Parte 1

Fuzz acordou no meio da noite tateando a cama mas sentiu um vazio, abriu os olhos e percebeu que a cama estava vazia, chamou pela mulher e só ouviu um silêncio, achou aquilo muito estranho e começou a ficar preocupada, pegou o celular pra olhar a hora e eram duas da manhã! Ficou em pânico e ligou imediatamente pra mulher, só que Sophie só atendeu na segunda ligação.

– Alô.

– Onde você está??

– Oi amor. To no trabalho.

– São duas da manhã Sophie! Você está no escritório até agora??

– Não. Não to no escritório.

– Você não disse que estava trabalhando?? Onde você está, Sophie?

– Calma amor. Daqui a pouco eu to em casa.

– Onde você está Sophie?? – Fuzz sentou na cama ao perguntar. Ouviu a mulher respirando fundo, Sophie tinha se afastado um pouco.

– Eu to num caso, a gente teve que vir aqui porque deu um problema e eu to ajudando….

– Aqui aonde, Sophie? – ela suspirou porque não queria falar pra mulher pois ela iria se preocupar.

– To no morro azul.

– Morro azul? Você está numa favela, Sophie??

– Amor, calma….

– Calma?? Isso é perigoso, Sophie! O que você está fazendo aí??? Por que não me avisou?? Você sabe que horas são??

– Desculpa amor, eu ía avisar mas achei que seria mais rápido. Mas eu já to indo tá?

– Sophie, é perigoso aí! Vem logo!

– Já vou paixão….daqui a pouco to aí. – Sophie a ouviu suspirar- E me desculpa….

– Quando você chegar aqui, a gente conversa.

– Tá bom, até daqui a pouco.

– Até….beijos.

– Beijo. – Fuzz desligou o telefone e Sophie suspirou olhando pras crianças sentadinhas na cama e assustadas. Queria poder ajudar mais….

Chegou em casa uma hora depois. Foi direto tomar um banho, mas tomou no quarto de hóspedes pra não acordar a mulher, se trocou lá e então deitou ao lado de Fuzz, Sophie quis a abraçar mas achou melhor não porque iria a acordar e já eram três da manhã, ficou ali a admirando dormir e fazendo carinho nos cabelos dela, enquanto pensava na cena que presenciou, não conseguia não pensar naquelas crianças sozinhas num orfanato hoje à noite, mas sabia que o dever dela tinha cumprido, mas estava inquieta com isso. Acabou suspirando e sem pensar muito abraçou Fuzz, queria sentir o abraço e o conforto que sempre sentia nos braços dela, só que aí Fuzz acordou.

– Chegou agora? – perguntou sem nem abrir os olhos, estava com a cabeça no colo de Sophie.

– Uhum. Desculpa te acordar….

– Você está bem? – Sophie sentiu o toque dela em seu rosto.

– To.

– Ok. – Fuzz suspirou e se ajeitou no peito dela.

– Dorme amor, está tarde….- levou a mão fazendo carinho nos cabelos dela.

– Vou dormir. – Fuzz levou a mão a nuca da mulher fazendo carinho. Em pouco tempo as duas apagaram.

No dia seguinte, ou melhor, algumas horas depois quando Sophie acordou, a cama já estava vazia, escovou os dentes e lavou o rosto antes de pegar o celular e ir na direção da cozinha, ouviu barulho lá, vozes…. Era Fuzz e Claudia, a empregada, que conversavam.

– Bom dia.

– Bom dia. – Claudia quem a respondeu, Fuzz apenas a olhou- Quer que prepare algo pra você?

– Não, Claudia, não precisa. Obrigada. – Sophie respondeu pegando a xícara pra por o café já sentada.

– Ok. Vou fazer minhas coisas então, qualquer coisa me chamem.

– Tá bom. – as duas falaram ao mesmo tempo e ela saiu.

Sophie olhou pra Fuzz que a olhava, deu um beijo no rosto dela antes de retornar ao seu lugar.

– Acordou há muito tempo?

– Não. Achei que você ía acordar mais tarde….

– Tenho que trabalhar né amor….

– Você já vai agora?

– Daqui a pouco. – Sophie respondeu e pegou o celular, pretendia abrir o WhatsApp pra ver se tinha alguma novidade.

– Você pode conversar comigo? – Sophie levantou o olhar pra ela.

– Desculpa. – deixou o celular na mesa novamente e a olhou. Fuzz a olhava mas acabou bufando e desistiu.

– Olha Sophie, você está doida pra ver mesmo.

– Eu só ía ver se tinha alguma novidade sobre o caso….

– Você viu que horas chegou ontem??? – Fuzz explodiu.

– Amor, eu estava num caso e….- Fuzz a cortou.

– Você estava numa favela Sophie!! Favela!! Porra, e não me avisa?? – se levantou alterada- Você podia ter se machucado ou algo acontecido contigo! Que merda, você sabia que eu me preocupo com você?? Nós somos casadas! Não é você decidir que vai subir um morro e subir, assim do nada!! E eu??

– Amor….- Sophie se levantou tentando a tocar porque viu como ela tinha ficado nervosa, mas Fuzz se esquivou e jogou o guardanapo em cima da mesa frustrada- Vamos conversar? Deixa eu te explicar….- Sophie ficou a olhando pedindo e Fuzz acabou suspirando e sentando novamente na mesa mas não a olhou- Quer saber por que eu fiquei até tarde ontem lá? – Fuzz apenas respirou fundo sem a olhar- Por isso.

Sophie abriu uma foto no celular e a mostrou. Eram duas crianças loirinhas sentadas numa cama, com a cara assustadas, o menino abraçado a menina morrendo de medo de tudo.

– Quem são essas crianças?

– É sobre isso que eu quero conversar com você. Posso? – Fuzz a olhou e respirou fundo.

– Pode. – Sophie sorriu se levantando e deu a mão pra ela.

– Vem cá, vamos ali. – a puxou até a varanda e sentaram nas cadeiras- Antes de tudo, eu quero te pedir desculpas. Você está certa, eu devia ter te avisado….me perdoa, ok?

– Eu fico preocupada com você.

– Eu sei, paixão. – Sophie sorriu- Me perdoa mas está tudo bem tá…. Eu to bem.

– Jura?

– Claro, Fê. – sorriu pra ela- Não está vendo? To aqui, igualzinha eu saí de casa. – ela riu mas Fuzz ficou brava.

– Não brinca com isso, Sophie! Você subiu uma favela!! – acabou se levantando ao explodir de novo.

– Eu sei, desculpa a brincadeira. Mas eu to bem. – sorriu pra ela já de pé e aí Fuzz pareceu se acalmar um pouco.

– Jura pra mim que você está bem?

– To ótima, meu amor. – elas estavam próximas e Fuzz a abraçou.

– Não faz mais isso comigo! Quase morri de preocupação, quando você chegou eu tinha acabado de conseguir dormir!

– Desculpa te preocupar, mas eu to bem. – Fuzz se soltou do abraço a olhando e tocando, como se tivesse a examinando.

– Nunca mais faz isso! Não sei nem o que eu faço se algo acontece com você.

– Não vai acontecer. Eu to bem. – Fuzz a abraçou com força de novo.

– Para de querer ser herói tá! Você é advogada não policial! – se soltou do abraço a olhando mas ainda estavam coladas- E uma advogada casada, você não pode simplesmente escolher se colocar em risco, eu fico como se algo acontecer com você??

– Desculpa paixão. Não queria te deixar assim….- Sophie fazia carinho nela, tocando seu cabelo porque elas estavam de testas coladas.

– Morri de medo de algo acontecer com você…. Nunca senti tanto medo na vida! – Sophie apenas sorriu e Fuzz a beijou, varios selinhos e em seguida se abraçaram.

– Posso te contar agora?

– Pode. – Fuzz ainda respirou fundo mais uma vez antes de se soltar do abraço.

Sophie a puxou pra sentarem novamente.

– Bom, você lembra que eu falei daquele caso difícil que estávamos? – Fuzz balançou a cabeça- Então, é sobre esse caso. A polícia tentava desbaratar essa quadrilha há muito tempo e estávamos trabalhando nesse caso, mas nos últimos dias nós recebemos uma denúncia importante. Alguém que até então trabalhava pra essa quadrilha resolveu que queria nos ajudar, em troca de imunidade, óbvio. Enfim….isso não importa, o que importa é que ele nos deu uma dica que haveria uma troca ontem, porque pra polícia conseguir pegar eles teria que ser em flagrante, pra eles não conseguirem escapar como das outras vezes….e foi o que foi feito.

– Ok. Mas o que você tem a ver com isso?

– Então….a polícia pediu que alguém do nosso escritório por estar a par e por dentro do caso os acompanhasse, pois é um caso importante e de extremo apelo da mídia quando vazar, então nada poderia dar errado, tipo alguma acusação contra a polícia, uso excessivo de força ou algo do tipo…. Por isso precisavam de algum advogado lá.

– E por que você??

– Não seria eu, seria outra pessoa mas ela ficou presa em outro caso, no tribunal. Acabou que só tinha eu lá, eu estava por dentro do caso e então fui.

– E conseguiram ao menos?

– Sim, conseguimos. Estão presos, mas nem tudo saiu como esperávamos….

– Como assim?

– Após a prisão, a polícia entrou no apartamento pra procurar mais provas e indícios e tal, coisa de praxe, ajudei a eles e foi aí que encontrei as crianças.

– Como assim?? – Fuzz a olhou meio chocada- Vocês não sabiam que eles estavam lá?

– Não. A gente sabia que era provável ter mais gente lá, primos e tal, mas a nossa informação era que os filhos não estariam lá….

– Mas estavam?

– Sim. – Sophie meneou a cabeça ao mesmo tempo- Eu achei eles dentro do armário, abraçados. O Léo, o nome do menino, estava abraçado na irmã, a Melissa.

– Quantos anos eles têm?

– Quatro. São gêmeos. – deu um leve sorriso ao se lembrar das crianças e Fuzz a olhava etada- Aquela hora que te atendi, foi quando eu consegui que eles falassem com a assistente social, pois até então eles estavam tão assustados que só ficavam abraçados ou falavam comigo, talvez por ter sido eu a encontrá-los…..

– Imagino….duas crianças de quatro anos sozinhas….com tanto barulho e confusão….

– Pois é.

– E onde eles estão?

– As crianças? Ficaram na assistência social até a gente saber o que fazer, não é tão simples assim….

– Mas cadê os pais??

– O pai está morto e a mãe presa.

– Morto?? Eles são filhos do tal traficante?! – Sophie só balançou a cabeça dizendo que sim- E ele está morto?

– Tá.

– Meu Deus, quero nem saber como Sophie! Nem me fala. – Sophie apenas respirou fundo.

– Por isso eu demorei pra chegar em casa porque estávamos pensando no que fazer com eles naquela noite….

– Você disse que o pai está morto mas e a mãe?

– Presa.

– E ela não tem direito nenhum sobre eles?

– Presa não.

– Mesmo sendo mãe? E se ela quiser, sei lá….fazer algo? Não tem como?

– Ela não quer, amor.

– Como assim não quer?

– Ela não perguntou das crianças em momento nenhum até chegar lá.

– Como? – Fuzz a olhou chocada- Mas são os filhos dela, meu Deus….

– Eu sei. – Sophie respirou fundo abaixando a cabeça.

– Eles têm a idade do Matheus….

– Sim. – Sophie a olhou.

– E passaram a noite sozinhos em um lugar desconhecido sem ninguém que eles conheçam? – Sophie mais uma vez só conseguiu balançar a cabeça e Fuzz levou as mãos à boca chocada- E o que você vai fazer??

– Não sei. Aquela hora eu ía ligar exatamente pra isso, pra saber como estão….

– Liga então!

– Posso?

– Óbvio Sophie! São duas crianças, meu Deus….

– Ok. – Sophie sorriu pra ela e pegou o celular discando.

Descobriu que as crianças já tinham acordado e estavam bem dentro do possível e combinou que mais tarde passaria lá…

– Nós estamos bem? – Sophie perguntou após sair do banho e encontrar Fuzz a esperando no quarto.

– Sim. – ela sorriu pra mulher- Eu só fiquei preocupada com você, meu amor. – Fuzz tocou em seu rosto, pescoço…

– Eu sei, me desculpa….

– Tá tudo bem…- Fuzz a beijou a puxando pela cintura até colarem os corpos, as mãos de Sophie pela nuca dela. Fuzz apertou a cintura da mulher sobre a toalha que suspirou.

– Eu preciso trabalhar….- sussurrou entre o beijo.

– Eu sei. Mas hoje à noite você não me escapa….

– Três anos de casadas….

– Sim, três anos. E acho bom você não se atrasar hoje.

– Sim senhora. – as duas riram e Fuzz a beijou mais uma vez.

Cerca de uma hora depois, Sophie foi pro escritório.

Fuzz estava preocupada e revoltada com a história que a mulher a contou, como alguém abandona os filhos assim?? Ainda mais tão novinhos assim, só tinham quatro anos! Ela só conseguia pensar em Matheus e Giovanna que eram praticamente da idade deles, não conseguia nem imaginar eles sozinhos num lugar desconhecido uma noite inteira….e a carinha deles não saía da sua cabeça, mas ela tinha confiança que Sophie faria tudo que estivesse ao seu alcance pra fazer o máximo que pudesse por eles e tinha fé que as coisas iriam ficar bem….

Ao longo do dia, ela foi no cabeleireiro, queria retocar o cabelo, fazer as unhas, depilação e tudo mais, queria estar perfeita pra hoje à noite. Elas iriam jantar pra comemorar o aniversário de casamento e depois a noite era uma criança….sorriu com seu pensamento enquanto chegava no cabeleireiro onde tinha hora marcada.

Chegou em casa por volta de umas quatro horas da tarde, resolveu dar uma descansada pra mais tarde, acabou pegando no sono e acordou por volta de umas cinco e meia. Resolveu ligar pra Sophie pra saber se estava tudo de pé e se ela não atrasaria mesmo e também queria saber notícias das crianças já que ela não tinha dado nenhuma….

– Oi amor.

– Oi. Tudo bem?

– Aham e você?

– To bem. To te ligando pra saber se está tudo certo pra mais tarde, eu reservei o restaurante tá? Oito horas.

– Ok. – ela percebeu Sophie com a voz estranha e meio distante.

– Que foi, amor?

– Nada não.

– Você vai atrasar, é isso?

– Não, vou não.

– Por que essa voz então?

– Nada não, paixão.

– Sophie, eu conheço a sua voz. O que foi? Fala.

Sophie respirou fundo antes de falar.

– Eu não consigo sair daqui.

– Daqui da onde?

– To no abrigo aqui com a assistente social….

– E com as crianças?

– É. Mas eu já to indo tá bom?

– Como eles estão?

– Assustados, com medo…. Peraí. – Sophie pediu pra se afastar um pouco- Cheguei aqui e ela me falou que o Léo mal dormiu à noite, está com medo de tudo….

– Normal né… O que essas crianças passaram ontem…

– Pois é. Mas eu vou falar com ela que tenho que ir….

– Você não vai, Sophie.

– Vou sim, eu….- Fuzz a interrompeu.

– Eu não estou brava com você. – Sophie suspirou- Quer que eu vá praí?

– Não precisa amor, eu vou sair.

– Não vai não. Me diz onde é que te encontro aí….- Sophie suspirou- Não quer que eu vá?

– Não é isso, mas não é problema seu. Não precisa vir….

– Nem seu mas você está aí e se você está aí, eu vou. Me diz onde é. – Sophie sorriu.

– Vou te mandar o endereço por WhatsApp.

– Tá bom.

– Paixão?

– Oi.

– Obrigada. – Fuzz sorriu sabendo que Sophie estava sorrindo do lado de lá.

– Eu também….- Sophie sorriu mais uma vez.

– Idem. – as duas sorriram e então desligaram.

Fuzz chegou lá por volta de umas seis da tarde, depois de a indicarem qual sala Sophie estava, ela entrou, sem bater pois tinha visto pelo vidro da porta Sophie lá dentro com os dois. Léo estava deitado no colo dela, aparentemente dormia e a menina sentada do lado deles com um livrinho aberto, ao se aproximar percebeu que Sophie lia pra ela. Seu sapato acabou fazendo barulho e Sophie ergueu a cabeça a vendo ali, Melissa também viu e ficou assustada se agarrando em Sophie.

– Calma meu amor. Essa é a tia Fê, está tudo bem….- deu um beijo na cabeça dela que ainda estava meio desconfiada e depois olhou pra mulher que a sorriu.

– Oi…

– Oi. – Sophie sorriu pra ela.

– Então você que é a Mel? – ela sentou no chão onde elas estavam- Sabia que você é muito mais bonita do que na foto que a tia Sophie me mostrou?

– Obrigada. – ela falou toda tímida olhando pra baixo, as duas se olharam e riram- Você também é bonita.

– Sou? Você acha? – a menina fez que sim com a cabeça ainda com vergonha e as duas se olharam sorrindo.

– Seu olho é igual o meu?

– É sim, meu olho é verde igual o seu….- Mel sorriu- E esse menino lindo é seu irmão?

– É o Léo. Ele dormiu.

– To vendo. E você estava lendo essa história?

– Estava. – ela fez que sim com a cabeça relaxando um pouco e pegando o livro.

– E qual é a história desse livro? – Fuzz sentou ao lado dela e Mel começou a contar pra ela, nem tudo ela entendeu….hahah.

– Nossa, parece ser muito legal né?

– É. – ela sorriu feliz e Fuzz desviou o olhar pra mulher que lhe sorria.

– Posso ler com você?

– Pode.

– Então vamos ler. – Fuzz se encostou numa das almofadas, ao lado de Sophie e Mel fez o mesmo, ficando entre elas. As duas se olharam sobre os ombros dela e sorriram.

Fuzz contou a história toda pra ela enquanto Sophie as olhava com Léo no colo que permanecia dormindo.

Um pouquinho depois da história acabar, a assistente social apareceu ali a chamando pra dormir, já eram nove da noite e elas tinham horário pra fechar lá, a menina não quis e começou a chorar.

– Mel, tem que dormir. Por que você não quer dormir? – Fuzz.

– Não to com sono.

– Mas está tarde….você tem que dormir.

– Eu não quero ficar sozinha. – a olhou com a cara de choro e com um bico que partiu o coração das três mulheres ali.

– Você não vai ficar sozinha. – ela falou e Mel a abraçou como se ela fosse fugir. Fuzz olhou pra Sophie que ficou sem ação, o que se diz pra uma criança de quatro anos traumatizada?- Tá tudo bem tá? Você não está sozinha, Mel. – ela continuava agarrada no pescoço dela- Olha só, vamos fazer o seguinte? Eu vou deitar lá com você, quer? – agora ela olhou e fez que sim.

– Vamos todo mundo. O Léo também vai deitar lá com você tá….- Sophie falou e assim conseguiram convencer a menina.

Léo nem acordou, estava tão cansado da noite anterior que só dormiu. Mel não demorou muito pra dormir também, ela estava cansada, não só física mas tudo isso com certeza a estava deixando cansada mentalmente, mesmo sem ela entender bem tudo isso que estava acontecendo….

– Ela dormiu. – Sophie avisou porque Mel estava deitada no colo de Fuzz e ela não conseguia ver.

Fuzz conseguiu se virar sem ela acordar, olhou pra Sophie que ainda estava deitada na cama, ela suspirou e então olhou pra Léo.

– Vamos né?

– Vamos. – a loira a deu a mão a ajudando se levantar.

Encontraram com Manuela, a assistente social na saída.

– Estamos indo, Manu. – Sophie avisou.

– Ok, obrigada pela ajuda hoje Sophie….

– Imagina… Adorei ajudar.

– Já tivemos alguma novidade?

– Ainda não. A polícia está tentando com a mãe deles, mas parece que ela não está nem aí….- Manu balançou a cabeça revoltada.

– Eu já devia ter me acostumado com isso porque a gente vê essas coisas todos os dias, mas é revoltante!

– Ainda bem que você não se acostumou, quando se acostumar, perde todo o sentido, Manu….

– Você está certa mas é que é revoltante! Eles são duas crianças maravilhosas….não mereciam isso!

– São mesmo….- Sophie sorriu ao falar.

– Eles vão ser adotados? – Fuzz perguntou.

– É uma possibilidade, não sabemos ainda. – Manu falou e Sophie só olhou pra mulher que havia meneado a cabeça pelo que a assistente social falou- Bom, preciso ir lá fechar tudo. Obrigada por tudo!

– Amanhã a gente volta….- Fuzz falou e Sophie a olhou surpresa mas nada disse. Manu apenas sorriu e então saiu dali indo fazer o que tinha que fazer.

Elas saíram em silêncio até o carro da loira. Fuzz estava angustiada com tudo, não sabia o que falar também, por isso dirigiu em silêncio, sabia nem pra onde…. Alguns minutos depois, ela olhou pra Sophie e viu como a mulher estava olhando pro nada, só olhava pra frente, sem reação alguma…. Então, se preocupou.

– Você está bem? – tocou em sua perna pra chamar sua atenção mas Sophie não a olhou, apenas balançou a cabeça indicando um não.

Fuzz entendia, ela também não estava nada bem. Parou o carro no primeiro acostamento, tirou o cinto e se virou pra mulher.

– Amor….- a chamou mas Sophie permanecia olhando pra frente, na verdade se controlava pra não chorar e sabia que se olhasse pra mulher, não aguentaria- Ei, olha pra mim….- Fuzz pediu retirando o cinto de Sophie e tocando em seu rosto. Viu os olhos marejados dela assim que cruzou com o seu.

A reação de Sophie foi a abraçar e aí foi impossível controlar o choro, Fuzz deixou, não falou nada. Sophie quem falou, quando se acalmou….

– Desculpa….eu só….- parou de falar respirando fundo- não consigo esquecer a cena que eu vi…. Eles só tem quatro anos Fê, estão com tanto medo….- levantou a cabeça mas cobriu o rosto com as mãos- Não consigo esquecer eles abraçados naquele armário, estavam com fome e….- ela parou de falar balançando a cabeça- quero nem lembrar disso….

– Eles vão ficar bem….

– Vão? – Sophie a olhou- Como você diz pra duas crianças que a mãe deles nem quer saber se estão bem, onde estão?? Eu não sei como falar isso!

– Eles perguntaram?

– Não. É outra coisa que não entendo, mas eu não tenho nem coragem de perguntar e abrir essa ferida neles….

– Talvez tenha um motivo amor, talvez não fossem bons pais….não sei.

– Isso com certeza! Se eu vejo essa mulher na minha frente, eu nem sei!

– É revoltante mesmo!

Sophie respirou fundo tentando se acalmar.

– Desculpa. Eu estraguei tudo né? – a olhou mas Fuzz fez que não e sorriu pra ela- Você está tão linda…..você pintou o cabelo de novo?

– Só retoquei…. Achei que nem tinha reparado….

– Óbvio que reparei, assim que você entrou. Só não falei porque….- Fuzz completou a frase dela.

– É óbvio amor, eu sei. Não to reclamando…. Nada era mais importante que eles naquele momento, aliás eles bem é muito mais importante do que qualquer saída pra comemorar qualuerq coisa. – Sophie sorriu apaixonadamente pra ela.

– Eu te amo, sabia?

– Sabia.

– Então multiplica por três, por cinco….por dez o que você acha que eu te amo….- Fuzz sorriu assim como Sophie antes de se beijarem- Paixão da minha vida….- sussurrou ainda com os lábios colados e viu o sorriso da mulher se iluminar ainda mais- Mas nossa comemoração foi um fiasco né?

– Foi nada, a gente está comemorando. – as duas riram- Ué, é verdade. A comemoração era de que? De casamento né? E o que é casamento senão nós duas aqui, juntas, dia após dia porque a gente quer, porque escolhemos ficar juntas…. Tudo bem que a gente está num carro em alguma rua que não faço ideia de onde seja, mas estamos juntas, eu e você, comemorando o dia mais feliz da minha vida…..- Sophie sorriu.

– Eu posso falar de novo que eu te amo mais que tudo no mundo sem ficar repetitiva?

– Você pode falar isso à cada segundo que eu vou amar ouvir, meu amor. – as duas sorriram de novo se beijando.

– Você está com fome né?

– Você não?

– To um pouco.

– A gente acha algum lugar pra comermos….o que você quer?

– O que tiver….a essa hora….- Fuzz a olhou e elas riram.

– To vendo um Mc Donalds ali na frente. – Fuzz falou e riu.

– Pode ser.

– Você vai comer no Mc Donalds à essa hora??

– Por que não? De vem em quando não tem problema….

– Hahaha essa eu quero ver.

– A gente já comeu no Mc amor.

– Posso contar nos dedos quantas vezes nesses quase seis anos que te conheço que nós comemos lá hahah.

Mas elas foram lá mesmo e resolveram comer no carro.

– Vai dizer que imaginou passar seu aniversário de casamento no carro se empanturrando de hambúrguer e batata frita? – Sophie riu pra ela a olhando.

– Jamais! – as duas riram.

Sophie não aguentou comer o hambúrguer todo, Fuzz riu por dentro pois sabia que ela não aguentaria.

– Que foi? – Fuzz a ouviu respirar fundo e então encostar em seu ombro enquanto segurava só a sua coca-cola. Sophie apenas balançou a cabeça.

– Será que eles gostam de Mc Donalds?

– Toda criança gosta amor. Lembra da briga que é toda vez que a gente passa em frente a um com a Gabi, Gih e o Theus?

– Eu sei, só estava pensando alto mesmo…. Desculpa.

– Para de pedir desculpas….- Sophie só balançou a cabeça e encostou a cabeça na curvatura do pescoço da mulher, fazia carinho na sua nuca… Elas voltaram a ficar em silêncio até Fuzz perguntar: Eles podem ser adotados?

– Podem, mas não deve ser simples….

– Por que?

– Porque teoricamente eles têm uma mãe né? Apesar de ela não estar nem aí, legalmente tem poderes sobre eles….

– Mesmo estando presa?

– Então, essa é a complicação. Principalmente depois da gente mostrar que as crianças provavelmente não eram bem cuidadas….. Ela pode perder a guarda, deve perder na verdade, mas será uma briga na justiça. Outra opção é ela abrir mão desse direito legalmente, mas pelo que percebi ela vai querer algo em troca. Ela não está nem aí pras crianças, só pra ela!

– E eles não têm parentes que possam ficar com eles?

– Estamos procurando mas até agora não achamos ninguém.

– Hum. – Fuzz ficou um tempo em silêncio.

– Por que está perguntando isso?

– Queria saber como seria se….

– Se? – Sophie levantou o olhar a olhando mas Fuzz nada disse, elas só se olharam e Sophie entendeu. Levantou a cabeça a olhando- Fê, você não….

– Por que não?

– Amor, eu sei que você quer ajudar, eu também quero mas….

– Você não pensou nisso? – a olhou nos olhos ao perguntar e Sophie perdeu a fala. Abriu a boca mas nada saiu- Talvez eu esteja viajando ou seja uma loucura mas quando ela me abraçou….- abaixou a cabeça levemente- eu só….parecia que ela precisava de mim, sabe? Como se eu fosse o mundo dela naquele momento….- Sophie sorriu mas Fuzz não viu porque estava de cabeça baixa- E foi a melhor sensação que eu já senti…. Você deve estar me achando uma idiota né? – desviou o olhar lá pra fora ao falar.

– Claro que não, meu amor. – Sophie estava com lágrimas nos olhos quando a puxou a abraçando- E sim, eu pensei. Mas eu também sei que não devo me envolver em todos os casos se não eu não consigo fazer nada mais….- Fuzz ainda de cabeça baixa concordou com ela- Mas eu nunca me envolvi tanto num caso assim….eu até saí mais cedo hoje, porque eu não consigo parar de pensar neles….em como eles estão, se já comeram, se estão com medo, se dormiram….. Tudo isso. Então não, você não está maluca e nem eu to te achando uma idiota.

Fuzz a olhou e sorriu, agora ela quem tinha lágrimas nos olhos, aliás, as duas tinham.

– Eu só quero que a gente pense, ok? É muito sério.

– Eu sei. – Sophie sorriu e deu um selinho nela- Vamos pra casa? To cansada.

– Tá bom.

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No sábado de manhã quando Sophie acordou não viu a mulher na cama e estranhou, levantou então indo ao banheiro e assim que chegou na cozinha estranhou mais ainda não ver ela ali, a casa estava vazia por ser sábado, Cláudia não estava lá. Na mesa da cozinha viu que estava posta e tinha um bilhete.

 “Fui na padaria e já volto.

Amo vc.

Assim que ela acabou de ler, a porta se abriu e viu Fuzz entrar.

– Oi…

– Oi amor. O que você foi fazer na padaria?

– Comprar alguns biscoitos. – Fuzz falou apoiando as sacolas na mesa e lhe dando um selinho.

– Pra que biscoitos?

– Pro nosso passeio….

– Passeio? – Sophie não estava entendendo nada.

– Sim, vamos no parque. Aquele que tem brinquedos, eu li que tem varios brinquedos novos lá pra crianças….

– To confusa…. O que eu perdi?

– Por enquanto nada. Mas se você não tomar logo seu café e banho, vai perder nosso passeio. – Fuzz sorriu pra ela.

– Pode me explicar? Por que a gente vai pra um parque?

– Porque eu achei que seria um ótimo modo de passar um sábado, você não acha? As crianças vão adorar!

– Você está falando da Gih e do Theus? – Fuzz balançou a cabeça negando- Tá falando de quem eu to pensando?

– Se você está pensando na Mel e no Léo, acertou.

– Mas amor….a gente não pode sair assim. Tem que ver se eles deixam e….- Fuzz a interrompeu.

– Já falei e já está tudo certo, inclusive eles já estão nos esperando….- Sophie a olhou, acabou sorrindo supresa- Anda, toma seu café. – Fuzz deu um selinho nela antes de entrar pra cozinha guardando o que tinha comprado na bolsa que tinha separado pra elas.

Cerca de uma hora depois elas entravam na sala na assistência social, assim que os dois as viram saíram correndo na direção de Sophie a abraçando, o que fez com que elas soltassem as mãos, Manu estava lá e olhou sorrindo pra Fuzz que retribuiu.

– Tia Fê. – Mel olhou pra ela que se abaixou também pra falar com ela.

– Oi minha linda. Cadê meu abraço também? – a abraçou e Léo estava ainda encostado em Sophie.

– Léo, essa é a tia Fê. Da um beijo nela também….- Sophie falou com ele que ficou meio ressabiado.

– Oi Léo. Ontem eu vim aqui ver vocês mas você estava dormindo….- ele se encostava em Sophie cada vez mais com vergonha e com a mão na boca.

– A gente leu história, né tia? – Mel.

– Foi sim. E hoje eu vim pra ver você e a sua irmã também….pra gente passear….

– Que legal Léo. Passear é legal né? – Manu falou com ele que ainda estava encostado em Sophie mas olhava pra Fuzz.

– É.

– Então tira o dedo da boca né? – Manu. Sophie que puxou a mãozinha dele.

– A gente vai passear? – ele perguntou olhando pra Sophie.

– Vamos. Você quer?

– Eu quero! – Mel falou animada e ele fez que sim com a cabeça.

– Então vamos. – Sophie falou e sorriu pra eles.

Saíram de lá alguns minutos depois. Os dois de mãos dadas, Mel segurava na mão de Sophie.

– Eu posso te dar a mão, Léo? – Fuzz perguntou e ele fez que sim, então saíram assim de lá.

– Onde a gente vai? – Mel perguntou já no carro.

– Num lugar muito legal, acho que vocês vão gostar….- Fuzz.

– Onde? – Léo.

– Surpresa. – Sophie falou brincando com eles que riram animados.

Quando chegaram no parque e viram aqueles brinquedos todos ficaram animados e empolgados. Pra surpresa das duas, eles interagiram com as outras crianças ali, brincavam com uma bola de algum deles enquanto elas estavam sentadas no gramado os olhando brincar e se divertindo com a diversão deles.

– A gente vai fazer isso mesmo? – Sophie sussurrou pra Fuzz que estava entre suas pernas. Ela suspirou e encostou a cabeça contra o peito dela.

– Se eles quiserem….- Fuzz a olhou após falar, as duas se entre olharam- Você não quer?

– Claro que eu quero. Mas a gente tem certeza? Você quer mesmo?

– Quero. – Fuzz falou e então olhou pra eles, os dois estavam rindo brincando, rindo verdadeiramente- Eu nunca vi eles rindo assim, tão felizes….

– Nem eu. – Fuzz a olhou e Sophie sorriu pra ela.

– É isso que eu quero. Manter esse sorriso no rosto deles pra sempre….- Sophie sorriu.

– Vai ser difícil amor…. Vamos ter que brigar, você sabe né?

– Sei. Mas eu confio em você. – Sophie sorriu e Fuzz a beijou, um selinho.

– A gente vai ter que conversar com eles sobre isso….

– Vamos. – Fuzz sorriu ao falar e voltou a olhar pras crianças.

Um tempo depois, os dois vieram correndo pra elas, estavam suados.

– Tia, eu quero água. – Mel.

– Quer? Eu vou comprar pra vocês. – Fuzz.

– Quem stá com fome? Querem biscoito? – Sophie perguntou e os dois ficaram curiosos.

– Sentem aí pra comer o biscoito que vou lá pegar a água pra vocês. – Fuzz se levantou ao falar- Quer alguma coisa, amor?

– Não, obrigada. – Fuzz sorriu e foi lá comprar.

Os dois olharam os biscoitos e cada um escolheu um. Fuzz voltou com a água que eles beberam rápido pois estavam morrendo de sede de tanto que correram.

– A gente pode ir mais? – Mel perguntou em pé com o saco de biscoito na mão.

– Se quiserem, pode….

– Eu quero! – deu um pulinho toda animada.

– Eu também. – Léo falou com a boca cheia de biscoito.

– Então tá. Mas primeiro acabem de comer tá….- Sophie.

– Quero ir na piscina de bolinha, pode? – Mel.

– Pode Mel. – Fuzz sorriu pra ela ao falar.

Ao acabarem o biscoito, eles foram pra piscina de bolinhas, Fuzz foi junto porque eles pediram mas óbvio que não entrou, ficou ali na frente olhando eles brincarem que a todo momento olhavam pra ela se mostrando. Sophie continuou sentada na grama mas de onde estava conseguia os ver perfeitamente.

Eles brincavam tranquilamente, até o momento que ouviram uma moto passar fazendo aquele barulho no motor como se fossem umas explosões… Léo parou na hora e entrou em desespero, saiu correndo da piscina indo em direção a Fuzz que o pegou no colo, ele chorava assustado.

– Ei, que foi? Tá tudo bem, Léo. – ele chorava agarrado à ela. Sophie quando viu não entendeu, mas se levantou indo até lá- Léo, está tudo bem.

– Tiro.

– Não é tiro não meu amor. Foi a moto. Tá tudo bem….- ela fazia carinho nele pra ver se ele confiava que estava tudo bem.

– Mel….- ouviu Sophie a chamando, eles olharam e a menina estava num canto de cabeça baixa- Mel, vem cá com a tia. – Sophie a chamou esticando os braços, quando ela veio Sophie a pegou no colo e viu que ela chorava mas menos que Léo- Não precisa chorar, está tudo bem.

– To com medo….

– Não precisa, to aqui tá? Você está segura, nada vai te acontecer, tá bom? – ela deitou a cabecinha no ombro de Sophie. Elas se olharam.

– Léo?

– Léo está aqui. – Fuzz falou e ela ao ouvir a voz levantou a cabeça e viu o irmão no colo de Fuzz, o abraçou. As duas acharam tão bonitinho….

– Quero ir embora. – ele falou e as duas se olharam.

– Por que? – Fuzz que estava com ele no colo perguntou.

– To com medo.

– Medo por quê, Léo? – Fuzz tentava tirar algo dele.

– O tiro.

– Não foi tiro meu amor, foi a moto que fez barulho, mas ela já foi embora oh…- apontou pra rua- Tá tudo bem, vocês estão bem.

– Não gosto de moto. – Mel falou e elas a olharam.

– Por que não Mel? Você já andou?

– Não. Papai não deixa. – ela falou.

– É por que é coisa de adulto né? Criança não pode. – Sophie.

– Não, é mau. – Léo.

– O que é mau? – Fuzz.

– A moto do papai. – ele falou agarrando Fuzz pelo pescoço e as duas se entre olharam.

– O que ela faz? – Sophie perguntou e Mel quem respondeu.

– Ele briga na moto.

– Briga com você? – ela fez que sim com a cabeça.

– E com a mamãe. Ela vai na moto. – Sophie suspirou, revoltada!- Eu tenho medo! – abraçou ela pelo pescoço.

– Não precisa ter mais medo, tá bom? Não vou deixar nada acontecer, Mel.

– Cadê o papai? – Léo perguntou as pegando de surpresa.

– O papai foi pra junto do papai do céu né? – Mel quem falou e elas concordaram, acharam melhor não falar nada a mais.

– É, ele foi.

– E a mamãe? – Léo olhou pra elas ao perguntar e Fuzz olhou pra Sophie sem saber o que dizer. Sophie quem falou.

– A mamãe fez uma coisa muito feia, aí ela está num lugar pra ficar melhor. Você quer ver a mamãe?

– Não! – ele agarrou de novo Fuzz pelo pescoço enterrando a cabeça no ombro dela. As duas se entre olharam.

– Tá bom então. Mas vocês não precisam ter medo nem do papai e nem da moto porque nada vai acontecer com vocês tá? A gente está aqui com vocês, tá bom? – Mel fez que sim enquanto Léo continuava agarrado em Fuzz.

– Tenho uma ideia, lá do outro lado tem mais brinquedos, vamos lá ver?

– Vamos. – Sophie quem a respondeu, as crianças estavam assustadas demais ainda.

Pegaram as coisas e foram até lá, aos poucos eles foram se distraindo e foram brincar, em pouco tempo estavam rindo e alheios à tudo, como se nada tivesse acontecido. Dessa vez as duas estavam ali, em pé, de frente pra onde eles brincavam.

Fuzz estava com os braços sobre os ombros da mulher, mesmo com ela de costas percebia a expressão séria dela, então deu um beijo prolongado na sua bochecha, Sophie suspirou e uma lágrima rolou do rosto dela, secou rápido mas Fuzz viu.

– Eu vou acabar com essa mulher! Vcê vai ver!

– Amor, calma….- Sophie apenas respirou fundo- Criança às vezes se impressiona com algumas coisas….

– Fê, eles estão traumatizados, isso não é porque estão impressionados, é porque essa mulher é um monstro! Os dois né, mas o outro já está morto! Se depender de mim, ela nunca mais nem vê uma foto deles!

– Ok, mas calma. Não gosto de ver você assim brava….- Sophie apenas respirou fundo.

Léo passou ali na frente delas dando tchauzinho com a mão e sorrindo pra elas, foi o que bastou pra Sophie sorrir pra ele, as duas sorriram e deram tchau.

– Prefiro você assim….- Fuzz sussurrou pra ela que acabou recostando a cabeça em seu ombro.

Uma hora depois resolveram ir, já passava da hora deles almoçarem, mas óbvio que reclamaram então elas a convenceram dizendo que íam comer batata-frita.

– Quem gosta de batata-frita?? – Fuzz perguntou animada pra eles.

– Euu! – os dois levantaram as mãos pulando.

– E o que mais vocês querem comer?

– Hambúrguer. – Léo falou.

– Hummm….eu conheço um lugar que tem isso tudo! Mc Donalds? – olhou pra eles super animada mas eles não falaram nada- Vocês não gostam do Mc Donalds?

– Nunca fui, tia. – Mel.

– Nunca foram no Mc Donalds? – olhou pra eles surpresa e os dois balançaram a cabeça, ela olhou em choque pra Sophie.

– Então vamos hoje! – Sophie entrou na brincadeira se animando também- Lá tem tudo isso e sabe mais o que tem lá?

– O que?? – os dois olhavam animados pra ela.

– Sorveteeee.

– Eeebbbaaaa! – os dois pularam ao mesmo tempo.

Fuzz olhou rindo pra mulher e pra lá elas foram.

– Vai comer dois dias seguidos no Mc Donalds? – sussurrou pra ela rindo enquanto seguravam as crianças pelas mãos.

– Fazer o que né….- ela sorriu feliz da vida que iria comer no Mc Donalds com as crianças.

Lá pelas tantas no Mc Donalds, Mel fez a pergunta que elas ficaram surpresas e enroladas pra responder:

– Vcê é amiga da tia Fê? – perguntou pra Sophie que estava ao lado dela enquanto Léo brincava entretido com os brinquedos que havia ganho ao lado de Fuzz.

– Sou. – ela sorriu olhando pra mulher que a sorriu de volta- Mas na verdade, nós somos mais que amigas…- olhou pra Mel ao falar.

– Como assim?

Sophie olhou pra mulher que lhe sorria e elas entrelaçaram os dedos.

– A tia Fê e eu somos casadas, ela é minha esposa. Vcê sabe o que é ser casada, Mel?

– Sei. O papai e a mamãe eram casados né?

– Eram. Por isso eles eram marido e esposa, entendeu?

– Então você é o marido dela? – as duas riram e Sophie voltou a explicar pra ela.

– Não. Ela é minha esposa e eu sou esposa dela. Marido é só pra menino, entendeu? – ela fez que sim com a cabeça mas as duas se olharam sem ter certeza se ela tinha entendido mesmo….

– E pode casar com menina? – voltou a olhar pra Sophie.

– Pode. Você pode fazer o que quiser, Mel….- fez carinho no rosto dela que a olhou- Pode casar com menino ou menina, mas só com alguém da sua idade tá?

– Eu posso casar com o Léo? – apontou pra ele que nem aí estava, continuava entretido nos brinquedos.

– Não, ele é seu irmão, não pode casar com irmão. Mas isso é só quando você tiver maior tá? Só adulto pode casar.

– Tá. – ela respondeu e voltou a comer a batata dela sem dar muita importância hahaha.

As duas se olharam e riram.

Depois disso foram dar uma volta no shopping e saíram de lá quase sete da noite, os dois apagaram no caminho até em casa. Elas arrumaram a cama do quarto de hóspedes e colocaram os dois ali.

– O que a gente vai fazer? – Fuzz olhou pra mulher ao perguntar, estava sentada na cama e Sophie em pé.

– Banho. O que você acha? – Sophie sorriu simplificando tudo.

Elas tomaram banho, comeram alguma coisa e ao passarem no quarto os dois ainda dormiam.

– Amor, e se eles acordarem e estranharem? Eles não sabem onde estão….- Fuzz.

– Quer por o colchão aqui e dormir com eles?

– Quero.

Foi o que elas fizeram. Deitaram as duas de frente pra cama, Fuzz estava deitada sobre o braço de Sophie que a envolvia pela cintura também.

– Como que a vida muda assim né? Em menos de 48h, tudo muda? – Fuzz sussurrava pra não acordar eles. Sophie suspirou e encostou o rosto no da mulher- Como duas crianças mudam completamente a sua vida assim?

– Não sei…- Sophie suspirou pois estava preocupada.

– Acho que eu não vou conseguir fazer a minha vida voltar ao que era antes….- virou o rosto olhando pra Sophie- Você promete que eles não vão mais voltar pra aquele lugar?

– Eles não podem ficar aqui direto, amor. Amanhã a gente vai ter que levar eles….

– Por que não??

– Porque as coisas não são assim, amor. A gente vai ter que entrar com um pedido e provavelmente vão me tirar do caso deles, alguém vai assumir….

– Você não pode sair, Sophie!

– Não posso fazer nada amor, é contra lei. Mas eu vou ficar em cima, só não posso aparecer….

– Eu não quero ficar mais sem eles, Sophie. – se virou pra mulher a abraçando- Por favor?

– Vou fazer tudo que tiver ao meu alcance, meu amor. Te juro tá? – deu um beijo no pescoço dela que só meneou a cabeça.

– Era disso que a Anahi estava falando né? – Fuzz a olhou ao falar, as duas com lágrimas nos olhos.

– Acho que era….- as duas sorriram e se beijaram.

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Nos vemos quarta para o ULTIMO capítulo!

Bjss


Parte 2

– Anahi, para…

– Por que? – ela sugava o pescoço da mulher sem dar assunto pra ela.

– Porque as crianças vão chegar logo….

– Não vão. A Gabi está na casa da dona Yolanda e as crianças no parquinho com a Lu e a Jô.

– Mas podem chegar a qualquer momento….

– Te faço gozar rapidinho….- mordeu o lábio inferior de Dulce ao falar.

– O que te deu hoje hein?

– Saudades de você!

– Mas eles….- Anahi não a deixou terminar de falar, imprensou ela contra a parede a beijando enquanto uma das mãos ía pra sua barriga por dentro da blusa e sentiu a mulher se arrepiar.

Mas ouviram gritos lá embaixo.

– Viu? Chegaram. – Dulce a empurrou.

– De noite você não me escapa! – mais uma mordida no lábio inferior e um selinho antes de descerem.

Foi aquela bagunça de sempre o banho dos dois e depois deram o almoço. Dulce estava na cozinha conversando com Lupita e Anahi na sala de televisão vendo um filminho com os dois quando recebeu uma mensagem de Mai dizendo que ía levar Mari mais tarde no shopping pra ela brincar e chamando as duas, hoje em dia elas já conseguiam ir pra shopping sem fechar o shopping e ser aquela confusão hahah, eram reconhecidas mas de boa. Respondeu a amiga gostando da ideia e não deu nem quinze minutos e o celular dela tocou, era Fuzz.

– Oii….

– Oi Annie. Precisamos da ajuda de vocês.

– O que foi? – ela contou e Anahi a princípio ficou sem reação, Fuzz quem a chamou- Fala alguma coisa!

– Calma, meu Deus! É sério isso?

– É. Me ajuda. Não sei mais o que fazer com duas crianças num domingo.

– Hahahaha ok, calma. A gente vai sair daqui a pouco pra levar eles no shopping, a Mai e a Dani vão com a Mari também, querem ir com a gente?

– Queremos.

– Quantos anos eles têm?

– Quatro.

– Ótimo. Todo mundo da mesma idade praticamente, vai dar certo. Fica calma….

– Obrigada! Nos salvou. – Anahi apenas sorriu, logo em seguida desligaram e ela ainda ficou ali olhando pro celular e acabou sorrindo. Que loucura…. Tinha que contar pra Dulce, mas não podia deixar as crianças sozinhas, então ía ter que esperar ela chegar ali.

Um tempo depois Dulce apareceu ali, sentou do lado deles e Matheus correu pro colo dela, Anahi olhou sorrindo.

– Tudo bem?

– Aham. – ela deu um sorriso mas Dulce achou diferente.

– Por que essa cara então? – Anahi mais uma vez riu e se encostou no sofá.

– Sua amiga acabou de me ligar e eu ainda to tentando processar o que ela disse hahah.

– Que amiga?

– A Fernanda.

– O que houve??

– Aparentemente ela e a Sophie estão com duas crianças em casa que elas querem adotar.

– Oi??? – Dulce a olhou chocada.

– Pois é hahah.

– Mas como assim?? Nem sabia que elas queriam adotar agora….

– Aparentemente meio que caiu no colo delas, era um caso da Sophie e parece que as crianças eram mal cuidadas…. Não sei direito, ela só contou por alto.

– Uau! Isso que é surpresa!

– Pois é, mas nós vamos encontrar elas daqui a pouco aí a gente pergunta.

– Vamos? – Dulce a olhou pois não estava sabendo de nada. Anahi sorriu.

– Sim, ela me ligou nervosa querendo saber o que fazer com duas crianças hahah.

– Estão com elas então?

– Sim, pelo que entendi desde ontem. – Dulce só arregalou os olhos e Anahi riu- A Mai tinha acabado de chamar a gente pra levar as crianças no shopping pra brincar, então falei pra elas irem também e elas toparam.

– Que horas isso?

– Daqui a pouco. É bom que é todo mundo da mesma idade praticamente….

– Quantos anos eles têm?

– Quatro. São gêmeos. – Dulce a olhou, balançou a cabeça rindo.

– Que loucura….

– É. – olhou pros filhos- Quem quer brincar no parquinho do shopping com a Mari hoje??

– Euuu!! – os dois pularam esquecendo totalmente do filme.

– E sabe quem vai mais? – Anahi falou, olhou pra mulher e depois pra eles.

– Quem? – Gih.

– Dois novos amiguinhos de vocês.

– Quem, mamãe? – Matheus.

– Surpresaaaa!! – falou brincando com eles que pularam rindo animados.

– Melhor começar a arrumar eles né? Porque até sair de casa….

– Hahaha. É, vou chamar a Jô. – Anahi disse se levantando enquanto eles ficaram ali vendo o resto do filme.

Estavam na praça de alimentação junto com Mai e Dani esperando as duas chegarem.

– Cadê a Gabi? Não veio? – Mai.

– Tá na casa da dona Yolanda, mais tarde vamos pegar ela. – Anahi explicou.

– Ela ficou super bem né? Mesmo com a questão do outro lá e tudo mais….- Dani.

– Graças a Deus Dani! A gente teve medo dela sentir, depois quando foi lá pra casa mesmo ela querendo mas nem parece que tudo isso aconteceu….parece que sempre morou com a gente….- Dulce.

– Ainda bem que deu tudo certo! – Mai.

– Pois é…- Anahi.

– Mas cadê as duas hein? Será que se perderam? – Mai.

– Devem estar chegando Mai, não é fácil sair com duas crianças de casa hahah. – Anahi.

– Não é mesmo, ainda mais sem experiência alguma hahah.

– Nem me fala, já canso com uma, imagina com duas….- Mai.

– Já, já elas chegam aí….- Dani falou e a atenção delas mudou ao ouvir a briga de Matheus e Mari, era sempre assim.

– Filho, deixa a Mari brincar….- Dulce falou com o filho que estava emburrado porque a menina estava jogando com o iPad dele.

– É meu! – ele falou cruzando os braços e de bico.

– É seu mas deixa ela brincar um pouco, empresta pra ela. – Dulce tentava falar com toda paciência com ele- Lembra que a mamá te falou que tem que emprestar os brinquedos? Igual você empresta pra sua irmã.

– Mari não. – mais uma vez cruzou os braço emburrado.

– Filha, o seu está aqui na bolsa, toma. – Mai falou com a filha mas ela não queria.

– O meu não, quero esse jogo. – falou tinhosa também e Dulce e Mai se olharam e riram.

– Toma Theus, o meu. – Giovanna deu o dela pra ele que pegou mas ainda olhava pra Mari emburrado.

– Esses dois hein…- Dulce falou e as quatro riram.

– Meu filho, aproveita, porque daqui uns anos você vai estar atrás dela e ela te esnobando….- Anahi brincou e todas riram.

– Ai Anahi, só você….- Mai. Anahi riu mais uma vez.

– Mamãe? – Giovanna a chamou segurando seu rosto- Quero fazer xixi.

– Ok, vamos lá. – Anahi se levantou- Se as meninas chegarem, esperem a gente aqui, senão eu não acho.

– Óbvio né amor!

– Espera mamá. – Giovanna fez com a mão o sinal de esperar e Dulce sorriu, assim como Anahi.

– Vou esperar, princesa.

Anahi a pegou no colo.

– Vai no chão, filha.

– Não. No colo. – Anahi olhou pra Dulce e sorriu.

– Não tem jeito né?

– Ela quer colo amor, ué….

– E você faz tudo que ela quer.

– É só um colo, Dul….- ela revirou os olhos. Mai e Dani riram.

– Mima mesmo….- Anahi nada disse, deu um beijo no rosto da filha que estava deitada no colo dela, de charme.

– Já venho.

Elas saíram e assim que Matheus percebeu começou a chamar a irmã.

– Ela já vem filho, sua irmã foi no banheiro. – ele não falou nada mas ficou olhando na direção que as duas tinham saído- Oh grude hein!

Mai e Dani riram.

– Mamá, a Bi?

– A Bi está na casa da tia Yolanda, lembra que eu te disse? Mais tarde ela chega tá?

– Tá.

– Tá com saudades da irmã?

– To. – ele falou já concentrado no joguinho. Dulce que fez um carinho nos cabelos dele e beijou o rostinho dele que já estava no colo dela.

Sophie e Fuzz chegaram logo depois, Mai quem viu primeiro por estar de frente, fez sinal com a mão e elas sorriram indo até lá, com isso Dulce se virou pra ver elas com um menino no colo de Fuzz e a menina de mãos dadas com Sophie.

– Olha quem chegou, Theus….- só assim conseguiu tirar a atenção dele do joguinho que ficou em pé no banco pra olhar, pois tinha um encosto atrás que tapava a visão dele.

– Dindaaa!

– Ah lá filha, quem chegou….- Mai fez o mesmo com a filha a tirando do joguinho.

Elas se aproximaram e Mel quando viu um monte de gente desconhecida pediu colo.

– Oi meu amor. – Sophie falou direto com Matheus que esticava os braços pra ela. Depois ele ficou olhando pra Léo no colo dela- Esse daqui é o Léo. Da um oi pro Matheus, Léo.

– Oi. – ele falou todo tímido com a mão na boca e todo mundo riu.

– Oi Fê. – Mai tinha se levantado pra falar com ela.

– Oii…

– Que menina linda, qual seu nome?

– Fala pra tia, seu nome….- sussurrou no ouvido dela.

– Mel….- falou baixinho envergonhada.

– Que nome lindo. Essa aqui é a Mari, da um oi pra ela filha….

– Oi.

As duas envergonhadas. Todos se cumprimentaram.

– Cadê Anahi e a Gih? – Sophie.

– Foram no banheiro, devem estar vindo aí….- mal Dani acabou de falar elas ouviram a voz de Giovanna que vinha correndo. Veio direto em Fuzz.

– Oi princesa, que saudades! – Mel ainda estava no colo dela e Giovanna ficou a olhando- Olha só, trouxe dois amiguinhos pra brincar com você hoje. A Mel e o Léo.

– Fala oi filha….- Anahi que estava atrás da filha falou.

– Oi. – ela falou a mais animada dos quatro.

– E aí? Vamos levar essa criançada pra brincar?? – Anahi falou animada.

– Eu queroooo! – Gih e Matheus falaram.

– Vamos brincar no parquinho, Léo? – Fuzz falou com ele que ainda estava meio envergonhado mas fez que sim com a cabeça.

Quando viram o parquinho a vergonha foi embora rápido, como era um brinquedo que tinha supervisão, elas deixaram eles lá e sentaram numa mesa um pouco afastada mas que dava pra ver eles dali, Sophie e Fuzz não quiseram se afastar muito por medo deles procurarem e não a acharem…..ainda mais depois de ontem.

– E então meninas? Contem! – Anahi pediu quando estavam as seis já sentadas, os chopps servidos e as crianças brincando.

– Verdade. To curiosa! – Dulce.

As duas se entre olharam e sorriram.

– Estão achando a gente maluca? – Sophie perguntou as olhando, tinha apoiado a mão na perna de Fuzz.

– Não. Eu seria a última pessoa que poderia te dizer isso….- Anahi falou e todas sorriram.

– Conta gente. Quero saber também! – Mai.

– Bom, pra resumir eu estava num caso muito difícil, a gente acabou com uma quadrilha de comandava o tráfico em uma favela aqui da cidade e foi assim que eu conheci eles…. Eles estavam lá na batida.

– Meu Deus! – Mai.

– E cadê os pais? – Dani.

– O pai está morto e a mãe presa e se depender de mim, ela nunca mais vai ver a luz do dia! Aquela doente!

– Calma amor….

Sophie respirou fundo.

– Desculpa, é que essa mulher me tira do sério!

– Mas se eles têm mãe, como vocês querem adotar eles? – Mai.

– Ela está presa. E bom….nem te contei isso né? – olhou pra mulher- Hoje eu consegui falar com um dos policiais que continuam a interrogando, porque a gente desmontou uma parte mas tem mais gente envolvida e precisamos dela pra dar nomes, mas óbvio que ela quer algo em troca….- todo mundo a olhava prestando atenção e menearam a cabeça- Só que a gente tenta não dar, um dos policiais chegou a mencionar que ela nunca mais veria os filhos pra ver se isso a tocava de alguma forma…. Sabe o que ela falou? – olhou pra todos mas no fim pra Fuzz que balançou a cabeça- Que não está nem aí!

– Que filha da puta! – Mai.

– Muito, Mai! Não presta! Aí o advogado dela soltou se a gente faria algum tipo de acordo se ela abrisse mão do direito de mãe….

– Ela já tem advogado?? Como? – Fuzz a olhou.

– É muito dinheiro que esse povo movimenta amor, eles sempre tem advogados!

– Meu Deus, eu to chocada! – Anahi.

– Tem muita gente ruim no mundo….- Mai.

– Tem! – Sophie- Por isso, se depender de mim ela nunca mais vê essas crianças, eu vou acabar com essa mulher, vocês vão ver!

– Amor, calma…- Fuzz deu um beijo no rosto dela, não gostava de a ver assim.

– Nossa, que história….- Dani.

Houve um segundo de silêncio antes de Dulce falar:

– Eu entendo tudo que vocês estão falando, mas….- ela fez uma mini pausa e todo mundo a olhou- eu posso perguntar uma coisa?

– Óbvio, Dul. – Fuzz.

– Não me levem a mal, tá? Mas vocês querem a adoção só por isso, pra ajudar eles? – as duas a olharam- Porque existem varias formas de se ajudar….se é o que vocês querem, não necessariamente precisam adotar eles.

Dani sorriu e falou:

– Eu entendo o que você está falando, Dul….- todas a olharam- Quando elas vieram até mim pela gravidez do Matheus, pra poder ajudar a Gabi eu fiz a mesma pergunta. Porque ele poderia ou não ajudar a Gabi….mas seria pra sempre o filho delas….- olhou pra Fuzz e Sophie- Não nos levem a mal….a gente só está perguntando porque são duas crianças, tem que ter muita certeza. – as duas se olharam antes de Fuzz falar.

– A gente entende, mas não é só isso, não é só pra ajudar.

– É por que então? – Dulce.

– É por causa do que eu senti quando eu conheci ela e ela me abraçou. Você me disse uma vez que não importaria da onde vinha ou como vinha, Anahi. Você lembra que me disse isso? – olhou emocionada pra Anahi que só fez que sim com a cabeça- Pois é, eu senti sem nem esperar e aquilo me pegou de surpresa, eu senti um amor instantâneo e forte. Assim como senti ontem quando ele correu pros meus braços com medo do barulho da moto, como se eu precisasse proteger ele do mundo e ele confiasse em mim pra fazer isso. Eu não sei explicar, eu só senti, é como se o mundo tivesse simplesmente mudado do nada….

– Eles precisam de ajuda sim, mas no caso acho que quem está ajudando a gente são eles, e não, vice-versa. – Sophie completou, as duas emocionadas.

Dani foi a primeira a sorrir.

– Me convenceu. – falou- Não que precisasse, é claro. Mas eu lido com mães o dia todo, sei reconhecer uma….- as olhou e piscou.

– À mim também….- Dulce falou.

– Acho que merece um brinde….- Anahi ergueu o copo sendo seguida por todas. Fuzz e Sophie claramente emocionadas.

Saíram do shopping por volta de umas nove e foram pegar Gabi na dona Yolanda, os dois apagados no carro.

Ao chegarem em casa, Anahi foi por Gabi pra dormir. Tinha acabado de a por deitada e deitado ao lado dela quando Gabi solta:

– Mamãe, só menino pode beijar menina?

– Beijar? – Anahi a olhou surpresa.

– É, beijar. Igual você beija a mãe Dulce, na boca.

– Não. Pode…- Anahi chegou a gaguejar mas então ao ver que Gabi a olhava, se recompôs- Menino pode beijar menina ou menino…. Por que você está me perguntando isso?

– Porque eu vi dois meninos se beijando.

– Viu? Aonde?

– No filme. – Gabi falou e voltou a deitar a cabeça no travesseiro alheia ao choque de Anahi com as perguntas. Ficou um tempo em silêncio até voltar a perguntar e chocar Anahi mais uma vez- Eu também posso?

– Não, porque você é criança. Criança não pode beijar, só adulto. – Gabi nada disse e Anahi se preocupou- Por que você está me perguntando isso? Alguém tentou te beijar??

– Não mamãe, vi no filme.

– Gabi, olha pra mim. – ela atendeu a mãe- Alguém tentou te beijar?

– Não mamãe.

– Jura?

– Juro.

– Ok. – puxou a cabeça dela pra deitar de novo em seu peito- Ninguém pode te beijar, ouviu? Só eu, sua mãe Dulce, seus irmãos, tia Yolanda, seus avós….

– E a tia Fê e tia Sophie? Tia Mai? Tia Mari?

– Pode, eles podem. Tio Chris, mas só no rosto que pode.

– A Lu e a Ba também?

– Também podem mas só no rosto, tá? Você é criança ainda, não pode.

– Tá bom mamãe.

– E você tem que me prometer que se alguém fizer algo você vai me contar. Promete? Pra mim ou pra sua mãe.

– Prometo mamãe.

– Então tá, então agora vamos dormir que está tarde.

– Você vai ficar aqui? – Gabi levantou a cabeça a olhando.

– Vou. Quer?

– Quero. – ela sorriu dando um beijo no rosto de Anahi- Te amo mamãe.

– Também te amo, meu amor. – Anahi a abraçou mesmo nervosa ainda.

– Mamãe, tem que rezar, você estava esquecendo.

– Verdade. Vamos rezar.

A menina logo dormiu.

Dulce via televisão quando a mulher entrou no quarto.

– Tudo bem?

– Tive uma conversa estranha com a Gabi.

– Como assim? – Dulce perguntou enquanto via Anahi deitar ao seu lado.

– Ela perguntou se menino só pode beijar menina e depois perguntou se ela podia beijar. – olhou pra Dulce que estava de olhos arregalados.

– O que você falou??

– Que ela estava muito nova e não podia beijar ninguém e se alguém fizesse isso com ela pra ela contar pra gente! Dulce, ela só tem treze anos!

– Você não fez essa cara apavorada pra ela não né?

– Não, eu me controlei. Mas não sei como agir, ela é só uma criança.

– Calma, mas ela perguntou né?

– Sim, ela jurou pra mim que vai contar e que só estava perguntando porque viu um filme em que dois meninos se beijavam….

– Uau, achei que essas perguntas íam demorar um pouco mais….

– Isso é um absurdo! Deve ser coisa da escola dela!

– Amor, ela tem treze anos….

– Uma criança!

– O que você estava fazendo com treze anos?

– Não vamos falar disso. – Dulce riu e se virou pra Anahi.

– Uma hora isso ía acontecer….

– Cedo demais né??

– Sim, agora é cedo, mas daqui uns 2 anos….

– 2??

– Amor, ela vai ter quinze…. Lembra da Ana Paula com quinze anos?

– Nem me lembra! – Anahi suspirou- Ai, fiquei até com dor de cabeça.

– Hahahahahaha. Vem cá….- Dulce a puxou a abraçando e como estava de lado, Anahi enfiou o rosto no pescoço da mulher.

– Eu não quero que eles cresçam….

– Ah nem eu, mas o que a gente pode fazer?

– A gente pode por ela num potinho é só tirar quando ela tiver uns quarenta anos? – Dulce riu alto e então olhou pra mulher.

– Não, mas a gente pode conversar muito com ela, a educar, ensinar o que é certo e o que não é….e torcer pra ela seguir nossos conselhos e confiar nela, amor. Nela e nos outros dois.

– Ah não! A Gih e o Theus são dois bebês, pelo amor de Deus!

– Hahaha eu sei, to falando quando for a vez deles….

– To em choque, não consigo nem falar nada. – Dulce riu mais uma vez e ficou ali beijando e curtindo a esposa- Eu preciso tirar essa imagem da minha cabeça. – Anahi falou depois de um tempo em silêncio.

– Que imagem?

– Que a Gabi possa beijar alguém….

– Quer dormir? – Dulce a olhou.

– Não, quero que você me distraia.

– Como? – voltou a olhá-la. Anahi nada respondeu, a puxou pela nuca a beijando.

Dulce durante o beijo foi se virando sobre ela, o beijo começava a ficar urgente quando Anahi parou.

– Amor, eu estava pensando e se a Gabi….- Dulce só pôs o dedo na frente dos lábios dela a calando- Dul, mas e….

– Anahi. – ela parou de falar a olhando- Shh! – voltou a beijá- lá enquanto descia uma das mãos até a calça da mulher a desabotoando e em seguida retirando.

Levou a boca a barriga da mulher a beijando e arranhando de leve, puxou ela a fazendo sentar e tirando a blusa.

– Vem no meu colo….- sussurrou e assim que Anahi fez o que ela pediu, retirou seu sutiã e chupou os peitos da mulher. Anahi gemia e rebolava em seu colo, mas Dulce queria mais então a deitou e tirou a calcinha dela também, a deixando pelada, voltou a descer pelo seu corpo a beijando, Anahi gemia de olhos fechados mas então Dulce parou e subiu até a altura do seu ouvido e sussurrou: Posso falar uma coisa antes de continuar?

– Fala. – Anahi juntou forças pra a olhar e então Dulce sorriu.

– Você lembra quando a gente se reencontrou que eu disse que você era a mulher mais linda que eu já tinha visto na vida? – Anahi sorriu- Aliás, eu dizia isso enquanto a gente namorava também…. Lembra?

– Lembro.

– Continua sendo….- Dulce tinha o mesmo sorriso nos lábios que Anahi.

– São seus olhos….- Anahi sussurrou se virando pra ela e segurando em sua nuca, mantendo assim, os rostos próximos.

– Não. Você é linda, maravilhosa….e minha. – Anahi sorriu e elas deram um selinho- O amor da minha vida….- Dulce tinha se virado sobre ela ao falar.

– Eu te amo. – Anahi sussurrou com os lábios da mulher colados ao seu.

– Eu que amo você, não sei o que faria sem você e nossos filhos, vocês quatro são a razão da minha vida….

– E você, o amor da nossa. – as duas sorriram se olhando- Eu espero mesmo que um dia nossos filhos conheçam alguém e sintam esse amor que eu sinto por você, que a gente sente…. Porque é isso que faz a vida valer à pena!

Você faz a minha vida valer a pena, princesa. – Anahi riu.

– Eu ainda sou a sua princesa?

– Sempre vai ser, meu amor.

– Pensei que tinha perdido esse posto pra Gih…

– É diferente. Ela é meu bebê, você é minha mulher, minha vida, minha melhor amiga, minha amante, minha namorada, meu amor, a dona da minha vida….- Anahi sorriu apaixonada.

– Você já me fez esquecer sabia…..preciso de mais nada.

– Não? – Anahi negou com a cabeça e Dulce abaixou os lábios até o ouvido dela- Não precisa mais tocar nesse corpo lindo….- Anahi sentiu o corpo se arrepiar pois Dulce falava enquanto descia os dedos pelo seu corpo- Queria tanto sentir como você está molhadinha na minha boca….- Dulce desceu o dedo até o clitóris dela e ouviu Anahi gemer- Você está?

– To…- respondeu fincando a unha na nuca da mulher.

– Deve estar uma delícia….

– Sente….

– Vai gozar na minha boca, gostosa?

– Vou. – Anahi respondeu afastando as pernas, Dulce a olhou e sentiu um arrepio pelo corpo.

– Gosta de ficar assim? De pernas abertas pra sua mulher?

– Gosto….me chupa, Savinon? – Anahi a olhou ao fim da frase e Dulce chegou a gemer de leve.

Em pouco tempo Anahi gozava na boca da mulher. Quando se recuperou, virou pra Dulce sussurrando algo em seu ouvido:

– Queria te pedir uma coisa….

– O que?

– Tira a roupa pra mim. – Anahi falou a olhando nos olhos e com aquela voz rouca que ainda arrepiava Dulce.

– Aqui?

– Sim, agora. Vai….eu ponho a música baixinha….

– Vai acordar eles amor….

– Vai não, vai ser baixinho…- dito e feito, a música estava baixa e Anahi recostada no encosto da cama enquanto olhava a mulher rebolar e se despir pra ela, quando Dulce chegou na altura da calcinha, ela impediu: A calcinha não. – Dulce a olhou sem entender- Vem cá. – fez Dulce sentar ao seu lado e começou o passeio pelo corpo da mulher, beijou todos os cantos, inclusive sobre a calcinha, fazendo Dulce enlouquecer e molhar a calcinha como ela queria.

– Anahi….por favor….- a olhou sorrindo.

– Se masturba pra mim….- pediu mordendo o lábio inferior- Vai amor, quanto tempo você não faz isso….

Dulce fechou os olhos e deixou sua mão descer até seu sexo.

– Abre o olho, quero te olhar enquanto você goza. – Anahi falou num tom firme o que fez Dulce morder o lábio inferior- Vai amor…..geme pra mim…

Anahi não perdia um movimento sequer, estava ajoelhada na cama de frente pra mulher que se tocava de pernas abertas, Anahi deslizou a calcinha dela a deixando totalmente exposta pra si, de pernas abertas e com a boca semi aberta por onde escapavam gemidos cada vez mais altos de Dulce.

– Vai goza, sua safada! Goza. – Dulce gemia rebolando- Mete lá dentro com força, Dulce! Quero ver.

– Ahhh, eu vou gozar! – ela rebolava com três dedos dentro de si. Anahi sem aguentar muito, se inclinou chupando os seios da mulher mas quando viu que ela gozaria, parou pois queria olhar.

Dulce gozou gemendo o nome dela mas Anahi ainda não estava satisfeita, deitou abrindo as pernas da mulher e quando Dulce sentiu a língua em seu sexo, falou:

– Amor, acabei de gozar….

– Eu sei.

– O que você está fazendo então?

Anahi não respondeu, continuou a chupando até que Dulce gozasse de novo, na verdade ela teve um orgasmo intenso e só depois disso, elas dormiram.

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Seis meses depois, era o aniversário de 5 anos de Mari, Mai tinha alugado uma casa e passariam o fim de semana lá, faria a festa lá e chamou todos.

– Cadê eles?

– Estão no carro, amor. – Anahi falou entrando no quarto indo na direção de Dulce que se levantava da cama.

– Sozinhos??

– Não. Com a Lu e a Jô.

– Ah tá, então vamos antes que eles comecem a se irritar lá.

– Sim, só quero te dar uma coisa antes.

– O que? – Dulce a olhou curiosa enquanto Anahi a estendia um envelope. Dulce a olhou curiosa.

– Abre. – Anahi sentou na cama enquanto Dulce pegava o envelope e o abria. Anahi a puxou pelo braço o que a fez sentar em seu colo.

– Duas passagens? – a olhou.

– Sim.

– Pra Grécia?

– Aham. – Anahi sorriu.

– Mas não tem data….- Dulce falou procurando alguma data, virou de um lado pro outro mas não tinha nada.

– Não, porque eu não sabia quando você queria ir….mas eu quero muito passar uma semana com você lá, só eu e vc.

– Sem as crianças? – Dulce a olhou.

– Sim, eu amo meus filhos mas eu preciso de uma semana longe de choro, brigas, frozen, galinha pintadinha e sei lá mais o que hahaha. Só com a minha mulher, como se nós fossemos um casal de namoradas apaixonadas….- Dulce sorriu pra ela- Eu sei que você fica preocupada de deixar eles, eu também fico mas é só uma semana e eles não são tão pequenos mais….os três vão ficar bem com as avós….

– Eu sei…- Dulce suspirou olhando pra passagem e depois a olhou- Por que Grécia?

– Porque foi lá que tudo começou…. Foi lá que tivemos uma segunda chance e soubemos aproveitá-la e reconstruir nosso amor….- Dulce sorriu boba e deu um selinho demorado nela- E então, o que você me diz?

– O que eu posso dizer depois de um pedido desses? Óbvio que eu vou amar passar uma semana sendo sua namorada, até porque eu vou ser eternamente sua namorada….- agora quem sorriu bobamente foi Anahi.

– Que bom. Porque eu vou amar ter você uma semana só pra mim….- as duas sorriram aproximando os rostos e Dulce tinha as mãos em seu rosto enquanto Anahi a segurou pela cintura. O que era só um selinho, arrepiou as duas ao se abraçarem no beijo, mas elas sabiam que só dava pra isso, um selinho.

– Melhor a gente ir né?

– Vamos. – Dulce falou e então se levantou. Deixou o envelope lá e então elas saíram ao encontro dos filhos que já as esperavam impacientes no carro.

A festinha começou por volta de umas quatro da tarde, além dos brinquedos, Mai também contratou um teatrinho e tinham os animadores, ou seja, as crianças não paravam um segundo.

– Amor, onde você estava? – Anahi falou ao sentir as mãos da mulher em seu ombro. Ela estava sentada conversando com Gui e Thiago. Mai os tinha chamado pois apesar de os conhecer não tinha tanto contato, mas Mari e Alice se adoravam, então chamou.

– Com a sua filha.

– Qual delas? – Anahi olhou pra cima e riu. Dulce também riu e olhou pros dois à sua frente.

– A Gabi. Segundo ela já está grande pra brincar com essas crianças, aí estava emburrada lá, mas agora está lá num dos videogames. – Anahi revirou os olhos.

– Ela tem quantos anos, gente? Não são treze? – Thiago.

– É, mas acha que é adulta. – Anahi falou puxando Dulce pela mão pra ela sentar ao seu lado.

– Hahahah. Pré adolescência né….- Gui.

– Mereço viu….- Anahi falou e os dois riram.

– E as crianças, cadê? – Dulce.

– Só Deus sabe….estão por aí….

– Eu to achando ótimo! Um descanso….- Gui.

– Ah eu também! – Anahi falou deitando a cabeça no ombro da mulher.

Num outro canto, Mai tentava segurar Mari pra tirar foto dela.

– Amor, deixa ela brincar.

– Mas eu quero tirar fotos, depois fico sem.

– Amor, tem a fotógrafa oficial, não vai ficar sem.

– Eu sei, mas ela está tão linda….- Mai falou a observando. Mari estava de vestido vermelho e sandália na mesma cor.

– Tá. Igual a mãe dela. – Dani tinha passado o braço pelo ombro da mulher a puxando pra um beijo. Mai sorriu entre o beijo- Vem, deixa ela se divertir….

Algumas horas depois, Mai, Dani, Anahi, Dulce e Fuzz estavam sentadas numa mesa conversando. Começaram a ouvir choro e briga, ao olharem era Mari e Matheus brigando por um brinquedo, Anahi olhou pra mulher e riu.

– Filho, não pode brigar. Deixa ela brincar também. – ele se irritou jogando o brinquedo no chão e nisso Mari pegou, ele ficou mais puto ainda e começou a chorar. Anahi olhou pra Dulce que foi lá, Mai também foi.

– Esses dois hein….- Dani.

– Ou é amor ou vão se bicar….- Anahi falou e arrancou risos de todos.

Dulce voltou com ele no colo.

– Que foi? Você está bravo? – falou com ele esticando o braço mas ele não quis, escondeu o rosto no pescoço da mãe.

– Tá com sono.

Mai voltou sem a filha que tinha saído correndo atrás de outra brincadeira.

– Mamãe! – Léo chegou ali correndo.

– Oi filho. – Fuzz olhou pra ele mexendo no cabelo dele porque o menino estava todo suado.

– Quero batata-frita.

– Batata-frita? – ela olhou de relance pra Mai.

– É, eu quero.

– E onde tem batata-frita?

– Eles estão passando Fê, quer que eu veja lá pra ele na cozinha? – Mai.

– Não precisa, fica aí. Eu pego pra ele.

– Também quero tia. – Matheus que ainda estava no colo de Dulce pediu.

– Você quer batata? – Anahi o olhou.

– Quero mamãe.

– Vou lá pegar então.

– Fica aqui com a dinda, Léo, mamãe já volta. – Fuzz a olhou agradecendo e Anahi sorriu- Você está todo suado hein….- ele estava no colo de Anahi que passava a mão nos cabelos dele.

-EstTava brincando. – ele falou como se fosse óbvio e elas riram.

– To vendo….

Fuzz logo voltou com as batatas, eles comeram e já saíram correndo atrás de outra brincadeira.

– Isso porque ele estava com sono né….- Mai.

– Pois é hahah. – Dulce riu e ouviram o celular de Mai tocando. Ela pegou no bolso e assim que Dani viu o identificador, bufou.

– De novo?? – Mai deu de ombros e atendeu.

– Alô. Tá sim, peraí. – tirou o celular do ouvido olhando pra mulher- Vou lá. – Dani nada disse, apenas suspirou.

Assim que ela saiu, Anahi perguntou pois viu a cara da Dani.

– Que foi Dani?

– O Koko. Já ligou três vezes só hojr!

– Mas por quê? – Dulce.

– Diz ele que pra falar com a filha….- Dani revirou os olhos ao falar.

– E não é? – Fuzz.

– Três vezes?! Ele está é de sacanagem porque viemos fazer a festa aqui e ele não foi convidado! Só se eu fosse idiota pra acreditar nesse teatrinho dele….- ela bufou irritada, virando um gole da sua cerveja, as três se entre olharam.

– Deixa isso pra lá Dani, nem vale a pena….- Anahi falou e ela só a olhou.

– Vale mesmo não Dani, não vão brigar por besteira. Ele quer é isso mesmo….- Dul falou e Dani a olhou, suspirou em seguida.

– Melhor coisa é fingir que não te afeta, Dani, vai por mim…- Fuzz.

– Exatamente! Não dá o gostinho pra ele e nem briga por bobeira, depois vai se arrepender…. Sei do que eu to falando. – ela piscou pra médica e as três a olharam- Se fosse hoje eu teria feito tudo diferente…. E a Mai não está nem aí pra ele.

– Eu sei….- Dulce sorriu pra ela.

– Bom, vou lá ver as crianças, já venho. – ela falou já em pé com a mulher.

– Tá bom.

– Vou lá falar com a Mai….- Dani avisou saindo em seguida deixando só Fuzz e Anahi ali, as duas se olharam e sorriram pelo que Dulce falou.

Em outro ponto da festa….

– Filha, está com fome?

– Não.

– Mamãe pega pra vco.ê Quer uma batatinha?

– Não. – e saiu correndo pra brincar.

Mai se levantou desistindo de ir atrás dela e deu de cara com Dani ali.

– Falou com ele?

– Falou. Mas foi rápido, ela não estava muito afim de papo….

– Também, já falou três vezes com ele hoje….- Mai deu de ombros guardando o celular no bolso.

– O que eu posso fazer? – quando olhou pra Dani, ela olhava pro lado- Tá chateada? – a abraçou pela cintura.

– Não.

– Dani? – a médica a olhou- Eu não tenho culpa….

– Eu sei. Não disse que tem, só que eu acho o cúmulo isso!

– Deixa ele.

– Você sabe por que ele está fazendo isso né??

– Sei, mas não vai adiantar de nada. Eu amo você, eu casei com você. – Dani sorriu.

– Também te amo mas isso me irrita!

– Eu sei, mas não precisa ficar com ciúmes….deixa ele. Eu te amo. – deu um selinho nela que acabou amolecendo o coração da médica.

Dulce estava com Sophie vendo Gih e Mel brincarem ali nos brinquedos, as duas morrendo de sono pois já ía dar dez da noite mas não se rendiam. Deu por falta de Anahi e do filho, resolveu ir procurar. Encontrou ela no quarto em que ocupavam.

– Dormiu? – Dulce sentou na ponta da cadeira ao perguntar. Anahi só balançou a cabeça.

– Estava só criando coragem pra levantar daqui….- ela falou com a boca encostada nos cabelos do filho. Sorriu e Dulce sorriu de volta- Tá tão gostoso aqui rs…

– Quer que eu pegue? – ela concordou com a cabeça, então Dulce pegou o filho o colocando na cama- Ele está suado…- ela passou a mão pelos cabelos do menino e olhou pra Anahi.

– Põe o ar pra cima dele. – Dulce mexeu no controle direcionando o ar pra ele.

Se levantou indo na direção da mulher que ainda estava sentada na cadeira, Anahi a puxou o que fez Dulce “cair” em seu colo que deitou no ombro dela ficando meio de lado olhando pro filho que dormia tranquilamente. Dulce acabou sorrindo o que chamou atenção de Anahi.

– Você lembra que eu achava que não conseguiria ser mãe de menino? Fiquei nervosa sem saber o que fazer? – ela riu de si mesma e olhou pra Anahi.

– Lembro…

– Hoje eu brinco de carrinho e de boneco como ninguém….hhaha.

– Você é a melhor mãe do mundo! – Dulce sorriu arrancando um sorriso de Anahi também.

– Nós somos. A gente é um bom time né?

– O melhor do mundo! – Anahi tocou em seu queixo a roubando um selinho.

Dulce riu, após o beijo deixando Anahi curiosa.

– Que foi?

– Nada. Estava pensando aqui….- a olhou- em como a vida é engraçada…as voltas que ela dá…- Anahi a olhava mas sem entender bem do que ela falava- Você imaginava há uns anos atrás que estaria aqui, assim comigo, com três filhos?

– Não.

– Você era muito chata, sabia?

– Eu?? – Anahi falou mais alto e depois se repreendeu abaixando a voz.

– Sim, você. Implicante, chata, se achava…. Eu tinha muita raiva de você, sabia?

– Amor encubado….- Anahi riu daquele jeito cafajeste que Dulce odiava naquela época e que depois se descobriu completamente apaixonada por ele também.

– Aff. – Anahi riu quando Dulce revirou os olhos- Até hoje eu ainda não sei como te dei assunto….

– Porque você não resistia….- ela mais uma vez revirou os olhos- Você sabe que não….- Anahi aproveitou que ela tinha desviado o rosto pra beijar seu pescoço- vai dizer que você não se derreteu toda no nosso primeiro beijo? – Dulce a olhou.

– Você se acha né? – Anahi riu daquele jeito dela.

– Não. – Anahi mais uma vez roubou um beijo dela- To falando só pra te perturbar, porque sei que você fica irritadinha….hahaha. – Dulce a olhou.

– Até hoje eu não sei como te levei a sério….- Anahi a olhou fingindo indignação- Você era galinha, Anahi! Insuportável!

– Vai ver que estava escrito já….- Anahi falou e Dulce a olhou, pois estava esperando outra piadinha dela mas viu como ela falava sério agora então mudou sua feição também.

– Te encontrar?

– Ser a razão pra que tudo passasse a fazer sentido na minha vida….- Dulce tentou mas não conseguiu controlar o sorriso que teimava em aparecer…. Olhou pra Anahi e ela a olhava com a cabeça encostada na cadeira e o olhar brilhava, Dulce sorriu pra ela o que fez Anahi a sorrir de volta e com isso, Dulce aproximou os rostos mas não a beijou.

– Já era amor antes de ser?

– Acho que sim….- Anahi sussurrou antes de sentir seus lábios serem tocados pelo da mulher.

– Pra sempre?

– Pra sempre, meu amor. Sempre foi pra sempre e sempre foi você….- Dulce sorriu mais uma vez com as testas coladas e emocionada.

– Eu te amo demais, amor da minha vida!

Dulce falou mais uma vez, antes de voltar a beijá-la com a certeza que seu coração honrava a promessa que seus lábios faziam diariamente à sua esposa, seria pra sempre, nem sempre fácil, mas era a escolha que elas faziam diariamente, ficarem juntas….

FIM….

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Chegamos ao fim…. Ainda to meio anestesiada e a ficha não caiu rs, mas queria AGRADECER a TODOS que me acompanharam, os que estão desde o inicio, os que chegaram depois e principalmente a todas as interações que vocês fizeram, faz TODA a diferença! Eu amei escrever essa historia e sentirei falta, mas como já disse algumas vezes, é hora de seguir em frente….

MUITO OBRIGADA A VOCES, SOU MUITO GRATA por ter gente que gosta de ler as doideiras que eu escrevo hahaha.

Espero vocês a nossa próxima jornada, lembrando que começo dia 20/08 “It´s a love story, just say yes.”

OBRIGADAAAA!! 

BJS



Notas:



O que achou deste história?

Uma resposta para PRÓLOGO: partes 1 e 2.

  1. Que lindaaaaas que corra tudo bem com essa família.

    O último capítulo tem que ter no mínimo 3 partes rs.

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