Flora processou a informação, Simone percebeu que havia ocorrido alguma coisa, mas, durante as explicações finais, a advogada se mostrou atenta e terminou o que havia começado, trazer os cavalos para o Brasil era o maior desafio, além disso, trazê-los bem. As instalações já tinham local determinado, o pasto já estava sendo preparado, algumas outras instalações ficaram para depois.
A veterinária contratada era competente demais e interessada demais, aparentemente, Flora teria trabalho com Simone, mas agora o problema estava centrado em sua filha, não era mais um problema é sim dois problemas, resolveu enviar mensagem, pelo horário Marina ainda estava na empresa. “Filha, como você está? Como foi o final de semana? Podemos nos encontrar amanhã? Que tal tomarmos um café?” “Oi, mãe, imaginei que você iria me mandar mensagem, podemos sim, às 8 eu passo no seu apartamento para conversarmos. Amo você!”
Quando a veterinária saiu, Simone chamou Flora:
– Está tudo bem?
– Simone, infelizmente, eu preciso voltar para SP hoje ainda, estou adiando uma conversa com a Marina e surgiu uma outra questão, posso pedir para o Dom enviar o motorista se não tiver ninguém aqui que possa me levar.
– O que aconteceu, Flora?
– Além da minha conversa, um dos contratos que deveríamos fechar hoje está parado, é um contrato grande, vamos atuar em quase toda a América do Sul, é uma exposição itinerante com vários artistas, temos três artistas que seguirão com o staff de forma contínua, uma delas, acabei de descobri é a ex-namorada de Marina, então eu preciso conversar com ela, será uma conversa difícil , delicada, eu combinei de tomarmos um café amanhã no meu apartamento, porque eu preciso resolver essas duas coisas.
– Tudo bem, eu levo você, eu tenho coisas pra resolver em SP amanhã, vou só antecipar a nossa ida.
Simone fez uma ligação, provavelmente para a secretária, pediu uma reserva e mais duas coisas que Flora não ouviu, já que se afastou. Ficou um pouco envergonhada, quando Simone voltou fez um carinho, um dengo e disse que sentia muito, que o final de semana havia sido maravilhoso e que estava ansiosa pelo reencontro das duas. Pediu para dirigir, achou que Simone estava cansada, não houve oposição e duas horas depois já estavam na estrada, Flora chegou em casa por volta das 20h e, na descida do carro, Simone desceu também.
– Simone, muita obrigada por tudo, você é maravilhosa, amanhã será um dia complicado pra minha família, guardei por tantos anos esse segredo que nem sei por onde começar , isso vai mudar completamente a relação dos filhos com o pai e o avô.
– Flora, as pessoas precisam arcar com aquilo que fizeram, você carrega peso demais, abra seu coração, não cometa os mesmos erros, está na hora de você tirar esse fardo dos seus ombros, abandonar a culpa e seguir, tentar ser feliz, não se culpe mais. Eu vou permanecer em SP até quarta, se precisar de alguma coisa é só chamar, lembre-se do que eu disse, se você vai entrar na tempestade, eu tenho guarda-chuva.
Flora abraçou Simone, abraçou forte, foi reconfortada, amparada e não se segurou, deu um beijão em Simone que correspondeu na mesma hora foi um beijo demorado, cheio de apego.
– Obrigada pelo fim de semana, eu amei.
– Eu sei.
Depois dessa resposta, Simone saiu e foi em direção ao hotel cinco estrelas que ela costumava se hospedar, estava mais do que cansada, a noite com Flora foi intensa demais, os corpos não se desgrudaram durante as horas em que passaram juntas, além da estrada, teve uma semana intensa, precisava descansar, tinha uma feira para preparar.
Flora estava pensativa, não sabia como começar a conversa com Marina, cansada também, a noite com Simone foi maravilhosa, fazia anos que não sentia o que havia sentido, na verdade, só sentiu com Ida. Havia um turbilhão de sentimentos dentro de si, uma confusão e um medo, preferiu tomar um banho quente e dormir, não sabia que se ia conseguir, mas se deitou, o despertador tocou às seis da manhã.
Flora já estava acordada, havia deixado uma fresta na cortina para a luz do sol entrar, levantou e tomou um banho demorado, colocou uma roupa confortável, foi à padaria que amava, comprou várias coisas que Marina gostava, pegou um pacote de grão de café 100% arábico, isso ela sabia que beberia e precisaria.
Chegou umas 7.20 em casa, colocou a mesa e a companhia tocou, achou estranhíssimo, quando olhou pela câmera, era Dom, seu filho perfeito.
– Bom dia, mãe! Dom entrou e abraçou Flora apertado, sabia que o que estava por vir mudaria a família completamente.
Flora abraçou seu filho, Dom era incrível, Ida teria o amado imediatamente, era nobre, era educado, tinha um humor único, mas era competente e justo, teve vários problemas com o pai e amava a mãe incondicionalmente, quando começou a ter noção da família que tinha percebeu logo que havia alguma coisa de errado entre os pais, até que um dia ouviu uma discussão acalorada entre os dois, arrombou a porta do escritório e deu uma surra no pai.
Dom passou anos sem falar com o pai, Flora teve que implorar para que ele não dissesse nada, depois desse dia, tudo mudou dentro de casa, Flora passou a dormir em quarto separado e se libertou, pelo menos dentro de casa das garras de Leopoldo, quando anunciou que ia se separar, os papéis estavam prontos, todos feitos e agilizados por Dom.
– Você é maravilhoso, Dom, Ella e Priscila têm muita sorte em ter você. Eu acho que é importante você ficar aqui, eu estou tão cansada, meu filho, isso que nós vamos fazer aqui é tão importante, mas, ao mesmo tempo, vamos mudar várias coisas na nossa família, não sei como Marina e seus irmãos vão reagir, essa história é tão podre, mas tão podre, que o cheiro de sujeira parece que não quer sair de mim.
– A sujeira não é sua, mãe, o problema é esse, você carrega uma coisa que não é sua, você é vítima, a maior vítima de todos, você e Ida. Está mais do que na hora da Senhora se livrar disso.
– Eu sei, filho! Eu amo você. Obrigada por ser assim.
– Eu também amo você, mãe, você é o meu grande amor, sempre foi e sempre será, eu quero que a senhora seja feliz, e eu estou aqui para que isso aconteça. Eu gostei muito da Simone.
– Dom, pelo amor de Deus.
– Mãe, ela é maravilhosa. A senhora devia investir.
– Dom, eu não aguento você, Simone é maravilhosa mesmo, mas isso nós conversamos depois, sua irmã deve estar chegando.
Flora terminou a frase e a companhia tocou, era Marina.
– Bom dia, mãe.
– Bem dia, meu amor.
Marina era a única filha mulher, a única neta mulher, era amada por todos, protegida por todos, inclusive pelos irmãos. A relação com pai era distante, melhorou depois da separação, Leopoldo teve dificuldade em aceitar a orientação sexual de seus dois filhos, com o tempo, a aproximação veio, mas ainda existia um pequeno muro, talvez ele fosse explicado hoje.
– Dom? Não sabia que você iria tomar o café também, bom ver você.
Marina foi abraçada por Dom, os três sentaram à mesa, Flora estava somente com uma xícara de café, enquanto só os filhos comiam e conversavam sobre Ella, a gerente de TI era esperta, sabia que havia algo de errado, a presença do irmão mais velho deixava isso claro.
– Mãe, por que não me diz o que está acontecendo? Eu sei que tem alguma coisa, Sofia me pediu em namoro, eu estou muito feliz, mas ela mudou depois que vocês se encontraram, é alguma coisa relacionada a ela?
– Meu amor, nossa conversa de hoje é delicada e eu vou logo começar.
“ Antes de me casar com seu pai, eu estava em um relacionamento, eu amava muito essa pessoa, ela era o amor da minha vida. A gente estudava na USP, dividíamos um apartamento, era um período difícil, vários estudantes sumiam, eram presos , torturados, a gente tentava se proteger de tudo isso, mas, de certa forma, ajudávamos. Numa tarde, seu avô foi me visitar sem avisar e descobriu meu relacionamento, foi um escândalo.”
– Eu sinto muito, mãe.
“Ele disse que me esperava em casa para conversarmos, então, no final da tarde, eu fui até a casa em que eu cresci e ele estava lá. Seu avô exigiu que eu terminasse o relacionamento e me ameaçou, dizendo que iria me tirar do testamento. Eu disse que não tinha problema, que eu não precisava mais do dinheiro dele, que ele fizesse o que quisesse, mas que eu permaneceria no relacionamento que eu estava e que nós nos casaríamos.”
– Por que meu avô não queria que você se casasse com ele?
“Não era ele, era uma mulher.”
– Uma mulher? Mãe!?
Marina abraçou a mãe tão forte, que Flora começou a chorar, emocionada com o carinho e o amor da filha, afagou o choro filial e esperou sua menina desvencilhar-se.
“Seu avô não ficou satisfeito com a resposta que teve e com meu ato de rebeldia, foi assim que ele descreveu. Tudo era muito difícil na época, a Ditadura militar foi horrível, eu tenho muita vergonha dos negócios que meu pai fez na época, minha namorada era de uma família, de certa forma, abastada, eles eram envolvidos com arte, tinham posses, eu não precisaria do dinheiro da família, mas seu avô a ameaçou, disse que faria uma denúncia, existia um coronel na época conhecido pelas práticas de tortura, ele disse que ela seria presa, torturada e que se eu insistisse, eles me levariam para ver a tortura. Ele disse que eu iria me casar e deveria ir embora para a França, que o acordo já havia sido feito naquela tarde, ele estava providenciando a transferência do curso de Direito e que eu tinha um prazo até o outro dia meio-dia para estar em casa pronta para casar, senão eu deveria arcar com as consequências.”
Marina estava em pé, chorando, revoltada, uma gata enjaulada, sem saber o que dizer para a mãe e para o irmão.
– O que você fez, mãe?
“Eu saí da casa do seu avô e fui em direção a um apartamento de um grande amigo. Ele estudava com a gente na USP, riquíssimo, os pais moravam fora do país, gay assumido, criou uma rede de luta contra a ditadura de forma discreta, mas muito eficaz, eu já estava sendo seguida, só percebemos isso, quando cheguei ao apartamento dele. Lá, eu contei tudo, ele disse que era pra eu tentar segurar meu pai uns três dias que ele nos tiraria do país, mas quando mencionei o nome do coronel que meu pai havia citado, ele ficou branco na mesma hora, neste momento, eu decidi que me casaria e que abandonaria meu grande amor. Nós nos conhecemos ainda no colégio, havia boatos sobre a sexualidade dela, e eu sempre fui a filha perfeita, a aluna perfeita, a ex-namorada perfeita, mas ela era selvagem, inteligente, culta, era amada pelos pais do jeitinho que era, fizemos uma viagem de fim de ano, a turma da escola viajou inteira, nessa viagem ela se aproximou mais, eu não resisti e ficamos, foi amor a primeira ficada, não é assim que vocês dizem? Nunca mais nos separamos, convenci minha mãe que dividir apartamento seria muito bom para mim, os pais dela eram conhecidos, minha mãe conhecia a mãe dela, então não foi muito difícil morarmos juntas. Me casei aos 18 anos e era tão feliz que tinha medo, nosso relacionamento era um segredo para a minha família, às vezes, em alguns eventos trocávamos carícias, nada muito indiscreto, mas deve ter sido isso que acendeu o alerta do seu avô. Esse meu amigo me indicou uma pessoa que poderia me ajudar, eu queria me certificar de que ela ficaria em segurança, saí da casa dele de manhã, fui ao apartamento que dividíamos, arrumei minhas coisas e deixei um bilhete seco, desonesto e grosso. Antes do meio-dia estava em casa com malas prontas, à noite, seu avô fez um jantar para anunciar o noivado e fez questão que fosse publicado nos jornais.”
– Quem era ela?
– ELA, era a tia da Sofia, a IDA.
Marina passou um minuto processando tudo aquilo, tudo era tão horroroso que sequer conseguiu continuar chorando, a raiva e o ódio suplantaram qualquer lágrima, ficou paralisada. Dom resolveu chamá-la:
– Marina?!
– Você sabe desde quando, Dom?
– Eu sei faz um tempo, ouvi uma discussão dos dois e mamãe não teve como esconder.
– Eu estou entendendo tudo, tudo. Quando Sofia soube que você era minha mãe?
– Ela soube no dia do churrasco na casa do Dom, quando ela viu minhas fotos com vocês.
– Então, o que mudou mãe? Porque ela mudou.
– O que mudou foi a verdade, quando seu irmão me contou toda a história, eu entendi que seu destino não podia ser igual ao meu, eu vi naquele domingo como você estava sofrendo, eu sei que você ama Sofia, é possível ver isso nós seus olhos, eu não queria que você não tivesse chance, eu fui falar com o Carlão e pedi que ele me levasse até ela.
– O Carlão? O que ele tem a ver com isso?
– Ele que cuidou da Ida pra mim, eu o contratei.
– MEU DEUS, ele trabalha para você?
– Trabalhou até a morte do seu avô.
– Ele não é meu avô, mãe, nem sei mais se tenho pai. O quanto dessa história toda Sofia sabe?
– Ela sabe de tudo, meu amor, sabe inclusive que estamos conversando sobre isso neste momento, ela também ama você, está confusa, ela me lembra muito a IDA, o destino é uma raposa velha, ele nos coloca em cada local.
– Mãe, eu sinto muito mesmo tudo isso que você passou, eu não sei nem o que dizer, o que falar, eu amo demais a senhora, eu quero dizer que tenho muito orgulho da sua história, da sua coragem, mas eu estou com muito ódio do meu pai e do meu avô e ainda preciso processar tudo isso, eu quero que a senhora seja feliz, que viva tudo que não pôde viver, eu não poderia ter uma mãe melhor.
Marina abraçou a mãe cheia de amor, de choro guardado no peito e espremido pelo ódio, abraçou e ali ficou no colo daquela mulher linda, forte e inteligente. Flora sempre foi incrível aos olhos da filha, Marina tinha uma devoção pela mãe, pela beleza, pela altivez, pela inteligência e pelo amor que dava aos filhos, agora Flora estava em um patamar para a filha que ela não tinha nem palavras, só sentia.
– Nós vamos ficar bem, meu amor, o pior de tudo já passou, eu já me libertei de algumas coisas e as outras eu já estou trabalhando nisso, eu quero que você seja feliz com a Sofia, ela também é uma mulher incrível, tenha paciência com ela.
– Marina, mamãe já está sendo cortejada, pelo menos eu acho, vamos abrir um champanhe?
– Dommmmmm, meu filho, eu não tenho estrutura pra você.
– Quem é ela, mãe? Dom pegue a champanhe, vamos beber o novo amor de mamãe.
– É a Simone, você sabia que elas viajaram juntas?
– Mãe, não acredito? Eu acho a Simone maravilhosa, nossa, que maravilha.
– Meus filhos amados e loucos, não é bem assim, eu ainda não me recuperei totalmente da Ida, ainda existem muitas portas que precisam ser abertas e outras fechadas, estou tentando me abrir novamente.
– A Simone seria uma madrasta e tanto, você não acha Marina?
– Dom!!!!
– Desculpa, mãe, já parei, temos uma outra coisinha para falar com você, querida irmã.
– Outra coisa?
– Hum rum.
– Meu Deus, não sei nem o que esperar. Mãe, você unção tentou falar com a Ida, depois da morte do meu avô?
– Eu tentei diversas vezes, eu soube que ela iria abrir um galpão de arte e que haveria uma inauguração super restrita, consegui um convite com um amigo, eu vim à inauguração. Nos vimos e meu coração acelerou da mesma forma, mas, nos olhos dela, havia ódio, muito ódio, ela não conversou comigo, me cumprimentou e fingiu que não me conhecia. Eu comprei três obras e exigi eu mesma pegar no local, dias depois, fui até o galpão e fiquei esperando por ela, foi à primeira vez que nos encontramos de pois de duas décadas praticamente, ela não permitiu que eu falasse, eu deveria ter insistido, mas achei que poderia chegar aos poucos. Depois, ela sumiu, hoje eu sei que viajou, inclusive com Sofia, passou uns meses fora, na volta ela ficou doente, eu tentei várias vezes conversar com ela, mas sua sogra me barrou de todas as formas, depois desse encontro no galpão, nunca mais a vi, quando eu soube da sua morte, viajei, passei dias isoladas, andando a cavalo. Eu errei, Carlão errou, não sei se ela errou, acho que só se defendeu.
– Eu lamento muito, mãe, muito mesmo. Eu não sei bem muito o que dizer neste momento, mas eu estou aqui é vou apoiar a senhora para tudo, para qualquer coisa. Ainda é tempo de ser feliz, mãe, por favor, não desista.
– Não vou desistir, meu amor, eu prometo.
– Qual a outra bomba, Dom?
– Irmãzinha, o escritório recebeu uma proposta excelente, uma exposição itinerante pela América do Sul, uma curadoria grande, inclusive, teremos que contratar mais funcionários, caso a gente resolva assinar o contrato.
– Caso resolva? Por que não assinariam?
– Minha filha, nessa exposição, teremos três artistas residentes, os demais serão artistas de cada país, temos uma questão aqui, uma das artistas residente é Lis Marie.
– Lis Marie? A minha ex?
– Ela mesma, a jararaca do aço.
Marina e Flora começaram a rir do comentário de Dom.
– Olha se vocês acham que Lis Marie é um empecilho por minha causa, fiquem tranquilos, eu estou mais do que curada. Super vacinada, ela está aqui em SP para mim não é nenhum problema, problema pra mim seria se mexerem com minha namorada, mas ela, podem assinar, é até uma ironia, vocês ganharem dinheiro com ela, pelo menos uma notícia boa. Vamos brindar! Mãe, como foi a viagem com a Simone?
– Foi maravilhosa, inclusive seremos sócias, ela estava à procura de uns cavalos de raça, íamos fechar um negócio, mas o contrato era absurdo, o cara era um sábado, então, eu já queria trazer meus outros filhos da França e aproveitei a oportunidade e ofereci a sociedade.
– Mãe, disso tudo aí que a senhora falou eu adorei o ‘íamos’, a senhora já falou como casada.
– Dom, meu amor, você não tem jeito. Simone é uma grande mulher de negócios, foi natural a minha oferta.
– Eu sei disso, mãe, eu mesmo disse isso a você, ela é espetacular, tão maravilhosa quanto a senhora, eu que eu estou tentando dizer, é que talvez ela seja sua segunda chance para o amor, Mãe, por favor, não a desperdice.
– Eu concordo com o Dom, mãe.
– Tudo bem, nós ficamos, mas eu fui muito clara com ela, que tudo seria um processo.
Marina e Dom estavam pulando com a garrafa de champanhe francesa que abriram, agarram Flora, beijaram a mãe, que sorria feito boba, talvez, a champanhe derramada no tapete persa anunciasse os bons ventos de um tempo cheio de amor.
Terminaram a champanhe, tomaram o café, Marina saiu com Dom e o motorista do escritório para pegar Ella na escola, enquanto Flora Holanda olhava o horizonte com um sorriso no canto da boca e um peso a menos nas costas e no coração, resolveu pegar o celular, não quis mandar mensagem, ligou.
– Dra. Flora, a que devo a honra?
– Bom dia para você também, Simone, eu redigi uma minuta do nosso contrato e gostaria de saber se você não gostaria de almoçar comigo, estou ligando para fazer um convite.
Simone sentiu um arrepio nas costas, sentiu o efeito do convite vindo da boca de Flora e sentiu que estava enrascada, muito enrascada.
– Você quer que eu tente fazer alguma reserva? Eu estarei livre às 13h, eu ainda preciso fechar com um fornecedor da feira, mas depois disso só tenho compromisso amanhã.
– Por que você não vem almoçar aqui no apartamento? Eu cozinho para a gente, discutimos o contrato, tomamos um vinho, só retorno ao escritório amanhã.
– Então, o convite é para além do almoço, doutora?
– Sim, é um convite para além do almoço.
– Chego aí às 13 com a sobremesa, que você vai adorar.
Depois que pegaram Ella na escola, Marina pediu que Dom a deixasse no escritório do pai, sabia que teria uma conversa difícil, complicada. Dom pediu que ela esperasse, que tivesse paciência e ouviu da sua Irmãzinha a seguinte frase: “Para esse tipo de sujeira, a paciência é um aval, Dom. Está na hora do nosso pai saber, da nossa avó saber, de todos saberem o que minha mãe passou.”
Marina subiu até o 23° andar de um prédio luxuoso, só tinha estado ali, duas vezes na vida, mas, quando chegou, foi reconhecida imediatamente pela secretária.
– Senhorita Marina, bem-vinda, seu pai está finalizando uma reunião, gostaria de esperar lá dentro? Aceita um café? Uma água?
– Muito obrigada, eu gostaria de café espresso duplo e uma água com gás se não for incomodar demais, muito obrigada.
– Não é incômodo, a senhorita pode entrar que vou solicitar.
O escritório do pai era elegante igual a ele, mas frio, assim como o dono. Quinze minutos depois, José Leopoldo entrou num terno italiano de corte reto acompanhado por um homem. Ele não ficou surpreso com a presença de Marina, já tinha sido avisado, despachou o homem e recebeu a filha, que pela cara já sabia do que se tratava.
– Oi filha, está tudo bem?
– Nós precisamos conversar, pai.
aguardava ansiosa esse embate que deve rolar entre Marina e o pai
Oi Mia, por favor não deixa de mandar os novos capítulos desta história tão boa, da este presente pra gente 😘
Oi, eu estava com muito trabalho acumulado, estou retomando a história novamente, um capítulo novo já foi enviado para a publicação, espero que goste.
Obrigada pela leitura.
Olá escritora.
não nos deixe sem capítulos novos, todos os dias venho aqui para ver se tem alguma atualização.
a história é linda e você tá de parabéns… volte logo, bj
Oi, eu estava com muito trabalho acumulado, estou retomando a história novamente, um capítulo novo já foi enviado para a publicação, espero que goste.
Obrigada pela leitura.
Oi Mia, não demora a publicar os próximos capítulos , estou aguardando ansiosamente este belo conto!!!
Oi, eu estava com muito trabalho acumulado, estou retomando a história novamente, um capítulo novo já foi enviado para a publicação, espero que goste.
Obrigada pela leitura.
Oi Mia
Não demore a voltar…
a história está linda…. Marina foi incrível, Dom, já era, e agora apoiando a Simone, se superou… volta logo
Oi, Branca, eu estava com muito trabalho acumulado, estou retomando a história novamente, um capítulo novo já foi enviado para a publicação, espero que goste.
Obrigada pela leitura.