Metade da semana já havia se passado e nós continuávamos ensaiando as coreografias. Tudo certo até aí, até que ouvimos um barulho e um grito de dor. Olhei e vi a Dulce caída no chão, fui correndo até ela assim como todos.
– O que aconteceu? – perguntei assim que me agachei ao lado dela.
– Aii meu pé! – o Chris tocava no pé dela de leve- Não Chris, não toca!! – ela estava cheia de dor.
– Calma Dul….mas parece que tá bem inchado….- Mai.
– É aquele mesmo? – perguntei e ela fez que sim. Todo mundo nos olhou sem entender- Aquele mesmo que ela quebrou na época da novela…
– Melhor te levar ao médico Dulce….- o Kadu falou.
– Também acho. Tá bem inchado…- Ucker.
– Droga!! – ela falou já pensando provavelmente nos shows.
– Eu posso ir com ela, tem um no caminho da minha casa…- Poncho- To de carro aí embaixo.
Eu também estava….
Enquanto eles falavam senti ela apertando minha mão e só aí percebi que nossas mãos estavam juntas.
– Então leva Poncho. É melhor. – Chris.
– Vamos Dul? – ela fez que sim com a cabeça- Consegue levantar? – ele a ajudou a levantar de um lado e eu do outro. Ele passou a mão na cintura dela pra dar equilíbrio e foi aí que eu decidi!
– Vou com vocês. – todos me olharam mas eu não falei nada, inclusive ela que virou a cabeça pra trás porque tinha dado uns passos com ele.
– Dêem notícias então…- Kadu.
– Pode deixar. – Poncho respondeu e nós seguimos com ela entre nós.
Fomos até o carro dele.
– Melhor você ir atrás Dul, pra por o pé pra cima…- ela entrou atrás e fui na frente com ele.
– Tá doendo muito? – me virei pra trás perguntando à ela, tocando de leve na perna dela.
– Um pouco. – ela estava com a cabeça encostada no vidro.
– Tá bem inchado Dul…
Deixei ela na dela porque ela estava com cara de dor.
– Dul, eu ainda não entendi, como você caiu? – Poncho perguntou meio rindo.
– Ah sei lá. Eu estava lá fazendo a coreografia e aí fui olhar pra Anahi e me distraí e quando vi, tinha caído. – ela falou e ficou um silêncio, eu nem ousei comentar ou nada, ela se consertou- Quer dizer, eu olhei porque ela estava na frente né, pra ver se estava certo mesmo e tal….
Poncho riu.
– Certas coisas nunca mudam né…- ele falou e eu não entendi bem o que ele quis dizer com isso, não ousei nem olhar pra ele, mas senti meu corpo retesar- Você caindo Dul….- ele riu- Nunca vi alguém pra cair tanto….- acabei rindo também, junto com ele. Ela ficou puta.
– Palhaço! Os dois! – ela corrigiu e eu tentei parar de rir.
Quando estávamos quase chegando, eu lembrei de algo.
– Poncho, acho melhor você entrar pela porta dos fundos, pode estar cheio e tal…
– Tá. Melhor mesmo. – ele estacionou ali na frente- Eu vou lá avisar à eles, já venho.
– Tá. – respondi e ele saiu- Como você tá? – me virei pra ela.
– Tá doendo! – retorci os lábios, porque não podia fazer mais nada, tadinha….
Logo ele voltou.
– Eles falaram que é só você ir lá Dul….- ele falou abrindo a porta de trás pra ela, saí do carro também e parei ao lado da porta dela. Ela vinha se aproximando e tentando sair- Consegue sair Dul?
Ela já estava saindo, dei a mão à ela pra ajudar a sair e ela parou na minha frente, ficamos perto demais porque eu ajudei ela a ficar em pé, procurei não olhar muito pra evitar….
– Quer que pegue a cadeira de rodas Dul? – Poncho.
– Não precisa, eu vou pulando rs. – olhou pra mim- Se ela me ajudar rs.
– Ajudo. Vem.
Me virei e a segurei pela cintura e ela passou o braço pelo meu ombro, segurei na mão dela que estava sobre o meu ombro pra dar mais equilíbrio à ela. Detalhe que como ela estava de roupa de ginástica e só com um casaco por cima, quando a abracei, toquei na pele dela, e me controlei!
Fomos andando assim, devagar até lá dentro.
– Dul, deixa que eu preencho as coisas pra você. Senta lá.
– Não precisa. Eu faço.
Fiquei ali com ela até ela acabar e depois nos sentamos nos bancos ali da recepção.
– Doendo muito?
Ela fez que sim com a cabeça.
– Tá dando umas pontadas….
– Põe o pé pra cima Dulce.
– Não precisa. – nem dei ideia, peguei na perna dela e coloquei em cima da minha perna.
Levantei um pouco a calça pra ver como estava, toquei de leve no tornozelo dela. Ela gemeu de dor.
– Desculpa….- a olhei e ela mordia o lábio, com carinha de dor- mas você vai ter que tirar o tênis Dul….
– Tá doendo demais Annie! – ela ainda mordia o lábio.
Até com dor essa mulher consegue ser sexy, pqp!!! Afastei esse pensamento e me concentrei no que importava.
– Prefere tirar lá dentro? – a olhei e ela ficou me olhando, parecia refletir.
– Tira com cuidado então….- ela já se segurava no braço da cadeira.
– Claro.
Fui abrindo o cadarço e fazendo tudo com todo cuidado. Na hora de tirar eu avisei, ela deixou e quando a olhei estava com a cabeça encostada na parede e com a mão na boca, mordendo, acho que pra evitar a dor tão grande, mas não evitou dela gemer de dor quando tirei.
– Tentei fazer com mais cuidado que deu rs…
– Garanto que foi melhor do que se eles tivessem tirado lá dentro….- ela sorriu ao falar, sorri de volta mas logo desviei, era melhor.
– Não vai dar problema pra você? – a olhei- Com a Maria….por ter vindo….
– Não.
Mas era óbvio que ía! Aliás eu não tinha nem avisado que estava aqui ainda, mas não podia deixar ela sozinha assim, com dor….
O médico a chamou, eu nem ía entrar mas ela pediu. Ele mexeu um pouco no pé dela que gemia de dor, ele desistiu e falou que era melhor ela fazer um raio-x. Chamou o enfermeiro que veio com uma cadeira de rodas pra levá-la.
Fiquei sentada no banco a esperando voltar, logo o Poncho chegou.
– Nossa, estava cheio! E aí? – ele se sentou ao meu lado- Cadê ela?
– Foi tirar o raio-x, ele acha que torceu.
– Hum.
Aproveitei o momento pra mandar mensagem pra Maria.
“Oi amor. Eu to no hospital com o Poncho e a Dulce, ela torceu o pé.”
“Tá né…”
“É que eu tava de carro amor, aí trouxe.”
“Ok. Bjs.”
“Bjs”
Era mentira a parte do carro mas ela não precisava saber né? Eu não ía pra casa dela, achei melhor porque se eu falasse a verdade, ía começar e não tinha nada demais, eu só fiquei preocupada com ela….
– Eu achei que tivesse quebrado….porque inchou rápido né….
– Deve ser porque é o mesmo pé que ela quebrou aquela vez….
– Eu nem lembrava disso….- eu sorri de cabeça baixa, ainda mexia no celular- Mas acho que você sempre soube mais coisas dela mesmo…- o olhei quando ele falou isso mas não disse nada. Ele desviou o olhar pra frente e então respirou fundo- E estamos nós três aqui de novo né? – não estava entendendo esse papo dele.
– Mas a situação é bem diferente!
– Pode ser. – ele deu de ombros- Mas estamos nós dois aqui por causa dela….mais uma vez….
Não deu tempo de respondê-lo, a Dulce chegou.
– E aí? – Poncho perguntou pro enfermeiro que estava atrás dela.
– Logo o médico chama vocês. – ele saiu e entrou na sala do médico.
Minutos depois, ele chamou ela. Entramos os três na sala e ele confirmou que foi entorse mesmo e que ela deveria ficar duas semanas enfaixada e que nos dois primeiros dias, não deveria pisar no chão. Ele chamou o enfermeiro pra levá-la até a sala e aconselhou que alguém fosse junto pra ajudá-la, falei que iria e o Poncho ficou lá fora esperando.
Na salinha ele pediu pra Dulce sentar e por o pé pra cima, me encostei na mesinha que ficava de frente pra ela, a sala era bem pequena. Ele começou a mexer no pé dela e percebi ela gemendo de dor.
– Doendo? – perguntei.
– Um pouco. – ela fazia careta e tesava meio deitada, só com os cotovelos apoiados na cama.
– Desculpa, mas se eu não apertar não adianta….
Ela só fez que sim com a cabeça e ele continuou. Quando olhei pra ela de novo, ela estava meio branca.
– Você tá bem Dulce?? – me aproximei dela.
– Eu…eu to…- ela foi descendo até deitar na maca.
– O que você está sentindo? – ele a olhou.
– To meio tonta, não sei…
– Calma. Vou pegar um sal pra você…. É porque eu mexi muito no seu pé. Já venho…- ele saiu.
– Ei….- me abaixei um pouco fazendo carinho na testa dela- calma, tá tudo bem…
Ele logo voltou com o sal, dei a ela que pôs um pouco embaixo da língua, depois voltou a deitar.
– Acabou? – ela perguntou, ainda de olhos fechados e com carinha de dor.
– Quase….- ele voltou a mexer no pé dela, mas foi rápido- Pronto. Vou pegar uma cadeira de rodas pra você.
– Tá. Mas será que pode esperar um pouco?
– Claro que pode! – respondi sem nem me importar com ele, ela não estava bem pra sair agora!
– Pode sim. – ele sorriu ao responder- Vou pegar, já venho.
– Dul…- a chamei assim que ele saiu, ela estava de olhos fechados ainda. Uma mão minha continuava na testa dela e a outra pousei na barriga, sem querer- olha pra mim, tá melhor?
– To.
– É porque ele parou de mexer….- ela apoiou a mão sobre a minha e só aí senti como estava gelada- Nossa, sua mão tá gelada! – toquei na mão dela com a minha sobre, apertei e estava mole. Ela sorriu e não entendi direito.
Deu vontade de por no colo e cuidar como na época em que…. Enfim…
– O que houve?
Ele voltou com a cadeira e com o Poncho junto. Me afastei quando ele chegou.
– Ela se sentiu mal…- enfermeiro- Tá melhor? – a olhou.
– Sim.
– Come mais um pouco de sal. – dei a ela.
– Vou pegar uma água pra você Dul.
– É bom. – ele disse e o Poncho foi pegar.
– A cor tá voltando…- sorri a olhando, ela sorriu de volta.
– Aqui a água. – ele entregou à ela.
– Consegue sentar? – enfermeiro perguntou.
– Acho que sim. – ele e eu a ajudamos a sentar, ela conseguiu e bebeu.
– Bom, trouxe isso aqui pra você. – enfermeiro disse com as duas muletas na mão- Sabe usar? – ela fez que sim com a cabeça e eu ri de cabeça baixa, eu lembrava bem o desastre que foi ela usando da outra vez. Ela ou não percebeu ou fingiu que não viu meu sorriso- Que bom! Porque terá que usar nos próximos dois dias, nada de por o pé no chão antes de sábado! Ok?
– Ok. – ela concordou.
– Então está liberada.
Ele ajudou a Dulce a descer e então saímos com ela do hospital. Poncho a pegou no colo pra colocá-la no banco de trás sob protestos dela.
– Fica quietinha Dulce!
Entramos e demos partida no carro.
– Poncho, você pode me deixar na casa dos meus pais? Acho que vai ser meio difícil ficar sozinha esses dias….
– Ué mas você não mora com eles não?
– Não. Moro sozinha agora.
– Não sabia….- ele respondeu.
Nem eu…
– Obrigada. Vou ligar pra minha mãe pra avisar….
E assim foi feito, ele deixou ela na casa dos pais e depois me deixou em casa. Mandei uma mensagem pra Maria que tinha chegado e ela só respondeu “ok”
Ai, ai….
Jantei e fui dormir.
No dia seguinte resolvi mandar uma mensagem pra Dulce pra ver como ela estava e se ía trabalhar, ela disse que sim então resolvi dizer que iria com ela, que passaria em sua casa de taxi, ela aceitou.
– Como você tá? – perguntei assim que ela entrou no taxi.
– Ainda dói…- ela fez careta ao falar- mas tô melhor…
– Que bom!
– Annie? – a olhei- Acho que não te agradeci direito ainda….por ontem, por ter ído e ficado comigo…
– Não precisa. – sorri ao falar e ela também, resolvi desviar.
Graças à Deus, logo chegamos!
Assim que descemos do taxi, encontramos a Mai.
– Xiiii. – ela viu a Dulce com as muletas na mão. A Dul riu e fez careta- Quebrou?
– Não. Torci.
– Quanto tempo?
– Duas semanas.
Elas falavam enquanto caminhavam, eu estava meio atrás porque estava com medo dela cair, conheço a peça….
Ao chegarmos lá em cima, todos vieram até ela, querendo saber o que tinha acontecido e tal…. Ela explicou.
– Mas você veio sozinha, Dul? – Chris.
– Não. Vim com a Annie. – ela me olhou ao falar e todos me olharam, desviei o olhar.
– Pensei que você nem viesse hoje….- Poncho.
– Eu não vinha, mas aí o Pedro falou pra eu vir e dar uma adiantada nas músicas…
– É. Vamos focar nisso, depois voltamos pras coreografias.
Dito isso, fomos trabalhar!
Numa das pausas, eu estava com o Chris e a Mai conversando quando um dos rapazes que trabalhavam ali fala que o garagista queria falar comigo.
– Dona Anahi. A sua namorada, Maria, está lá embaixo. Ela disse que a senhora ía deixar a chave do seu carro lá embaixo mas não deixou comigo. A senhora deixou com outra pessoa?
– Ah não, eu esqueci. – tinha esquecido mesmo!
– Ah sim. Foi o que falei pra ela, porque vi seu carro lá mas a chave não estava. Vi quando a senhora passou com a Dona Dulce ontem mas achei que a senhora voltaria pra pegar o carro….
Percebi os olhares dos dois pra mim quando ele falou isso, puta merda!! Ele havia acabado de me entregar!!
– Você falou isso pra Maria?
– Ah não, não senhora. Só que achava que a senhora tinha esquecido de deixar a chave comigo.
– Ah sim. – olhei de relance pros dois que me olhavam.
Putaquepari…!!!
– Se a senhora quiser me entregar agora, eu dou a ela….
– Não. Eu desço com você e a entrego.
– Ok.
– Já venho. – falei com eles mas sem coragem alguma de encará-los.
Desci e a encontrei na portaria, ela mexia em algo no celular mas quando me aproximei ela me olhou.
– Oi amor. – dei um beijo na bochecha.
– Oi. – ela sorriu- Você não ía deixar a chave aqui embaixo?
– Eu esqueci amor, desculpa.
Ela sorriu.
– Mas vem, vou lá com vc pra você pegar as coisas. – dei a mão à ela e fomos assim até o carro.
Assim que chegamos lá, abri o carro e ela pegou as coisas.
– Você quer ficar com o carro, amor?
– Precisa não. Só queria pegar isso mesmo. – ela estava com um pen drive na mão- As fotos da nova coleção estão aqui rs. – eu sorri- Te vejo mais tarde?
– Aham. – ela sorriu em resposta e se encostou na porta- Pensei que estivesse brava comigo, por ontem….
Ela negou com a cabeça e me deu um selinho, logo depois levou as mãos ao meu rosto e me deu um beijo mais demorado, parou com alguns selinhos e me olhou sorrindo.
– Tenho que ir….- fiz que sim com a cabeça.
Nos despedimos e ela foi, então subi.
Entrei na sala e não tinha ninguém, fui até a minha bolsa pra guardar a chave do carro.
– Chave do seu carro? – levei um susto!!!
Me virei pra ver a Dulce se equilibrando nas muletas e me olhando.
– Que susto Dulce!!!
– Você estava de carro ontem aqui? – a olhei meio incerta do que dizer.
– Pra que você quer saber isso? – fiz o mais plausível, fugi. Me afastei dela e do seu olhar e mudei o assunto.
– Estava ou não Anahi?! – fiquei a olhando sem saber o que falar, então ela mesmo falou- Eu sei que estava!
– Sabe?
– Aham. Fiquei sabendo….
– Como? – me aproximei dela com os braços cruzados.
– Não importa.
Mai fdp!
– Por que Anahi?
– Porque o que?
– Por que você foi comigo, por que ficou o tempo todo comigo se eu podia ir com o Poncho e você ir pra casa, já que estava de carro?
– Preferia?
– Responde o que eu perguntei!
Dei de ombros. Nem eu sabia!
– Porque sim Dulce. Sei lá, fiquei preocupada e fui. Não sabia que se incomodaria tanto….
– Não incomodou…. Só queria saber o porquê….- ela deu uns passos com a muleta na minha direção.
– Para com isso, você vai cair. – pedi.
– Não vou, eu sei andar nisso.
– Não. Você não sabe. – ela ficou me olhando.
– Certas coisas não mudam né?
– Como assim? – não entendi.
– Eu ainda não sei andar nesse treco direito e você continua fugindo das coisas….
– Do que eu fugi??? – aumentei o tom de voz. Ah, logo ela me falando isso??
– Por que você foi comigo no hospital?
– Já disse! – me alterei porque ela estava me irritando já!- E quem foge das coisas aqui é você!!
A gente tinha se aproximado muito e eu nem percebi porque como sempre, ela me irritava!
– Nunca vai mudar o disco né?! – ela me olhava nos olhos.
– Já mudei Dulce, to nem aí mais! – me afastei dela de novo- Faz o que você quiser! Só fui tentar te ajudar, por isso fui no hospital porque apesar de tudo ainda me preocupo com você! Mas mais uma vez você me mostra que você não merece!
– Não mereço? Por que?? O que eu fiz?! – ela falava enquanto andava na minha direção e é óbvio que ela desequilibrou e é óbvio que eu corri até ela pra ajudar.
Ficamos perto demais e ela me olhando daquele jeito, eu precisava me afastar! E foi o que eu tentei fazer só que mesmo ela de muletas conseguiu segurar meu braço.
– Não faz isso por favor, não me faz ir atrás de você
– Você não tem que vir atrás de mim Dulce! Você tem que ficar aí e eu aqui! – tentei recuar mas ela me segurou pelo braço de novo.
– Por favor….- ela veio com a outra mão e tocou no meu rosto, a gente estava quase coladas- Ontem, no hospital, quando eu estava passando mal, quando eu abri os olhos e vi você ali parecia que nada tinha mudado, que éramos aquelas garotas de anos atrás de novo e eu me senti feliz, feliz como há muito tempo não sentia….
Eu ainda tentava reagir à ela pra me afastar quando a porta se abre.
– Annie, o…- era o Chris. Mas ele parou ao ver a cena, me afastei dela na hora que meio que se desequilibrou- desculpa, eu não…
– Desculpa. – a olhei porque ela quase caiu e depois saí da sala.
Precisava sair dali, precisava de ar!!!!
Eues tava tremendo!!! Não é possível depois de mais de três anos essa mulher me deixar assim ainda!!
Respirei fundo algumas vezes antes de sair do banheiro pra encarar todo mundo.
A Dulce foi embora mais cedo e eu dei graças à Deus! Só precisava sair um pouco dali. Fui pra casa, precisava me recompor um pouco pra ir pra Maria. Tomei um banho e só fui pra lá à noite.
Como eu tinha a chave, entrei direto. Ela estava no quarto mexendo no computador.
– Ei baby…- ela falou assim que me viu. Deixei minha bolsa em cima da mesinha e fui até ela e dei um selinho.
– Oi. – sentei na cama ao lado dela.
– Demorou amor….
– Desculpa. Mas fiquei um pouco lá com a minha mãe, sabe como é….- sorri a olhando.
– Sei…- ela fez carinho no meu braço ao falar- Mas é que também senti saudades, mais de um dia sem te ver e dormir com você é muito…- ela sorria me olhando.
– Mas agora eu to aqui….- dei mais um selinho nela que me sorriu- Tá com fome? – ela me perguntou enquanto colocava o computador ao lado, na cama.
– Não. Eu comi. Você disse que tinha comido, então nem te esperei, mas tem ainda aí. Você quer?
– Não. Eu também comi em casa….
Ela sorriu.
– Tá com sono? – ela fazia carinho nos meus braços ao falar.
– Não. Mas to cansada….
– Vem cá então….- ela abriu os braços e eu deitei no peito dela.
Ela ficou fazendo carinho nos meus cabelos e abraçada a mim, eu precisava só disso agora. Só percebi que tinha pego no sono quando acordei porque estava com dor no pescoço, me mexi e ela me olhou.
– Acordou amor?
– Desculpa, eu apaguei. – olhei pra ela ao falar, ela assistia televisão.
– Não tem porque pedir desculpas, você tá cansada….. Por que não troca de roupa logo e deita aqui comigo pra dormirmos?
– Que horas são? – perguntei me sentando.
– Dez e meia.
– Nossa. Só? To cansada mesmo rs.
Ela sorriu.
– Vai lá trocar de roupa e vem deitar comigo vai…
– Tá.
Me levantei e fiz o que ela sugeriu, troquei de roupa e voltei a deitar com ela. Ela desligou a televisão e me abraçou, peguei no sono de novo.
– Não faz….
– Shhh….como eu sinto a sua falta….
– Ai Dulllll….- ela me beijava o pescoço me pegando pelos cabelos do jeito que só ela sabia fazer….
De repente ela me beijava mas depois era a Maria me beijando.
– Eu te amo….- sussurrou no meu ouvido.
Mas aí em seguida ouvi a voz da Maria sussurrando mas eu não via ela, ela dizia:
– Eu te amo….
Acordei assustada! Dei meio que um pulo e ao abrir os olhos, percebi que tinha sido um sonho e que a Maria dormia ao meu lado na cama. Não acreditava que havia acabado de sonhar com a Dulce!!!! Só posso estar perturbada!!! Ela é só uma idiota que eu nem devia pensar mais! Talvez eu não pensasse se não tivesse que vê-la todos os dias mais….
Merdaaaaaa!!!
Passei as mãos pelo rosto, dei uns tapinhas na minha testa como se aquilo fosse mudar em algo meus pensamentos, não ía! Me virei na cama e encontrei o rosto da minha namorada, estávamos uma de frente pra outra, ela dormia um sono tranquilo…. Fiquei a olhando, eu a queria, muito!! Mas então por que eu ficava pensando na Dulce? Por que a aproximação dela mexe tanto comigo?? Passei a mão pelos cabelos dela, de leve pra que ela não acordasse…. Eu só precisava dela, da minha mulher!
Sem pensar muito acabei beijando ela, dando um selinho alongado mas bastou pra ela se mexer e acordar. Me olhou sem entender nada.
– Desculpa amor, não queria te acordar. – eu estava com a mão em seu rosto ainda.
– O que houve?
– Nada. – fiz carinho no seu rosto- Desculpa. Vem, deita aqui. – puxei ela pra deitar no peito de novo.
– Por que você tá acordada? – ela perguntou enquanto me abraçava, deitando a cabeça no meu peito.
– Nada.
– Teve um pesadelo? – me olhou.
Isso, foi um pesadelo!
– É….
– Tadinha do meu amor….- ela subiu um pouco o rosto e me deu um selinho enquanto fazia carinho no meu rosto, eu sorri.
Ela ía deitar a cabeça no meu peito de novo mas eu não deixei, a segurei pela nuca e a beijei, à princípio um selinho mas depois forcei minha língua na boca dela, ela demorou um pouco mas correspondeu, virei meu corpo sobre o dela enquanto a beijava.
– Tá com sono? – sussurrei em seu ouvido.
– Depende….- ela me olhou- o que você quer? – o olhar dela já tinha mudado. Eu a olhei e sorri mordendo o lábio.
Ela me puxou pelo braço, acho que pra me beijar, mas eu não fui. Pelo contrário, desci meu corpo até chegar na altura das pernas dela e levei minha boca às pernas dela, beijando a parte interna enquanto a outra eu passava a mão, apertando, fui variando e percebi ela suspirando e se remexendo na cama já. Fui subindo a camisola assim como minha boca na direção do sexo dela, até aparecer a calcinha. Passei a língua pelo tecido e a ouvi gemer, continuei subindo a camisola e os beijos até a barriga dela.
– Annieeee….hummmm…- se remexia segurando na minha cabeça.
Subi meu corpo e a beijei novamente, ela foi me abraçar durante o beijo mas tirei os braços dela e os abaixei, precisava deles pra baixo pra tirar a alça da camisola dela. Assim que consegui, desci os beijos pros seios dela, chupei os dois, alternando e dando leves apertões também enquanto que com a mão apertava o sexo dela sobre a calcinha. Ela me puxou pra cima me beijando e em seguida me virou na cama, ficando por cima, eu levei a mão ao sexo dela, mexendo….
– Tira a calcinha pra mim….- pedi.
Ela se levantou, tirou a camisola que tava enrolada na cintura e a calcinha.
– Vem cá! – puxei ela pela perna na direção do meu rosto, ela sentou na minha cara e eu comecei a chupá-la.
Ela rebolava gemendo na minha boca enquanto eu apertava suas pernas e dava uns tapinhas no bumbum dela, ouvir ela gemendo como louca era muito bom! Ela gozou logo. Ela ía sair de cima de mim mas não deixei, a segurei e falei:
– Vira.
Ela me olhou e riu, já sabia o que eu queria. Ela se virou sobre mim e tirou minha calcinha, começou a me chupar e eu só precisei me concentrar um pouco pra gozar enquanto ainda chupava ela, foi maravilhoso!
Ela saiu de cima de mim e deitou sobre meu peito, eu estava fazendo carinho nela e então comecei a sentir beijos pelo meu peito e ela abaixou a alça da minha camisola.
– Amor?
– É só beijo….- ela me olhou sorrindo- sabe que eu gosto tanto deles….
– Sei….- respondi fechando os olhos, ela continuou os beijando e estava muito gostoso.
Mas é óbvio que não paramos aí, eu nem sei que horas fomos dormir, só sei que eu apaguei! Acordei no dia seguinte e percebi que ela não estava na cama, me remexi e olhei pelo quarto, nada. Quando estava me preparando pra levantar, ela entra no quarto com uma bandeja.
– Bom dia linda!
– Bom dia…. Onde você estava?
– Fazendo café da manhã da minha mulher….- ela disse isso sentando-se na cama com a bandeja, sorri.
– Por que não me chamou pra te ajudar?
– Porque eu não queria. – ela me olhou e sorriu- Vem cá, senta aqui comigo.
Sentei na cama com ela, eu estava pelada ainda mas ela me puxou pro colo dela e me beijou.
– Bom dia princesa….
– Bom dia meu amor! – a olhei e ela sorria pra mim.
– Sabia que eu te amo?
Eu sorri.
– Sabia. Também te amo.
– Que bom! – ela sorriu- Tá com fome?
– To. – olhei pra bandeja- Mas você não acha que tem muita comida aí não? – sorri ao olhá-la.
– Achei que você ía estar com fome….depois de ontem à noite, ou melhor, de madrugada…- sorri- Eu to. – ela também riu.
– To…
– Então vamos comer…
Realmente eu estava com fome mas tinha muita coisa, depois que comemos voltamos a deitar na cama.
– Que horas você tem que ir hoje? – me perguntou.
– Só à tarde.
Ela sorriu.
– Então ainda tenho tempo com a minha mulher….
– Tem. – sorri- E você?
– Só depois que eu ganhar muitos beijos!
Ela me olhou sorrindo.
– Ah é? – perguntei enquanto a boca dela se aproximava da minha.
Ela me beijou, o corpo dela estava metade sobre o meu e sentia as mãos dela na lateral da minha barriga até que pousou no quadril. Ela separou um pouco nossos rostos e foi trazendo a mão pra minha barriga e subindo até o meu peito, fui contraindo porque era meio automático, ela me olhou sorrindo.
– Quero mais! Aliás, quero noites como a de ontem sempre! – eu sorri- Pode me acordar sempre, se for daquele jeito….
– Que jeito?
– Não sei. Foi diferente….você estava mais safada, mais intensa, não sei explicar….
Ela não me deu tempo de pensar porque logo me agarrou, me beijou! Só paramos quando nos demos conta da hora e ela teve que ir trabalhar e já era hora de eu ir pra casa e me arrumar também.