Obs.: Talvez achem estranhos os nomes, mas vi algumas palavras em Sânscrito e outras em nomes africanos e gostei.
Brihat – O Grande
Akhanda – Indivisível, o todo.
Chaitanya – Consciência
Akala – um atributo do Ser Divino.
Abhimana – Vaidade, egoísmo
Abhimata – Desejada.
Aswara – Sem som
Akula – Sem forma.
Kaya – Sábia
Akil – inteligente, que usa a razão
Mbishiri – Profeta.
Kani – Força, energia
Kapeni – Uma lâmina afiada
Jabir – Restaurador
Zola – Tranquila;
Jequitibá (tupi) – Arvore de tronco rijo.
Em uma distante galáxia, uma imensa bola foi-se modificando influenciada por duas estrelas (cosmicamente) próximas, sendo uma delas errante, e em alguns milênios foram aparecendo os primeiros sinais de vida.
Com o progresso dos primeiros habitantes, uma raça começou a se destacar, criando povoados, dando-se nomes e chamando de casa o planeta Brihat, recém-formado.
Com a “evolução social”, familiares que se juntaram e formaram clãs, ocuparam terras, nascentes de água e quanto maior, mais forte eram e assumiram importância e riquezas. Ao constituírem, com o tempo, uma forma de governar, tais famílias assumiram hereditariamente os ministérios através de um representante escolhido por eles, e seus lugares na administração do planeta, na cidade de Jequitibá. Reuniram os representantes formando um Conselho, com um chefe para desempatar decisões, onde decidiam tudo sobre a sua sociedade planetária.
A estrela errante já havia se afastado bastante e agora já não sentiam mais seu calor ou luminosidade.
Milênios de evolução depois, começaram a surgir algumas crianças diferentes. Quando uma delas, aos cinco ciclos, distraída começou a mover seus brinquedos sem tocá-los, assustou a professora que colocou toda a escola em pânico. Chamado o Ministério da Ciência, a criança que foi classificada como uma aberração, foi levada para exames e testes.
A estrela errante se aproximava.
Começou então o grande problema daquela civilização. O Ministério da Cultura, encarregado de tudo que envolvia a História, Educação, foi totalmente contra a atitude para com a criança. Queriam que houvesse um acompanhamento, mas com a criança junto à família, sem exames invasivos. Enquanto não se tomava uma decisão os cientistas fizeram todos os testes e experiencias com o menino e quando terminaram e devolveram-na aos pais, ele era apenas uma “casca”, a alegria, a vitalidade típica da idade tinha se esvaído.
Foi nessa época que as divergências começaram a tomar vulto. Com o hábito da elite governamental fazer sempre o que pensava ser o certo, antes mesmo de consultar os demais, ninguém quis admitir ou respeitar a decisão do outro. Depois daquele primeiro percebido, todos os dias apareciam diversos por toda a enorme cidade, com habilidades diferentes.
Com o constante desentendimento entre Ministérios, a população amedrontada com o que poderia acontecer a seus filhos, algumas famílias começaram a migrar para outros pontos desabitados. Logo havia muitos outros povoados e, o medo de perder o poder fez com que o Conselho se reunisse para resolver como tratar aquele assunto.
O Ministério da Cultura fez uma proposta que ninguém esperava. Disseram que era assassinar a mente o que vinha fazendo a ciência, então seria melhor deixar que usassem sua evolução (o que desde o início afirmavam ser, uma evolução), para sobreviverem longe da sociedade amedrontada a tal ponto que permitiam tal violência contra as crianças. Que fossem abandonadas na grande floresta ao fazerem cinco ciclos, porque parecia ser a idade que se manifestava a mutação. A partir de sua sucessora, começou a luta para que pudessem ficar junto às famílias, sem interferência do Ministério da Ciência.
Poderia parecer absurda a proposta, mas para se livrar de um problema, o Conselho concordou rápido, menos, claro, o Ministério da Ciência que, para não perder o controle de vez sobre a situação, criou um teste que deveria ser feito em todas as crianças ao nascerem, a fim de verificar alguma modificação no DNA e no cérebro. O povo era incentivado a denunciar qualquer pessoa que fizesse algo considerado anormal.
A estrela errante estava em seu Zenite.
Com os testes em vigor, cresceu exponencialmente o número do que chamavam de aberração. Algumas famílias assinavam o termo, concordando que o Ministério da Ciência tentasse “salvar” seus filhos, outras seguiam as normas de deixá-los à própria sorte na floresta, mas havia as que desapareciam junto com eles. Depois de uma centena de ciclos, o Ministério da Ciência passou a fazer pesquisa só com quem os procurasse, perceberam que não sabiam como curar aquilo, como acontecia, ou se desenvolvia. Melhor pesquisar outras coisas, mas não mudaram a Lei.
Com o tempo apareceu uma “lenda” que dizia que parte da floresta parecia estranha. Ninguém conseguia ver nada no local, algo afastava quem tentava entrar ali.
E mil ciclos se passaram.
Coincidentemente, as ministras da Cultura Chaitanya que há muito lutava para acabar com a segregação, para as crianças permanecerem junto a seus pais, e a da Ciência Abhimana, que fez com que o seu ministério seguisse a lei antiga sobre os “anormais”, tiveram filhas no mesmo dia. Feito o teste, a filha de Chaitanya, Akala, com certeza era uma “aberração”. A mãe, com muita calma prometeu cumprir o que a Lei determinava, mesmo que sempre fora contra.
As filhas frequentaram escolas, se conheceram, brincaram juntas até os cinco ciclos. Então Chaitanya adentrou à floresta com Akala, e só voltou três dias depois, sozinha.
Acabou com sua parceria e prometeu jamais desistir de conseguir mudar a absurda Lei, mesmo com seu parceiro querendo permanecer junto e que tivessem outros filhos. Mas ela dizia que não teria mais filhos se não conseguisse defender e ter junto a si a já nascida.
Quando Abhimata completou seis ciclos, um coleguinha na escola, com os olhinhos fechados, flutuava sozinho na sala. Ela gritou, o garoto assustou e caiu. Como Abhimana sempre insistia para que sua filha lhe contasse tudo que acontecia na escola e que deveria ser imediatamente comunicada, foi o que a criança fez.
Os funcionários do Ministério da Ciência chegaram em dez minutos, verificaram a veracidade, entraram em contato com os responsáveis e conseguiram autorização para “transformar em normal” o garotinho.
Seis meses depois do ocorrido, Abhimata foi visitar a mãe no Ministério e, como a mãe resolveu fazer a ronda pelas dependências, acompanhou-a. Em uma das salas viu o coleguinha e se aproximou para conversar. Com ele havia várias crianças, todas na mesma situação, apáticas, ausentes, sentadas como se vazias estivessem.
— Mãe! O que você fez com ele? Você disse que ia deixar ele normal, mas ele não tá mais aqui!
— Ah filha, não grite! Estamos tentando, mas ainda não conseguimos encontrar o centro do distúrbio para corrigi-lo. Continuaremos fazendo testes em seus cérebros até encontrar o que os torna aberrações e então os consertaremos e a todos os que ainda virão. Agora vamos porque tenho muito que fazer, vou pedir para alguém a levar para casa.
Um dos motoristas do ministério deixou-a em casa. Aquela foi a primeira e última vez que esteve naquela instituição. Também foi o princípio da desilusão relativa a uma mãe já ausente. A ida para visitar a ministra, na realidade era para ver como estava curado o garoto que ela denunciara. Nunca mais faria outra denúncia, aprendera a lição.
Um dia, vendo as notícias do planeta, viu uma entrevista com Chaitanya, sua defesa dos evoluídos, sua tentativa de angariar apoio para o fim da segregação. As palavras a atingiram e ela quis conhecer aquela mulher tão contrária à sua mãe. Passou a seguir a “opositora” da ciência (segundo a mãe), de todas as formas que podia. Acabou por descobrir o que acontecera com sua antiga amiga da mesma idade que ela.
Quando completou dez ciclos, resolveu que estava na hora de conhecer a pessoa que admirava pessoalmente, afinal a posição de sua família deveria servir para alguma coisa.
— Olá. Queria falar com a ministra.
— Tem hora marcada, ela está à sua espera?
— Acho que não, mas preciso demais falar com ela.
— Posso saber sobre o que você quer falar com ela?
-— Claro que não! É particular.
— Ah entendi. E qual o seu nome, posso saber?
— Você tem que anotar, né? Tá bom, é Abhimata, sou filha da ministra da ciência. – Assumiu uma pose de nariz empinado ao pronunciar seu status, mais para impressionar o interlocutor do que como se sentia.
— A ministra é muito ocupada, mas vou ver se ela tem um tempinho para você.
O segurança da entrada gostou do jeitinho da criança e conhecendo a chefe de seu departamento, resolveu informa-la sobre a visitante, afinal ela costumava falar com as pessoas que a procuravam.
— Senhora, tem um visitante que diz que precisa falar com a senhora e que é particular, então não sei qual o motivo.
— Eu a conheço?
— Acredito que sim, mas não é sua amiga.
— Quem é?
— Abhimata.
— A filha da Abhimana?
— Exato.
— Mas ela tem dez ciclos, o que poderia querer falar comigo?
— Não faço ideia, mas diz que precisa e com muita convicção.
— Tudo bem. Peça para alguém trazê-la.
— Com licença.
— Pode entrar.
— Sua visita, senhora.
— Obrigada. Por favor, entre, Abhimata.
Entrou, sentou e não conseguia dizer nada. A mulher tinha um olhar gentil, era impressionante, mas a menina esqueceu tudo que planejara dizer.
— Você tem certeza que é comigo que quer falar?
Saiu de sua mesa e se sentou próxima à menina, curvando-se na sua direção.
— Sim, senhora, é com a senhora mesmo, mas esqueci o que queria dizer.
— Enquanto tenta se lembrar, posso te perguntar uma coisa?
— Claro!
— Tua mãe sabe que você está aqui?
— Não, senhora! Ela nem sabe que eu existo! Só fica fazendo meus irmãos mais velhos aprenderem tudo do trabalho dela, eu já disse que não me interessa, daí ela disse que tenho que aprender porque é o legado da família e um monte de coisa, mesmo assim, eu me recuso, então ela me ignora.
— Você é muito esperta, inteligente! Como posso te ajudar?
— Eu vi que a tua filha é especial e a senhora teve que leva-la para a floresta, então como não tem outros filhos, não quer ficar comigo?
Chaitanya não sabia se ria ou chamava a mãe da criança, por uns minutos ficou sem reação, mas sabia que tinha que manter a seriedade.
— As coisas não funcionam assim. A gente não troca de família porque a da gente é chata, a não ser quando for adulta, mas posso ser sua amiga, embora pense que tua mãe não vai gostar nada.
— A gente não conta pra ela!
— Ela pode descobrir, você vai aguentar o castigo que isso pode te trazer?
— Se for muito pesado eu vou embora para mata, posso encontrar Akala e a gente volta a ser amiga como era de pequena!
— Ah, então você já tem tudo planejado!
— Mais ou menos. É que tenho seguido tudo que a senhora faz e te acho muito legal e queria te ajudar a mudar isso de mandar embora as crianças que têm algum poder.
— Você se lembra de Akala?
— Claro que sim, a gente brincava muito. Ela era muito legal! Você sabe alguma coisa de ciência?
— A gente tem que aprender muita coisa, conhecimento é importante, então sei alguma coisa sobre ciência sim, sou médica.
— Sério!? Mesmo não sendo da tua família, você fez escola para ser médica?
— O fato de você ser de uma família não a obriga a seguir os passos deles! Eu queria entender porque querem “curar” algo que nunca pensei ser doença, então fiz medicina e, quando posso ajudo algumas pessoas.
— Olha aqui o que me mandaram fazer.
Abriu um tablet de ensino e procurou algo.
— Pra que tenho que aprender sobre isto se não vou mexer com a ciência? E ainda fazer um trabalho disso?
— Como eu disse, é importante ter conhecimento. Como vai poder discutir com alguém, ter argumentos para mostrar os porquês das tuas discordâncias, se não tiver um mínimo de conhecimento de um assunto?
— Mas isso é muito difícil de entender, olha aqui.
— De fato, para sua idade é muito difícil! É isso que estão ensinando na sua escola?
— Não! Isso é o que minha mãe mandou eu estudar, mas acho que ela quer mostrar que sou burra por não seguir as ideias dela.
— Conhecimento precisa se ter sobre capacidade mental e emocional das pessoas, a maturidade do cérebro de acordo com a idade. Não está me parecendo que tua mãe, desculpe, sabe disso.
— Não sabe mesmo! Tudo o que ela quer a gente tem que fazer senão é castigo, não sabe conversar. Eu estou cheia dela.
— Calma! Eu vou te explicar de uma forma que você possa entender e fazer o trabalho que ela mandou, mas será nosso segredo, tá bem?
— Não vou falar nada pra ninguém, eu juro.
Aquele foi o primeiro segredo entre elas. Os funcionários do ministério se acostumaram a ver Abhimata por ali pelo menos duas vezes por semana. Chaitanya preocupava-se quando a mãe descobrisse onde a criança passava aquelas horas, mas não queria magoar quem a admirava, quem tinha tanta solidão em tão tenra idade e acabou por transformar-se em mentora da filha de seu desafeto. Aconteceu de florescer uma amizade pura.
Quando Abhimata fez treze ciclos, acompanhava Chaitanya em mais um evento cultural e Abhimana apareceu de repente.
— Então é junto a esse povo que você desperdiça seu tempo, ao invés de estudar o que eu mando?
— Que povo? Por acaso essas pessoas não são do mesmo planeta que você?
A imprensa que cobria o evento, mais a trazida pela ministra da ciência e várias pessoas as rodearam. O estranho movimento chamou a atenção da ministra da cultura.
— Abhimana! O que você faz em um evento desse?
— Vim buscar a minha filha! Essa que você sequestrou por inveja, por não poder ter a sua aberração por perto.
— Ela está aqui por livre e espontânea vontade, nunca obrigo ninguém a nada, ao contrário de você.
Abhimata sentiu a raiva crescendo dentro do peito. Aquela que deveria ser sua mãe, amá-la, respeitar e incentivar seu crescimento, além de fazer sempre o contrário, agora atacava a pessoa por quem ela sentia a mais imensa e devotada admiração e afeição.
— Aposto que esse seu evento está cheio de abominações, influenciando os visitantes.
— Onde estou e vou, sempre espero que haja evoluídos para que possamos compartilhar aprendizado. Aqui deve ter sim alguns deles, porque sabem que são sempre bem-vindos.
— Por isso estou sentindo a raiva por mim crescendo. Está tentando virar as pessoas contra mim?
— Eu!? Por que faria isso? Você já não é uma pessoa querida pelo povo, não preciso me dar ao trabalho.
— Para, mãe! Você só está aqui para distratar Chaitanya. Eu a procurei há três anos e desde então tenho sido tratada como pessoa, coisa que você nunca fez. É a melhor pessoa que conheço e não vou permitir que você aja desta forma com ela.
— Para de gritar! Não lhe dou esse direito!
— Você não me dá direito a nada, direito algum. Como não vou fazer o que você quer que eu faça, pode me liberar dessa sua tão preciosa família.
— Chaitanya, manda tuas aberrações pararem. Olha em volta e veja que a situação está ficando perigosa.
As pessoas olhavam de modo pra lá de agressivo para Abhimana e seus guarda-costas estavam junto ao veículo que ela viera.
— Perigosa pra quem, “mãe”?
— Essa raiva crescente em meio a tanta gente pode causar tumulto. Olha lá aqueles dois rindo.
De fato, havia uma moça e um rapaz sorrindo olhando para elas de longe. A ministra agarrou a filha pelo braço e saiu quase arrastando-a. Perdera aquela batalha, tudo fora transmitido ao vivo para todo o planeta.
— Me solta!
— Entra nesse carro e vamos pra casa!
— Não tenho casa, aquilo é uma prisão pra mim, me deixa em paz, me deserda, muda meu nome se quiser, mas me deixa!
Claro que havia repórteres que a tinham seguido e registrado aquele momento também. Empurrou a filha, entrou no veículo que partiu de imediato. A menina respirou fundo e voltou para o lado de Chaitanya que a recebeu de braços abertos e nada disse, ali não era o momento nem o local. Conversariam depois de terminado o evento cultural.
As duas pessoas que sorriram durante a situação, olharam para a ministra, trocaram um sinal de concordância e partiram. Depois de todos saírem.
— Por que vocês se odeiam?
— Eu não a odeio, já da parte dela… dos 405 dias que dura nosso ciclo, acho que ela me xinga em pensamento uns 403.
— Não há motivo algum?
— Bom, meu ex-marido quase namorou sua mãe quando éramos jovens e penso que ela o desejava, daí ele me conheceu, nos apaixonamos e ela, mais tarde casou com seu pai. Mas as famílias sempre discordaram desde sempre quanto ao procedimento com os evoluídos, principalmente por não querermos que eles “tratem das crianças” e que elas sejam livres, acredito que seja por isso e não pelo casamento. Você não acha que exagerou com sua mãe na frente de todos?
— Havia mesmo alguns evoluídos no evento? Eles podem ter influenciado a situação.
— Sim, havia. Parece que sempre estão por perto, quanto a terem influenciado a situação…
Fez gesto com os braços como quem não tem ideia.
Abhimata passou a residir com Chaitanya. Logo, em todos os locais que ia, agora recebia carinho, fez amizades, passou a viver de fato, o que enquanto vivia e morava com a família nunca pudera, não eram respeitados nem queridos.
Aos quinze ciclos, Abhimata lanchava em um estabelecimento quando sentiu que a olhavam discretamente. Virou-se rápido com o intuito de surpreender a pessoa e ficou pasma. Em sua mente havia uma mistura de encantamento e surpresa, ao longe um reconhecimento que não chegava à tona. A pessoa sorriu e se aproximou.
— Não, não estou te vigiando. Apenas a vi distraída e sozinha e comecei a imaginar o porquê da solidão.
— Ah, estava indo para casa, resolvi lanchar aqui para não ter que preparar nada.
Sentia uma inexplicável alegria e as pessoas à volta delas também pareciam estar mais contentes do que antes.
— Você é especial, não é? O que Chaitanya chama, e eu concordo, de evoluídos.
— Sim, eu sou.
— Essa alegria reinante tem a ver com você?
— Talvez! Ou talvez eu não esteja sozinha e outra pessoa provoca isso para que não prestem atenção em mim.
— Acho que precisa de muito poder para que você passe desapercebida.
— Acha que sou bonita?
— Eu diria linda! Para evitar problema, quer vir comigo para casa? Já estava de saída.
— Confia em todos que conhece para convidar à sua casa?
— Nem pensar! Mas algo em você me atrai demais e gera confiança.
Saíram e foram para casa de Chaitanya. Assim que Abhimata abriu a porta, a garota que a acompanhava entrou e se dirigiu ao quarto que pertencera à Akala. De repente, aquele reconhecimento longínquo se fez perto.
— Akala!
— Oi, Abhimata.
Abraçaram-se. Abhimata sentia algo em seu peito crescer e deixou solto. Sem pensar segurou o rosto de Akala, apossou-se de sua boca beijando-a com intensidade. E quis mais, matar a saudade que sentia há dez longos anos e algo que não tinha ideia. Depois do beijo profundo, o corpo pediu e elas cederam. Akala foi descendo, deslizando os lábios em direção a um seio, brincou um pouco ali e continuou a descida até o início da região pubiana, então fez o caminho inverso, agora do lado esquerdo até abocanhar a pequena mama. Dois jovens corpos se entrosando com carinho, com tesão explícito, vibrando como cordas esticadas criando musica sob mãos habilidosas, dedos ágeis percorrendo toda extensão, gerando acordes únicos, extraordinários. Sentiam a energia crescer sem controle, surpreendente poder que nada sem ninguém poderiam barrar. E quando Abhimata foi penetrada pela primeira vez, algo pareceu explodir em felicidade. Sem ideia do tempo que durou.
— Akala! Abhimata! Parem.