Aléssia

Capítulo XLVI

POR ÐIANA ŘOCCO

Revisão: Carolina Bivard, Isie Lobo
Cartografia: N. Lobo
Mapa de Âmina

>>> XLVI <<<

Drusus era um cavaleiro mais habilidoso, e isso dificultou minha tarefa de marcar o caminho. Não me impediu totalmente, contudo. Eu tinha esperança de ser encontrada o quanto antes. Alex conhecia a Floresta melhor do que as tropas do Rei, e a indisciplina daquele grupo favorecia o atraso que eu tanto desejava. O próprio Drusus havia providenciado marcas de sangue fresco, que Alex poderia farejar com facilidade.
A essa altura meu estômago começou a doer ruidosamente e o cheiro de suor e pelos que vinha do cavalo me dava náuseas. Cavalgamos por um tempo que me pareceu infinito, até Drusus apertar as pernas contra sua montaria e a fila parar.
— Vamos pernoitar aqui. Quero cinco homens de vigia em três turnos de revezamento.
Colocaram-me cuidadosamente no chão. Uma fogueira foi acesa bem perto e depois de alguns minutos um homem grande sentou-se a meu lado. Era Drusus.
As labaredas ganharam ânimo quando uma provisão de carne foi colocada para assar. O cheiro da gordura subiu e meu estômago doeu mais ainda. Senti a boca enchendo de água e a saliva escorreu por minha garganta seca, aumentando o mal-estar. Acho que fiz algum gesto involuntário, porque Drusus segurou meu rosto para seu lado e me sacudiu pelos cabelos de um jeito que eu não esperava. Abri os olhos no susto.
O chefe de meus raptores era um homem corpulento de cabelos claros e olhos verdes. Usava uma barba bem cortada e os cabelos amarrados chegavam até a altura de seu cinto. Tinha a expressão cansada e aparentava ser muito mais velho do que da última vez em que o vira. Seus olhos não tinham expressão alguma enquanto me analisava. Não disse nada embora sorrisse com ironia.
Puxou-me com força e me colocou encostada em uma árvore. Depois cortou um pedaço de carne pouco assada e enfiou em minha boca. A carne estava bem temperada e me deu um prazer assombroso. Comi com voracidade, e ele me serviu mais dois pedaços, mas não havia nenhuma generosidade em seu gesto.
— Obrigada, Drusus, você é um homem gentil.
Não me respondeu, mas trouxe a meus lábios um cantil com hidromel. Bebi avidamente dois goles e então a bebida foi recolhida deixando uma sensação de mais sede do que eu tinha anteriormente. Não me queixei, entretanto.
— Você podia me soltar, não é? As cordas machucam meu pulso e não há necessidade disso, você sabe.
Falei, não por acreditar que ele pudesse me soltar, mas porque aquilo era o que ele esperava ouvir. E manter a expectativa dele era uma maneira de lhe fazer pensar que tudo estava bem e a vitória era certa. Isso, esperava eu, poderia levá-lo a algum erro do qual Alexandra se aproveitaria em breve.
— Lamento, Princesa, apenas cumpro ordens.
— Meu pai não mandou que machucasse meu pulso, tenho certeza disso.
— Seu pai mandou que a levássemos em segurança, mas que tivéssemos certeza de que não fugiria novamente.
— Não vou fugir. Para onde iria? Nem sei onde estamos.
Drusus lambeu os dedos e não me respondeu. Depois mexeu o fogo com alguns gravetos e virou a carne no espeto. Cortou alguns pedaços e comeu barulhentamente, despertando ainda mais meu apetite.
— Gostaria de mais um pedaço, por favor.
Limitou-se a rir. Depois se afastou para verificar se suas ordens estavam sendo seguidas pelos soldados. Não demorou pra que alguns homens chegassem perto do fogo. Sentaram em roda e compartilharam comida e bebida como se eu não estivesse ali. A fome, no entanto, tirava-me todo o orgulho e supliquei por comida. Nenhum deles pareceu se comover com isso. Drusus retornou remexendo em suas calças e me olhou com ar matreiro. Tratara-me com respeito e deferência minha vida toda, mas agora eu começava a suspeitar de que não gostava de mim. Provavelmente compartilhava a opinião do soldado morto poucas horas antes. Mas ao contrário dele, sufocava o desprezo que sentia por minha família.
— Meu estômago dói muito, Drusus. Agradeceria se pudesse me dar mais alguns pedaços de carne.
Não havia esperança em minha voz. Era um pedido desesperado, esfomeado. Mas dessa vez o capitão de meu pai cortou um grande pedaço de carne e colocou em um farnel de farinha e cereais. Entregou a mistura nas mãos de um soldado e ordenou que me alimentasse.
Agradeci sua bondade enquanto o jovem sentava a meu lado. Era um rapaz magro e baixo que aparentava não mais do que dezesseis anos. Olhava-me com um misto de temor e admiração e foi cuidadoso ao cortar a comida e colocar em minha boca. Pedi alguns goles de hidromel e Drusus entregou seu cantil ao garoto. Os homens estavam em silêncio desde que o chefe retornara à fogueira.
— Como vão sua esposa e filhos, Drusus?
Seus olhos brilharam avermelhados com o reflexo da fogueira. Eu queria que ele se lembrasse de outros tempos, quando seus filhos brincavam comigo pelos gramados do castelo. Queria que seus soldados vissem que eu conhecia bem o homem que os liderava.
— Estão bem, Princesa, obrigada por se preocupar. Meu menino mais velho, aliás, já está se preparando para engrossar as fileiras de nosso exército.
— Blausius? É um bom menino. Lembro-me dele ainda brincando com espada de madeira. Já era rápido. Vai ser um excelente soldado e lhe dará muito orgulho em breve, tenho certeza. E Domitila? Deve estar uma moça feita, não é?
Olhou-me com fúria. Mas sua voz era plácida quando disse que havia arranjado o casamento da filha com um oficial do exército.
— Um homem bom, Princesa. Honesto, além de forte e corajoso. E excelente espadachim, já que Vossa Alteza aprecia a arte.
— Será que o conheço? Os melhores homens de Amina já cruzaram espadas comigo.
Drusus fazia parte daquele infindável grupo de homens que pensam na mulher como um ser inferior. Para eles, mulheres são propriedades, jamais companheiras. Seria esse o motivo de sua antipatia por mim? De qualquer maneira, sua forma de agir dava a entender que estava preocupado em me manter afastada da filha. Eu não tinha interesse algum na menina, apenas queria provocá-lo. Mais: queria provocar ruídos, despertar atenção de quem andasse a espreita na mata.
— Sir Aidan — respondeu com veemência.
Esse era um de meus grandes rivais na espada. Então o pequeno canalha estava se casando com uma menininha mal saída dos cueiros? Minha ausência em Amina parecia fazer bem ao menos a uma parte da nobreza.
— Claro que o conheço. Excelente espadachim, realmente. Seria nosso campeão, não fosse o fato de nunca ter conseguido me derrotar.
Dei um sorriso sarcástico ao capitão. Se sua preocupação era comigo, dá-la a Aidan apenas atiçava minha gula. Seria uma molecagem deliciosa roubar-lhe a esposa. E a expressão com que Drusus me encarou era tão desgostosa e furiosa que aumentou meu desejo. Não fosse por Alex, era bem capaz de ir atrás da menina apenas para libertá-la desses homens mesquinhos.
Eu estava imobilizada, mas era Drusus que estava subjugado. Minha posição social o impedia de revidar minhas palavras como gostaria. Deu um largo gole em seu hidromel e depois disse ao rapaz que eu já havia comido bastante. Protestei com veemência, mas ele se vingava da forma que lhe era possível. Ignorou meus protestos e saiu do acampamento.
O garoto que me alimentara ainda se regalava com os restos de minha comida quando Drusus retornou. Segurava um pequeno frasco e caminhou firme em minha direção enquanto gritava com seus homens para que dispersassem. A chuva havia parado, a terra estava encharcada e os lugares distantes do fogo com certeza não seriam agradáveis. Mas os soldados obedeceram a seu chefe e procuraram algo pra fazer.
Drusus deu a volta por trás e o som de seus passos se aproximando tinham um mau agouro. Meu coração bateu acelerado quando sua caminhada parou bem atrás de mim. Um rapaz tentava desajeitadamente subir em um carvalho enquanto outros riam, mas minha preocupação era o homem que eu não podia enxergar. Não acreditava que Drusus fosse louco o bastante para me machucar, mas com certeza estava a procura de uma maneira de extravasar sua raiva. E encontrou.
Foi por instinto que saltei quando meus cabelos foram puxados para trás. As pernas estavam doloridas pelas longas horas de imobilidade e os braços amarrados às costas não ajudaram no equilíbrio. Teria caído bizarramente se o capitão da guarda não me puxasse de volta, provocando uma dor aguda em meu couro cabeludo. Obrigou-me a sentar e sorria miseravelmente quando forçou o frasco contra meus lábios. O líquido escorreu por meu rosto o que enfureceu Drusus. Forçou meu corpo contra o chão e sentou em meu peito imobilizando-me totalmente.
— Está na hora de dormir, Princesa…
Falou em um sussurro quase inaudível, mas havia enorme prazer em sua fisionomia quando me obrigou a beber o líquido amargo e espesso. Virou o frasco todo, sufocando-me e, mesmo tendo cuspido uma parte em seu rosto, engoli uma quantidade enorme daquela porcaria. Drusus permaneceu em cima de mim enquanto a bebida cumpria sua função. A raiva em seu rosto é a última coisa de que me lembro.
Quando despertei novamente, sentia cheiro de terra. Notei movimentos à minha volta, mas ninguém falava nada. Minhas mãos doíam por causa das amarras, e alguém chutou de leve meu estômago, mais para que eu reagisse do que para machucar. Fiquei quieta, espreitando.
— Desamarrem as mãos, não a quero presa quando acordar.
Pela primeira vez na vida, a voz de meu pai me deu calafrios.
Senti quando os nós em meus pulsos começaram a afrouxar. Estava deitada com o rosto enfiado em uma grama rala. Abri cautelosamente os olhos e, para minha surpresa, Brenda estava largada a cerca de três palmos de distância. Continuei inerte, enquanto a corda era retirada. Depois percebi passos que se afastavam. Não havia como saber quantos homens estavam ali, mas acreditava que o bando devia estar todo reunido. Era uma tolice o que eu tinha em mente, só que me deixar dominar era ainda mais tolo e, naquele instante, eu preferia a morte a encarar meu pai. Então, em um gesto brusco e muito rápido, estiquei os braços e agarrei Brenda. Antes que os homens pudessem se dar conta eu já girava a espada no ar e, nesse golpe, às cegas acertei o rosto de dois soldados que estavam próximos. Um terceiro saltou à minha frente e ainda tentava desembainhar a espada quando cravei Brenda em sua garganta e desci rasgando. Puxei a espada com uma estocada rápida e girei depressa para aparar os golpes de dois homens que surgiram por trás. Não foram suficientemente rápidos, e os forcei a recuar, girei o pulso deixando que o peso da espada lhe desse um impulso natural, cortando o braço do homem à minha direita. Ele soltou a espada e correu, enquanto eu movia rapidamente a lâmina contra o queixo do outro homem, acertando-o num golpe debaixo para cima. A mata surgiu livre a minha frente, era só eu correr.
— Mais um passo, e ela morre.
Numa luta o cérebro funciona de um jeito diferente. Seus sentidos enviam muitas informações ao mesmo tempo, e você transforma tudo em ação, instantaneamente. Não há tempo para análises, conjecturas. Segurei pelo pescoço o homem ferido e colei minha lâmina em sua garganta. A vida dele não valia nada para meu pai, eu sabia, mas o instinto me fez usá-lo como escudo antes de encarar o Rei. As palavras que ouvi, no entanto, só fizeram sentido quando me virei.
Lara.
Estava presa e amordaça, olhando-me com terror. Suas roupas rasgadas não deixavam dúvidas sobre o martírio que vinha suportando, sabe-se lá desde quando. Meu pai deixou que eu a visse por inteiro, os joelhos escorrendo sangue, o seio direito exposto e machucado. Os cabelos estavam sujos, desgrenhados, presos nos dedos do Rei. Então ele forçou sua cabeça para o chão, sobre A Pedra… e foi quando percebi exatamente onde estava. Um soldado segurou minha antiga camareira pelas pernas, enquanto meu pai erguia seu rosto pelos cabelos para que eu visse a aflição em seus olhos. A lâmina de Serbal encostou-se à nuca de Lara, e eu soube que não tinha saída.
— Se machucá-la eu mato você, juro que mato! — Tentei manter a voz firme, mas por dentro derramava-me em desespero. Precisava fugir! Minha única possibilidade, no entanto, era entregar Lara à própria sorte.
— Largue a espada, Aléssia, e nada acontecerá à sua querida… camareira…
— Largue-a você, ou irá se arrepender…
— Você tem bom gosto. Não é à toa que me orgulho tanto de você, minha filha. Eu também lutaria por ela, a puta é muito gostosa. Mas não vale nada se comparada a um trono, não é? Tenha bom senso, Aléssia, abaixe essa arma e vamos governar juntos. Vou dividir o poder com você, eu juro. Você poderá tomar decisões e encaminhar o reino da forma que julga melhor. Faremos uma transição entre o meu governo e o seu, o que acha?
— SOLTE-A!
Meu grito era de raiva e desespero, um blefe de fúria e decisão que provocou um leve sorriso em Rei Aran.
— A vida dela está em suas mãos. E voltar para casa não é tão ruim, não é? Largue a espada e tudo voltará a ser como antes, eu lhe prometo.
Olhei para o caminho aberto às minhas costas. Bastava atirar o soldado longe e correr. Mas Lara morreria. E, de qualquer forma, eu ainda estaria dentro do Castelo de Três Círculos, com meu pai fechando o cerco até me recapturar. Talvez conseguisse sumir no meio do povo, contar com a ajuda de Matilde, me misturar aos soldados e escapar. Talvez. Mas Lara estaria morta em qualquer situação. Não havia escolha. Atirei o soldado ferido para longe antes de jogar Brenda aos pés de meu pai. Imediatamente três homens me imobilizaram. Não desviei os olhos do Rei, que me sorria com escárnio enquanto mantinha Lara contra a pedra. Então, quando eu estava completamente amarrada, Serbal subiu e desceu bruscamente. A cabeça de Lara rolou a meus pés e eu uivei de dor.
Naquele instante, cega de ódio, jurei meu pai de morte.

#deixesuaopinião



Notas:



O que achou deste história?

10 Respostas para Capítulo XLVI

  1. Só agora consegui parar para ler o capítulo… Morri um pouco rsrs Mas era previsível. Alessia fez oq precisava ser feito, porque ela é assim. Tem compaixão. E o Rei Aran sabia disso. Mas ele não tem. Era óbvio que ele a mataria de qualquer forma.
    Querendo noticias da Alex! ahahah Sofrendo sem saber oq aconteceu com ela e com Mestre Renan.
    Impossível prever oq vc irá aprontar agora…. milhares de teorias!! Só na ansiedade!!
    Como sempre, muito bom!!
    Beijos

    • Pois é, Bibiana, também estou querendo notícias de Alex rssss

      Como você disse, o fim de Lara era previsivel, mas era inevitável. Como a pobre aia, sozinha, poderia se defender de Rei Aran? Aléssia já colocara a vida de Lara em risco ao fugir do castelo. Agora, fugir novamente e decretar definitivamente a morte da jovem era algo impensável para a princesa. É bem provável que nossa heroína tenha sido ingênua acreditando que o pai não maltrataria Lara. Agora, no entanto, ela não tem qualquer ilusão quanto ao caráter do rei. A questão é o que ela poderá fazer para enfrentá-lo?

      Gratidão pelos seus comentários, Bibiana, adoro te encontrar por aqui

  2. Oii,

    As pombinhas vacilaram rsrsrs
    E não é que o rei levou a princesa pra pedra?! Poxa Diana, fiquei foi feliz logo que vi a Lara na história novamente 🙁 Alegria durou pouco, bichinha da garota. Esse rei agora tá lascado na mão da Alê!
    Roendo os dedos, as unhas acabaram! 😛

    Abrs o/

    • “Esse rei agora tá lascado na mão da Alê” >> Se eu fosse ele, eu fazia um seguro de vida, Lins Aléssia não vai sossegar até vingar a morte de Lara. Quer dizer: se Aléssia conseguiu se libertar das garras do rei, né? rssss

      Beijos, querida, valeu pelo comentário

  3. Assim que li o nome Lara, sentir uma grande felicidade. Sério! Não sei se lembra dos meus comentários no Wattpad, mas ameii de coração a aia. Por ela te ajudado muito a Aléssia no momento delicado dela.

    Agora você mata-la? Cara, você não tem noção do que sentir?

    Parece bobo né, imagino! Mas tive uma empatia muito grande pela Lara. Queria que Aléssia se casasse com ela (é eu sei fui trouxa)

    Só de imaginar o quanto ela sofreu sentir muita pena dela, agora mata-la??

    Eu chorei! Diana, não sou uma pessoa fe chorar em ler livros, seja ele qual for… Controlo muito minhas emoções. Não sou emotiva. Na verdade sou até fria.

    Enfim, você deve esta rindo ou me achando ridícula. Mas só vou te dizer uma coisa: estou muitoo chatiada viu. Por um momento sentir vontade de larga o livro (não vou fazer isso, amo Aléssia)

    Lara não merecia uma morte assim. Nem tente colocar a culpar no pai de Aléssia?

    • Lembro do seu comentário sim, Jamile. E não, nada do que você escreveu pareceu bobo ou ridículo. Muito pelo contrário: suas palavras me deixaram emocionada.

      Olha, essa foi a cena mais difícil de escrever em toda a história. Chorei ao escrever. Chorei novamente, hoje, ao revisar. Eu também adoro a Lara, mas ela mesma sabia do risco de se envolver com Aléssia – e o fez assim mesmo. Sei que pode parecer engraçado um autor dizer que não pode evitar a morte de uma personagem. Em tese isso é uma ficção, posso fazer o que eu quiser, não é? Mas uma história é um encadeamento lógico de fatos: uma coisa leva a outra, cada ação provoca uma reação. E na ficção, assim como na vida, nem sempre é possível quebrar essa cadeia, muitas vezes os fatos nos conduzem em direção à tragédia, e não há como evitar isso.

      Rei Aran não deixaria o desaparecimento de Aléssia ficar sem um culpado. E mesmo que Lara tenha tentado fugir ou se esconder, estava lutando contra um inimigo muito mais poderoso do que ela. Se Lara não morreu antes, foi apenas porque o Rei pretendia usá-la como isca. Não vou colocar a culpa no Rei, mas no enredo: quebrar a sequência lógica de um enredo é engendrar mentiras, e a mentira tem perna curta, mesmo na ficção.

      Um beijo grande em você, Jamile. Espero que essa dor passe o quanto antes

  4. Achei que Alê fosse mais inteligente, até eu sabia que ele mataria ela.
    Alex está muito atrasada, desse jeito só vai chegar quando tudo acabar.

    • Tem muitas coisas em jogo aqui, Letty. O rei é, antes de mais nada, pai de Aléssia. E mesmo que agora a princesa esteja ciente das maldades do pai, sabe que ele sempre foi bom com ela. Talvez nossa heroína tenha preferido acreditar que o pai não lhe faria uma maldade tão grande, já que ele sabia que Lara era importante para a filha. Mas mesmo que Aléssia tenha pensado na possibilidade do pai matar a garota, há uma diferença grande entre saber que a menina morreu porque seu pai é mau e cruel, e saber que ela morreu porque você fugiu. Aléssia jamais se perdoaria por abandonar a menina à própria sorte, e passaria o resto da vida se perguntando se Lara continuaria viva, caso não tivesse fugido. Fora que, vamos olhar do ponto de vista de Lara: seria péssimo olhar nos olhos da mulher que você ama, e vê-la fugir ao invés de salvar sua vida, não é? Lara sempre foi leal e merece a lealdade da princesa. Há certos sacrifícios dos quais não podemos fugir.

      Gratidão pelo comentário, Letty, e vamos torcer para que Alex consiga evitar o pior

  5. Tempos de guerra… Nada de compaixão e nem honrar a palavra… Coitada da Lara… Já tinha ideia que ela teria sido presa pra virar moeda de troca. Triste pela forma que ela e Alessia se reencontraram. Alex, por favor, salve a princesa! Rrrsss…

    • Pois é, Naty, tempos de guerra, tempos difíceis. Quando Aléssia se misturou ao Exército Real, não imaginava que sua vida mudaria tanto. Jamais teve a intenção de colocar a vida de Lara em risco, e tentou até o último instante salvá-la, ainda que tudo o que pudesse fazer nesse sentido fosse se entregar. Mas o curso dos acontecimentos não era nada favorável à aia. Alguém tinha que pagar pelo desaparecimento de Aléssia, e é claro que o rei cobraria do lado mais fraco
      Gratidão pelos seus comentários, e muitos beijos pra você, Naty

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