SINOPSE:
A Ordem é uma irmandade milenar, cujo objetivo é oferecer conforto, cura e proteção as pessoas. Seus membros são admirados e respeitados, e têm permissão para cruzar qualquer reino em segurança. Virnan e Marie são membros dessa irmandade e estão prestes a viverem os dias mais negros de sua história, pois um exército se aproxima da ilha que habitam em busca do sangue de uma mulher que viveu sob seu teto, incógnita, por vinte anos. Diante dos eventos que se aproximam, a Ordem permanecerá neutra ou, após séculos de existência, finalmente, escolherá um lado e usará todo o seu poder para ganhar uma guerra diferente de todas as que já viu?
— Maxine! Maxine, espera!
Uma flecha rasgou sua pele, superficialmente, e se alojou na árvore à frente. Seus pés deslizaram no barro, quando desviou o caminho e, por sorte, ao fazê-lo escapou de outra flecha.
— Maxine! — Gritou em desespero.
Já não visualizava a irmã caçula e a floresta se tornava mais densa a cada passo dado. Entretanto, seus perseguidores persistiam. Tropeçou em uma raiz, perdeu o equilíbrio e viu-se rolando por um barranco, até que uma árvore interrompeu a descida desajeitada e dolorida.
Seus pulmões queimavam com o esforço da corrida, mas ignorava as dores da queda. Jogou-se atrás de um tronco, observando os homens no alto do barranco. Maldita hora a que resolveram assaltar a dupla de viajantes que cruzava a floresta.
Foram descuidados. Se tivessem observado por mais algum tempo, teriam visto os uniformes da guarda do Reino de Caeles e as armas, que estavam ocultos pelos mantos longos que ambos usavam.
Sentiu um toque suave e buscou a faca na bota, mas interrompeu o movimento com um suspiro de alívio ao deparar-se com o rosto moreno de Maxine. Ela fez um gesto de silêncio e arrastou-se até a árvore mais próxima, ele a seguiu, mas acabou por pisar em um galho seco e isso foi suficiente para chamar a atenção dos dois guardas.
A perseguição recomeçou.
As pernas tremiam e o ar tornava-se algo custoso de puxar para os pulmões, mas eles continuaram correndo. Não ousavam olhar para trás, mas o som dos cascos dos cavalos deixava claro que os perseguidores continuavam em seu encalço. Felizmente, aquela parte da floresta era tão densa que atrapalhava o avanço dos cavaleiros, principalmente, pela quantidade excessiva de cipós que despencavam das árvores.
Finalmente, os irmãos se encontraram em uma clareira. À sua frente, a entrada de uma caverna se abria como se fosse uma bocarra à espera de engoli-los. Ilan curvou-se até o chão, tentando recuperar o oxigênio, então percebeu que era calçado por pedras negras com símbolos estranhos gravados. Se pôs de pé, imediatamente.
— Eles foram por aqui! — As vozes dos homens estavam próximas.
Ilan girou sobre os calcanhares, buscando uma nova direção para seguir. Fez menção de ir para o lado oposto ao que os guardas vinham, e Maxine o impediu. Ela agarrou a túnica do irmão, forçando-o a se voltar para a entrada da caverna.
— Venha, vamos entrar — disse.
Ele puxou o braço.
— Não! Este lugar é amaldiçoado!
O som das espadas cortando arbustos e cipós se aproximava.
— Vamos por ali — ele apontou.
— Não podemos correr para sempre. A caverna será um bom abrigo.
— Qual parte de “este lugar é amaldiçoado” você não entendeu?
A moça o pegou pelos ombros. O encarou com firmeza.
— Eu sei o que dizem deste lugar. Confesso que achei que não fosse real, mas prefiro entrar ali do que me arriscar com as espadas daqueles dois. Se também acreditarem nas lendas, não irão nos seguir.
— E se eles não acreditarem?
— Pensamos nisso depois. Venha!
Ela lhe tomou a mão e correu para a entrada da caverna. Atingiram a escuridão no interior dela, assim que os dois guardas alcançaram a clareira. Ocultos, ouviram a conversa dos homens, que fazia eco nas paredes. Assim como Ilan, eles não queriam permanecer no local mais que o necessário.
— Vamos embora! — Disse um deles. — Se foram tolos o suficiente para entrarem ali, estarão amaldiçoados para sempre. Isso, se sobreviverem.
Ilan enxugou o suor da face com alívio ao ouvi-los se afastarem e, no mesmo instante, um arrepio lhe percorreu a coluna quando Maxine riu às suas costas. O som reverberou nas paredes rochosas, juntando-se a lamúria que o vento fazia ao percorrer a cavidade.
— Eles partiram, vamos embora! — Soou ansioso para se afastar daquele lugar.
— Não seja apressado. Podem estar nos esperando na floresta. É melhor ficarmos mais um pouco.
Ele tremeu com a possibilidade. Pensou em retrucar, mas concordando que seria o mais prudente a fazer. A guarda de Caeles era famosa por nunca desistir da perseguição a criminosos.
Sentou no chão, enquanto ela preferiu uma rocha. Exausto pelo esforço da fuga, ele pegou no sono e quando acordou, Maxine lhe sorria de um jeito quase maldoso. Aquilo nunca era um bom sinal.
Ela exibiu um par de adagas estranhas, que brilhavam suavemente, em meio a escuridão que tomava o ambiente. A irmã lhe atirou um arco e uma aljava no colo. Ilan admirou o trabalho rebuscado dos objetos com cobiça. Ergueu o olhar para a moça, mais uma vez, e notou que ela também trazia nas costas outra arma. Entreabriu os lábios para perguntar onde adquiriu tais objetos, mas o som de um rugido ecoou, vindo das profundezas da caverna, ao mesmo tempo em que uma névoa espessa os envolveu.
— § —
Bom, Tattah, re-começarei hoje a história, como eu havia lhe dito.
Quero acompanhar essa e me encantar como nas outras.
Certeza que será mais uma para eu colocar na minha lista de “livros de cabeceira ‘digital'”.
beijos beijos beijos
Haha, seja bem-vinda, moça.
Agradeço o carinho e espero não te decepcionar.
Beijão!
Que começo interessante, só atiçou mais a vontade de ler e desvendar o mistério dessa maldição rs
Uh, la la!
Bem vinda, moça! 😉
Espero que sua vontade de descobrir os segredos dessa história só aumente.
Boa leitura!
Parabéns, Tattah, eu tava com saudades… começou mto bem, adorei.
Own, Lindona!
Valeu! É sempre uma delícia ter a sua companhia! ^^
Beijão!