No dia seguinte acordei e parecia que tinha dormido só meia-hora mas levantei, não podia atrasar né? Tomei banho, me arrumei e aí fui me despedir da Maria que estava apagada até agora rs.

– Amor, to indo tá? – sussurrei no ouvido dela e dei um beijo no rosto dela, ela acordou.

– Já acordou amor? – ela se virou pra mim e me abraçou.

– Já to até saindo linda….

– Já?? – ela me soltou e me olhou- Que horas são?

– Oito. – respondi sorrindo- Tenho que ir. Tá na hora. – fiz carinho no rosto dela enquanto sentava na cama.

– Tá bom então né…..já que você tem que ir….- ela me puxou de novo me abraçando- Parabéns de novo meu amor!! Boa viagem e me liga mais tarde?

– Claro. – sorri e dei um selinho nela.

– Tem certeza que não quer que te leve lá?

– Não precisa Mah, você está cheia de sono aí, deixa que vou de táxi, já deve até estar lá embaixo.

– Tá bom então. – agora ela quem me beijou- Te amo! Se cuida tá?

– Tá bom. – sorri pra ela- Também te amo, bjs. – me levantei antes que me atrasasse.

Cheguei lá em cima da hora, já estava todo mundo lá.

– Foi mal gente mas foi difícil acordar hoje….

– Nem me fala! – Chris respondeu, ele estava de óculos escuros.

– Vou lá ver se já podemos entrar. – um dos produtores falou e saiu.

Ninguém falou mais nada, todo mundo sentado cansado, a Dul me olhou sorrindo mas também não falou nada. Logo entramos e eu apaguei depois de por o fone no ouvido, acho que o avião não tinha nem decolado hahaha.

Estava dormindo quando sinto alguém sentando ao meu lado sem a mínima delicadeza, abri os olhos e olhei pro lado.

– Que susto Dulce!

– Desculpa. – ela sorriu- Não queria te acordar, nem sabia que você estava dormindo….

Tirei o fone do ouvido.

– Mas também já devemos estar quase chegando….

– Já?? – ela fez que sim com a cabeça.

Nossa, dormi o vôo todo quase….

Abri a janela e realmente já dava pra ver Orlando lá embaixo.

– Caramba, é verdade….- me espreguicei e a olhei.

– E então, já resolveu aonde vamos almoçar hoje?

– Quem disse que eu vou almoçar com você? – perguntei séria só pra perturbar ela, já tinha resolvido ir.

– Vai dispensar a minha companhia e um prato de camarão?

– Você é alérgica a camarão Dulce!

– Mas você não ué, eu como outra coisa….

– Hum. E aonde a gente vai?

– Aonde você quiser….- ela pegou na minha mão que estava sobre o apoio- se você quiser ficar no quarto também, eu aceito. – ela falou me olhando rindo, com aquela cara de quem não presta.

Também ri e a empurrei de leve.

– Idiota! – ela mais uma vez riu e ouvimos a voz da aeromoça falando que estávamos começando a descer, então ela atou o cinto- O que você está fazendo?

– Pondo o cinto ué ou você quer que eu morra? – a olhei e revirei os olhos.

– Ai to com sono!

Ela me olhou e me puxou pelo braço pro peito dela e me abraçou.

– Você sabe que a aeromoça vai me mandar sair daqui já já né?

– Quando ela mandar, você sai. – ela não me olhava ao falar, eu estava deitada nela ainda. Eu aceitei porque estava com muito sono- Ficaram até tarde ontem?

– Não vi a hora. – não quis falar muito pra não começar.

– Pode falar Annie. Foram dormir que horas?

– Eu realmente não vi a hora mas sei que era tarde, tanto que apaguei na cama.

– Apagou? – percebi ela mexendo a cabeça pra me olhar mas não a olhei, continuei do mesmo jeito.

– Aham.

Eu tinha falado sem querer o “apaguei” mas não ía ficar dando assunto pra isso.

– Hum. – ela não falou mais nada e logo a aeromoça veio falar pra me sentar direito, ela ficou ali até o avião descer e só depois foi lá na própria cadeira pegar suas coisas.

Ao chegarmos no hotel o Pedro nos liberou pra cada um fazer o que quisesse, o Chris perguntou se queríamos almoçar todos juntos mas ainda bem que ninguém quis e não precisei dar nenhuma desculpa. A Mai apenas me olhou e sorriu. Enfim, todos subimos, cada um pro seu quarto.

Quando só restou eu e ela no corredor, ela veio até à mim sussurrando.

– Vamos logo?

– Mas já?! – me virei pra ela, eram onze e meia ainda.

– Não podemos demorar por causa do show mais tarde….

– Posso só trocar de roupa e tomar um banho? Eu to mesmo com sono….

– Se quiser eu posso te acordar rapidinho….- ela veio na minha direção sussurrando. A olhei séria.

– Dulce, a gente vai só almoçar e pronto! – ela sorriu.

– Eu sei.

Eu não tinha tanta certeza, mas….

– Vai lá então. Mas vê se não demora muito tá?

– Ok. – ela sorriu e se afastou de mim indo pro quarto dela.

Fui tomar banho mas antes disso mandei mensagem pra Maria avisando que tinha chegado e estava tudo bem…. Quando saí do banho tinham algumas mensagens dela, fiquei conversando um pouco com ela até que ela disse que precisava sair, então resolvi me arrumar. Eu tentava me convencer que seria só um almoço, assim não precisava ficar com remorso…..

Fui me arrumar mas como não sabia onde íamos, pus um vestido estampado no tom de verde, era soltinho e sandália rasteira, estava bem quente já nessa época do ano aqui, coloquei óculos escuros e me maquiei pouco, só isso. Não queria muita produção mas também não estava de qualquer jeito. A Dulce já tinha me mandado mensagem me apressando, falei pra ela ir vindo que já estava acabando e realmente estava. Ela bateu umas três vezes na porta antes de eu abrir. Quando abri ela ficou me olhando da porta.

– Que foi?

– Você. Tá maravilhosa! – sorri.

– Ah Dul, até parece, nem me arrumei muito…- dei passagem e ela entrou no quarto, fechando a porta atrás de si.

Falou de mim mas ela também estava linda, com uma calça jeans apertada e sandália rasteira, uma blusa branca meio de renda, daquelas que ficam fofas acima do umbigo deixando a barriga de fora.

– Você fica mais linda com menos produção, já te disse isso.

– Ah então eu fico feia com maquiagem? – a olhei ao falar- Estava feia ontem? Ou nas capas dos cd’s e nas fotos?

– Você feia é meio impossível Anahi, eu nunca vi essa proeza! Só acho você naturalmente linda, não precisa de ajuda, foi isso que eu quis dizer…- sorri a olhando.

– Só vou acreditar porque ontem foi meu aniversário…- falei rindo e me virei pra pegar a bolsa na cama mas ela falou antes.

– Por falar nisso, tenho uma coisa pra você.

– O que? – larguei a bolsa lá e dei um passo em sua direção.

Ela me entregou um papel que estava na sua mão, tipo uma cartolina enrolada.

– Eu fiquei pensando no que te dar, algo que não fizesse ela desconfiar e também porque eu não sabia mesmo o que te dar mais…..- enquanto ela falava eu abria.

Era um desenho. Meu. A olhei surpresa e ela sorriu pra mim.

– Que isso Dulce?

– Gostou? – eu só conseguia olhar pro desenho e sorrir. Até me sentei na cama.

Era um desenho meu sorrindo olhando pro lado, pra alguma coisa mas dava pra ver até o brilho dos olhos, era em preto e branco. Eu estava em choque!

– Quem fez isso? – a olhei.

– Eu. – ela se sentou ao meu lado e a olhei etada- Mas pode deixar que não assinei nem escrevi nada, não tem nada aí que possa indicar que fui eu que fiz….

– Não sabia que você estava desenhando assim….- naquela época ela desenhava mas não assim….

– A modelo ajuda….- ela me olhou sorrindo.

– To falando sério Dul. – falei séria a olhando- Tá lindo!!

– Eu também. E que bom que gostou!! – desviei o olhar dela pro desenho, não conseguia parar de olhar, estava encantada, o desenho era lindo!!

Depois de um tempo a olhei e ela estava inclinada pra trás na cama só com os braços de apoio.

– Você está cheia de surpresas né….fotografias, desenho….. O que mais?

Ela sorriu meio de cabeça baixa de um jeito safado e depois me olhou.

– Você nem imagina! – se levantou parando na minha frente e eu fiquei a olhando, viajando naquela barriga dela que estava de fora- Vamos almoçar? – estendeu a mão pra mim e então nós fomos.

Saímos pela garagem, tinha um carro lá que a Dulce disse que tinha conseguido alugar, sei lá, não entendi direito, sei que saímos pela garagem e ninguém viu, o carro tinha o vidro todo escuro e lá nos EUA era mais tranquilo também. Como eu não sabia onde ir deixei ela escolher.

Ela dirigia e eu ainda estava com a mente no desenho e nela ter feito pra mim, estava meio abobada ainda, a olhava dirigindo e sorria, parecia que éramos só nós duas e que não tínhamos a vida que tínhamos e nem responsabilidades….era só a gente ali. Ela me olhou e me pegou sorrindo.

– Que foi que você está me olhando assim?

– Nada. – respondi mas continuei a olhando da mesma forma.

– Se você continuar me olhando dessa forma eu vou ter que parar o carro…..e te beijar!

– Não vai nada que você vai borrar meu batom todo!

– Ahh Anahi! – ela riu- Deixa de palhaçada.

– É mesmo. Me arrumei toda pra você vir e estragar minha maquiagem, mas não vai mesmo!

– Pra mim? – ela me olhou sorrindo e só aí que me toquei do fora que tinha dado. Eu dei um sorriso de canto e desviei o olhar pra janela antes que falasse mais merda!!

Ela pegou na minha mão que estava no encosto do braço do carro e entrelaçou nossas mãos, eu deixei, nem olhei, fingi que não tinha acontecido nada. Como o carro era automático, não tinha problema dela ter que passar a marcha.

Por fim chegamos no restaurante que ela me garantiu que era mais reservado e sentamos no último andar onde o rapaz garantiu que era mais reservado, e realmente não tinha quase ninguém lá, tinha uma vista muito bonita! Ela quis pedir vinho, eu ía beber cerveja mas ela me convenceu e bebemos uma garrafa inteira enquanto almoçávamos. Depois que acabamos ela resolveu ir ao banheiro e quando voltou ao invés de sentar na cadeira que estava antes, sentou-se ao meu lado, a olhei.

– Posso te pedir uma coisa? – ela estava com o celular na mão- Uma foto? – ela não me deixou nem responder e já começou a se explicar- Prometo que ninguém vai ver, só pra mim vai? Fica no meu celular, não vai dar problema pra você.

– Acho melhor não Dul.

– Por que? Você não confia em mim? – não respondi, continuava a olhando- Tá, eu sei que não. Mas você acha mesmo que eu faria qualquer coisa pra te prejudicar? – suspirei.

– Não. Mas é sempre melhor sem provas….

– É só uma foto Annie. – ela pediu me olhando, estávamos perto. Eu não estava certa de que aquilo era seguro mas acabei aceitando.

– Ok. Uma foto no SEU celular.

– Tá. – ela sorriu e passou o braço atrás da minha cadeira, juntou nossos rostos e bateu, realmente a vista atrás era linda!

Ela ficou olhando pra foto.

– Posso ver? – pedi e ela me entregou o celular.

– Ainda fazemos um casal lindo….- ela sussurrou no meu ouvido enquanto eu olhava a foto- Viu só? – a olhei e ela fez o movimento de me beijar mas eu a parei.

– Não Dul. Olha onde a gente tá, é um lugar público, por favor!

– Tem ninguém aqui amor….- ela sussurrou enquanto pousava uma das mãos na minha perna. Eu olhei e realmente não tinha quase ninguém, dois casais mas mais afastados.

– Mesmo assim Dulce. Vai que tem alguém tirando foto ou algo do tipo….- ela me olhou e sorriu- É assim que você quer que suas fãs descubram de você?

– Vamos sair daqui então? – ela me olhava ao falar, mordeu o lábio e subiu a mão que estava na minha perna, quase entrando no meu vestido mas aí eu parei.

– Para com isso Dulce!

Ela respirou fundo e levou a boca ao meu ouvido.

– Para de charme Annie! Eu sei que você quer tanto quanto eu…- ela me olhou, então retribuí o olhar- To louca pra te beijar….- desviei o olhar e ela levou a mão à minha outra perna.

– Dulce. Sério! Para. – segurei a mão dela.

– Então olha pra mim e diz que você não quer tanto quanto eu!

Eu não conseguia cara com ela tão perto assim, olhando pra minha boca, ela me tocando….

– Posso pedir a conta? – ela só olhava pra minha boca.

– Dulce…- suspirei- eu não sei o que você está achando mas isso não vai acontecer, nada vai acontecer! – ela tinha feito sinal pro homem trazer a conta.

– O que? – me olhou.

– Eu não vou transar com você! – assim que acabei de falar o homem apareceu com a máquina do cartão. Ela me olhou rindo e não falou nada, depois o entregou o cartão- To falando sério!

– Tá bom. – ela falava calma.

Não disse mais nada, ela pagou a conta e então levantamos. No caminho pro hotel não falamos muita coisa e nem no elevador, quando estávamos próximas do quarto dela, que era um antes do meu, comecei a agradecer pra sair dali logo.

– Obrigada pelo almoço Dul, estava ótimo! – enquanto eu falava ela abria a porta- Adorei.

– Que bom! – se virou pra mim e segurou no meu braço. A porta já estava aberta e ela foi me puxando.

– Dulce, o que voc….- parei de falar quando ela me empurrou contra a parede e em seguida me beijou.



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