A Ilha - Livro 1

32. A Ilha

É você, amor

E eu sou uma idiota apaixonada pelo jeito que você se move, amorE eu poderia tentar fugir, mas seria inútilA culpa é suaApenas uma dose de você e eu soube que eu nunca seria a mesma

Never Be The Same – CC

Victoria pegava a pequena mala de Martina na ante sala e levava a seu quarto. Martina observou a morena sair e ficou uns minutos digerindo o dia. Precisa de uns minutos a sós para pensar. Victoria estava bem diferente do que era. É verdade que ela era a melhor gestora que Martina já trabalhou, mas na vida pessoal, sua indecisão era uma característica marcante.

Mas e agora, quem estava indecisa naquela história toda?

Quem sempre conseguiu o que quer, com ousadia e atitude? Quem sempre foi a atriz nata e sarcástica, altamente irônica e sagaz? Quem que sempre explodia com as pessoas sem dó nem piedade? Estariam os papéis se invertendo entre elas?

A “nova” Victoria, que talvez tivesse nascido após o acidente ou após provar a si mesma que beijar uma mulher não era o fim do mundo, ficou mais decidida e havia ligado o foda-se até mesmo calando Lucinda Ferret, coisa que ninguém havia conseguido.

Não que Martina não gostasse, ela adorava! Afinal era insuportável lidar com pessoas fracas e covardes. O problema era que a própria Martina estava entrando num modo passivo.

Saiu de suas meditações e se dirigiu ao quarto, encontrando Victoria retirando a bota ortopédica, aplicando o que parecia ser um gel em torno do tornozelo. Foi ao toalete e se despiu. A morena deu privacidade a ela até porque imaginava descobri-la aos poucos.

Martina entrou na banheira de canto triangular, que não era grande, mas tinha algumas funções interessantes, como três encostos de cabeça, hidromassagem, alças cromadas e envolta num box de vidro enfumaçado que poderia estar hora fechado, causando um efeito sauna ou todo aberto. Abriu a ducha que havia acima em forma de cascata e começou a relaxar.

― Vic?

― Toalha? Já pego.

Victoria parou na porta, olhando onde poderia estar a toalha. Por fim as enxerga num móvel embaixo da pia ao lado do box. O box impedia que Victoria tivesse a visão que acabou por ficar curiosa de ver. O barulho da água caindo junto com o barulho do jato da banheira enchendo a fez imaginar aquela mulher maravilhosa que era uma delícia de beijar debaixo de toda aquela água.

Victoria coloca a toalha no suporte perto do box.

― Você não vem?

― Eu já tomei banho. ― Victoria se arrependeu de ter dito aquilo. Era como se fosse pular de Bungy Jump e tivesse amarelado bem na hora do pulo. Se olhou no espelho e disse para si sem emitir nenhum som: “Ah, idiotaaaaaa!”

― Que pena. Eu queria te mostrar uma coisa.

Que “coisa” seria essa?  Pensou Victoria. Só poderia ser coisa boa lá debaixo daquela água quente com ela nua e ensaboada. Martina não sabia se o convite havia soado apropriado ou grosseiro. Ela não tinha gostado do jeito que havia tocado no seio de Victoria do nada, no escritório, mas chegou à conclusão que nem só de beijos e olhares viveria aquele relacionamento.

― Vic? Está tudo bem? ― Martina tinha as duas mãos espalmadas na parede do banheiro com a água caindo em sua nuca, com a água da banheira já quase no joelho.

Num segundo sentiu uma mão de cada lado de sua cintura e lábios beijarem suas costas. Quando ergueu a postura, sentiu uma mordida de leve em seu ombro direito. Martina se interrogava até onde aquela “nova” Victoria iria para conseguir o que queria com ela.

Uma das mãos subiu de sua cintura e aberta acariciava seu ventre a puxando para si, ao mesmo tempo que os beijos subiram para seu pescoço e o corpo dela já grudava no seu por trás.

― O que você quer me mostrar? ― Victoria percebeu a demora de Martina em retribuir qualquer toque. ― Não devia ficar tão apreensiva.

Martina ria por dentro se perguntando o que Victoria sabia sobre sexo lésbico, afinal. Ela tinha mudado mesmo. A atitude era como se soubesse muito bem o que fazia e que tinha feito aquilo mil vezes. Sinal verde!

― Eu? Apreensiva? ― Martina desligou a ducha e se virou para ela.

― Parece que tem medo de…  Martina interrompe a fala dela com um beijo que terminou com Martina a puxando para baixo para que se sentasse.

Victoria se sentou de frente para ela, com certa vagarosidade, consciente de que Martina estava assistindo pacientemente. Suas pernas ficaram confortavelmente abraçando a cintura de Martina, que a este ponto estava enfeitiçada pelo corpo da outra. Seu corpo evidenciando os segredos que ela ainda não havia revelado, assim como a tatuagem que a ruiva não fazia ideia que ela tinha. Quando se encaixou no colo da ruiva, as mãos de Martina começaram a tocar seu corpo.

― Medo de que, mesmo? ― Martina devolve a pergunta.

― De mim?

Martina resolveu ignorar, aumentando o contato e beijando-a com mais intensidade. Num ritmo gostoso e fácil de manter alcançou seu clitóris e começou a massageá-lo. Fazendo Victoria gemer de prazer entre um beijo e outro.

― Que delícia!

Martina adorava as mãos dela em suas costas quase a arranhando. Era um sonho muito longe do que poderia imaginar. Tinha certeza que se a penetrasse ela a arranharia. Agarrou-a por trás com uma das mãos e a penetrou com dois dedos e dito e feito. Victoria não cabia em si de tanto prazer.

― Assim você me mata! ― Sua respiração já estava pesada. Cravou as unhas nas costas de Martina e num ritmo de vai-e-vem e sobe e desce gemia no ouvido da ruiva que parecia que ia gozar só de ouvi-la.

No entanto, Martina não planejava que ela tivesse um orgasmo ali naquela banheira e diminuiu a intensidade.

― Não me castigue, Tina!

― Vamos para a cama, Vic. ― Imaginava que ela pudesse machucar mais o tornozelo se fizessem amor ali.

― Não. Eu te quero aqui, depois lá. ― Victoria era imperativa e sabia do que queria. Certa de si seguia mexendo a cintura num vai-e-vem e contra os dedos de Martina, que não teve escolha senão continuar.

Victoria pensou por um instante que aquele momento era de suprema importância para a ruiva, não era apenas uma transa. A forma como a tocava e como a olhava. Tudo nela exalava paixão e dedicação e isso a atraía demais nela. Era impossível não amá-la! Martina tinha uma intensidade difícil de esquecer. Era como se o seu beijo marcasse e o seu toque colasse na pele deixando uma marca eterna. Ela definitivamente a amava e sentia isso.

Victoria quase na beira de um orgasmo deu indícios disso ao rebolar mais forte. Só sentia falta de Martina a estimular verbalmente.

Martina viu que faltava algo e com outro dedo tocou seu clitóris de forma que a estimulou ainda mais fazendo com que agarrasse sua cabeça e encaixasse seu seios em sua face, arranhando suas costas.

Martina não sentia dor e perdia-se dentro dela e em seus próprios pensamentos de fazê-la ter a melhor sensação possível e também que não machucasse mais o pé.

Victoria explodiu num prazer supremo e completo gemendo alto o nome de Martina, faltando ar nos pulmões, ressoando na acústica do banheiro e tremendo após a ruiva retirar-se de dentro dela.

Victoria desabou nos braços da ruiva totalmente relaxada. Seu pé doía um pouco.

Após alguns segundos Martina alcançou o botão da hidro e acionou a função. A água começou a se movimentar fazendo Victoria acordar de seu torpor e olhar Martina nos olhos. Estava linda, como se tivesse acabado de realizar um sonho.

― Foi bom pra você?

Martina quebrou o silêncio.

― O que você acha? Ainda bem que todo mundo saiu porque eu gemi o seu nome tão alto, nossa!

― Eu ouvi! ― Victoria fingiu dar um tapa na cara de Martina e agarrou seu queixo a beijando brevemente.

― Agora quem vai gemer o meu nome é você.

― Ah é?

Martina afastou as pernas da morena, que as esticou fazendo certas caretas. As pernas estavam um tanto doloridas ainda do acidente. A hidro não era má ideia.

Boa observadora que era Martina começou a massagear as pernas dela.

― Ai, issooooo! ― A água morna em movimento e as mãos angelicais de Martina pareciam um paraíso. A mulher era perfeita! Beijava bem, a fazia gozar divinamente, se preocupava com ela e ainda por cima tinha mãos incrivelmente suaves. Seu toque era uma loucura!

Martina gargalhou inclinando a cabeça para trás jocosamente. O rosto de Victoria mudava completamente ao receber aquela massagem.

― É sério. Você está me acostumando muito mal, noiva.

― Por falar em noiva, que história é essa? Você mexeu com a minha imaginação sabia?

― Você sabe que falei para calar a sua mãe não foi? ― Victoria falou séria olhando para Martina. ― Me desculpe.

― Eu percebi que foi um teatro. ― Martina sabia que o que havia acontecido era encenação, mas não deixou de imaginar coisas, afinal ela era a mulher da sua vida. ― Eu só fiquei pensando depois em como seria.

― Como seria o que?

― Nós juntas. Na verdade eu nunca pensei em me casar novamente. O pai do Thomas até que foi bom pra mim. ― Victoria franze a testa se perguntando que rumo a conversa estava tomando. A verdade era que Martina sabia TUDO sobre ela, mas ela não sabia absolutamente nada sobre a Martina. ― Eu me apaixonei pelo caráter dele e pelos modos. Depois chegamos num ponto onde não conseguíamos olhar um na cara do outro. Só discutíamos e eu nem sei quando começou. Parece que o casamento traz uma série de responsabilidades que fazem a paixão morrer.

― Você foi casada por quanto tempo?

― Oito anos. Casei um ano após você partir e o Thomas nasceu depois de seis meses.

Victoria estava bastante surpresa em quão rápido a mulher casou após ela ter partido. Talvez tenha feito aquilo para não enlouquecer ou talvez para apagá-la da memória.

― Então ele é mais novo que a Lucy?

― Sim. Mas entrou na escola adiantado.

Martina falava calmamente e continuava tocando nos músculos das pernas da morena. Quando chegou na canela, tocou com mais cuidado.

― Isso, aí! VAI! ― Victoria parecia ter um apetite por dor. ― Então, você só começou a namorar mulheres…

― Depois que me separei, sim… Desencantei com os homens, sabe? Depois que você se foi eu achava que você fosse a única mulher que eu me interessaria. Mas depois vi que era capaz de ficar com outras.

― Como assim? Não gostei de ouvir isso. ― Victoria fingiu ciúmes.

― Quanto a isso você vai ter que conviver, noiva. Eu já beijei outras, não tem porque esconder. ― Victoria gelou na hora. Ela sabia que Martina não gostava de Vanessa, dado o desconforto que ambas demonstravam uma na presença da outra. Sentiu verbalizar que havia a beijado na virada, mas não era justo, pois não condizia com o seu comportamento no avião, ela mal havia recepcionado a ruiva no Bombardier, alegando não estar se sentindo bem. ― Já você… Não sei dizer.

― Eu? Pode ficar tranquila!

Martina entendeu que ela foi a primeira mulher que Victoria havia beijado e honestamente fazia muita diferença para ela. Ela esperava uma confirmação desde que começou a trabalhar na BRASFLY.

Ao sentir os pés de Victoria enrugados repousou as pernas dela sobre seu colo.

― Vamos para a cama?

― Mas “ta” tão gostoso. Tem certeza que não quer gemer meu nome aqui no banheiro também?

― Adoraria, mas em breve nossos pés vão virar borracha de tão enrugados.  Martina levantou-se da água e alcançando a toalha que Victoria tinha reservado para ela se enrolou.

Victoria a olhava boquiaberta. O corpo de Martina não era trabalhado em academia, mas era definitivamente o caminho da perdição. Victoria não sabia do que gostava mais, se eram seus seios volumosos ou os gominhos das costelas. Também adorava suas mãos, seu abdômen e cabelos. Tudo. Toda ela exalava um afrodisíaco potente.

― Pega meu roupão, por gentileza. Está atrás da porta do quarto.

Martina voltou com o roupão aberto e pronto para sua amada entrar nele. A mulher saiu da água e vestiu o roupão com a ajuda de Martina que depois se dirigiu para a pia para escovar os dentes.

― Essa massagem foi divina, obrigada.

Martina a olhava pelo espelho e sorria com os olhos. A morena veio por trás, abriu o roupão e a abraçou a envolvendo nele carinhosamente. Martina era simplesmente muito gostosa para ficar separada dela.

A ruiva bochechou.

― Que quentinha.

― Toda sua. ― Victoria a abraçava por trás.

Os momentos pareciam simples, mas muito significativos para ambas.

Victoria sentia-se incrivelmente leve como nunca antes embora um pouco preocupada em como dar prazer àquela mulher que tanto desejava. Ela nunca havia feito aquilo antes.

Martina deu um selinho na morena, que ficou uns instantes no banheiro fazendo sua higiene e pensando nos próximos momentos que seriam definitivos para ela.

Há uns tempos se achava incapaz de beijar uma mulher e lá estava ela transando com uma e estava adorando. Teria de se beliscar depois para saber se era verdade ou não.

Quando foi para o quarto, uma das cenas mais lindas que já viu: Martina estava sentada no meio cama com as pernas cruzadas, recostada nos travesseiros, olhando tranquilamente na direção oposta. Os cabelos ruivos caindo sobre seus seios e as tímidas aréolas rosas sorrindo dentre os fios. A meia luz do quarto e o aquecedor ligado criavam um ambiente perfeito para a realização do que Victoria imaginava ser a estreia dela no mundo do sexo lésbico.

Até aquele momento não era nada do que imaginou! Tinha visto muitos filmes pornôs antes e constatou que aquilo nada tinha a ver.

Martina a olhou e estendendo a mão para que se juntasse a ela, beijou suas mãos carinhosamente.

― Se você estiver cansada eu vou entender.

― Cansada não, nunca. Só um pouco nervosa.

― Respire fundo. Eu vou te relaxar primeiro.

Martina acariciou o pescoço macio de Victoria e deslizou as mãos até o ombro fazendo cair o roupão. O fazia com propriedade e carinho. A pele dela parecia seda.

O roupão caiu por completo o que fez Martina chegar suas mãos até a cintura da outra e começar a beijar seu pescoço alternando entre mordidas e lambidas. Seu joelho dobrado ficou na altura da axila da morena.

Victoria se estranhou, pois já tinha a respiração descompassada e se sentia úmida entre as pernas. Martina toda nua diante dela era ainda uma cena que teria dificuldade em se acostumar. A comia com os olhos e seu corpo parecia explodir de satisfação só de observá-la.

Pensava que era ela quem deveria estar fazendo isso com Martina, mas a ruiva achou por bem excitá-la novamente como uma forma de relaxá-la.

Victoria caiu de costas para o lado contrário da cama quando a ruiva passou a tomar seus seios na boca e a empurrou para trás. Como estavam sensíveis demais devido ao banho a sensação era um pouco torturante, o que levou Martina a gastar pouco tempo neles e descer para seu ventre beijando sua tatuagem e mordendo sua virilha.

Victoria permitiu-se aproveitar cada sensação ao máximo. Olhar Martina naquela performance, nua, sobre ela, era a visão do paraíso. A ruiva estava prestes a chegar a sua vagina quando olhou para Victoria, seu olhar pedindo permissão.

O olhar que recebeu de volta não negou entrada, mas implorava que continuasse. Já havia recebido orais antes, mas nunca de uma mulher e muito menos com todo aquele cuidado e preparação.

Victoria estranhou a facilidade com que seu corpo reagia a Martina. Ela estava abrindo as pernas, se oferecendo para ela de uma forma que nem ela entendia de fato.

Martina começou por dedilhar pelos lábios rosados enquanto beijava a coxa esquerda da morena que fechava os olhos se concentrando apenas nos beijos e nos dedos de Martina.

Martina introduziu dois dedos no canal da amada com total delicadeza.

Martina mordia a coxa dela em delírio. Senti-la era tão bom. Deslizou um pouco mais forte para dentro de Victoria não pensando em outra coisa a não ser penetrá-la mais. Victoria gemia e soltava ar pela boca evidenciando uma euforia característica. Adorava aquela sensação e olhando a expressão safada no rosto de Martina, chegava na borda cada vez mais.

Martina começou a beijar a região do clitóris dela diminuindo um pouco a intensidade dos dedos e passou a sorvê-la com a língua e os lábios. Victoria abriu mais as pernas inconscientemente toda entregue àquela mulher que amava. Sentia querer que Martina entrasse toda nela e a completasse mais. Seria capaz?

Victoria gemia soltando ar pela boca sem pudor e estava nos planos de Martina fazê-la gritar de prazer.

Victoria sentia um pouco de falta de contato e entrelaçou os dedos de uma das mãos com a mão esquerda de Martina. A ruiva introduziu outro dedo, que era o terceiro e além de chupá-la alternava com a língua rígida em lambidas direto no seu centro de prazer. Empurrava com os pés na cabeceira da cama japonesa para causar mais pressão e impulso. Foi quando Victoria realmente gritou de prazer.

Martina conseguia manter o ritmo cada vez mais forte e sentia cada vez mais Victoria ficar fora de si. Ela mexia os quadris de encontro a sua boca de uma forma tão sexy que se continuasse, até a ruiva gozaria, sem nenhum atrito.

Victoria agarrou a cabeça da ruiva quando finalmente gozou na boca dela, acabando por molhar a cama de tanto prazer.

Martina estava quase gozando e com o coração já quase saindo pela boca após vê-la gozar. Escalou sobre ela e pediu, rouca:

― Me toca, Vic!

Victoria foi pega de surpresa, mas adorou a verbalização de Martina.

Victoria desceu a mão pelo corpo da ruiva, chegando a sua intimidade completamente úmida e quente.

Martina apoia as mãos em ambos os lados da morena, com as pernas abertas na altura da cintura dela. A posição sendo bastante fácil pois dedicava uma mão a tocá-la na vagina e a outra tocava seu rosto afastando seus cabelos, com uma curiosidade imensa da beijá-la.

Não era difícil tocá-la. Ela estava praticamente pronta e também rebolava em sua mão. Dar prazer a ela causava que sentisse prazer também. Não demoraria muito e estaria pronta para gozar novamente.

Percebeu que certas formas de tocá-la davam mais resultados pelo jeito com que ela arqueava as costas ou beijava-lhe o pescoço com mais intensidade. Abriu mais um pouco as pernas, dando a entender que queria mais profundidade no toque.

Victoria introduziu dois dedos sem dó e a reação de Martina foi algo que Victoria não esperava.

Percebendo que naquela posição a mão da morena não encaixaria perfeitamente ergueu o corpo e praticamente sentou-se sobre ela como se fosse cavalgá-la.

― Assim fica melhor pra sua mão? ― Martina queria se certificar que ela entendia a logística da posição.

― Nossa! É perfeito! Tanto pra minha mão quanto pra minha visão!

Victoria sentiu a praticidade de a ruiva estar sentada sobre ela na hora em que a viu erguida e a visão que tinha era por si só esplendorosas: uma visão ampla da vagina, do ventre, dos seios, do rosto, de toda ela. Era difícil de racionar com Martina em cima dela.

Martina percebeu que a visão havia deixado Victoria num estado catatônico.

― Vic, fecha os olhos e continua. Depois que se acostumar me olha.

A morena fez conforme e começou as estocadas sem dó e Martina começou ajudá-la subindo e descendo. O sentimento daquilo ultrapassava toda e qualquer experiência sexual que tivera na vida. Era definitivamente um caminho sem volta! Não abria os olhos, mas sentia todo o peso dela sobre seus quadris.

Martina olhava para ela e aproveitava ao máximo todas as sensações do seu toque. Sentia que ela estava extasiada com aquilo pela cara que fazia. Mas Martina queria mais. Queria o prazer máximo.

Victoria só não imaginava como, mas deixou-se guiar. Abriu os olhos quando Martina pegou sua mão esquerda e a espalmou contra sua barriga de modo que o polegar ficasse estimulando seu clitóris enquanto os dedos da outra mão entravam nela.

― Você aprende rápido, hein!

― É porque tenho uma boa professora.

Para dar prazer a Victoria, leva uma das mãos para trás de si de forma a alcançar o clitóris dela que estava abaixo de suas nádegas. Quando consegue tocá-lo sente a mulher movimentando a pelve e mordendo os lábios enlouquecidamente. Ela não aguentaria muito.

Escutar Martina a chamando de amor dificultava ainda mais prolongar sua excitação então respirou fundo, fechou os olhos novamente e continuou com mais calma.

Martina achou aquilo muito fofo, sabia que aquela experiência era algo muito novo para ela e da forma que estava adorando, não seria muito fácil prolongar os orgasmos.

Martina rebolava devagar lubrificando o ventre de Victoria com suor e fluido de si. A cama fazia certo barulho, juntamente com o som dos dedos das duas em contato com os sexos molhados. Era bem carnal e bastante sexy. Não parecia ter fim.

― Você vai me deixar louca, Martina.

Victoria enfiava os dedos cada vez mais forte e Martina praticamente cavalgava nela causando espasmos já em suas pernas. Seu orgasmo era próximo assim como também de Victoria.

Martina sentiu uma onda de prazer invadi-la o que causou que se esfregasse ainda mais em Victoria, sem parar de bulinar sua vagina. Victoria também se esfregava contra ela como se de fato a estivesse penetrando e a imagem que viu quando abriu os olhos segundos antes de gozar a fez sentir um prazer como nunca antes sentiu: os seios de Martina balançando, seu rosto repleto de prazer, seu olhar recheado de desejo ardente e seus cabelos bagunçados caindo rebeldes dançando entre os seios.

Victoria Weber nunca mais seria a mesma!

Martina gozou sobre a mulher que amava e que esperou a vida toda para amar e ela gozou ao mesmo tempo com Martina, que veio a desabar sobre Victoria. A morena abriu os braços rendida, sem reação, sem acreditar no que havia acabado de acontecer. Martina não se mexia sobre si. Victoria apenas sentia as pernas da ruiva tremerem, no que começou a acaricia-las.

Martina por fim levantou a cabeça e foi ao encontro da boca de Victoria. Sua língua buscava confirmação de que aquilo era real. Victoria beijava a ruiva de forma romântica e cheia de significado. A ruiva decidiu interromper para esticar as pernas, que doíam. Recostou-se ao lado dela e Victoria virou-se de lado para ela.

― Eu acho que eu sou definitivamente lésbica.

― Acho engraçado. Você tem essa necessidade de se categorizar.

Martina ergueu um pouco o corpo e ficou um pouco acima do olhar da morena para conversar com ela.

― Eu só gosto que tudo faça sentido.

― Pois é. Nem tudo faz sentido na vida. Nem tudo cabe em um molde.

Victoria pensou nas palavras da ruiva. Tudo seria realmente mais fácil se ela não sentisse a necessidade de se categorizar.

Martina ia se levantando da cama para o banheiro pensando em tomar um banho.

― Vem pra uma ducha comigo vem.

― Isso não vai dar certo, Tina.

― Anda. Estamos meladas, já viu?

As duas estavam de fato suadas e descabeladas. Até mesmo os lençóis mereciam ser trocados

Victoria se juntou a Martina que quando a viu passou a massagear seus seios com um sabonete.

― Olha só!

― Calma, eu sei me controlar.

― Você sabe, eu não!

Victoria admirava o poder de controle de Martina mas ela própria virava manteiga derretida nas mãos da ruiva.

― Eu vou te ensinar a se controlar.

― Ah! Assim como me ensinou cavalgando em cima de mim? Não vejo a hora!

― Quando eu fiquei por cima de você, você se controlou direitinho. Você gostou?

― Se gostei? – Victoria não tinha palavras para dizer o quanto. ― Eu senti que… senti que estava realmente te penetrando. E foi maravilhoso! Eu nunca senti isso na minha vida, esse sentimento de possuir alguém dessa forma, desse jeito tão, tão primitivo, completo e profundo.

Victoria ficara realmente impressionada tanto pela posição da ruiva como também a proporção no qual a excitação foi construída, graças a como Martina a acalmou na hora.

― O que fizemos foi dar prazer uma a outra. É assim que acontece.

― Mas é mais que isso, Tina. ― Victoria se referia aos sentimentos envolvidos.

Os olhos de Martina fugiram dos dela. Embora ela saiba que necessitasse cautela com Victoria a química delas era algo além do normal. Elas haviam encaixado de forma que até Martina duvidava. Todavia ela não queria uma declaração de amor da morena. Não na primeira noite juntas.

Martina estendeu a toalha para Victoria que se secou ali mesmo e voltou ao quarto para trocar os lençóis.

― Aconteceu e foi maravilhoso! ― Martina chegou por trás dela a abraçando carinhosamente quando voltaram a se encontrar no quarto. Victoria acariciava suas mãos que tocavam seu ventre.

― Não sei como não fizemos antes.

― Tudo a seu tempo.



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