Dulce estava aproveitando esses dias pra resolver alguns problemas do seu próprio cd, tentava se manter ocupada pra não ficar o tempo todo pensando em Anahi nos braços da namorada….
Conseguiu dar uma adiantada nessas coisas mas negou vários convites da irmã pra ir almoçarem juntas, com os pais e até de alguns amigos, mas não quis sair, ficou em casa sozinha e foi impossível não se lembrar do passado.
** FlashBack Abril 2005**
Cerca de umas três semanas depois do nosso beijo, eu estava no camarim conversando com a Mai e a Angelique quando ela entrou.
– Oi gente.
– Oi. – elas falaram e eu fiquei só olhando, ela tava com a cara arrasada.
– Nossa, tô morta! – ela “se jogou” no sofá entre mim e a Angel.
– Estava até agora aonde? – Mai.
– Gravando! Cara o Pedro não ficava satisfeito com nada, toda hora era uma coisa! Tô morta!! – ela jogou a cabeça pra trás e a olhei sorrindo.
– Hahahahahaha. Tô vendo…
– E o que vocês estão fazendo aqui ainda? – ela perguntou se ajeitando no sofá e se recostando em mim, não estava esperando aquilo mas não falei nada. Ninguém se espantou porque ela sempre foi de fazer aquilo mas ninguém também sabe que nos beijamos…
– Eu já tô indo…- Mai.
– É, eu também…- Angel.
– E você? – ela jogou a cabeça pra trás me olhando ao perguntar.
– Já vou…- respondi e ela sorriu mas voltou a olhar pra frente.
Elas continuaram conversando mais um pouco e eu sem perceber já fazia cafuné nos cabelos dela, viajei um pouco ali e só percebi quando a Mai se levantou dizendo que já estava indo. A Angel falou que também iria.
– Vão ficar meninas? – Mai.
– Não. Já tô indo…- respondi.
– Também vou. – ela falou.
Nos despedimos e elas saíram, a Anahi colocou os pés em cima do sofá e suspirou.
– Tô tão cansada….
– Quer ir embora? – perguntei e nem foi minha intenção mas saiu meio sussurrado.
– Já vou. – ela fechou os olhos- Tá tão bom aqui….- eu sorri e ela também.
Ficamos uns dois minutos em silêncio, até ela falar.
– Tô te atrasando?
– Claro que não.
– Não vai com o Poncho?
– Não sei. Na verdade não consegui falar com ele ainda, nem sei se ainda tá aqui…
– Deve estar… Ele estava gravando também…
– Hum. Vou mandar mensagem pra ele.
Ela se desencostou de mim sentando direito no sofá.
– Fala com ele então, não quero te atrasar…- ela me olhou ao fim da frase.
– Não tá Annie. – ela sorriu ao falar.
– Se ele não for te levar, posso te levar. – ela se levantou- Vou ao banheiro, já venho.
Não falei nada e ela saiu pro banheiro, mandei mensagem pro Poncho e fiquei esperando ela e ele.
Ela saiu do banheiro uns minutos depois ainda de uniforme, ela estava com os dois primeiros botões abertos, sem gravata e o último também aberto, parte da barriga de fora e descalço, com as botas na mão. Eu parei um pouco olhando pra ela, confesso que aquela visão me perturbou um pouco, não consegui falar nada.
– Acho que já vou também. – a olhei e sorri.
– Descalço Annie? – ela abaixou a cabeça olhando pros pés e sorriu também.
– Tenho um chinelo aqui, vou com ele e amanhã eu trago.
– Deixa eu te ajudar. – peguei a bota da mão dela- Onde está seu chinelo e suas coisas?
– Tá no armário.
– Vou deixar a bota aqui e amanhã vc pega.
– Tá bom, obrigada. – eu sorri e entreguei a bolsa pra ela- E o Poncho? Conseguiu falar com ele?
– Ainda não me respondeu.
– Quer que eu te espere? Ou carona?
– Acho que vou passar lá no camarim deles quando tiver indo.
– Ah tá. Quer que eu vá com você?
– Pode ser.
– Se bem que eu tô horrorosa assim né kkkkk. – ela se olhou ao falar.
– Tá nada, tá linda…- só depois que eu falei que me toquei, ela me olhou sorrindo e eu fiquei sem graça.
– Eu acho muito fofo você sem graça sabia? – ela sorriu mais uma vez e eu fiquei mais sem graça ainda.
Ela me deu um beijo na bochecha o que me deixou mais encabulada, fui tentar me afastar virando o rosto só que ao invés disso eu dei um selinho nela, foi mais um roçar de lábios, na verdade. Quando eu abri os olhos pra olhá-la senti ela me beijando….
Foi tudo aquilo que foi da primeira vez mas ainda melhor, ela levou uma das mãos ao meu rosto e logo escorregou os dedos pra minha nuca, a pegada era carinhosa e era firme ao mesmo tempo. Levei uma das mãos à cintura dela por baixo da blusa que já estava levantada e isso fez com que nossos corpos se colassem. O beijo dela era gostoso demais….
Paramos ao faltar o ar. Eu ainda estava sobre os efeitos do beijo ao abrir os olhos, ela me olhava de volta mas não falava nada também. Resolvi sair dali logo.
– Acho melhor ir lá atrás do Poncho…- ela só fez que sim com a cabeça e eu saí.
No fim dessa semana nós estávamos no estúdio dando início à algumas gravações quando eu e o Poncho começamos a discutir, eu nem lembro o porque mais, quando vi estávamos os dois gritando um com o outro. E eu odiava aquilo, ainda mais com tudo mundo ali, ouvindo!
– Faz o que você quiser Poncho! Tchau.
– Dulce, volta aqui! Dulceeeee!! – ouvi ele gritando mas nem dei assunto, entrei na primeira sala e me joguei no sofá, ainda ouvi os gritos dele.
Cerca de uns dez minutos depois alguém bate na porta, abri os olhos e vi a Anahi na porta.
– Posso entrar? – ela estava com a mão apoiada na porta e metade do corpo pra dentro.
– Entra. – respirei fundo depois.
– Foi impossível não ouvir Dul… está tudo bem? – só respirei fundo- Desculpa. Só quis vim ver como você estava….- ela tinha sentado ao meu lado no sofá- Quer conversar?
– Não. – eu nem olhava pra ela, estava tão irritada com o Poncho, eu estava com a cabeça encostada no sofá e olhava pro nada.
– Ok. Vou te deixar em paz então….- ela fez menção de se levantar e só aí a olhei e a segurei pela mão.
– Fica. – ela voltou a sentar e me olhar.
– Achei que você quisesse ficar sozinha….
– Não. Até porque se você sair é capaz do Poncho vir aqui e encher o saco!
– Ele já foi.
– Ah é? Legal hein!
– Que foi? Você queria conversar com ele?
– Não mas eu vim com ele e agora vou ter que pegar um táxi!
– Eu te levo. – ela falou me olhando e sorrindo, toda fofa. Sorri de volta- Quer ir embora?
– Já podemos?
– Sim. Vem. – ela levantou e me puxou pela mão, aliás ficamos de mãos dadas o tempo todo da conversa e eu só me toquei agora.
Enfim, saímos e só tinha o Pedro ali, eu morrendo de vergonha mas ele não falou nada e eu fiquei na minha também. Fomos embora.
Ao chegarmos na minha casa perguntei se ela queria subir.
– E seus pais?
– Não estão em casa mas mesmo que estivessem não tem problema você subir.
– Ok. Vamos.
Mesmo com esses meses todos de amizade ela nunca tinha ído lá em casa.
– Quer alguma coisa Annie? Tá com fome ou sede?
– Não, obrigada Dul. – nisso o celular dela tocou e ela pediu licença pra atender. Mas foi rápido- Foi mal, era a Sophie.
– Não tem problema…- sorri pra parecer simpática e ela ficou me olhando um tempo- Que foi? – perguntei estranhando.
– O que você vai fazer hoje? – era sexta-feira.
– Não sei. Por que?
– Porque eu tenho um aniversário hoje, da Sophie. Por que não vai comigo?
– É aniversário dela? Nem sabia….
– Aham. Vamos? – ela deu um passo na minha direção.
– Não sei Annie….
– Por que? Você vai conversar com o Poncho hoje?
– Não!
– Então….vamos! Você se distrai…
– Mas não tô muito em clima de sair pra boate e tal…
– Vai ser na casa dela. Vamos, vai! Ela mesmo pediu pra te chamar quando eu disse que estava aqui.
– Você disse que estava aqui?
– Aham. Vamos? – fiquei a olhando na dúvida- Você vai sim. Eu passo aqui às 21h pra te pegar. Tá? – ela sorriu me olhando e foi a primeira vez que eu vi que não dava pra falar não pra aquele sorriso dela…
Eu fui.
Demorei muito pra me arrumar porque eu simplesmente não sabia o que vestir, aquela situação com a Anahi ultimamente estava confundindo a minha cabeça…até porque nunca conversamos sobre os beijos. Enfim, por volta de nove e meia ela passou lá porque obviamente ela atrasou haah, me despedi dos meus pais e olhei mais uma vez o celular antes de sair, e não tinha realmente nada do Poncho. Resolvi esquecer isso aquela noite até porque eu estava puta com ele ainda.
Ao chegar na festa sentamos em uma das mesas e ficamos conversando com as amigas dela, foi bem divertido tanto que até esqueci disso tudo do Poncho, estava bebendo e de boa quando meu celular começa a tocar, olhei no visor e vi que era ele mas não atendi, só que ele insistiu, vi a Anahi me olhando e na terceira vez acabei atendendo até porque estava todo mundo percebendo e sem entender, pedi licença e me afastei pra atender.
– Dulce? – não respondi esperando ele falar- Dulce??
– Fala Poncho!
– Por que você não me atendeu antes?
– Estava ocupada Poncho. O que você quer?
– Ocupada com o que?! – não falei nada e vi ele bufando- Onde você está?
– O que você quer Poncho?! Fala logo! – estava sem paciência também!
– Saber onde você está!! Isso é barulho de música?? Onde você está?!
– Na rua Poncho.
– Aonde Dulce?? – ele começou a alterar a voz- Você é minha namorada! Tem que me falar onde está!!
– Me poupe Poncho!
– Me diz aonde você está agora!
– Não vou falar nada, não enche meu saco! Tchau.
– Dulce! Não desliga, eu tô falando! – bufei e não desliguei, sem saco mas ouvi- Me fala onde você está agora!!
– Você está achando que é quem Poncho??? – me irritei- Você não manda em mim!! Não enche, já disse!!
– Fala direito comigo.
Respirei fundo tentando me acalmar….
– Ok Poncho. Amanhã a gente se fala. Tchau.
– Aonde você está Dulce??
– Na casa de uma amiga. Satisfeito??
– Que amiga?
– Você não conhece.
– Dulce, tô falando sério! Aonde você está??
– Já disse!!
– Se você não me falar eu vou ligar pra sua casa e….- interrompi ele porque senão eu que ía ouvir da minha mãe depois.
– Você não vai ligar nada!! Eu tô na festa na casa de uma amiga da Anahi, ok? Não quero você aqui que ainda tô irritada! Amanhã nos falamos!
– Dulce…- cortei ele mais uma vez.
– É sério Poncho. Amanhã! Não insiste porque eu tô irritada ainda. Pode ser?
– Tá né!
– Tchau Poncho. – desliguei o telefone sem nem esperar ele responder.
Guardei o telefone no bolso ainda irritada e quando levantei os olhos vi a Anahi na minha frente, fiquei a olhando meio surpresa, ela quem falou.
– Tudo bem? – fiz uma careta repuxando os lábios- Brigaram de novo?
Respirei fundo antes de falar.
– Ele começou com as idiotices dele e eu já não estava afim de falar….- parei de falar quando ouvimos uma pessoa passando por nós.
– Vem cá. – ela me puxou pela mão, passamos pela sala onde não tinha quase ninguém e quando percebi ela abria uma das portas.
– O que você está fazendo?
– Aqui da pra gente conversar de boa….vem cá. – me puxou até a varanda do quarto onde tinham algumas cadeiras e mesa.
– Annie, não é estranho a gente ficar aqui no meio da festa?
– Claro que não Dul. Não tem problema nenhum….- ela sorriu ao falar- Senta, vamos conversar.
Nós sentamos cada uma em uma cadeira, era tipo aquelas espreguiçadeiras mas estávamos sentadas.
– E aí? Me conta. – ela me olhou ao falar, respirei fundo e olhei pra baixo ao começar a falar.
– O Poncho me irrita cara!! – afundei a cabeça entre as mãos- Odeio quando ele faz essas coisas!
– Que coisas? O que ele fez? – a olhei.
– Ficou gritando no telefone querendo saber onde eu estava! Aliás querendo não, mandando!! Ele acha que manda em mim!! Vai se fuder!!! Não sou uma coisa!!
– E você falou onde estava?
– Não! Falei que amanhã conversava com ele! Minha vontade era mandar ele a merda depois das merdas que ele me falou! – ela riu- Que foi?
– Você está muito brava!
– E você está rindo de que?!
– Desculpa. – ela deu mais um sorriso- Já venho.
– Onde você vai??
– Já venho! Fica aí!
Ela saiu e voltou em cinco minutos com uma garrafa de tequila, dois copos e um limão cortado.
– Que isso Anahi??
– Você precisa disso. – ela apoiou na mesa e eu a olhava achando que ela estava louca.
– Tá louca?! Vou ficar bêbada assim!
– E o que tem? – só a olhei- Vamos beber.
Ela abriu, serviu e me entregou um deles, brindou e virou, fiz o mesmo.
– Nossa….- fiz careta e ela sorriu- Como você gosta disso?
– Você vai gostar também….é bom! – eu fiz careta mas ela estava certa, eu gosto.
Ela serviu mais uma dose pra cada uma e pousou a garrafa na mesa, novamente. Se fosse nesse ritmo eu iria ficar bêbada logo…
– Vai, me conta. O que seu namorado aprontou pra você estar com essa raiva toda? – ela se sentou na cadeira ao falar. Eu ainda estava em pé de frente pra ela mas logo me sentei ao seu lado com meu copo na mão- Traz a garrafa Dul. – ela falou antes que eu pudesse sentar e a olhei espantada, mas trouxe e a pus na sua frente.
– Às vezes eu acho que você é imune sabia? Como vc consegue beber assim e ficar bem?
– Tô acostumada….- ela sorriu ao falar, me olhando.
Eu balancei a cabeça e depois fiquei olhando pra frente.
– Você ouviu o que ele falou hoje lá no estúdio….
– Mais ou menos, até ouvi mas não entendi direito porque não estava prestando atenção no começo…. Vocês brigaram por quê?
– Boa pergunta. – a olhei ao falar- Ele se irritou do nada, eu me irritei….estamos todos cansados, eu acho…- ela me olhou com uma cara estranha- Que foi?
– Isso é desculpa. – ela estava com o copo na mão bebericando o resto.
– Não é desculpa. Estamos todos cansados sim, estressados….
– Mas nem por isso todo mundo sai brigando com os namorados por aí….
– Ok. – meneei a cabeça concordando- Mas de vez em quando….
– Ok. – ela falou parecendo não acreditar muito- Mas e agora no telefone, o que aconteceu?
– Aconteceu que ele ficou bravo porque não o atendi, depois porque não quis dizer onde eu estava! Não estava nem aí pra mim o dia todo e agora quer vir por banca como se mandasse em mim?? Não ferra né!! – fiquei tão brava por lembrar que quando me dei conta tinha enchido meu copo, só vi a Anahi me olhando surpresa, mais ainda quando eu virei- Ué você não disse que eu estava precisando disso?!
– Hahahahahaha sim. – ela pegou e serviu pra ela, respingou na mão dela e ela chupou pra secar.
Eu acho que ali já estava ficando meio bêbada porque eu não consegui desviar bem o olhar, mas ela não viu porque estava de olhos fechados bebendo. Ainda bem!
Quando ela acabou de beber apoiou no chão e se recostou na cadeira.
– É por isso que eu não namoro! – só olhei pra ela que riu- Eu te avisei. – ela falava apontando o dedo na minha direção que estava na mesma posição que ela agora- É furada! – revirei os olhos.
– Você não namora porque é safada Anahi! – ela riu ainda meio deitada.
– Também. – continuava rindo e aos poucos o riso foi morrendo e ficamos em silêncio, eu olhava pro céu.
– Às vezes da vontade de jogar tudo pro ar!
– Tudo o que? – ela me olhou ao perguntar.
– Tudo!
– O Poncho também? – fiz que sim com a cabeça- E o que te impede? – dei de ombros sem responder mas eu sabia bem o porquê- Acho que você devia….ao menos uma vez, experimentar isso…
– O que? – a olhei.
– Jogar tudo pro ar e fazer o que você está afim….
– E quem disse que eu não faço o que tô afim? – a olhei ao perguntar e ela continuava me olhando nos olhos, não estávamos coladas mas também não estávamos longe e só tinha a luz baixa da varanda e a luz da lua…. A gente se olhou um tempo a mais do que deveria.
– Faz? – ela perguntou se virando pra mim, ficando só com um cotovelo apoiado na cadeira. Ela me olhava nos olhos…. mas que bosta!
Fiquei meio desconcertada com isso, não respondi e me sentei ficando meio de lado, meio de costas pra ela, peguei a garrafa e servi mais mas só até a metade.
– Vai com calma com isso hein. – falou da onde ela estava e eu nem olhei pra trás pra falar e muito menos respondi.
Ficamos um tempo em silêncio e quando acabei os meus goles eu perguntei, sem olhar pra trás.
– Você já namorou?
– Não. – ainda estava de costas pra ela.
– Então como sabe que não vai gostar? – virei o corpo nesse momento.
– Não gosto de ficar presa Dul…- ela sentou e pegou a garrafa da minha mão, eu só olhava- à nada e à ninguém….- fiquei a olhando por um tempo.
– Do jeito que você fala parece que alguém acabou contigo….
– Ninguém acabou comigo Dul, porque eu não dou chance. Gosto assim do jeito que sou, livre… Deus me livre um namorado como o Poncho querendo mandar em mim!
– Você não gosta dele né? – sorri ao falar pois parecia muito….
– Tenho nada contra, você que tem que gostar, não eu. – ela voltou a se escorar na cadeira.
– É….- fiz o mesmo e respirei fundo- Eu quero mas tem vezes como hoje em que ele me irrita que a minha vontade é mandar tudo pro espaço e ir viver minha vida!! – quando a olhei ela sorria- Que foi?
– Nada. Só achei engraçado o que você falou….- não falei nada e ela concluiu depois de um tempo- E gostei. – a olhei surpresa e sem entender bem- Não tenho porque negar que prefiro você solteira….- ela ainda me olhava com aquele sorriso e dando uma mordida de leve no lábio inferior.
Ela, literalmente, não presta!
– Eu acho melhor a gente voltar lá pra festa né? – eu falei meio que me levantando, ela sorriu e fez o mesmo que eu.
Ela pegou a garrafa e os dois copos na mão. Estava quase abrindo a porta quando senti uma das mãos dela no meu braço me puxando, virei e quando percebi estava contra a parede e ela na minha frente. Não deu nem tempo de eu falar nada, ela deu um passo na minha direção nos deixando a milímetros….
– O que você está fazendo? – ela não respondeu de imediato, apoiou uma das mãos na parede ao lado da minha cabeça, eu olhei o movimento e depois voltei a olhá-la. Ela não falou nada mas aproximou nossos rostos- Annie, para. – coloquei a mão no rosto dela impedindo o beijo mas estávamos ambas de olhos fechados dada a nossa proximidade. Ela balançou a cabeça em sentido negativo.
– Me para então. – dito isso ela voltou a tentar me beijar e dessa vez conseguiu.
Minha mão que a segurava pelo rosto escorregou pra nuca e assim colei-me à ela que me abraçava pela cintura me afastando da parede, senti uma das mãos dela indo pras minhas costas enquanto a minha outra ía pras costas dela, cada vez tentávamos ficar mais coladas, mas não era mais possível. O beijo pegava fogo, era a primeira vez que nos beijávamos assim….talvez fosse a tequila…não sei, só sei que nunca senti a Anahi me beijando desse jeito, nunca imaginei que ela me beijaria assim…. Aliás eu até me assustei com as sensações que esse beijo me causou, tivemos que parar por falta de ar mas não nos separamos.
– Alguém pode entrar… – sussurrei contra a boca dela ainda de olhos fechados. Ela nada respondeu, apenas esticou a mão e trancou a porta- Annie…alguém pod….- ela não me deixou terminar de falar, me puxou de novo me dando outro beijo daqueles….se bobear até melhor que o primeiro.
A gente ficou uma meia-hora nesse amasso, mas foi só isso, não passou disso, eu nem pensava nisso nessa época…era tudo novo pra mim. Só saímos quando ouvimos barulho atras da porta mas ninguém falou nada, pelo menos não pra mim e se a Sophie falou algo com ela, nunca me disse.
Só sei que no dia seguinte voltamos a realidade, eu voltei com o Poncho e continuamos apenas amigas sem tocar nesse assunto, por algumas semanas, ao menos.
** Fim Flash Back Abril 2005**