Eras – A guardiã da União
Texto: Carolina Bivard
Ilustrações: Táttah Nascimento
Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer
< “font-family: Arial, sans-serif;”>Capítulo V — O retorno da comandante
Minha mãe riu, quando terminei de contar minha conversa com Brenna.
– E depois você fala de mim, Tália. Você é muito cínica, isso sim.
– O que eu podia fazer, mãe? Eu poderia falar por horas que ela está enganada com o que acha que Thara sente e mesmo assim não acreditaria.
– E você está certa de que Thara gosta dela?
– Nunca temos certeza absoluta, ou temos? Mas, não foi por isso que falei aquilo. Nós não poderemos passar o tempo todo com Thara, enquanto ela traduz.
– Tudo bem, no entanto quando disse a Brenna que não exigiria dela que o fizesse, sabia que ela tomaria como um desafio.
– É. Fiz de caso pensado e não posso dizer que me sinto bem com isso.
– Bobagem. Ela não deixaria de acompanhar Thara, mesmo.
Minha mãe encolheu os ombros e os relaxou, displicente.
– Por que não?
– Porque se ela gosta da conselheira como contou a você, ela não deixaria que expuséssemos Thara ao encantamento dos Escritos. Para falar a verdade, nós nem sabemos ao certo o que o encantamento faz. Supomos apenas. Os Escritos não são claros com relação a este assunto.
Já era noite e estávamos cansadas. O dia havia passado numa velocidade alucinada. Toda a conversa com a Senhora das Águas, logo de manhã, a leitura dos Escritos, a discussão com meu pai, a relação de Thara e Brenna, culminando num desastre e, minha conversa com minha filha, foi demais para um dia só. Já me despedia de minha mãe para retornar ao meu quarto e ela pediu que esperasse.
– O que foi, mãe? Pela Divina Graça, estou cansada!
– Olha para o jardim.
Vi Arítes chegando, puxando um cavalo. Só tinha um problema: aquele era o jardim particular de minha mãe. Está certo que minha esposa sabia onde era a passagem do estábulo interno do quarto dela, porém por que entraria por ali? E o que Arítes fazia de volta, se era ela quem comandaria as tropas para Kamar? Reparei melhor no cavalo.
– Ah, não!
Minha mãe me olhou, etada com minha reação diante de Arítes, afinal, eu falei o dia inteiro para ela que queria que minha esposa estivesse comigo e que sentia falta dela.
– Você já viu o cavalo, mãe?
– Já. É um cavalo alado.
– Pois é. Se Arítes largou o exército e está chegando a essa hora num cavalo alado, a senhora não acha que é mais problema?
– É.
Minha mãe tomou um alento, olhando para fora, esperando Arítes retirar a sela do cavalo para deixá-lo solto no jardim, antes de nos abordar. A rainha Êlia era assim; às vezes tão eloquente e em outras, bem econômica nas palavras. Arítes finalmente entrou no quarto em seu passo cadenciado e expressão séria. Fez um sinal com a cabeça para cumprimentar minha mãe e veio direto me abraçar. Cingi seu corpo, me confortando no calor de seus braços. Por fim, ela me deu um beijo e se apartou, falando para nós duas:
– As tropas de Eras estão retornando. Chegou um mensageiro de Kamar com uma mensagem de que eles contiveram o exército de Natust e não precisariam de nossos reforços.
– E? – Minha mãe perguntou, simplesmente.
– E também chegou um mensageiro de Tir que me entregou isto. – Arítes estendeu uma mensagem. – Ele falou que eu teria que retornar, o quanto antes, para entregar a vocês e que teria que me juntar à Guardiã da Indulgência. Deixou Équinus para que viesse o mais rápido possível. Após tantos anos, as Senhoras dos Reinos me requisitando como “Protetora” e enviando o meu cavalo alado de Tir? Vocês podem imaginar o meu pânico, ou não?
– Sinto que será uma noite longa… – Suspirei. – O que diz no pergaminho, mãe?
Minha mãe leu silenciosa e acredito que, mais de uma vez, pelo tempo que levou para lê-lo em voz alta.
– “A “Mestre da Sabedoria” deverá conduzir o Astru. Não é imune aos encantamentos dos Escritos. As Guardiãs deverão encontrar o “laço de Vili” e quebrar o encanto. Só a Protetora poderá tirar a cabeça de Hod da pedra sagrada. Achem a pedra sagrada na cidade das Guardiãs e o Astru poderá ser completado”.
– Que ótimo! A Senhora das Águas quer realmente nos dar uma lição! – Falei cansada. – Que coisa é essa de “laço de Vili”? Entendi que ela se refere a Arítes, quando fala sobre a “Protetora” e que cidade das Guardiãs, só pode ser Cadaz, mas e o resto? E essa tal de “Mestre da Sabedoria”? – Bufei. – Não é possível que as Senhoras dos Reinos estejam se referindo a Thara.
– Eu também entendi isso, Tália. O fato de só Thara conseguir ler essa parte dos Escritos…
Minha mãe falou e continuava com o olho grudado no pergaminho.
– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Arítes perguntou.
Essa era a hora que eu temia. Como falar para ela que nossa filha estava correndo perigo, do qual não tínhamos a menor ideia que um dia pudesse acontecer com ela?
– Senta, Arítes. Será uma história longa.
Falei por falar. Conhecia Arítes e sabia que ela não sentaria nem um minuto, até que eu contasse as vírgulas da história toda. E assim foi. Minha mãe não parava de olhar para o pergaminho e, no meio da história, disse que desceria até a sala dos Escritos e nos esperaria lá.
Ao fim do meu relato, Arítes, atordoada com todas as informações, deixou seu corpo escorregar para uma poltrona, afundando a cabeça entre as mãos.
– Minha filha… ela é uma menina. Não pode estar acontecendo isso!
Agachei em frente à ela, pousando minhas mãos em suas coxas, acariciando. Ela me olhou, ainda com a cabeça metida entre as mãos. Vi seus olhos num verde tão escuro, que pareciam as copas das árvores da floresta de Eras. Brenna era tudo para Arítes.
– Nós vamos resolver isso. – Falei, tentando acalmá-la. – Quando você ficou grávida e da forma que foi e, depois que ela nasceu, a gente sabia que Brenna tinha algo especial. Falamos diversas vezes sobre isso. Só que agora sabemos, em parte, o motivo.
Arítes me encarou, deixando que apenas uma lágrima silenciosa rolasse. Segurou meu rosto e me beijou, apertando seus lábios com força, como que para tomar alguma coragem que havia resvalado para o canto de sua alma, quando soube do que acontecia. Passei minha mão em volta de seu pescoço, fazendo um carinho ali e retribuindo ao beijo dolorido de minha mulher. Aliás, a mulher mais forte que eu conheci em toda a minha vida. Nos separamos e ela inspirou profundamente, se aprumando.
– Vamos. Sua mãe está lá embaixo na sala dos Escritos. É provável que esteja tentando decifrar esse recado das “Senhoras dos Reinos”.
Arítes falou como se algo a sacudisse, querendo resolver logo o assunto. Após anos de convivência, ela não me enganava mais. A postura balizada não condizia com a aflição que enxergava nos olhos dela.
– Está bem. Vamos lá.
Estendi a mão para que ela pegasse e caminhamos para a entrada da passagem. Descemos e vimos minha mãe com um pergaminho aberto, pousado na bancada de pedra no meio da sala. Era um púlpito que utilizávamos quando queríamos discutir coisas de algum pergaminho.
– Encontrou algo, mãe? Pensei em procurar na parte que os Escritos falam de…
– … Sabedoria. Sim, são nesses que estou procurando. Vejam aqui. Eles falam de um tempo que será necessário a “União” nascer para que a “Sabedoria” a conduza a seu destino.
– Só isso? – Arítes perguntou.
– Não, não tem só isso. Temos que ler mais, pois ainda não diz nada sobre a Protetora e essa tal de cabeça de Hod da pedra sagrada e do Laço de Vili. Amanhã virei cedo para cá. Estamos todas cansadas e não conseguiremos avançar muito.
– O quê? E perder tempo enquanto minha filha está em perigo?
Arítes falou exasperada e minha mãe largou o pergaminho, olhando diretamente para ela. Encarou-a séria, fazendo com que Arítes a enfrentasse. Minha mulher estufou o peito e se colocou numa postura agressiva.
– Se acha que me preocupo menos com Brenna do que você, está muito enganada, Arítes. – Minha mãe falou num tom baixo e grave. – Amo minha neta com todas as minhas forças, então, não critique atitudes que não compreende.
– Se a ama com todas as suas forças, comandante, faça seu trabalho de Guardiã! – Arítes respondeu no mesmo tom.
Vi que o caldeirão ferveria e me intrometi.
– Parem, agora! — Falei num tom grave. — Já não temos problemas demais?! – Segurei Arítes pelo braço e a virei para mim. – Arítes, mamãe não está deixando as coisas frouxas. Pela Divina Graça! Você a conhece bem. No entanto estamos todas exaustas e ela tem razão. Você sabe que os Escritos só nos falam quando temos serenidade para lê-los. Já passamos por situações parecidas antes e sabe que tenho razão.
Arítes relaxou da postura reativa, passando as mãos pelos cabelos. Minha mãe relaxou também e pousou a mão sobre o ombro de Arítes.
– Estamos nos deixando levar pelo desespero, entretanto não quero cometer o mesmo erro que cometi, quando a Senhora das Águas me abordou mais cedo. Eu não paro de pensar que isto está ocorrendo porque fui intransigente com ela.
– Não consigo ver a Senhora das Águas fazer algo tão arbitrário com uma menina por conta de um deslize seu, Êlia. – Arítes respondeu, mais calma. – Vocês têm razão. Não estamos pensando direito. Desde que começou toda essa loucura de termos que marchar para auxiliar Kamar, não temos descansado.
– Tem muito mais por trás disto do que seu destempero hoje de manhã com ela, mãe. Alguma coisa me diz que ela não poderia nos falar. Esta ideia não sai de minha cabeça. – Ponderei.
– Pode ser, Tália, mas meu sentimento de culpa é grande demais para eu ignorá-lo. Alguma coisa aconteceu que nós não conseguimos enxergar, e penso que negligenciei algo que poderia ser evitado. Apenas não sei o que é.
– Acha que esse sentimento é uma predição?
– Não sei, Arítes. É só que… É um sentimento muito forte, como daquelas vezes que eu sonhava com alguma coisa que ocorreria.
– Como algo que deixou de fazer? – Perguntei.
– Eu não sei, mesmo, minha filha… É uma sensação estranha a mim. Como um vazio… a falta de um meio, dentro disso tudo que estamos vivendo.
– Tália tem razão. Estamos todas exaustas e vocês não conseguirão ler com tranquilidade os Escritos. Eu deixei o exército sob o comando de Gwinter, fazendo todos ficarem confusos com relação ao retorno de Tália e depois o meu.
– Quando o exército chegar, teremos que ter uma conversa com o comando para fazer correr pelas tropas alguma notícia apaziguadora. – Minha mãe completou.
– Nós vamos a Cadaz juntas. Após a mensagem da Senhora das Águas, sinto que a senhora não poderá pegar esse tal Laço de Vili sozinha.
– Também intuí isto, Arítes. Brenna terá que acompanhar Thara nesta tradução e teremos que instruí-las muito bem para que fiquem atentas e não façam nenhuma bobagem.
– Certo, então vamos descansar. – Decretei.
Saímos da sala dos Escritos e Arítes pediu para que eu fosse para o quarto. Ela passaria primeiro no quarto de Brenna. Queria abraçar a filha.
***
– Mãe! Retornou? O que houve?
Arítes tinha batido na porta e assim que Brenna atendeu, etou-se ao ver a mãe.
– Nada demais. Kamar mandou um mensageiro para avisar que nosso exército não precisaria seguir. Eles controlaram a situação com Natust, antes mesmo de nos aproximarmos. Posso entrar?
– Claro, mãe. Entre.
Brenna deu passagem e antes de Arítes ultrapassar a porta completamente, abraçou a filha com força, fazendo-a retribuir com a mesma intensidade.
– Minha mãe Tália contou para a senhora, não foi?
– Sim e não. Recebi uma mensagem de Tir. Retornei na frente do exército, porque fiquei nervosa com a mensagem, Todavia não mais do que fiquei quando ela me contou do Astru. Como você está?
– Estou bem. Um pouco incômoda, mas bem.
– Incômoda como?
– Algo como uma dor de cabeça constante e a sensação de cabeça oca. Talvez seja pelo que aconteceu comigo e Thara. Eu tô meio arrasada.
Elas estavam abraçadas e Arítes se apartou, devagar, sentado na poltrona, enrugando a testa em sinal de incompreensão.
– O que aconteceu entre você e Thara?
– Minha mãe Tália não te contou?
– Não contou nada em relação a você e Thara. Talvez ela julgasse que era algo particular seu e que não deveria me contar.
Brenna bufou. Eu realmente não havia contado nada a Arítes em relação àquele assunto. Achava que Brenna ficaria brava comigo, caso eu fofocasse, mesmo que com Arítes. Sabia que ela contaria, assim que elas se encontrassem, então, para que nos estressarmos mais?
– Eu tenho que falar para mamãe parar de não contar as coisas a meu respeito com você. Se ela tivesse falado, facilitaria para mim.
– E por que liberá-la dessa obrigação e não me liberar? Às vezes eu me sinto mal, não contando coisas a seu respeito. Ela é tanto sua mãe quanto eu e é minha esposa. Você sabe a posição ruim que me deixa?
– Eu sei, mãe, só que… Ah, parece besteira, mas eu acho que ela se chocaria com algumas coisas. Sabe como é. Pela Divina Graça! Minha mãe Tália casou com a senhora virgem.
– Quem disse? Nós transamos antes de nos casarmos.
– Mas você foi a única mulher na vida dela. Ela nunca tinha feito nada com ninguém antes.
– Porque eu era a guarda pessoal dela e não teve essa oportunidade. Sentia-se desconfortável porque eu estava sempre junto a ela.
– Mãe, isso é horrível! Você saía com outras pessoas. Por que fez isso com ela?
– Ei, não fazia consciente e muito menos proposital. Foi só como as coisas aconteceram. De qualquer forma, você tem que quebrar essa visão de que Tália é uma puritana. Sua mãe é uma mulher vivida, maravilhosa e muito compreensiva.
– Eu sei. Ela me consolou hoje como ninguém. Se não fosse a força dela, acho que estaria em pedaços. Aliás, ela é melhor que você consolando, sabia? Me colocou até no colo, coisa que você não faz.
Brenna falou com um sorriso cínico no rosto. Empurrou o pé de Arítes com o seu próprio pé, provocando-a. Elas tinham uma interação incrível e não posso dizer que não sentia ciúme, porque eu sentia, no entanto também sabia que para algumas coisas, era eu que Brenna procurava. Era como se ela dividisse dentro dela o que procurar em mim e em Arítes.
– Ah, é assim? Então já está consolada e posso voltar para a minha cama e minha mulher.
Respondeu sorrindo, com o mesmo tom provocativo.
– Parada aí, mãe. Ela me consolou, mas ainda dói e você bem que podia me colocar no colo também.
Brenna falou fazendo biquinho.
– Eu farei melhor. Espere aqui.
– Onde a senhora vai?
– Espere aqui.
Arítes simplesmente saiu e foi me buscar. Eu estava exausta, porém no momento em que minha esposa falou que Brenna precisava de nós duas, aceitei ir até ela na mesma hora. Entramos no quarto e eu perguntei o que havia acontecido e, Arítes disse, simplesmente, que dormiríamos com Brenna, como fazíamos quando ela era criança, depois que nossa filha lhe contasse como tinha sido seu dia.
Naquele momento, não entendi o que minha esposa pretendia, contudo eu gostei do resultado.
– … e foi isso.
Brenna havia acabado de relatar o que houve entre ela e Thara. Eu e Arítes estávamos na cama com nossa filha entre nós. Ela estava atravessada e pousara a cabeça em meu colo, enquanto as pernas estavam sobre Arítes e a encarava. Eu mexia nos cabelos dela e Arítes acariciava as pernas.
– E por que acha que ela não gosta de você? Só por que ela foi embora? – Arítes perguntou.
– E o que mais? Foi o jeito dela, mãe. Ela não estava nem aí para o que aconteceu entre a gente.
– O que acha, Tália? – Arítes me perguntou.
– Quer mesmo minha opinião? – Fiz uma pequena encenação, antes de responder. – Eu acho que Thara é uma mulher jovem, inteligente, mas que havia acabado de fazer sexo com a princesa de Eras, que também vem a ser uma Guardiã dos Escritos. Vocês nunca tiveram uma conversa mais profunda até a madrugada de ontem e depois passou a ser requisitada como conselheira de duas rainhas e guardiãs; eu e sua avó. – Enfatizei. – Ela poderia pensar que, para você, pela pressão, só significaria uma distração também, ou não?
Brenna voltou seu olhar para mim e sua expressão era intrigada. Pensava sobre o que eu acabara de falar e Arítes concluiu meu raciocínio.
– Uma mulher muito sábia, uma vez, me falou uma coisa a respeito da minha interpretação sobre o que ocorreu entre eu e Tália. Ela disse que eu tinha que correr atrás da verdade, ou para eu encarar e esquecer de vez, ou para eu lutar pelo coração da mulher que eu amava.
– Quem disse isso?
– Sua avó, Êlia.
Arítes riu da cara de boba de Brenna.
– Ela me falou isso, quando foi me socorrer em meu quarto, no dia que eu vomitei, depois que soube que sua mãe Tália amava uma mulher. Eu só não sabia que essa mulher era eu, até então.
– Ai mãe! A senhora fez esse fiasco mesmo?! Eu até achei que mãe Tália, para me consolar, exagerou quando me contou.
– Eu ainda não entendo porque você acha que sua mãe Arítes não pode ter ciúmes de mim. – Falei indignada.
– Ela pode, mas não faz o feitio dela. A senhora é muito mais passional. – Brenna me respondeu.
– Aí é que você se engana. – Arítes falou. – Eu morro de ciúmes de sua mãe e acho que até mais do que ela de mim. Só que Tália sempre verbaliza e eu, bem… acho que escondo melhor, só isso. Mas nesse dia não deu para ocultar.
Ela espremeu os olhos, expressando vergonha e divertimento ao mesmo tempo.
– Então vocês acham que eu tenho que…
– …Conquistá-la. – Falei. – Você tem que saber o que ela realmente sente. Eu perguntaria na cara dela.
– Bom, sou do tipo mais… como posso falar, reservada. – Arítes falou. – Tentaria chamá-la para jantar, ou passear a cavalo e sentir o clima.
Eu olhei para Arítes, incrédula. Acho que minha esposa perdeu o toque para essas coisas e intervi.
– E se ela estiver achando que é só uma aventura de Brenna? Lembre-se que foram somente pra cama e fizeram sexo enlouquecido.
– Mãe!
Brenna falou perplexa me encarando e Arítes riu dela.
– Eu não falei para você, Brenna? Tália não é nem um pouquinho pudica, pode apostar.
– Desculpa aí, Brenna, mas foi o que aconteceu entre vocês. Independentemente de você já gostar dela ou não, vocês nunca conversaram longamente, durante o tempo que se conheceram, até o dia da discussão sobre você seguir ou não com o exército (discussão relatada em “Eras: A Batalha do sangue”). Aí aconteceu essa loucura toda hoje sobre o Astru e vocês se pegaram do nada, literalmente.
– A gente não se pegou do nada. – Brenna respondeu, irritada.
– É? E como você chama o que aconteceu? Atração repentina? Interação espiritual? – Perguntei, cínica.
– Poxa, a senhora não está ajudando, mãe.
Brenna me respondeu chateada e voltou a pousar a cabeça no meu colo. O fato é que ela não tinha como contestar e eu continuei a falar.
– Eu até concordo com Arítes na questão da abordagem, mas não nesse tipo de abordagem que ela falou. Thara é de andar a cavalo? Você não sabe sobre o que ela gosta. Sonde e convide-a para fazer algo de que goste. Assim vocês terão oportunidade de se conhecer. Ela traduzirá os Escritos e você terá a oportunidade perfeita para conhecê-la. Pelo pouco que vejo como ela se comporta, não dará muita abertura, enquanto estiver fazendo o trabalho dela. Insista e não desista, antes de saber o que ela sente de verdade. Para falar a verdade, você pode até descobrir que não gosta dela. Vai que acha ela chata.
– Mmm… Gostei, mãe Tália. Assim não me exponho tanto, também. Levar outro soco em cheio, não faz meu feitio.
Sorrimos do jeito de nossa filha se expressar. Depois de conversarmos, o cansaço nos derrubou e acabamos dormindo na cama de Brenna.
Nota: Ainda não consegui voltar a vida normal. Acredito que na próxima semana estarei tranquila e escolherei um dia certo de postagens, ok?
Beijos, pessoal!
Arítes de volta, e a pedido da Senhora das Aguas? É, a coisa é séria mesmo.
Brenna com medo de escandalizar a mãe, Tália. rs. Muito bonita a cumplicidade dela com Arites.
Reli Eras e Eras a batalha de sangue. É sempre bom reviver as aventuras, rs. E confesso que não me lembrava dos detalhes do diálogo entre todos na sala do conselho, mediado por Thara. Mas agora tá tudo fresquinho na cuca. rsrs
Gostando muito,
Beijo, Carol
Tudo bem, Fabi?!
A coisa é séria sim e essa turma vai ter maior trabalho.Então, Brenna não sabe de nada! Muito tolinha achando que Tália é uma inocente… rsrs
A “Batalha do Sangue” é interessante porque apresenta a Thara nesse contexto. Vale a pena reler sim e muitas coisas que elas falam agora, tem algumas referências lá no Eras. Eu mesma tenho relido para poder fazer o link.
Obrigadão, Fabi!
Um beijo grandão pra você!
Ownt, que fofo elas dormirem juntas da filha! Adorei interação da Brenna com Arítes, e o jeito que Tália deixa elas… digamos… desconcertadas! hahaha
Já estou ansiosa para o próximo capítulo! Thara deixou com vontade de quero mais! 3:)
Oi, Karina!
A Brenna sempre contou as “Ms” que faz para a Arítes, achando que a mãe Tália deveria ser poupada… Tolinha ela. rsrsrsrs De Boba Tália não tem nada! rsrs
kkkk Já vejo que escolheu a sua crush! rsrs
Valeu, Karina! Brigadão!
Um Beijo grandão pra ti!
Sentimento de abandono ao terminar o cap. é enorme…
Tá bom D+
Tália, Arístês e Êila são maravilhosas… adorooo…
Cap.maravilhoso.
Parabéns.
Bjs
Oi, Nadia!
Arítes se juntando ao grupo finalmente. Agora o bicho pega!
A sensação de abandono termina hoje. Daqui a pouco entra mais um. 😉
Muito obrigada pelo carinho, Nadia!
Um beijo grandão para você!