No dia de Natal eu fui na casa dos meus pais à tarde pra falar com meus avós e acabei encontrando minha irmã lá, teve uma hora que acabamos ficando sozinhas e eu aproveitei pra falar com ela uma coisa, que talvez ela com a experiência poderia tirar da minha cabeça a sensação que eu estava há uns dias de estar sendo meio cruel….

– Mari, queria conversar uma coisa contigo.

– Pode falar. Tá com algum problema? – eu respirei fundo tomando coragem pra falar na verdade.

– Não sei se chega a ser um problema mas eu acho que você vai ser a melhor pessoa pra me entender ou então me dar um esporro kkkkk.

– Me deixou confusa hhaha, explica….- nós duas sorrimos e eu resolvi ser direta pois não sabia como falar isso e não queria rodeios, era minha irmã.

– A Dulce me falou esses dias que quer ter um filho, mas tipo agora. Não quer esperar mais!

– Sério?? – ela arregalou os olhos- E você? – não respondi, parei e suspirei- Não quer? 

– Não é que eu não queira, eu só….ah acho que não queria agora sabe?

– Falou isso pra ela? – fiz que sim com a cabeça e ela me olhou, não disse nada e nem eu.

– Eu tô sendo uma babaca com ela né?

– Não. Por que?

– Porque ela quer e eu devia querer também né? Afinal é uma criança, eu sempre quis….

– E por que não quer mais então?

– Eu quero Mari! – me levantei ao falar, meio explodindo- Sério, eu quero muito. Só queria esperar um pouco….

– E ela não quer?

– Ela está respeitando, não falou mais nada mas eu sei que ela está triste com isso, meio decepcionada sei lá….

– Annie, você não tem que fazer o que não quer só porque ela quer. – a olhei e acabei dando um sorriso de canto dos lábios.  

– Você sabe que eu acabo sempre fazendo o que ela quer….- ela sorriu e se levantou vindo na minha direção.

– Eu acho muito lindo esse amor de vocês, muito mesmo mas você não pode fazer isso, sabe por quê? Porque filho não é um detalhe, é pra vida toda e é um trabalho do cacete, se você não quiser muitooo, pode ser pior pra vocês….- abaixei a cabeça, não sabia o que falar.

– Eu fico me sentindo uma babaca por estar fazendo mal à ela….

– Você não está fazendo mal, você só está dizendo que você não quer agora, não é um não definitivo né?

– Não, claro que não! Eu quero muito ter filhos com ela. – minha irmã sorriu.

– Então….- acabei sorrindo também.

– Você não acha que eu tô sendo fria demais?

– Não. Eu mesma, se fosse hoje eu não teria tido filho tão cedo, eu amo a Ana Paula, ela é a razão da minha vida mas eu não teria tido ela tão cedo se fosse hoje….- acabei sorrindo.

– É o que eu fico pensando também….sei lá, só estamos casadas há cinco anos, eu queria aproveitar mais um pouco antes….Fora que eu tenho um pouco de medo.

– Medo de que??

– Sei lá, não conseguir ser mãe….- ela me olhou sem entender- Será que depois dos problemas que eu tive eu conseguiria engravidar?  

– Que problemas? – ela me olhou sem entender e só depois completou- Anorexia? – fiz que sim com a cabeça- Anahi, isso foi há milhões de anos atrás, você é completamente saudável! Se for só por isso, por favor né….. Tem nada a ver!

– Não sei…

– Eu sei, tô te falando! Aliás eu tenho uma amiga que é médica, obstetra, ela é maravilhosa! E é especialista em inseminação eessas coisas…..se quiserem fazer uma consulta…

– Obrigada Mari, mas a gente nem conversou sobre isso direito ainda, ela só me falou isso e eu meio que tomei um choque.

– Eu acho que vocês deviam conversar mais e você tem que saber o que você quer primeiro, mas tira da cabeça esse negócio da anorexia que isso você já deixou pra trás há anos! – acabei suspirando e concordando ao balançar a minha cabeça.

Minha mãe apareceu ali e nos interrompeu, não queria falar isso na frente dela. Isso era um assunto só meu e da Dulce, bom e agora, da Mari hahaha.

Enfim, fui pra casa e passamos o Natal lá em casa, foi maravilhoso mas eu me peguei pensando enquanto estava com a sobrinha da Dul no colo na minha conversa com a minha irmã, sei lá porque, e ela dormiu no meu colo e eu senti uma coisa diferente, que não tinha sentido nem com os meus sobrinhos mas deixei pra lá, minha mãe até brincou comigo que eu estava treinando e ao contrário das outras vezes eu nem respondi, só ri.

Uns dois dias depois do Natal eu recebi uma mensagem da Sophie falando que estava voltando e que chegava no dia 30 , pensei comigo: quem pega um avião dia 30 de dezembro né? Mas enfim, era a Sophie…. Desliguei o telefone e fui atrás da Dulce que tinha sumido desde a hora do almoço, a encontrei no estúdio revelando umas fotos e ela me mostrou umas fotos do Natal, mas quando ela me mostrou uma minha com a sobrinha dela no colo (que aliás, eu nem lembrava de ter tirado) imediatamente me lembrei do que eu vinha pensando no Natal, mas eu não falei nada porque eu não sabia exatamente o que era, resolvi ter certeza pra falar, então nós deixamos aquilo lá e fomos almoçar.

Os dias se passaram mas aquilo não saiu da minha cabeça mas dessa vez eu não quis falar com a minha irmã e muito menos com a Dulce, fui fazer as coisas, tipo hoje vinha uma costureira aqui em casa me entregar o vestido que eu usaria na festa da Mai, aliás eu tinha até comentado da festa com a Sophie quando ela me ligou querendo fazer algo no Réveillon e esqueci de falar com a Mai, preciso falar com ela. Quando a moça saiu, a Dulce não tinha chegado da rua ainda e quando eu dei por mim estava lá no estúdio dela com a foto da Alessia na mão, foi quando ela me surpreendeu lá. E foi engraçado porque foi só vê-la na minha frente que tudo parecia ter clareado e era aquilo mesmo que eu queria, ver ela só tornou tudo óbvio, eu queria ter um filho com ela, eu queria multiplicar esse amor que eu sentia por ela, então, tomei coragem e falei. E eu acho que eu nunca a vi tão feliz como naquele momento! Eu às vezes parava e pensava o que eu fazia antes de me apaixonar por ela sabia? A vida devia ser tão sem graça….

Olá gente, esse post era pra ter saído ontem mas ainda estava com problemas no computador, por isso ta saindo esse hoje e os outros serão quarta e sexta. Vou tentar manter isso: posts segunda, quarta e sexta.

Bjss




Notas:



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Uma resposta para CAPÍTULO 4: ANAHI POV

  1. Achei tão lindo e emocionante esse capítulo. Essa já deve ser a sexta ou sétima vez que leio essa história completa. Umas das melhores histórias que já li. Parabéns a autora

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