A Magia do Amor

19. “Mas eu me mordo de ciúmes” II

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“Mas eu me mordo de ciúmes” II

 

– Meu amor, como você cresceu! Está gostando daqui?

– Estou, já vi gaivotas e já procurei conchinhas mágicas. E um dia desses, tinha golfinhos na praia, foi muito legal. Fomos ao circo também. No meu colégio tem um bicho preguiça, e eu tenho um monte de amigos, e… __ Hellen esperou Daniel contar todas as novidades, já conhecia muito bem aquele pequeno tagarela. Depois que ele finalmente escorregou do seu colo, já foi gritando pela mãe, para mostrar quem finalmente havia chegado.

– Então você encontrou nosso esconderijo?!

– Eu sempre encontro, você já deveria estar acostumada! Não vai me abraçar? __ Maysa sorriu, dando-se por vencida e caiu no abraço da moça. – Meu Deus, você tinha que vim para tão longe? Estava ficando louca de saudades de vocês. Como que você faz isso comigo?

– Você está me apertando!

– É para deixar você em mim, vem também Dan! __ nem precisou chamar uma segunda vez. O pequeno basicamente escalou a mãe, para cair naquele abraço.

 

Quando Hellen finalmente liberou Maysa e Daniel daquele laço, foi a sua vez de contar as novidades. Claro que já se sentindo dona do lugar, tratou de colocar uma música, já quis abrir um vinho, e deixar a conversar rolar.

 

*  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *

 

Agatha sequer voltou para casa, nem mesmo lembrou que deixou a porta aberta. Passou longos vinte minutos em pé na calçada, olhava para o céu limpo e estrelado, então decidiu bater na porta da casa de Maysa. Provavelmente nem sabia direito o que estava fazendo e tinha plena consciência de estar agindo por impulso, algo que não era do seu costume.

 

Quem abriu porta foi Maysa, a loira ainda sorria das aventuras e loucuras que Hellen lhe contava.

 

– Olá, boa noite bela vizinha. __ talvez, fosse pelo efeito do vinho, Maysa já estava até mais soltinha.

– Oi, boa noite! Se você estiver ocupada posso voltar outra hora.

– Não estou, entre! Deixa eu te apresentar a Hellen…

– Já nos conhecemos, quero dizer, fomos apresentadas pela Eva, há alguns minutos. __ Agatha entrava na casa, e observava a moça muito à vontade recostada no balcão, com uma taça de vinho na mão e o maldito sorriso provocativo enfeitando os lábios.

 

É bem verdade que aquele jeito da Hellen incomodava muitas pessoas, aqueles lábios sempre pintados de vermelho e com sorriso malicioso, costumava dar sempre a entender que ela estava aprontando alguma coisa. Mas, ninguém poderia negar que apesar daquele jeito irritante, a moça era muito bonita. Cabelos castanhos, compridos e cacheados, olhos grandes e expressivos, cor de amêndoas. Pouca coisa mais alta que Maysa, dentro de um short jeans curto, e uma blusa azul de botões.

 

Agatha já nem sabia o que mais lhe incomodava, se era o fato da moça ser terrivelmente bonita, se era o fato dela já estar se sentindo em casa, ou pior, se era porque Maysa e Daniel estavam tão envolvidos com aquela presença, que ao adentrar naquela casa, foi ela quem se sentiu invadindo um momento ao qual não pertencia… deve ser por isso que ponderou alguns minutos antes de agir, talvez, estivesse analisando o terreno. Mas, assim que Daniel a viu e pulou para os seus braços, teve certeza de que não queria perder mais momentos como aquele.

 

– Que abraço gostoso, meu pequeno desbravador de mundos! Você está pronto?

– Para quê? __ seus olhos já estavam cheios de curiosidade.

– Para a nossa noite de pipoca e filmes! __ ela não teve ideia melhor, logo depois se sentiu meio boba pelo que estava prestes a fazer, mas já havia começado, teria que ir até o fim. – Eu sei que sua mãe está com visita… __ olhou séria para Maysa. – Mas, gosto quando cumprem com a palavra, e por isso vim buscar vocês!

 

Obviamente Maysa não estava entendendo nada, muito menos recordava de ter marcado algo com Agatha, mas o Daniel estava tão animado com a notícia, que ela nem se deu ao trabalho de questionar.

 

– Vamos ter filmes e pipoca, então! Adoro pipoca com queijo, lembra May de quando fazíamos?

– Desculpe, como é seu nome mesmo? Ah, Hellen… enfim, o convite dessa vez não se estende a você. Quem sabe de uma próxima? Maysa, podemos ir?

– Agatha, é que a Hellen acabou de chegar e…

– Não, não, não… eu deixo você ir, preciso mesmo voltar para o hotel, tomar um banho e descansar. Amanhã venho pegar o Dan. __ caminhou até o pequeno que ainda estava no colo de Agatha, ignorando completamente a presença da morena, tomou o garoto em seus braços, encheu-o de beijos e depois deixou que ele fosse para o chão. Abraçou Maysa com um pouco mais de intimidade do que o normal. – Até amanhã, minha gata. Divirtam-se!

 

Passou por Agatha, desejou boa noite e saiu. A única coisa que a morena não conseguia entender era porque mesmo conseguindo fazer aquela mulher ir embora, ainda se sentia tão nervosa. Se ela fosse dada a atos violentos, seria capaz de dar uns tapas na tal da Hellen. Respirou fundo algumas vezes, enquanto fazia questão de limpar as marcas de batom que ficara no rosto de Daniel, e só então conseguiu prestar atenção ao que Maysa falava.

 

– Hum?

– Aonde vamos?

– Ah, minha casa? Tem uns filmes infantis que peguei para o Daniel, são bem divertidos.

– Eu não lembro de termos marcado…

– Você queria ter ficado aqui sendo assediada por aquela mulher?

– Hã? Do que você está falando?

 

Agatha percebeu os olhos curiosos de Daniel na direção delas e por isso preferiu deixar para tocar no assunto em outro momento, era o tempo que precisaria para se acalmar, se é que isso seria possível. Pegou na mãozinha de Daniel e perguntou se Maysa não iria, a loira, já começando a entender tudo que se passara, apenas sorriu e assentiu com a cabeça.

 

*  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *  *

 

Já em casa, Agatha deixou Daniel e Maysa na sala escolhendo qual filme o pequeno iria querer assistir e destinou-se a cozinha para preparar pipoca e mais alguns lanchinhos.

 

– Que loucura foi essa?! Você só pode estar louca! __ pensava enquanto mexia nas panelas. – Que droga, você está perdendo o controle…

 

– Falando sozinha?  __ Maysa estava encostada na parede observando a morena pegar a panela que havia deixado cair.

– Pensei que estava na sala, ajudando o Daniel a escolher um filme!

– Vim te ajudar! __ Maysa abriu um sorriso faceiro, e caminhou até Agatha.

– Ora, me ajudar a que? Ah, já sei! Fazer pipoca com queijo, como você fazia para aquela sua amiguinha?

– O que a Hellen te fez?

– Ela é abusada! Ela chamou a Eva de gostosa, ela provocou a Alana, uma mulher grávida. E depois de tudo, falou que você é a inspiração de um livro, é… Paixão Proibida! Petulante… mulherzinha petulante!

 

Maysa queria rir, nunca vira Agatha daquele jeito! E quem estava sofrendo com aquela ira instalada nos olhos da morena, eram as panelas.

 

– Você leu o livro?

– E nem vou ler. Você acha que vou ler um livro onde a pessoa está se declarando para você?

– Agatha… você deveria ler o livro, porque só assim iria entender que a personagem principal, é uma moça que se descobre apaixonada pela melhor amiga, uma morena linda… enfim, para que não fique dúvidas e você não destruas as suas panelas, o livro não conta a história da Hellen, e sim a minha.

– Mas… ela disse que você é a inspiração dela!

– Sim, porque foi o primeiro livro dela, e com base nos meus relatos, o segundo livro também. É por isso que ela diz que sou a sua fonte de inspiração. Apenas por isso.

– Ela estava dando em cima de você!

– Não estava, ela gosta de fazer essas brincadeiras, gosta de provocar, mas não estava. A Hellen é prima da Alessandra, é a pessoa mais verdadeira e próxima daquela família, qual eu e o Dan mantemos maior contato.

– Você e ela…

– Nunca!

 

Agatha nesse momento se deu conta de que já estava presa entre o fogão e Maysa.

 

– Sabia que você fica uma graça com ciúmes?

– Eu não…

– Xiuu… depois de tudo isso, melhor você não negar.

 

Agatha até queria dar uns tapinhas em Maysa, mas toda aquela aproximação mexia com ela. A raiva estava dando lugar para outras reações, e ela jamais conseguiria explicar como o desejo de dar uns sacodes em Maysa, se tornou em necessidade de beijá-la.

 

Nada mais foi dito, não precisava, os olhos já revelavam cada urgência.

O beijo foi forte, possessivo e urgente… as mãos de Agatha seguravam e apertavam a cintura da Maysa, que sentia o corpo tremer a cada gemido baixo e contido que a morena deixava escapar dentro daquele beijo.

 

– Mamãe, Agatha! Já sei o que quero assistir. __ gritou o pequeno da sala, enquanto pulava no sofá com o filme de As Aventuras de Tintim em mãos!

 

Créditos musicais:

Deslizes – Fagner (https://youtu.be/WohkYFak_hI)



Notas:



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6 Respostas para 19. “Mas eu me mordo de ciúmes” II

  1. Mds, cada vez melhor ????
    Ainnnn meu casal ????
    Agatha botando moral, isso mesmo, mostra quem manda…
    Dan é uma figura gente, adoro esse garoto ??, olha as coisas que ele apronta. kkkk

    • Oi, Cid!
      É bom essa sensação de poder, né?
      De mostrar que tem poder para colocar ordem na “parada”
      kkkkkkkkkkk’
      Também gostei dessa faceta da Agatha!

      Beijos, amada

  2. Agatha colocando garrinhas pra fora hã?? Kkkk muito bom, tava achando que o sangue dela era branco.

    May se não aproveitasse a oportunidade mereceria um peteleco kkk

    Adorooooooo esse romance!!!
    Bjsss Manay

  3. Hahahhaha ri demais com esse ataque de ciúmes! Essa Hellen é meio doida, mas simpatizei com ela, desde que ela não atrapalhe Aghata e May ne? Kkk

    Amando essa estória cada dia mais!

    • Provavelmente uma frase que se encaixa perfeitamente com a personalidade da Hellen, é: “Se não é para causar, eu nem vou”. Hahahah’
      Mas, acredito que ela não vá atrapalhar a Agatha e Maysa… eu acho que não. Rs’

      Obrigada pela companhia, Naybs.
      Abraços.

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