esse tipo de serviço ainda não tinha se popularizado, então, eles eram pioneiros em Direito Artístico, além da representação jurídica da marca Gucci, mãe e filho conseguiram representantes e clientes importantes, entre eles o Masp, alguns colecionadores particulares que emprestavam as obras para as exposições itinerantes e o mais novo contrato era sobre dez artistas modernos que ocupavam um galpão moderno na capital sulista e eram promissores.

A conversa fluía de forma natural, o serviço da padaria era excelente, os pães tinham uma fermentação natural, as geleias também eram produzidas de forma artesanal e o cheiro de café moído na hora invadia o espaço, era uma forma de aquecer o coração de Marina, ela olhava o ambiente e adorava o que via, lembrou-se de Paris, daquele ar de boemia dominical despreocupado, em que as pessoas permaneciam nas mesas dos cafés sem tempo e sem hora, tomando um espresso atrás do outro, conversando, lendo, vivendo.

Lembrou que fazia tempo em que ela mesma não fazia mais isso, na época em que estudava, os cafés parisienses eram visitados quase que diariamente, lá não havia incômodos, só a paisagem, a vida, o ar, as flores, os barulhos, adorava isso, anotou que deveria voltar a fazer isso, dessa vez lendo um livro, pelo menos nos fins de semana.

O café demorou mais do que era previsto, estendeu-se até um almoço, ali mesmo, em meio aos risos e agora com uma garrafa de champanhe, Marina olhava a família que tinha e agradecia, sabia que a mãe tinha passado por problemas com o pai, quando pequena ouvia discussões, acusações, várias vezes viu a mãe chorando, em todas, ela dizia que sentia muita saudade do país, da família e dos amigos que tinha deixado no Brasil, mas que, no momento, não podia voltar.

“O país ainda está perigoso, minha filha, ainda não é um bom lugar para você e seus irmãos, além do mais, os negócios das famílias ainda não estão consolidados e seus avós precisam de mim e de seu pai aqui.”

Fora isso que ouvira durante toda a adolescência e o início da fase adulta, até a mãe anunciar que iria se divorciar, a decisão ocorreu depois que Flora esteve no Brasil e não houve pedido de chance que desse jeito, ninguém conseguiu fazer a mãe mudar de ideia, nem o pai e nem os avós, Dominique foi o único que apoiou a mãe incondicionalmente, Marina compreendeu, mas acabou ficando em Paris para terminar os estudos, fora o irmão mais velho que largou tudo e seguiu a mãe.

A família Holanda se despediu quase três da tarde, Flora disse que levaria filha e que Dominique poderia aproveitar o restinho de domingo com a esposa e a filha. Durante o trajeto, Flora puxou conversa:

– Onde você a conheceu?

– Como a senhora sabe que chorei por uma mulher, mãe?

– Minha filha, você é mulher de uma mulher só, sua vida está plenamente equilibrada, está crescendo no emprego e na empresa que sempre sonhou em trabalhar, está saudável, viajando, saindo, para você levar uma mulher à casa de seu irmão, ela deve valer a pena e deve ser importante, eu conheço você, assim como conheço todos os meus outros filhos.

– Eu a vi a primeira vez e me apaixonei, ela é linda, doce, educada, culta, também adora arte, esperei meses por uma chance, consegui um jantar, depois nos distanciamos porque pensei que ela realmente era hétero e não queria sofrer, mas aí ela tomou a frente e nos reencontramos, nos realinhamos e ontem tive uma das manhãs mais incríveis da minha vida, mas uma tarde péssima. De repente, tudo parecia muito bem, mas ela fugiu, literalmente fugiu.

– Meu bem, eu não a conheço, acredito que, pelo que você me disse, ela parece ser incrível mesmo, dê tempo ao tempo, uma hora ou outra ela vai entrar em contato com você, nem que seja para dar uma satisfação, tenha calma e aquiete seu coração, não fique assim nessa agonia, não sofra por antecipação.

Marina chegou em casa mais leve depois do encontro com a família, tomou um banho, colocou um pijama e deitou, precisava descansar o corpo e a mente, teve uma semana de trabalho intenso, estava cansada, inclusive de lutar e insistir em relacionamentos que a princípio só ela queria manter, foi assim com Lis Marie e agora parecia estar sendo assim com Sofia.

Mandou mensagem no grupo da família, agradeceu o final de semana cheio de amor, desligou o celular, colocou uma série que amava e, depois da cabeça dar várias voltas nos anéis de Saturno, adormeceu, doía o corpo e o coração, mas a mente aquietou-se.



Notas:

Oi Meninas,

acho que ainda tem algumas de vocês por aqui acompanhando esta história, isso é muito bom, já que meus prazos de postagem são longos demais.

Vim conversar um pouco pra dizer que estamos na metade da história e que as postagens não serão tão demoradas, eu prometo.

Temos um capítulo mais longe, cheio de desencontro.

Obrigada a quem ficou e obrigada pela leitura.

Boa leitura e até breve!




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6 Respostas para 11. O DESENCONTRO

  1. Ahh Mia, assim vc acaba com nossos corações, por favor não demore tanto de postar.
    Estou triste por Marina, Sofia ao menos deveria dar uma explicação. Essas coisas de não conversar sobre o que aconteceu acaba com qualquer relacionamento.
    Espero que Sofia abra mais a cabeça apos o encontro com Maria e Iolanda.

    Ansiosa para os próximos capítulos, sou sua fã!

  2. Iolanda e Maria são uns amores!! 🥰🥰🥰

    Esperando ansiosamente pelos próximos capítulos!!! 😻

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