Eras – A guardiã da União
Texto: Carolina Bivard
Ilustrações: Táttah Nascimento
Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer
Capítulo XI – Finalmente o Amor
— É estranho. Nunca vi isso! Ela está quente e o coração bate. Posso senti-lo, contudo está dura como uma pedra!
– É o encantamento dos Escritos. Eu avisei! – Disse.
– Por que não aconteceu antes?
Kamilah perguntou, a expressão apavorada, e eu olhei através da janela, que mostrava a construção da biblioteca.
– Porque vocês estavam protegidas lá dentro.
Fiz um sinal com a cabeça mostrando a edificação.
– A biblioteca emana a mesma luminescência dos Escritos. – Arítes respondeu.
– Você consegue ver, Arítes? – Valda perguntou, ainda assustada.
– Nunca havia me dado conta antes, mas sim. Estou vendo, claramente.
– Feliz dia das revelações. – Liv apressou-se em apontar. – Nunca tinha acontecido antes, mas, nesse exato momento, estou vendo também.
****
– Você está cansada e eu também. Vem dormir.
– Estou terminando este pergaminho. Só um momento.
Brenna estava entediada. Passou o dia inteiro rolando o pergaminho para cima do suporte, para que Thara lesse e traduzisse. Foram horas a fio no quarto e Brenna não suportava mais tanto marasmo.
– Divina Graça, me livrai de um destino monótono, como estou passando agora.
A jovem conselheira parou, diante das palavras sussurradas em prece e riu da expressão de desânimo da princesa.
– Você odeia isso, não é?
Thara perguntou, largando a pena, rindo diante do rosto entediado.
– Não. Odeio se a vida for somente isso, entende?
– Tudo bem. O que gostaria de fazer, Brenna? Acho justo pararmos um pouco. Afinal estamos o dia todo trabalhando na tradução. – Sorriu.
– O que eu gostaria de fazer, além de sexo com você?
Brenna insinuou, fazendo uma cara de sapeca, levando a jovem sábia a rir, novamente. Minha filha queria saber a opinião da conselheira sobre o que se passava entre elas, contudo sem interpelá-la diretamente. Desistiu, com medo de receber uma reprimenda e mudou de assunto.
– Bom, você gosta de treinar com espadas e eu também. Que tal combinarmos um horário, para que estes dias enclausuradas não sejam tão penosos para mim? Podemos separar uma hora de manhã e outra à noite e, treinaríamos aqui no jardim interno.
– Tudo bem. – A jovem sábia respondeu.
Thara levantou-se de pronto, com um rosto de feliz satisfação. Espreguiçou-se. Estava dolorida e não tinha se dado conta.
– Vou pegar minha espada. Eu a deixo na sala de armas.
– Não precisa. Eu dou a minha para você e pego alguma de minhas mães no quarto de rouparia. Minha mãe Tália vive reclamando com minha mãe Arítes que deixa um monte de armas lá.
Brenna encolheu os ombros, entretanto riu jocosa ao falar, levando Thara a entrar na brincadeira, perguntando:
– A rainha Tália se incomoda mesmo com isso?
– Acho que não. – Brenna sorriu. – É somente um jeito que mãe Arítes arranjou para implicar com ela. Se mãe Tália se importasse, não colocaria os muitos pares de takubis e arco e flecha dela, ao lado das espadas da mãe Arítes.
– Você já tinha entrado no quarto de rouparias delas?
Thara era curiosa, embora não demonstrasse, e se regozijava em conhecer a natureza intrínseca das pessoas que importava à ela. Ali, estava conhecendo um pouco mais da personalidade de Brenna. Alguém que ela já admitia amar.
– Já. No entanto, nunca fucei como hoje. – Gargalhou. – Olha como são as coisas, sempre que tenho um problema, converso com mãe Arítes. Ela é tida nas tropas como uma pessoa séria, mas, comigo, sempre foi brincalhona.
– Eu já vejo a rainha Tália com muito humor. Diferente da sua visão sobre ela.
– Pode chamá-la de sogra.
– O quê?
– Ué! A gente tem … você sabe. Qual é, Thara? Entra na brincadeira.
A ansiedade de Brenna para saber o que a conselheira pensava sobre o que elas faziam, era grande. Não conseguia decifrá-la e não queria entrar numa conversa direta. Thara gargalhou, diante da fala, e sentou-se sobre o apoio de uma poltrona, cruzando os braços e encarando minha filha, com uma expressão risonha no rosto.
– E você? Gostaria que eu encarasse a rainha Tália como sogra?
Thara mordeu o lábio, apreensiva pela resposta, todavia continuava a sorrir, tentando disfarçar a inquietude que corria pelo peito.
– Depende…
– Depende do que?
Brenna se aproximou da jovem sábia e afastou as coxas dela com as mãos, encaixando-se no regaço. Segurou o rosto, mirando-a intensamente.
– Depende de…
Interrompeu a frase, temerosa do que revelaria dos sentimentos que levava consigo. Beijou-a de súbito e profundamente. Apartou-se, mirando os olhos âmbar e caminhou em direção ao quarto de rouparia, dizendo:
– Vou pegar uma espada. Vamos treinar.
Elas treinaram durante algumas uma marca e meia e, a cada estocada, executada por Brenna, e repelida por Thara, uma energia corria pela arma e refletia sobre os braços e corpo da princesa. Ela fulgurava como uma chama e embora a conselheira percebesse e se assombrasse, ao rechaçar as investidas, excitava-se com a visão e o que sentia em seu próprio corpo. Em dado momento, Brenna desferiu um ataque que desarmou a jovem sábia, deixando-a rendida no chão.
– Já chega.
Ouviram a voz calma da rainha Êlia ecoar no jardim interno, fazendo as duas paralisarem. Olharam para trás e minha mãe estava encostada num dos portais, sorrindo levemente.
– Gostei de ver as duas empenhadas no treinamento de armas. Também vi que o trabalho de tradução está adiantado, porém agora é hora de tomar um banho e jantarem, não acham?
Minha filha sorriu para a avó, baixando a espada. Estendeu a mão para Thara que estava estatelada no chão. A conselheira segurou a mão, levantando-se, levemente enrubescida. Não estava acostumada com a rainha Êlia. Minha mãe reparou o rubor e conteve o sarcasmo para não a intimidar. Apressou-se em abraçar Brenna sobre os ombros dela, conduzindo-a para o quarto.
– Daqui a pouco trarão a comida. Tenham em mente que não estão presas aqui. Podem treinar na sala de armas, ou dar uma volta na cidade. Não é saudável ficarem confinadas.
– Não reparamos o tempo passar, comandante… minha rainha.
– Pode me chamar do que quiser, Thara. Não há necessidade de formalidade. Você conhece algumas nuances desta família que nem eu conheço… – olhou para Brenna. – E nem quero conhecer.
– Para, vó!
– Está vendo, Thara? Eu com esse corpinho aqui, – fez um gesto mostrando o próprio corpo – sou chamada de vó.
Thara sorriu com a troça, achando curioso e engraçado a relação delas. Realmente, pareciam mãe e filha e não neta e avó.
– Pode me chamar de Êlia, Thara. Contanto que eu não esteja diante das tropas ou dos súditos. Aí será comandante Êlia ou rainha Êlia.
Minha mãe reafirmou para deixar clara a posição dela para a jovem sábia.
– Fechado. – Thara respondeu, relaxada. – Deixe-me levar as espadas para o quarto de rouparia.
– Não!
Minha mãe interrompeu, segurando a mão da jovem, que ensaiava segurar a espada que Brenna carregava.
– Desculpe, Thara, esta espada não pode ser segurada por qualquer pessoa.
– Do que está falando, vó?
Minha mãe titubeou na resposta e, finalmente, se decidiu pela verdade, contudo, quis saber antes como Brenna estava de posse daquela arma.
– Onde pegou essa espada, Brenna?
– No quarto de rouparia de minhas mães.
– Estava naquela bainha?
A guardiã Êlia apontou um debrum feito em couro velho.
– Sim. O que está havendo?
Brenna perguntou, sem compreender a ação da avó. Minha mãe cerrou os olhos e os abriu num segundo, suspirando em seguida.
– O que há é que esta espada não poderia estar aqui e, muito menos, ser segurada por qualquer um. Esta é a espada Macha.
– O quê? – Brenna olhou a espada com o pomo e punho envolto numa tira de couro velho. – Esta é a espada que matou Serbes?
Minha mãe fez um gesto com a cabeça e Thara acompanhava a tudo calada, apenas observando.
– Tem certeza, vó?
– Absoluta. Nunca a esquecerei e não sei como ela veio parar no quarto de rouparia de suas mães. – Minha mãe balançou a cabeça. – Posso somente presumir o que aconteceu. Devo dizer que suas mães não são um poço de previdência. – Balançou novamente a cabeça, rindo jocosa. – Mesmo assim, foi uma jogada interessante e inteligente. Nem eu pensaria uma coisa destas para esconder essa beleza. – Apontou a espada e gargalhou. – Teriam êxito no que imaginaram, se você não fuçasse as coisas delas.
O fato era que minha mãe acertou no que presumiu. Tempos mais tarde, após a guerra contra Natust, em que nós matamos Serbes, eu e Arítes decidimos retirar a espada do esquife onde havíamos encerrado. Pensamos, na época, que um lugar que muitos sabiam onde estava, não era seguro, mesmo com toda a proteção mágica que as Senhoras dos Reinos colocaram no esquife. Retiramos e a trouxemos para ficar sob nossos olhos atentos. Será que nos enganamos nesta ação?
– Eu a empunhei…
– Sim. Você a empunhou e melhor que sua mãe Arítes, na época. Ela precisou de um tempo e de esforço para controlar a força da espada e eu, quando a segurei, me perdi.
A rainha Êlia abraçou Brenna, abarcando todo o corpo e depositou um beijo sobre a cabeça da neta. Ela era mais alta do que nós, pouca coisa, mas este fato tornava fácil este gesto de carinho característico dela.
– Não sentiu nada quando segurou a espada, Brenna?
– Não… quer dizer, eu estava eufórica e me sentindo forte. Eu não sei descrever. Achava que era porque estava fazendo algo que gosto, depois de horas de tédio.
– Bem, então terá mais uma incumbência. Trate de guardá-la onde a achou e se assegurar que ninguém saiba onde ela está. – Minha mãe olhou séria para Thara. – E você, não toque nela e está proibida de falar sobre este assunto. Não fale, nunca, dessa espada em qualquer lugar e para quem quer que seja. Jure pela sua honra e alma.
– Eu juro, minha rainha.
– Muito bem, agora tomem um banho para comerem. Vou me recolher cedo e amanhã venho ler o que conseguiu traduzir. Como falei, vocês não estão confinadas. O exército retornou e hoje tem uma festividade na cidade. Se quiserem, saiam para se distrair.
– Não seria mau.
A rainha Êlia riu com a euforia da neta. Beijou-a, novamente, e saiu, deixando as duas a sós.
– Vou guardar isso aqui e tomaremos um banho. Pode ir que já venho.
– Como assim? Quer tomar banho comigo, Brenna?
– Não acredito que queira tomar banho e me deixar esperando trocarem a água. Quando você terminar, ela estará fria e com suor.
– Tudo bem. Você pode ir primeiro.
– Thara, escuta o que está dizendo. A gente já se viu pelada! Entra lá e vai se banhar.
Brenna empurrou a conselheira até o portal do quarto de banho e dirigiu-se para a rouparia, rapidamente. Voltou com vestes minhas e de Arítes na mão e as esticou na cama, caminhou apressada para a sala de banho. Minha filha estava cheia de segundas intenções.
Entrou em silêncio. Queria ver a jovem sábia despida por inteiro. Todas as vezes que estiveram juntas, deixaram a excitação ganhar espaço, impedindo uma apreciação detalhada. Brenna paralisou. Thara acabara de retirar a última peça de roupa, dobrando-a e colocando sobre uma baqueta que havia próximo a penteadeira. O corpo nu e alvo, permitia ver pequenas sardas espalhadas pela copa dos seios.
A jovem sábia se deu conta de que era observada e, numa ação reflexa, aprumou o corpo, prendendo ligeiramente a respiração, tapando com os braços, seios e ventre. Brenna se aproximou devagar, encantada com o rubor da face da conselheira, que harmonizava perfeitamente com os cabelos cor de fogo. Estendeu a mão e retirou o braço da jovem sábia que a impedia de ver os seios firmes e delicados.
– Você é a mulher mais linda que já vi.
Brenna sussurrou, incapaz de pronunciar a frase com mais vigor, fazendo Thara sorrir de lado. Embora as palavras e a inspeção minuciosa que recaía sobre ela as tivessem encabulando, a mente da jovem sábia não parava um só instante. Imediatamente, fez conexões e a curiosidade lhe bateu.
– Já viu muitas mulheres?
– Não muitas. Apenas duas e um único homem. Mesmo assim, não paro de pensar que nunca encontrarei alguém como você.
Então, havia esperanças. Foi o pensamento de Thara, ao escutar as palavras pronunciadas reverentemente e o olhar apreciativo da princesa sobre ela.
– E você?
Brenna perguntou temerosa e ávida por saber a opinião da outra.
– Eu, o quê? Quer saber quantas pessoas já tive, ou o que acho de você?
– Não me importa quantas pessoas já teve, Thara. Quero saber sua opinião sobre mim.
Finalmente, a conselheira esclarecia seus questionamentos. A princesa se importava com ela e com o que sentia. Cerrou os olhos levemente e respondeu com o coração aos pulos, perdendo-se na lembrança da primeira vez que estiveram juntas.
– Posso afirmar, com certeza, que embora não tenha pouca experiência, é você quem me arrebata. Lembro cada curva de sua silhueta, cada ronronar e gemido, cada expressão de êxtase e a sensação dos toques de minhas mãos ao acariciar sua pele.
Abriu os olhos para ver a reação da princesa às palavras dela. Um temor a acometeu, pela dúvida de ter se exposto. Brenna exalou o ar dos pulmões, abraçando a conselheira ternamente. Permaneceu ali, sentindo o corpo estremecer sob o abraço. Era um sentimento calmante e acolhedor.
– Tem frio?
– Não, Brenna. Meu tremor não é pelo frio.
Respondeu calma, desalojando o rosto do pescoço que a acolhera, cuja suavidade contrapunha a força que sentia emanar da princesa. Fitou-a amorosa e beijou suavemente os lábios. Apartou-se, ensejando auxiliar a princesa a se despir. Segurou a ponta do laço do cadarço que prendia a camisa de algodão e o puxou, para logo em seguida, retirá-lo com dedos hábeis de cada presilha. Abriu a veste, permitindo-a olhar o corpo delineado pelas horas de treino.
Brenna deixou, pacientemente, que a conselheira retirasse suas vestes e que a observasse. Thara entrelaçou uma das mãos na da princesa e conduziu-a para dentro da banheira.
Banharam-se calmamente, apreciando aquele momento revelador dos sentimentos que partilharam. Secaram-se e, pela primeira vez, não deixaram que a vontade insana as dominasse. Seguiram até a cama e não preciso dizer que era a minha cama.
Deixaram que os olhos e tato conhecessem a mínima porção do corpo uma da outra. A cada toque, arrepios eram revelados na pele e suspiros e gemidos lânguidos engolidos pela garganta para aplacar a agonia da excitação.
– Fica de bruços.
Thara pediu, a voz embargada pela emoção e, embora Brenna quisesse apreciar mais as expressões da jovem conselheira, atendeu ao pedido, sentindo uma fisgada aguda no ventre. Tentava imaginar o que viria daquele pedido.
A sábia encaixou-se sobre os quadris da amada, tateando delicadamente o dorso, até suas mãos alcançarem o pescoço. O rosto ligeiramente de lado da princesa, instigou Thara a beijar-lhe atrás da orelha, resvalando a língua até a nuca e depositando novos beijos, seguindo a linha da coluna até a altura das escápulas. Ela deixou o amor conduzir a veneração ao corpo de Brenna.
– Thara…
A princesa balbuciou na aflição crescente de ser tomada pela conselheira. O nome pronunciado daquela forma, tão suave e embargada, foi mágico. Todo o corpo de Thara contraiu e um frenesi a tomou. Queria mais que aquilo. Continuou a exploração, descendo a língua com calma sobre o dorso moreno, até chegar aos glúteos, beijando os dois montes arredondados, que se empinaram para ela. Desceu através da divisão, chegando à abertura rugosa e estimulou, ali, em movimentos lentos, imprimindo vigor maior.
Brenna alucinou, empurrando-se contra a língua firme gemendo e seduzida pela forte lascívia, falava descompensada:
– Thara… Vai… tá gostoso… Mais forte.
A jovem sábia espremeu as coxas, uma contra a outra, tentando aplacar a pontada vigorosa em seu sexo. Escorria o próprio desejo, abundantemente.
Deixou que a língua continuasse o trabalho que tanto excitara a sua amada e tateou a vulva quente. Mesmo tentando se dedicar unicamente ao desejo da princesa, não conseguiu aplacar o grande gemido que lhe escapou pelos lábios, ao ver que Brenna escorria seu prazer, tórrida e abundantemente.
– Ah!…
Resvalou seus dedos devagar, mesmo querendo penetrá-la forte. Não queria acabar tão rápido com aquele idílio que a deixava arrebatada. Movimentou os dedos cadenciadamente nas entranhas ardentes, que os espremia a cada espasmo, enquanto a língua se dedicava a aumentar o ritmo sobre o ânus. Foi demais para a princesa que gritou, vigorosamente, no ápice do prazer, prendendo a mão por instantes para depois, deixar-se relaxar sobre o colchão.
Thara a observou lânguida. Olhou a própria mão, coberta pelo líquido recolhido do prazer que acabara de proporcionar ao seu amor. Seu ritmo cardíaco não diminuía, e sim, aumentava diante daquela visão. Beijou o rosto meio encoberto de Brenna que, lassa, ainda permanecia de bruços. Segurou o ombro, estimulando-a a virar e assim que a princesa se colocou de frente não hesitou.
Arfante, posicionou-se sobre o dorso, encaixando seu sexo sobre um dos mamilos, esfregando-se. Precisava aplacar sua libido, que só crescia. Brenna abriu os olhos e diante daquela visão, espremeu-os ligeiramente. Nova onda a tomava. Livrou um dos braços, que estava preso sob as pernas da conselheira, levando a mão ao sexo que roçava sobre o seio. O polegar apertou o clitóris da amada, extraindo de Thara um rugido rouco e forte.
– Isso, Thara. Se entrega… Deixa te escutar também.
A tão fogosa e, ao mesmo tempo, controlada sábia, reparou o semblante apaixonado da princesa. Dobrou-se à vontade de gemer, deixando-o sair alucinado, enquanto apertava-se mais contra o seio e o dedo da princesa. Gritou livremente quando o gozo chegou, libertando-se das contenções da alma. Debruçou-se sobre Brenna, sem forças.
A princesa a acolheu num abraço terno e feliz, acariciando as mechas soltas do cabelo cor de cobre. Raramente os via solto. Estava sempre arrumado numa trança, onde somente algumas mechas da franja caíam-lhe sobre o rosto. Achava-a linda de qualquer jeito. O peito de ambas transbordava alegria.
Brenna a queria a seu lado.
– Quer chamar minhas mães de sogra?
A princesa rompeu o silêncio temerosa, extraindo um sorriso sutil da jovem conselheira, que ainda tinha a cabeça apoiada no ombro dela. Elevou o rosto para encarar Brenna.
– Está me pedindo em namoro? – Thara abriu mais o sorriso.
– Bem, se for antiquado pra você…
Minha filha respondeu, entre contrariada e decepcionada. Vendo o efeito de sua resposta, Thara tratou de desfazer o rosto sério que a princesa tomou. Beijou-lhe brevemente, respondendo.
– Aceito, mas não creio que a rainha Tália e nem a comandante Arítes queiram que as chame de sogras.
Thara acertou na jogada. Brenna, na mesma hora, a agarrou e deu-lhe um beijo voraz, para logo depois soltá-la e responder:
– Bom, pode chamar minha avó de “sogrona”. Ela é a mãe de todas mesmo.
Thara gargalhou, incrédula da brincadeira ferina.
– Tenho para mim, que você quer ficar sem namorada, antes mesmo de namorarmos. Se chamo a rainha Êlia de “sogrona”, ela acaba comigo num instante. Prefiro tentar a sorte com suas mães.
– Principalmente com mãe Tália, que você conhece. Entendi sua artimanha.
Eu fiquei feliz delas terem se acertado. Só por isso relevei ter acontecido em minha cama. E também, por isso não me senti mal por pensar que sogra, seria a mãe da Thara. Ai da jovem sábia se me chamasse assim!
Quando escutei o relato para escrever esta história, imediatamente pensei nos pais camponeses que não sabiam lidar com uma criança prodígio e que procuraram a Casa de Sábios de Eras para deixá-la a cargo de Tórus. Após toda a confusão, soube que a história dos pais não era bem aquela que contaram e tudo se revelou no momento mais crítico que Eras atravessara.
***
Nota: Finalmente aconteceu! Se revelaram! 😉 Este capítulo já estava escrito há algum tempo, contudo eu não queria que um momento como esse fosse algo leviano ou fútil e fiquei reescrevendo até achar que conseguiria passar a dimensão dos sentimentos de ambas. Espero que tenham gostado.
Até o próximo!
Beijos
Wow! Que lindas! Um amor reverenciado. Que toca a alma. Ai ai…(suspiros)
E eu jurando que não veria a espada ? Macha nunca mais. Brenna a empunhou melhor que sua mãe, talvez porque querendo ou não, foi feita através da magia e poder da espada. A Brenninha tem super poderes. rsrs
Acho que Tália vai acabar querendo uma cama nova, rsrsrs, não vai mais conseguir se concentrar em Aritis quando estiverem namorando nela. Vai ficar lembrando dos momentos tórridos que a filha teve ali. hahaha
Vi que minha imaginação não estava errada referente ao porque do feitiço não ter ocorrido antes. Eles só funcionam fora da biblioteca.
É por isso que gosto de suas histórias, Carol. Além de muito bem escritas, aguça minha imaginação. Você vai deixando os pontos e depois vai alinhavando tudo e tudo vai fazendo sentindo. Isso é demais ??????
Um beijo!
Oi, Fabi!
A Espada Macha é o objeto mágico mais forte que Tejor tem ganhou da Divina Graça, mesmo sem magia lá. Tem que ter alguma coisa para que elas consigam enfrentar adversidades, né? rsrs
Então, não é má ideia trocar a cama delas depois que tudo acabar. kkkkkk Concordo com você que a Tália é do tipo que ficará se lembrando do fato. kkkkkkk
Sim, você pensou certo com relação ao encantamento dos escritos. Agora é saber como consertarão essa bagaça. rs
Muito obrigada, Fabi! Eu amo quando a imaginação de vocês correm assim. Gosto demais saber das ideias e opinião de vocês. Pode voar a vontade na imaginação, Fabi! rs
Um beijo grandão!
Porrraaa! Maraaaa autora!
Carol, vc me deixa de boca aberta sempre!
Sem muito comentes hoje. Cap muiito legal!
bj
kkk Ok, Bia! Agradeço o elogio!
Brigadão e um beijão para você!
Wow. Estou sem palavras sobre esses dois capítulos, fiquei passada , excitada , curiosa, achei massa Arites defendendo seu território hahaha em fim , uma loucura , é viciante. Parabéns Bivard , mais uma conto maravilhoso. ❤
Xero grande ?
Oi, Flavinha!
Então, não foi a primeira vez das duas, mas… Foi como se fosse para elas verem o que sentem uma pela outra. rs
Bem, se eu fosse Arítes, apertava um pouco mais a gola da abusada da Liv! kkkkk
Brigadão, Flavinha!
Um beijão pra ti e um xêro!
Guria,
Q cap. lindo…
Amei a interação de Êlia com as duas, elas estão mto fofas na descoberta do amor q uma sente pela outra.
Agora sim me deixou curiosa pra saber a real ascendencia de Thara.
Parabéns Carol, mais um cap. maravilhoso.
Obrigadão, Nádia!
Êlia é demais, né?! rsrs Amo essa personagem. rs
Bem, acho que nesse de ontem que postei, já deu para saber mais sobre a jovem sábia e a confusão só aumenta! rs
Valeu!
Um beijo grandão pra ti!
Muito lindo o momento delas! Adorei! ♥
Oi, Ka!
Esse demorei a escrever. rs Queria colocar bem o que elas sentem uma pela outra. Aconteceu! rsrs
Beijão, Ka! Brigadão!
Parabéns, Carolina Bivard!
Que estória Maravilhosa!
Fico ansiosíssima pela atualização, você consegue trazer o mundo de Eras de uma forma real e fiel aos sentimentos de cada personagem.
Parabéns!!!
Olá, Xará! rs
Muitíssimo obrigada!
Eu não sou muito boa em continuações e resisto um pouco a fazer, mas Eras foi uma história que me chamava a contar mais coisas e aqui estou. rs Que bom que gosta! Você já leu a primeira história de Eras e o capítulo extra?
Mais uma vez obrigada e quando tiver opiniões, pode vir compartilhar!
Um beijo grande para você!