A verdadeira história de Anahi e Dulce...? - 3 temporada

Já tinham se passado dois dias que tivemos a resposta da juíza, não tinha ouvido mais falar do Velasco, graças a Deus!

Ouvimos batidas na porta e logo ela se abriu, era a Dani.

– Boa tarde meninas.

– Boa tarde. – respondemos juntas e ela veio até nós.

– Como você está, Dulce?

– To bem, graças a Deus. – ela respondeu sorrindo e a olhei sorrindo também, estávamos aliviadas que as coisas estavam caminhando bem agora…

– Que bom! Porque quero conversar uma coisa com vocês.

– Tá tudo bem, Dani? – a olhei preocupada.

– Sim. Mas eu vim aqui falar com você que eu to querendo trazer esse garotão ao mundo logo. – ela falou e eu e a Dul nos olhamos meio assustadas. Eu estava sentada na cama de frente pra ela e senti ela apertando minha mão.

– Mas por quê? – perguntei.

– Porque você já completou as 40 semanas, Dulce. Está bem porque estamos aqui controlando sua pressão, mas mal ou bem isso aqui é um hospital e sempre há o risco de infecções, então a gente estava te mantendo aqui pra completar essas semanas e depois teve toda a questão do julgamento e tal…. Enfim, você está bem, Matheus está bem, não tem mais porque adiarmos…. Mais uma semana ou menos uma, não fará diferença pra ele.

– Tem certeza? – ela perguntou aflita.

– Tenho. E tenho também uma boa notícia. – a olhamos- A Gabi está bem, ela está aqui.

– Aqui? Sério?? – ela me olhou surpresa mas eu também não sabia.

– Sim, chegou essa manhã, não falei nada com vocês porque não sabíamos se daria tudo certo e não quis criar expectativas em vocês…. Mas ela está bem.

– Graças a Deus! – Dulce falou sorrindo e apertou minha mão.

– E pra quando você está pensando, Dani? – perguntei.

– Essa semana ainda. – arregalei os olhos e a Dul respirou fundo, elas nos olhou.

– Desculpa Dani, não estávamos esperando. – agora até eu apertei a mão da Dul.

– Vai dar tudo certo. – Dani falou confiante.

– Ok. – eu disse- Se você acha que dá, então faremos, né amor? – a olhei.

– Sim. – ela respirou fundo ao falar e a Dani sorriu.

– Ótimo! Vou organizar tudo e aviso vocês.

– Tá bom. As meninas já voltaram amor?

– Voltam hoje. – respondi- Temos que avisar nossos pais também.

– Calma meninas. Eu vou organizar tudo aqui no hospital e aviso vocês, ok?

– Ok. – respondemos.

– Dani…- a Dul a chamou e então ela a olhou- sei que você não quer mas já que me disse que to bem…. Me deixa ver a Gabi? Por favor? – ela a olhou e acabei olhando também e sorrindo com a cara que a Dani fez- Por favor? Juro que vou rápido, nem que seja pelo vidro? – a Dani me olhou e então olhou pra ela, suspirou.

– Cinco minutos Dulce!

– Jura?? Posso? – ela perguntou toda feliz.

– Eu vou junto e são cinco minutos hein! E se eu achar que você está exagerando, a gente para, ok?

– Ok. Obrigada! – ela falou toda feliz e eu sorri.

– Mas primeiro eu tenho que falar com o médico dela tá? Organizar tudo e ver se está tudo certo, aí eu falo pra vocês. Tá bom?

– Tá. Muito obrigada Dani! – ela falou.

– Ok. – ela sorriu- Já venho. – ela se despediu e eu sorri pra ela. A Dul estava realmente feliz, eu também, claro.

A Dani voltou logo depois dizendo que estava tudo certo e que poderíamos vê-la mas que seria rápido e ela nos acompanharia. Cerca de uma meia-hora depois a enfermeira entrou com uma cadeira de rodas, a Dulce fez cara feia mas tinha que ser assim, a Dani foi irredutível.

– Ok. – ela falou sentando na cadeira e eu ri- Vamos?

– Sim. Pode deixar que eu levo. – falei com a enfermeira e fui a empurrando.

– Vou poder sair dessa cadeira pra entrar no quarto né? – ela olhou pra Dani.

– Pode. – a Dani sorriu e me olhou.

Chegamos lá e a Gabi já nos esperava.

– Tia Dul, que saudade!! – elas ficaram abraçadas um bom tempo e percebei lágrimas nos olhos da minha mulher.

– Eu também estava morrendo de saudades! Como você está?

– To bem, eu acho. – ela sorriu.

– Senta Dul….- a Dani falou estendendo uma cadeira pra ela.

– Ela pode sentar aqui na cama comigo? – Gabi pediu e a Dulce não esperou nem a resposta da Dani pra sentar. Eu olhava rindo enquanto falava com a dona Yolanda.

– Dona Yolanda, eu nem falei com a senhora né?

– Não tem problema minha querida. Como você está? – ela veio até a Dul a abraçando.

– To bem. Muito obrigada pelo que a senhora fez…. Fiquei sabendo….- elas falavam baixo pra Gabi não ouvir.

– Fiz nada, só o certo….

– Mesmo assim muito obrigada! – a senhora sorriu mais uma vez.

– Tia, como está meu irmãozinho? – Gabi tocou na barriga dela ao perguntar.

– Tá muito bem… A tia Dani está cuidando dele muito bem, né tia? – olhou pra Dani que sorriu pra ela.

– To sim.

– E sabe uma novidade? – falei enquanto fazia carinhos na mão dela, eu tinha sentado de frente pra ela.

– Qual?? – perguntou animada como toda criança.

– Eu acho que ele vai nascer logo, logo, né tia Dani? – olhei pra Dani atrás de mim.

– Vai sim. Quando você menos imaginar ele já vai estar aqui Gabi….

– Sério?? – ela estava animada, olhou pra dona Yolanda.

– É verdade isso? – ela nos olhou.

– É sim. Ainda essa semana. – Dani respondeu e a dona Yolanda sorriu.

– Que bom!

– Isso quer dizer que vão fazer a minha operação? – Gabi perguntou e nos olhamos, quem falou foi dona Yolanda.

– Primeiro temos que saber se seu irmãozinho vai ser compatível…. Lembra que te expliquei, meu amor?

– Sim.

– Então, se ele for….a gente já vai fazer a operação sim, logo que ele nascer…- Dani falou olhando pra ela que nos olhou.

– Vai dar tudo certo, meu amor….- falei com ela.

– Você vai estar lá também? – me olhou com os olhinhos aflitos e eu fiquei morrendo de pena.

– Eu não posso meu amor, mas eu vou estar lá do lado de fora te esperando tá? Prometo! – ela fez que sim com a cabeça mas dava pra ver o medo nos olhos dela- Mas sabe quem vai estar lá?

– Quem??

– A tia Dani. – ela olhou pra Dani que sorriu pra ela.

– Vou estar lá Gabi, prometo que vai dar tudo certo e você não precisa ter medo tá? Vai ficar tudo bem….

– Qualquer coisa você agarra a mão da tia Dani….- a Dul falou brincando e todo mundo riu.

– Pode? – mais risadas.

– Hahaha pode, Gabi. – a Dani falou fazendo carinho na mãozinha dela.

Mas a Dani logo cortou nosso barato e disse que precisávamos ir. Nos despedimos da Gabi e a dona Yolanda saiu conosco, acho que queria falar algo….

– Doutora….- a Dani a olhou- isso da operação é verdade né?

– Claro dona Yolanda. Por que? Algum problema?

– O Velasco. – senti até um frio na espinha quando ela falou….- Alguém avisou a ele?

– Dr Ricardo deve ter avisado….eu acho.

– Não. – ela falou e a olhamos sem entender- Vocês não sabem né?

– Não sabemos do que? – Dul.

– Ele está preso.

– Como??? – eu e ela falamos ao mesmo tempo.

– Ele não pagou a fiança e saiu?! – perguntei sem entender….

– Saiu. Só que lá ele arranjou confusão com umas pessoas, na saída brigou com um policial…. Ele não está bem dona Anahi, eu tenho até vergonha de falar isso, mas ele só falava da senhora, que a senhora ía pagar por não ter casado com ele e aquelas loucuras de sempre….

– Uau….não sabia disso! – falei realmente chocada.

– Pois é, por isso resolveram internar ele…. Ele está numa casa de repouso….

– E a Gabi sabe? – a Dul perguntou tão chocada quanto eu.

– Não. Acharam melhor não falar pra ela…. Por isso não sei se ele sabe da operação…..ele nem fala da filha….parece que esqueceu…. Eu fico com muita dó porque ela pergunta dele, sabe? Não sei o que dizer….

– Dona Yolanda. – Dani falou antes que eu pudesse pensar em algo pra falar- Então quando a senhora tiver contato com alguém que tiver indo o visitar, pede pra informarem a ele…. A Gabi vai ficar bem, estamos cuidando pra que isso ocorra…. Eu sinto muito pelo que aconteceu com ele, de verdade, não por ele mas pela Gabi e pela senhora….- ela se abaixou olhando pra Dul agora porque ela estava na cadeira de rodas novamente- Mas Dulce, eu não quero você se preocupando com esse homem, ok? Nosso trabalho agora é por o Matheus no mundo, tá ok?

– Tá bom Dani, você está certa. – a Dani sorriu e então se levantou.

– Claro doutora, me desculpa. Só fiquei preocupada, não quero causar nenhum problema pra dona Dulce….

– Não causou dona Yolanda, está tudo bem….- a Dul falou pegando na mão dela e fazendo carinho.

– Não se preocupa dona Yolanda, ela está bem…. E a senhora é muito importante pra nós e pra Gabi tá? Eu só falei porque sei como elas se preocupam com a Gabi….- a Dani falou sorrindo pra dona Yolanda.

– Tá tudo bem….- a abracei. Aquela senhora era um anjo em nossas vidas!

Nos despedimos dela pra Gabi não ficar muito tempo só e então voltamos pro “nosso” quarto.

– Fiquem tranquilas ok? Esqueçam esse homem.

– Tá certa Dani, só fiquei chocada….- eu disse.

– Eu também….

– Vou pedir pra trazerem seu almoço, tá Dulce?

– Tá bom, obrigada. – ela saiu do quarto prometendo voltar mais tarde.

No fim dessa semana, seria o parto. Confesso que eu estava nervosa! A Dani estava passando as últimas orientações pra Dulce enquanto eu só olhava elas, nossos pais e amigos já tinham saído do quarto, meu filho nasceria em algumas horas….

Quando a Dani saiu do quarto, a Dul me olhou, deu um sorriso mas dava pra ver como ela também estava nervosa, fui até ela e sentei de frente pra ela na cama, segurei na sua mão.

– Tudo bem? – ela respirou fundo claramente tentando se acalmar.

– Sim e você?

– To bem, meu amor. – fiz um carinho na barriga dela dando um beijo em seguida- Vai dar tudo certo, tá? – ela sorriu.

– Quero te pedir uma coisa.

– Você quer que eu vá com ele assim que ele nascer e não largar ele de jeito nenhum né? – ela sorriu- E também olhe a Gabi pra saber se ela vai ficar bem…. Acertei? – nós duas sorrimos.

– Sim, mas queria te pedir mais uma coisa….

– Fala.

– Eu sei que agora não é a hora ideal e nem o momento, mas eu queria pedir pra você pra gente esquecer tudo que aconteceu ou tentar superar….não sei…. Queria que você me perdoasse por tudo que aconteceu e eu te falei… Por favor?

– Tá tudo bem, Dul…

– Não, não tá. Me perdoa, por favor? Volta pra casa com a gente? – sorri pra ela a beijando em seguida.

– Volto. Tem nenhum lugar no mundo que eu queira estar senão perto de vocês….

– Eu te amo. – ela me abraçou pela cintura me beijando novamente.

Ouvimos batidas na porta e era a enfermeira pra a levar.

– Chegou a hora. Vamos?

– Vamos. – falamos e me afastei pra ela levar a Dul.

No meu caminho até onde seria a sala, eu fui rezando, sério, eu estava muito nervosa! Vi meus pais e os pais dela na porta, fui direto na minha mãe a abraçando.

– Que foi, filha?

– Nada. Só precisava de um abraço seu…- me soltei dela que me sorria e fez um carinho no meu rosto.

– Vai dar tudo certo, meu amor. – sorri pra ela e falei com os outros, em seguida entrei na sala.

A Dul já estava lá e o parto foi rápido até, mais rápido que o da Giovanna.

– Ele está bem, Dani? – a Dul perguntou assim que ela pegou ele.

– Tá. – logo ouvimos o choro dele e nos olhamos e sorrimos. Ela entregou ele pra Dul que estava chorando muito.

Ela colocou ele mais perto do coração e do peito e ele parou, impressionante! A gente se olhou emocionada, peguei na mãozinha dele fazendo carinho, eu não estava nem acreditando que meu filho estava ali e bem! Meus olhos estavam úmidos.

– Eu te amo! – beijei ela, entre lágrimas das duas. A Dani quem nos interrompeu.

– Agora que está tudo bem, a dra Carla vai terminar tá meninas? Eu vou lá, na Gabi.

– Vai dar certo Dani? – a Dul perguntou o que queria saber.

– Vai! Vou fazer de tudo, ok? – ela saiu e nos olhamos aflitas. Aí veio a enfermeira pra levar o Matheus.

– Vai com ele Annie!

– To indo, fica bem, eu volto tá? – ela só fez que sim com a cabeça e em seguida fechou os olhos- Te amo.

Fui com ele, a enfermeira fazendo tudo que tinha que fazer com ele….trocar, pesar, pôs a pulseirinha e ele chorando….rs.

– Já tem nome? – me perguntou.

– Matheus. – sorri ao falar me dando conta que era a primeira vez que eu poderia o chamar assim aqui fora, eu podendo vê-lo.

– Bonito nome. – ela sorriu e foi escrever na pulseira e eu me virei pra ele, o olhando deitadinho no bercinho. Fazendo bico igual a Giovanna fazia quando era bebê hahah. Lindo!

– Sim. Significa presente de Deus e ele é, veio pra salvar a irmã dele….- eu falava olhando pro meu filho completamente apaixonada. Ele já tinha parado de chorar….rs.

– Ah, então ele é uma criança abençoada…. Dará muitas alegrias pra vocês ainda!

– Com certeza…

Ela continuou fazendo o que tinha que fazer lá e eu não queria sair dali de perto dele mas eu só ficava pensando na Gabi, sozinha lá, meu coração estava aflito!

Quando ela liberou, peguei ele no colo mostrando pra todo mundo, foi aquela babação toda né? Mas ele era muito lindo mesmo! As poucas vezes que ele abriu os olhos deu pra ver que era num tom de verde….

A enfermeira pediu ele de volta pra terminar de arrumar ele e eu estava debruçada na incubadora o olhando, parecia que ele estava prestando atenção em mim….os médicos dizem que eles não enxergam ainda mas ele estava me olhando, comecei a conversar com ele.

– Meu amor, mamãe tem que ver a sua irmã. Ela está sozinha lá e deve estar com medo…. Você deixa eu ir? – ele era carequinha. Fiquei lá olhando pra ele.

– Ele está bem….eu já vou levar ele lá pro quarto. – a olhei quando ela falou.

– Tá. – respirei fundo- Eu posso pegar ele?

– Claro.

– Filho, você precisa ser forte tá? Promete pra mamãe que vai se comportar? Deixa a mamãe cuidar da sua irmã? – ele ficava me olhando como se tivesse entendendo- Meu menino…. Mamãe te ama! – dei varios beijos nele e o coloquei na incubadora de novo.

– Pode ir tranquila….

– Obrigada. – olhei pra trás e ele já estava de olhinho fechado como se fosse dormir…. Respirei fundo e saí antes que eu não saísse mais! Mas era a Gabi e eu precisava….

Cheguei lá e encontrei a dona Yolanda sentada em uma das cadeiras com uma cara aflita e quando cheguei mais perto percebi que ela segurava um crucifixo, sentei ao lado dela.

– Dona Anahi?? Nasceu? Como eles estão??

– Calma dona Yolanda, está tudo bem, eles estão bem! Matheus nasceu saudável e perfeito!

– Graças a Deus!

– Sim. – sorri junto com ela- E aqui? Como está?

– Não sei, ninguém me fala nada. Já tem uma hora que a levaram lá pra dentro!

– Calma, vamos pensar positivo. Vai dar tudo certo! Dr Ricardo está lá com ela….

Ela só balançou a cabeça e ficamos em silêncio, cada uma com seus pensamentos, provavelmente. Eu só pedia que ela ficasse bem, mas estava apavorada de medo! Cerca de uns quarenta minutos depois, a gente viu a Dani saindo.

– E aí?? – me levantei rapidamente a perguntando.

– Sabia que você estaria aqui….- ela sorriu- Não acabou ainda, eu só saí aqui pra falar com você, porque eu sabia que estariam nervosas….

– E como ela está doutora?? Tá bem??

– Tá sim. – a Dani sorriu- Mas ainda vai demorar um pouco…. Anahi, se quiser ficar com a Dulce e seu filho…. Você também, dona Yolanda, se quiser ir pra casa….eu aviso quando acabar.

– Não, eu vou ficar aqui. Quero estar aqui quando a minha menina acordar. Ela vai sentir muito medo….

– Vou ficar com a senhora! – falei pra ela e a Dani nos olhou e sorriu.

– Ok. Preciso voltar então, tá bom?

– Obrigada doutora!

– Obrigada Dani. – ela estava saindo quando a dona Yolanda a chamou.

– Cuida da minha menina, por favor?

– Pode deixar. – a Dani sorriu ao falar e em seguida se virou pra entrar novamente na sala de operações.

Fiquei ali com ela de coração dividido porque eu queria ver o Matheus e a Dulce, mas não podia largar ela sozinha, também estava com medo da Gabi acordar com medo e tal…. Graças a Deus, uma hora depois a Dani saiu dizendo que tinha acabado a cirurgia e que ela estava dopada mas bem. Foi então que resolvi ir ver a Dul e meu filho, segundo a Dani ela só acordaria no dia seguinte.

Abri a porta devagarinho e entrei sem fazer muito barulho, ele estava mamando e a Dul não tinha me visto ainda, aproveitei pra admirar a cena, eu achava a coisa mais linda ver ela dando de mama pra eles. Ao me aproximar mais, ela me notou…

– Oi. – sussurrou.

– Oi. – me aproximei parando em pé ao lado dela e dei um beijo na cabeça dela. Ficamos abraçadas olhando ele mamar, estava de olhos fechados- Tá tudo bem?

– Tá. – ela me olhou sorrindo, o olhar brilhando.

– Desculpa. Eu demorei? – me sentei ao lado dela na cama que deitou a cabeça no meu ombro e fiquei fazendo carinho na mãozinha dele.

– Não tem problema. Como ela está? – me olhou.

– Acabou a cirurgia agora. A Dani disse que agora tem que esperar, pra medula “pegar”….- suspirei- Estava lá com a dona Yolanda, ela te mandou um beijo. Disse que depois vem aqui ver ele. – ela sorriu.

– A Gabi já acordou?

– Não. A Dani disse que só deve acordar amanhã….- ela balançou a cabeça e então voltou a olhar pro nosso filho, segui o olhar dela- Dormiu?

– Acho que sim….- ela tirou ele do peito e ele nem recamou.

– Me da…- pedi pra por ele pra arrotar.

E foi a primeira vez que eu peguei ele no colo, tirando a hora da incubadora, mas aquela hora eu estava nervosa….

– Pode descansar amor….eu fico com ele…- vi ela se encostando na cama mas fez que não, ficou nos olhando- A sua irmã está bem….- comecei a conversar com ele- Você se comportou né, meu amor? Cuidou da sua mãe? – olhei de relance pra ele dando um beijinho e sentindo aquele cheiro de bebê que era a melhor coisa do mundo!- Mamãe estava morrendo de saudades….- quando olhei a Dul nos olhava sorrindo, sorri de volta.

Ficamos à noite toda assim, dormindo poucas vezes rs. No dia seguinte o quarto recebeu visita o dia todo, os pais da Dul estavam com a Giovanna e levaram ela lá, até a Mari foi com a Mai. Quando deu uma acalmada, resolvi ir lá ver como a Gabi estava, a Dulce não pode ir, por razões óbvias, a fome do meu filho hahah.

Fui com a Dani porque ela queria ver a Gabi, assim que entramos ela estava chorando e a dona Yolanda tentando a acalmar.

– O que houve?

– Olha quem está aqui, meu amor….- dona Yolanda falou nos olhando e a Gabi me olhou esticando o bracinho e chorando.

– Que foi meu amor?

– Eu quero meu papai. – ela chorava e repetia isso. Olhei pra dona Yolanda sem saber o que fazer- Meu papai, chama meu papai, tia….- e chorava.

– Calma minha linda, ele já vem tá….- falei porque estava nervosa com ela assim… Havia me inclinado na cama pra ficar na altura do rostinho dela. Estava partindo meu coração aquilo!

Olhei pra dona Yolanda que não sabia o que fazer também.

– Por favor titia, chama meu papai….

– Eu vou chamar tá? Mas fica calma Gabi….- fiquei fazendo carinho nos cabelos dela- Isso pode te fazer mal tá?

– Eu quero meu papai, eu to com medo!

– Medo de que, meu amor?

– To com medo….- ela só chorava falando que estava com medo. Olhei pra Dani que me fez um sinal pra esperar, saiu e chamou uma enfermeira, falou algo com ela e logo ela retornou com uma seringa.

– Vai ficar tudo bem tá, não precisa ter medo. Acabou já….acabou….- fiquei fazendo carinho nela ali pra tentar acalmar- Não precisa ter mais medo, tá bom? Eu to aqui com você. – ela agarrou a minha mão- Quer que eu deite aqui com você? – ela fez que sim com a cabeça e vi a enfermeira injetando algo, a Dani me olhou sorrindo passando calma- Eu vou ficar aqui com você até você dormir, o que você acha?

– Fica.

– Mas você tem que ficar calma tá? – ela só fez que sim com a cabeça e deitou no meu colo- Pronto, passou….. Você está bem, eu to aqui….- fiquei ali tentando a acalmar.

– Tia Yolanda? – ela levantou a cabeça procurando a tia.

– To aqui meu amor, a tia está aqui. – ela deu a mão pra Gabi que ficou assim, deitada no meu colo e agarrada na mão da tia, aos poucos ela foi se acalmando.

Olhei pra Dani que sorriu pra mim.

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Um mês depois….

To ouvindo uns barulhos da escada, ok que nessa casa barulho é normal mas parecia a voz da Dulce….quando chego no nosso quarto, ela está gritando com a Amanda, a babá. Cheguei a tempo de ver a menina saindo de lá de cabeça baixa e rápido, entrei no quarto e a Dulce estava lá irritada fechando a porta do armário.

– O que houve??

– Já falei pra ela que não precisa mexer nas nossas coisas que eu guardo!

– Ela só estava querendo ajudar, amor….

– Engraçado que ela só gosta de guardar as suas coisas né?? Já mandei ela não tocar nesse armário!! – olhei pra ela incrédula e ri- Que foi??

– Você! Louca, com ciúmes da babá! – ela só bufou.

– Eu não sou idiota, Anahi!

– Não, só é doida! Essa menina é uma criança.

– Uma criança com 20 anos?? Eu vejo ela andando de roupa curta e se mostrando pra você! – revirei os olhos e já ía sair porque não estava com saco, quando ela falou- Você deve estar adorando né?? – olhei pra ela rindo- Você mal me olha, mal me toca! Eu sei que você não me perdoou pelo que aconteceu com o….- a interrompi.

– Nem termina ok? Eu não te toco porque a gente tem um bebê de um mês em casa! Fora a Giovanna correndo pela casa! Você já esqueceu como era quando ela nasceu? A gente nem dorme, Dul…. Eu só achei que você estava cansada….eu to. – acabei explodindo e vi ela suspirar e abaixar a cabeça.

– Você ainda está brava comigo?

– Já disse que não. – dei um beijo no rosto dela- Vamos ligar pra Gabi? – peguei na mão dela e ela abriu um sorriso fazendo que sim- Ótimo, vem. Deixa a pobre da babá em paz.

– Eu vejo Anahi! Ela se oferecendo pra você! – ela falou bravinha ainda e eu revirei os olhos, nem olhei ou dei assunto.

A Gabi estava fazendo quimioterapia pra eliminar a medula doente digamos assim… A esperança era que logo ela tivesse auta e pudéssemos todos comemorar.