Amores de Sofia

20. UMA NOITE AMOROSA

– Desculpa, Flora, eu acabei não resistindo.

– Tudo bem, quer dizer, tá tudo certo, esse local é muito sugestivo para certas coisas.

– Flora mais uma vez, mil desculpas pelo beijo, por favor, não deixe que isso interfira no nosso final de semana, ainda temos muitas coisas para fazer esses dias.

– Simone, está tudo bem, mesmo. Acho melhor dormirmos, se a programação é tão intensa assim, queria dizer que estou adorando tudo, tudo mesmo.

– Tá certo, boa noite e durma bem, se precisar de alguma coisa é só chamar.

Simone deixou sua convidada fechar a porta e lamentou o ocorrido, não devia ter feito o que fez, foi traída pelo caminho, pelo desejo, esse terreno incerto e nebuloso não deveria ser palco para a sua vida.

Ao mesmo tempo, percebeu que o beijo foi correspondido, se ela não quisesse o beijo a teria empurrado.

Flora Holanda era uma mulher difícil de ser lida, Simone sabia que esse tipo de defesa tinha sido necessária durante quase toda a sua vida, não tinha se arrependido do beijo e que beijo, que boca.

Resolveu não beber mais, pela manhã tinha negócios, um tour pela vinícola com Flora, tinha encontro com fornecedores e um possível contrato em dois restaurantes, além da abertura da feira e da reunião com um criador de cavalos, tinha certeza que Flora seria muito útil.

Flora se deitou na cama com um sorriso no rosto, Simone a pegou desarmada, totalmente de surpresa, poderia ter desviado do beijo, mas não quis, no fundo, no fundo, deixou-se ser beijada. E gostou do beijo, da pegada, do gosto, ficou mole , o gosto de vinho se misturou com o de menta, o beijo tinha mexido consigo.

A noite foi insone, Flora tirou o sossego de Simone, que demorou a dormir e despertou cedo, já estava pronta respondendo uma mensagem de Ciço, quando a porta do outro quarto abriu, Flora a viu parada com o celular na mão:

– Bom dia, faz tempo que você levantou?

– Um tempinho já, estava falando com Ciço, você dormiu bem?

– Dormi sim e você?

– Flora, eu quero pedir desculpas mais uma vez pelo meu ato precipitado de ontem, não quero que isso nos afete, quis trazer você aqui para descansar e relaxar, eu fui inconsequente.

– Está tudo bem, Simone, eu já disse isso desde ontem, não precisa você ficar dessa forma.

– Tudo bem, eu agradeço.

Flora ficou olhando para Simone, estava com os cabelos molhados, com um caso de lã chique, cheirosa, já tinha percebido que ela era cheirosa desde a reunião, sentiu o cheiro e gostou e pensou numa pequeníssima fração de segundos, por que não?

Foi se aproximando lentamente de Simone que estava distraída com o celular na mão e quando levantou a cabeça viu Flora muito perto, perto até demais.

– Flora….

– Eu pensei que você confiasse mais na sua capacidade de seduzir, Simone, achei você bem segura, quando nos conhecemos, mas agora está aí, toda insegura, não estou entendendo.

– Você está perto demais, Flora, eu sou segura, sei exatamente o que quero.

– Sabe?

– Sei sim, você está se aproximando mais.

– Estou, se você sabe o que quer, estou bem aqui, parada na sua frente.

– Não brinque com fogo, Flora, você pode se queimar.

– Continuo parada aqui.

– Flor….

Foi nesse momento que Flora Holanda puxou Simone para si e a beijou, beijou com uma propriedade que a empresária se perdeu por completo, amoleceu corpo, alma e coração, foi um beijo doce e demorado, feito de mãos, de cheiros e de tesão.

– Flora, você me deixou quase sem dormir e, agora pela manhã, você faz isso?

– Deixei você sem dormir? Hum, ficou pensando em mim?

– Não seja assim, tão presunçosa, fiquei com medo de ter invadido seu espaço, de você desistir de passar o final de semana aqui, nós temos negócios, Doutora.

Flora a beijou de novo, e, dessa vez, o beijo demorou mais e foi mais gostoso.

– Você beija muito bem, Simone.

– Você está se divertindo não está?

– Bastante, estou me divertindo com a sua insegurança que é uma graça, mas estou adorando nossos beijos demorados e gostosos.

– Não brinque comigo, Doutora, cuidado, quando eu quero uma coisa eu vou até o fim.

– Obrigada pelo esclarecimento, eu estou com fome, será que ainda conseguimos tomar café?

– Se já tiver terminado, tenho certeza que consigo uma exceção para nós.

Antes de sair, Simone a beijou mais uma vez, e perguntou:

– Nós somos alguma coisa?

– Somos, não sei ainda o que, mas somos, pelo menos eu acho, tenha paciência.

Simone beijou a mão de Flora com todo o carinho possível e saíram leves e rindo em direção ao espaço do café, que ainda tinha bastante movimento, isso disse a Simone que não precisaria solicitar a exceção, o café servido deixou Flora com água na boca, era um café de fazenda, nada que superasse o café de Bené e da Fazenda Cariri, lá havia um toque mais fino, até os pães eram pensados de forma a combinar com a geleia da estação.

Toda a curadoria dos alimentos era feita por Bené, que era chefe, e pouca gente sabia disso.

– Tudo é muito gostoso, mas nada se compara àquele café fino que tomei naquela sua fazenda maravilhosa.

– Eu sei, não tenho nem dúvidas disso.

– A Simone segura voltou.

– Doutora, temos alguns contratos para fechar? Já vesti minha roupa de empresária.

– Não acredito que me trouxe para cá para trabalhar para você?

– Não trouxe, mas já que aceitou, não custa.me ajudar, depois a Doutora pode me cobrar os honorários, pagá-los-ei inteiramente.

– Uma empresária que usa mesóclise, estou impressionada.

Terminaram o café e foram em direção ao parque de exposições, Simone queria fazer uma parceria para comprar dois cavalos de raça, um trailer bem luxuoso foi a primeira parada e lá havia um senhor que, aparentemente, conversava com um casal.

Foram recebidas amigavelmente, o jovem rapaz foi bem simpático, o senhor mais velho se levantou para recebê-las, mas a mulher, Flora reconheceu na hora: era a mesma de ontem que quase agarra  Simone.

– Por favor, sentem-se, Simone fico muito feliz em fazer negócios com a Fazenda Cariri, o contrato está pronto, você pode lê-lo.

Simone explicou para a Flora o que estavam fazendo ali, a advogada leu o contrato e percebeu uma inadequação no final.

– Dr. Onofre, acredito que haja um erro aqui no final desta cláusula, aqui diz que o senhor não se responsabilizará, caso os embriões adquiridos pela Fazenda Cariri não sobrevivam, acredito que pelo valor deste contrato, o risco adquirido tenha que ser do Senhor.

Simone conhecia o velho Onofre, sabia que fazer negócios com ele era um pouco arriscado, mas Flora era uma pantera, tinhas uns olhos de lince mais espertos que qualquer outra advogada, na breve pesquisa que Simone fez, ela aparecia como a melhor advogada de patentes do país,  havia brecha na lei para patentear tudo.

– Doutora Flora, isso é praxe neste tipo de negócio que faço, todas as vezes que vamos negociar embriões, esta cláusula aparece, contudo é muito difícil que esses dois campeões não vinguem e que a Fazenda não receba seus cavalos.

– Qual a porcentagem?

– Porcentagem?

– Isso, qual a porcentagem desses embriões não vingarem e a Fazenda perder o que está pagando?

Neste momento, pai e filho se olharam, então o filho de Onofre respondeu de forma direta e curta:

– 30%, mas conosco isso nunca aconteceu.

– Se nunca aconteceu, quer dizer que os próximos compradores terão um prejuízo substancial, este contrato não é viável para a assinatura, Simone, a taxa de risco é alta, não há garantias. Não assine!

Bete, a filha mais nova de Onofre, estava quase fuzilando Flora com os olhos.

– Onofre, sendo assim, acredito que não faremos negócio, eu agradeço a sua disponibilidade, mas optarei por outro criador, muito obrigada.

– Simone, este tipo de cláusula é praxe nesse tipo de negócio, não estou sendo leviano com você.

– Jamais imaginaria isso do senhor, é um negócio arriscado, estou investindo muito dinheiro, eu preciso de garantias, quantas forem necessárias, e, infelizmente, estou vendo que o senhor não pode me ofertar, muito obrigada pelo seu tempo.

As duas mulheres saíram do trailer, Simone possessa, porque tinha perdido tempo e Flora impressionada com a cara de pau.

– Ele tem uma reputação duvidosa por essa região, mas tem os melhores cavalos, queremos expandir os negócios da Cariri, não queria viajar para longe para ir atrás de outro criador.

– Eu posso ajudar você com isso.

– Pode?

– Posso.

– Como?

– Eu sei quem pode oferecer cavalos de raça para você. Depende também o quão disposta você está para ir até eles.

– Quem seria essa pessoa?

– Eu.

– Você?

– Meus cavalos estão na França, tenho três puro sangue , o macho inclusive é um campeão, se você quiser fazer negócio comigo, eu estou disposta a trazê-los para cá e colocá-los na Fazenda, eu vou pegá-los pessoalmente, e garanto a você que nosso contrato será maravilhoso para nós duas.

– Flora, estou impressionada.

– Com o fato de eu ter cavalos de raça, com o fato de eu ter me oferecido para virarmos sócias ou de eu ter livrado você de um golpe?

– Com as três coisas!

Flora gargalhou, gostou de causar esse impacto em Simone.

– Me fale sobre os seus cavalos.

– Bem, são duas éguas e um cavalo, são da raça Percheron, são imponentes e bonitos, na Europa, são muito usados nas competições de hipismo. Eles surgiram para mim como uma oportunidade de negócios, depois de comprá-los me refugiava no aras em que eles ficavam e montava, era um escape para mim, então eu os mantenho ainda comigo, o macho não compete mais, ainda é um campeão e tenho o material genético dele congelado, se quiser mesmo fazer isso, temos que contratar uma veterinária, um estábulo especial, é necessário fazer essa curadoria, se quiser tenho imagens aqui no meu celular, acho que faríamos uma parceria incrível.

Naquele momento, Flora se mostrou para Simone como uma mulher cheia de sonhos e que ainda queria ser feliz, talvez não percebesse isso, mas Simone estava ali, ao seu lado.

Visitaram o fornecedor de morangos da fazenda, um homem que tinha saído do escritório da Paulista e tinha ido plantar orgânicos no interior depois de ter sofrido um infarto aos 42 anos por excesso de stress.

O Sol se pôs , as barracas já estavam apinhadas de pessoas, tinha gente de todo tipo, não voltaram ao hotel, resolveram emendar, Simone sempre ficava na área dos pequenos produtores, era dali que saia as melhores surpresas e era lá que ficava o Empório Cariri, Ciço e Bené estavam próximos ao Empório, Humberto também estava lá tentando roubar os segredos de Bené, era sempre divertido e Ciço sempre ria.

Quando todos se encontraram, Simone contou sobre o encontro com Onofre, sobre o contrato e sobre a nova sócia. Bené saltitou de alegria, deu parabéns as duas e desejou sorte, sabia que tudo daria certo.

– Ainda temos muitas coisas para providenciar e eu ainda tenho que ir pegar os cavalos pessoalmente.

– Você deveria acompanhar a Flora, Simone, é bom que você já coloca em prática o francês que aprendeu e já se informa sobre as necessidades dos animais, tenho certeza que será muito proveitoso para você.

– Você fala francês, Simone?

– Fiz um curso básico.

– Ela está mentindo, Flora, quando estava fazendo meu curso em Paris, ela fez uma imersão de 6 meses, saiu de lá uma legítima francesa.

– Por essa eu não esperava, então vejamos uma data conveniente para nós duas e vamos pegar nossos cavalos.

Bené fez um gesto engraçado para Simone, assim que Flora se distanciou para pegar uma garrafa de vinho.

– Bené, você vai me matar.

– Você toda boba aí com a Doutora, estou estranhando você, Simone, pegue logo essa mulher para você.

– Essa mulher é um mistério, Bené, preciso ir devagar.

Flora pegou uma fila enorme para comprar o vinho artesanal, estava doida para provar, quando voltou, viu o que não queria ver, Bete sussurrando ao pé do ouvido de Simone.

Bené viu a cena e viu a feição de Flora, percebeu que ela ficou incomodada, isso era bom, mas achou que Simone estava em maus lençóis.

Não demorou dois minutos.

– olá, boa noite.

– Boa.

– Tudo bem por aqui? Flora perguntou.

– Estava tudo bem, a senhora pode nos dar licença, estamos conversando.

– Bete, por favor, não seja deselegante, estou acompanhando a Flora.

– Eu quero falar de negócios, Simone, vou conversar com meu pai e ele vai refazer o contrato.

– Acredito que não seja mais necessário, Bete, Simone já conseguiu os cavalos que precisava e se você  me permite, temos outras coisas mais interessantes para fazer do que falar de negócios neste momento.

Flora puxou Simone, deixou Bete com cara de tacho e Bené gargalhando, Simone ficou sem saber o que dizer.

– Você foi bastante incisiva com a Bete, Flora.

– Simone, não se faça de santa, beba o seu vinho, depois falamos sobre isso.

Uma grande mesa se formou em torno do Empório Cariri, essa inclusive era uma das patentes que Simone queria registrar, os produtos comercializados de forma artesanal esgotaram já no primeiro dia de feira.

– Vendeu tudo, Bené, estou impressionada.

– Sempre vendemos tudo no primeiro dia, por isso, só pagamos por um dia, amanhã, terá outro fabricante por aqui.

– Ela gosta de você, Flora, você sabe disso não sabe?

– Eu desconfiava, mas agora tenho certeza, nós nos beijamos algumas vezes.

– Simone é uma mulher incrível,eu só a vi balançada uma única vez na vida, depois disso, ela mergulhou nos negócios, transformou aquela fazenda numa potência que não para de crescer.  Por mim e por Ciço pararíamos aqui, já tripliquei meus funcionários do café, mas ela quer ir além. Eu sei do seu passado, sei de tudo que passou e nem posso mensurar seu sofrimento, seja honesta com ela.

– Eu estou tentando recomeçar, precisei me perdoar por tudo que fiz, isso é um processo. Simone é uma mulher maravilhosa e linda, eu só preciso aceitar que estão me dando uma segunda chance para o amor. Aceitar e receber.

– Eu conheci o Ciço numa dessas feiras, eu acho que o amei de cara, um pequeno produtor, pobre, com pouco estudo, mas que falava muito bem. Minha família foi contra desde o começo, mas um dia, enquanto namorávamos, ele perguntou qual era o meu sonho, eu contei tudo pra ele. Contei que queria viajar para fazer um curso de patisserie, que já trabalhava com café, meu pai era um produtor respeitado aqui da região, e que queria abrir meu próprio negócio,um café diferenciado. Sabe o que ele me disse?

– Se você aceitar casar comigo, eu ajudo você a realizar tudo aquilo que deseja. Talvez demore um pouco, mas eu consigo o dinheiro. Tudo na vida, Flora, tem mais de um lado, estar com Ciço me tirou da minha família, mas me deu isso tudo que tenho hoje, além dos meus filhos, me deu sonhos realizados. O que aconteceu com você e com a Ida foi muito triste, mas isso lhe mostrou uma coisa importante que, talvez, você ainda não tenha percebido, o amor precisa de uma chance, não negue novamente isso a ele. Está na hora da Ida descansar e você seguir, seguir em frente.

Flora deixou duas lágrimas caírem, abraçou Bené e agradeceu as palavras, Simone viu de longe a cena e foi até lá.

– Tá tudo bem?

– Está sim, podemos ir já?

– Claro, vou me despedir do Humberto e do Ciço e vamos, tudo bem?

– Vou com você.

No carro, de volta ao chalé, Simone perguntou se tudo estava bem, Flora a olhou e viu que ela estava preocupada.

– Eu vi que você chorou, Bené fez algo?

– Me disse coisas bonitas.

– Que bom então.

Simone estacionou o carro e Flora foi para o seu colo e puxou o banco para trás.

– Minha nossa, você vai me matar assim.

– Simone, o que vou dizer agora será dito apenas esta única vez, se vamos seguir com isso aqui, quero deixar claro que sou monogâmica.

– Eu também.

– Xiiiii, escute, nós temos um longo caminho a ser percorrido, não sei se você vai querer estar comigo durante esse percurso, mas se quiser, precisa entender três coisas a meu respeito:

1. Nunca mais deixe uma mulher cochichar no seu ouvido, ainda mais se ela tiver a fim de você;

2. Eu não tolero traição;

3. Eu quero fazer amor com você desde a hora que me beijou.

Simone sorriu, ela era ciumenta e valente, o beijo veio logo em seguida.

– Porque que não vamos para o nosso chalé?

– Pensei que não ia fazer esse convite.

As duas desceram leves, foram em direção ao chalé, mas precisavam de um banho, no quarto de Simone havia uma banheira, e o convite escorregou pela sua boca.

– Eu tenho uma banheira no meu quarto, se você quiser usar, ela está à sua disposição.

– Está me convidando para tomar banho com você? E de banheira?

– Se você for aceitar a resposta para as duas perguntas é sim, senão é apenas um convite.

– Eu aceito.

– Estou quase um pouco nervosa.

Flora gargalhou.

– Eu estou me achando um mulherão, porque tem outro mulherão aqui que está nervosa por tomar banho comigo.

Simone ficou levemente envergonhada e vermelha.

Tudo foi muito devagar, encher a banheira, esperar Flora voltar de roupão e Simone colocar o próprio roupão.

Flora entrou de coque, segurando um vinho tinto e duas taças, Simone estava parada olhando o horizonte, imaginando o que viria pela frente e se estava pronta para isso.

– Arrependida?

– De ter convidado você para a minha banheira?

– Isso!

– Doutora, eu não me arrependo de ir atrás daquilo que quero. Estou apenas ponderando.

– Ponderando se vale a pena?

– Não, eu sei que vale a pena, não sei se vale a pena o sofrimento.

– Simone, por que não vivemos um dia de cada vez?  Eu estou me permitindo depois de anos viver, eu sei que haverá recaídas, eu tenho uma grande batalha pela frente com a minha família, isso que será colocado em pauta vai abalar profundamente a relação dos meus filhos com o pai e com os avós, mas Marina não precisa passar por tudo que eu passei e eu também estou cansada, eu quero descansar, não é um cansaço físico, é mental, um cansaço de alma, eu preciso respirar, amar, me amar , amar alguém novamente, eu tenho esse direito.

– Sei que tem e eu estou aqui, com medo e ponderando, mas estou, pronta para ficar ao seu lado.

– Então, vamos viver primeiro esta noite, depois a gente vai vivendo um dia de cada vez. Vem uma tempestade aí, e pela primeira vez, estou disposta a me molhar.

– Que bom, porque eu tenho bastante toalha e guarda-chuva.

O beijo foi lento e Simone decidiu tomar aqui que queria com propriedade, se Flora estava ainda pensando que seria ou poderia ser apenas aquela noite, ela deixaria sua marca.

As duas entraram na banheira, mesmo depois de 4 filhos, Flora era uma mulher muito bonita, era evidente que ela se cuidava e Simone  ainda tinha um corpo relativamente jovem, o que fez a advogada se excitar antes de vê-la com as pernas em sua cintura.

As bocas tinha gosto de vinho tinto, as línguas se tocavam e dançavam, entre uma conversa e outra, o amor começou a ser feito ali mesmo, sob a água que lava a alma e o corpo e leva tudo aquilo que é ruim.

Simone deixou Flora louca com as provocações, as mãos passeavam pelo corpo e quando chegou nos seios de Flora, Simone a torturou, até colocar a boca onde queria, os sussurros de prazer invadiam a mente das duas, até que Simone a puxou para si e as pernas de Flora abraçaram sua cintura.

Os beijos começaram no pescoço e a boca de Simone foi descendo até os seios da advogada, a excitação de Flora podia ser sentida por Simone, ela começou a pedir mais, quase implorou para ser tocada e quando Simone passou a mão devagar no seu sexo, a cabeça de Flora caiu para trás, uma voz que implorava por mais.

– Eu estou apenas começando, Doutora, ainda temos a noite inteira.

– Simone…

E toda a excitação de Flora foi sentida pela mão de Simone, mesmo debaixo da água da banheira, tudo pôde ser sentido.

Não houve sequer penetração, mas os dedos habilidosos, de forma muito lenta deram a Flora o primeiro prazer da noite, em meio a sussurros e a voz rouca de Simone, a advogada derreteu por completo.

Depois do banho e do primeiro amor, as duas foram para a cama, se alguém tivesse dito a Simone o que estava por vir, ela jamais imaginaria, jamais imaginaria que dormiria nos braços de sua Doutora que era mais doce do que o pão doce que Bené fazia e muito mais gostoso que o bolo de chocolate com coco. Flora era deliciosa. Nenhuma das duas dormiu, somente quando o sol despontou no horizonte, os corpos se juntaram na cama e adormeceram.



Notas:



O que achou deste história?

8 Respostas para 20. UMA NOITE AMOROSA

  1. oi, capítulo já foi enviado para a publicação e na próxima quarta envio o capítulo 22.
    obrigada pela leitura.

  2. oiiii Mia

    Tudo bem?
    Espero que esteja tudo bem com vc……

    Volta a nos presentear com mais escritas, dessa historia linda….
    Volta p nós….

    • oi Branca, capítulo enviado. essa semana sai o 21 e na próxima terça envio o capítulo 22.
      obrigada por ficar.

    • oi, capítulo já foi enviado para a publicação e na próxima quarta envio o capítulo 22.
      obrigada pela leitura.

  3. oiiii Mia

    Cada capitulo fico mais encantada…..
    Flora e Simone, merecem uma chance de ser feliz… assim como Sofia e Marina….
    Que venham as tempestades, mesmo porque, Flora vai estar bem amparada.
    ” Que bom, porque eu tenho bastante toalha e guarda-chuva.”
    Volte logo autora, a cada fim de capítulo, sempre fica um gostinho de quero mais…….

  4. que episódio mais gostoso de se ler, ver o amor curando feridas é lindo.. mal espero para os próximos ocorridos. Flora merece demais ser amada e amar. não demore demais, meu bem..

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