Eras: A Guardiã da União

Capítulo IV – Sentimentos confusos

Eras – A guardiã da União

Texto: Carolina Bivard


Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Isie Lobo, Naty Souza e Nefer


Capítulo IV – Sentimentos confusos

Num instante tão breve, que Brenna mal teve reação, se viu agarrada pela cintura e beijada, sentindo o roçar das calças, onde a coxa de Thara alcançava a entrepernas. A língua quente da conselheira avançou, dançando na boca aguada da princesa. Brenna gemeu nos lábios que a devoravam. Mal conseguia pensar em sair daquele amasso, que fazia sua intimidade verter quente o prazer. A mente embaçou, ligada a dor aguda no ventre.

A princesa agarrou a camisa branca de linho pela gola, puxando para cima, fazendo Thara levantar os braços para facilitar a retirada da veste. Brenna desprendeu os lábios a custo, pousando-os na pele alva do tórax, salpicada de sardas. Lambeu sem delicadeza, ofegando.

– Pela Divina Graça! Tira essa coisa, Thara!

A princesa rosnou, segurando o corpete íntimo da conselheira sem conseguir desatá-lo. Thara a empurrou até chegar a cama. Derrubou-a e antes que ela pudesse reagir, arrancou o corpete apressadamente, empurrando os seios de encontro aos lábios da princesa.

– Chupa com força, Brenna.

Rosnou a ordem, puxando a cabeça de Brenna, apertando a boca contra um dos mamilos. Ela não decepcionou, abarcando o seio e sugando, enquanto tentava tirar o laço que prendia a calça da ruiva. Thara se afastou.

– Deixa que eu faço.

Num minuto, a conselheira tirou a calça e as botas e se jogou outra vez sobre a princesa, reclamando a mão entre as coxas.

– Aqui. Entra aqui agora! Enfia gostoso, Brenna! Mete gostoso!

Gritou o prazer, quando se sentiu invadida pelos dedos firmes, que há muito tempo fantasiava na calada de seu quarto. Cada dia que encontrava a princesa na sala de treinos, empunhando uma arma e extravasando a ira, era um tormento para dormir. Saciava-se sozinha, imaginando como seria tê-la dentro de si.

– Nunca foi tão gostoso! Me faz gozar Brenna. Me faz gozar…

Declarou arfante, sentindo os dedos deslizarem fáceis em sua cavidade.

– Você fala demais.

Brenna desalojou-a de seu colo, derrubando-a na cama.

– Vira. Fica de quatro!

Thara não discutiu, se posicionando da forma que Brenna queria, oferecendo o sexo aberto e pulsante. Sentiu a língua morna resvalar pelas dobras seguindo para cima, até que o carinhoso estímulo chegasse ao seu anus. Gemeu alto, descontrolada, no instante que sentia os dedos invadirem suas entranhas. Era loucura, o prazer da língua aveludada da princesa acariciar a abertura rugosa, enquanto os dedos penetravam a vagina sem sutileza. Thara empurrava seu corpo em direção aos dedos desejados, sentindo o calor crescer no ventre, como um caldeirão que ferve até borbulhar e transbordar.

– Não para… agora, vai!

Gritou, levando Brenna a empurrar a mão com força, sentindo as paredes contraírem em torno dos dedos e o líquido quente descer entre eles. Segurou o movimento, lá dentro, colhendo em seu próprio ventre o prazer. Thara desabou e a princesa se retirou de dentro dela, ainda atordoada pela intensidade dos estímulos. Caiu na cama ao lado, engolindo uma excitação que não se apagou.

A conselheira deixou que a respiração se acalmasse durante uns segundos e levantou, ajoelhando-se na cama, segurando o braço de Brenna e a puxando para se ajoelhar também. Passou as mãos pela nuca da princesa e trouxe seu rosto para um beijo guloso, fazendo o corpo da morena estremecer.

– Ei, não tá cansada, não?

Brenna perguntou ainda dentro do beijo, sendo respondida da mesma maneira.

– Ah, garota! Você não devia ter me provocado.

Deslizou as mãos pelos braços de Brenna, segurando as dela e conduzindo-as para o alto. Fez a princesa segurar o suporte do dossel da cama que havia acima de suas cabeças.

– Segura aí e não larga. Fique assim, ajoelhada.

Ordenou, recebendo um sinal afirmativo, seguido de um engolir de saliva. A princesa estava de joelhos, os braços suspensos e as mãos agarradas no travessão de madeira. Os nós dos dedos estavam brancos, denunciando a força que fazia ao segurar a madeira, na tentativa de aplacar a forte excitação que a voz exigente de Thara lhe provocou. A conselheira afastou as coxas da princesa, espalmando uma das mãos no sexo úmido. Juntou o corpo ao dela, pousando o queixo no ombro, enquanto apertava o corpo da princesa contra o seu em um abraço.

– Isss! Que delícia, Brenna! Você tá gostosa demais me dando assim!

A ruiva falou ao pé do ouvido com a respiração descompassada. Apoiou a testa no ombro de Brenna, no momento em que introduzia o dedo na cavidade da princesa. Fechou os olhos e entrava devagar, apreciando cada sensação de seu corpo ao sentir o calor envolver seus dedos. Não realizava apenas uma fantasia; sentia profundamente aquele sonho como algo ameaçador. Algo que poderia roubar a alma e aprisionar o coração dela para sempre. Dava-lhe medo ter a certeza de que aquele sexo bruto que fazia, não era algo simples que poderia descartar da mente no dia seguinte, como já fizera com outras pessoas. Com a princesa era diferente. Não soube quando e nem como, no entanto, Brenna era a mulher que ela amava.

Um amor que a conselheira nunca entendeu como chegou no coração e nem por que, tão sorrateiro quanto avassalador. Aquele último ano e meio que passaram juntas, entre treinamentos e conversas pequenas, mudou o sentido que Thara via o relacionamento e a palavra amor. Até conhecer a princesa, nunca havia entendido o sentido e a importância que as pessoas davam à essa palavra. Ela era uma garota de conceitos sólidos e concretos. Sentir algo abstrato que tomasse muito de seu tempo, pensando em uma única pessoa, fez ela sentir o quão concreto aquela palavra poderia se tornar.

Essa é Brenna; um vendaval! – Pensou, sorrindo e gemendo de dor pela mordida que recebeu no ombro, no momento em que se enfiou por completo dentro da princesa e mexeu com força. Não. Não realizava apenas sua fantasia. Naquele instante se condenava a um amor que poderia ser impiedoso. Agora já estava feito e mergulharia de cabeça naquelas águas agitadas.

Passeou a língua demoradamente pelos ombros, seios, abdômen, até chegar ao púbis. Não deixara de preencher a princesa em momento algum, e dedicava ao corpo da amante uma carícia especial, contrastando com o vigor com que a estocava. Beijou ali e a olhou, reparando a expressão de prazer que a face molhada de suor de Brenna exibia. Retirou-se de dentro, ensaiando uma tortura com a língua no clitóris.

– Não!

Reclamou a princesa, fazendo menção em se soltar do travessão do dossel.

– Não solta!

A conselheira ordenou novamente, e Brenna voltou a segurar, mantendo o corpo reto. Thara uniu três dedos e introduziu novamente, sendo presenteada com um grande gemido e o líquido da princesa escorrendo por eles. Os movimentos se tornaram mais difíceis e Thara cuidou para não machucá-la. Percebeu que Brenna, apesar de não ser mais virgem, não tinha uma grande experiência sexual. Voltou a enlaçar a cintura, enquanto a penetrava, desta vez, em movimentos mais compassados e lentos, até sentir que a princesa aumentava o ritmo ondulante dos quadris, marcando um passo mais forte a cada instante, até prender a respiração, soltando logo depois, um forte grunhido. Durante um tempo, Brenna deteve os dedos da conselheira entre as coxas e finalmente relaxou, largando o travessão do dossel, deixando o corpo cair sobre o colchão.

Thara permaneceu de joelhos, admirando o corpo lasso da princesa. Sorriu. Uma felicidade grande e estranha a envolveu. O peito ardia parecendo explodir. Deixou uma lágrima correr pelo rosto, e antes que Brenna pudesse vê-la, enxugou. A conselheira não sabia o que ia no coração da princesa. E se para ela seria apenas um bom e despretensioso sexo? Não poderia se expor. Não queria se machucar.

– E você disse que eu era um vendaval.

Brenna falou sorrindo e abrindo os olhos para encarar a ruiva, que permanecia de joelhos a observando.

– Imaginava muitas coisas sobre você, conselheira Thara, menos isso. – Gargalhou.

– Está reclamando?

Thara perguntou, forçando um tom natural.  Brenna nunca imaginaria o tamanho da angústia da ruiva, pela espera para uma resposta àquela simples pergunta.

– Deita ao meu lado um pouco.

Brenna fez um gesto batendo no colchão ao lado dela. A conselheira tinha vontade de fugir dali. Começava a sangrar por dentro, diante de emoções tão fortes. O medo se avolumava. Pensou que nunca mais deitaria em sua cama, sem pensar naqueles momentos junto a princesa. Acomodou-se muda.

– Foi muito bom. – Brenna falou displicente. – Até passou a minha dor de cabeça. – Riu.

Ali estava a resposta que Thara precisava para se distanciar do “vendaval”. O tom jocoso das palavras deu a exata percepção de que havia sido somente sexo. Cerrou os olhos e inspirou, exalando o ar entre os lábios logo a seguir.

– É, me relaxou também, princesa.

A conselheira falou sem expressão, dissimulando. A opressão no peito era grande e beirava a dor. Tinha que sair dali, senão as lágrimas escorreriam fáceis de seus olhos. Levantou, tentando parecer casual. Pegou suas roupas e começou a se vestir.

– Por que está se vestindo?

– Sua mãe Tália falou que voltaria. Não acho que você queira que ela nos veja deste jeito.

Thara falava de costas, enquanto se arrumava. Não conseguia encarar a princesa. Se ela tivesse visto o rosto de Brenna, saberia que o sentimento de angústia pelo amor não correspondido não tinha razão. A dor que Brenna trazia na face, espelhava a dor que oprimia a própria Thara.

– Vou tomar um banho e me vestir para almoçar.

Brenna falou e quase não conseguiu disfarçar a voz estrangulada. Levantou-se e foi direto para sala de banho. Thara olhou para a direção que ela havia tomado. Por um momento, achou que a princesa vacilara ao falar, como se estivesse chorando. É impressão minha. Pensou. Sacudiu a cabeça, engoliu a saliva que começava a se avolumar na boca, pelo próprio choro que insistia em verter.

– Brenna, tenho que ir embora. Tenho alguns afazeres.

Falou alto para que a princesa escutasse da sala de banho. Queria correr dali. Não seguraria por muito tempo as lágrimas.

– Está bem. Pode ir.

Antes mesmo de escutar a porta se fechar, Brenna deixou que o pranto a tomasse, misturando-se a água da banheira. Thara tentou se aprumar até chegar ao meu quarto. Bateu à minha porta e quando atendi, ela baixou o olhar. Eu e minha mãe tínhamos voltado para o meu quarto, quando vimos o desenrolar da “conversa” das duas. Poderíamos parecer enxeridas, mas não àquele ponto.

– Desculpe-me, rainha Tália. Sua filha parece que está melhor. Não posso ficar mais. Tenho alguns afazeres.

Minha mãe havia se juntado a mim diante da porta e teve tempo para ouvir o que Thara falava, entretanto, antes mesmo que eu respondesse, Thara saiu apressada.

– Consegue explicação para isso, mãe?

Perguntei, fechando a porta. Minha mãe me encarou com uma expressão no rosto tão interrogativa quanto a minha.

– Você não disse que viu amor nos olhos de Thara, quando conversou com ela sobre Brenna?

– E vi.

– Bom, então digamos que um bom sexo, sem um amor correspondido, pode ser tão ruim quanto um sexo péssimo.

Bufei, revirando os olhos.

– Mãe, às vezes sua filosofia soa como as faladas por bêbados nas tavernas.

– É? E qual a explicação para sua conselheira sair correndo do quarto de Brenna com aquela cara de choro?

– Eu é que sei? O que a gente faz agora? Precisamos de Thara para traduzir os Escritos. Se a coisa foi ruim, a proximidade delas será constrangedora.

– Bom, eu não farei nada. Quem vai conversar com Brenna é você.

– E por que eu?

– Não é óbvio? Você é a mãe dela. Eu sou avó e já cumpri meu papel com você.

– Olha, isso é desculpa sua. Quando quer, sabe muito bem se meter.

Antes que minha mãe retrucasse, abanei a mão e fui em direção à porta.

– Você tem razão. Deixe que eu fale com ela. No mínimo, Brenna terá que saber sobre o que descobrimos.

Saí pela terceira vez naquele dia em direção ao quarto de Brenna, sem saber o que encontraria. Bati suavemente na porta e abri sem aguardar por resposta. Podia esperar que ela atendesse ou me mandasse entrar, no entanto eu queria pegá-la desarmada. Quando entrei, tive um choque. Minha filha chorava copiosamente sobre o colchão. Havia colocado uma túnica de dormir, coisa rara de se ver. “O que é isso?” Perguntei-me, pois vendo minha filha daquele jeito, eu não entendi mais nada daquela situação.

Aproximei, sentando ao lado dela, acariciei os cabelos. Parece que o efeito foi pior. Minha filha se encolheu e aumentou a intensidade do choro. Não adiantava eu perguntar nada, enquanto ela não se acalmasse. Recostei-me na cabeceira, colocando minhas pernas sobre o colchão para me acomodar na cama e puxei a cabeça dela para meu colo. Ela fez menção de resistir ao carinho que eu lhe oferecia.

– Ei! O que há de errado em receber meu carinho? – Perguntei baixinho, acariciando seus cabelos. – Vem cá. Me deixa abraçar você.

Puxei-a novamente e Brenna parou de resistir. Repousou a cabeça em meu colo, jogando o braço sobre minhas coxas.

– Quer contar o que houve?

– Não aconteceu nada, mãe. – Respondeu, a voz rouca.

– Ainda está com dor?

Ela sacudiu a cabeça em negativa.

– Brenna, escute uma coisa. Eu amo você, minha filha, e se eu não puder escutar suas aflições e dores, para que sirvo então?

– Eu e Thara fizemos sexo.

Essa era minha filha. Ao mesmo tempo que resistia em se abrir, quando fazia, era tão direta quanto uma flecha certeira atirada num alvo. Tive que espremer os lábios para não rir do jeito que ela falara. Continuei a acariciar os cabelos e rosto e, parecia que aos poucos ela se acalmava.

– Se está chorando, devo presumir que foi ruim.

 Ela sacudiu a cabeça em negativa novamente.

– Se não foi ruim, por que está chorando então?

– Foi ótimo! Foi maravilhoso para ser sincera, mas… mas acho que só foi bom para mim.

 – Acha que para ela não foi?

– Acho que ela gostou, mas… Mas… para ela foi só sexo.

– Entendo. E para você não era só sexo. Desde quando gosta dela?

– Eu não sei.

Brenna retirou a cabeça de meu colo, olhando para cima e diretamente para mim.

– Como soube que minha mãe Arítes gostava da senhora?

Sorri fechando os olhos, relembrando aquela tarde, muitos anos atrás.

– Porque nós brigamos e eu não parava de falar.

– O quê?

Eu ri para minha filha e ela começava a se acalmar um pouco, em meio às lágrimas, procurando um sentido para o que eu falava e para o que ela sentia.

– Exato. Ela me rechaçava, enquanto eu tentava cuidar de alguns ferimentos dela. Tinha sofrido uma emboscada na estrada e eu estava preocupada.

Dei uma pausa na fala, vendo Brenna acomodar a cabeça em meu colo outra vez, mas agora deitava de frente para me olhar, enquanto eu contava a história. Ainda fungava e lágrimas continuavam a escorrer, entretanto, não estava mais num choro convulsivo.

– Por que ela não queria que a senhora cuidasse dela?

– Porque ela estava morta de ciúmes. – Ri.

– Minha mãe Arítes com ciúmes?

– Ei, qual o problema dela ter ciúmes de mim?

Perguntei risonha e Brenna abriu um sorriso sem graça, onde somente uma gota de seu sofrimento ainda rolava pela face.

– Nada, mas ela não parece do tipo que sente ciúmes. A senhora já vi fazendo cenas por causa dela.

Eu gargalhei.

– Isso é verdade. Eu tenho mais ciúmes dela do que ela de mim.

– Mas por que ela “tava” com ciúmes?

– Por que eu havia tentado me declarar para ela e acredito que não falei do jeito certo, levando-a entender que eu gostava de outra garota. Aí quando tentei cuidar dela, estava com tanta raiva que me mandou cuidar da garota por quem eu estava apaixonada e não dela.

Escutei minha filha rir e vi as lágrimas diminuindo.

– Não acredito que minha mãe Arítes passou essa vergonha.

– Fez e depois ficou sem graça quando me enraiveci. Chamei-a de cega, dizendo que a mulher que eu amava era ela e que ela não conseguia enxergar isso. Aí eu saí correndo para chorar sozinha. Resumindo, ela foi atrás e eu não parava de tagarelar e falar um monte de bobagens. Aí ela me calou com um beijo e estamos juntas até hoje.

Minha filha sorriu, mas logo depois fechou o cenho.

– Eu não acho que um beijo resolva meu problema, mãe, afinal de contas, até já fomos pra cama. – Brenna suspirou desanimada.

– Quando percebeu que gostava dela?

– Eu não sei como aconteceu. A primeira vez que a vi foi na sala de armas, num dia que eu fui treinar cedo, pois não poderia ir à escola militar naquele dia. Não sei por que, no dia seguinte fui treinar novamente lá, só para encontrá-la. E depois fui mais um dia e mais outro, até que passei a ir todos os dias, mesmo sem precisar. Eu não precisava de mais nada. Apenas queria vê-la e alimentar minhas fantasias.

– Alimentar fantasias, hum? – Falei irônica.

– Para, mãe! Não falarei o que imaginava com ela.

Gargalhei.

– Nem eu quero ouvir.

– Tá bom. Sei… O fato é que hoje as coisas foram acontecendo e eu não acreditei. Quando vi, tudo que eu mais queria estava se realizando. Foi maravilhoso!

Brenna vagueou nos pensamentos por momentos e seu olhar brilhou, no entanto, rapidamente endureceu.

– Mas pelo visto foi maravilhoso para mim, apenas. Logo depois ela começou a vestir a roupa, deu uma desculpa e tratou de ir embora.

– Pode estar enganada a respeito do que ela sente. O que conversaram?

– Mãe, ela fez questão de se vestir e ir embora. Falava como se estivesse ponderando uma questão política na sala do conselho.

– E você? Como falou com ela?

– Estava um pouco… Ah, mãe! Eu brinquei com ela, tentava descontrair. Havia até a chamado para almoçar.

– Às vezes, quando não conhecemos o jeito de uma pessoa, podemos tirar conclusões errada de uma situação.

– Pode ser, mas eu nunca me vestiria e sairia, sem falar nada depois do sexo que acabei de ter.

– Então, já transou com outras pessoas antes?

– Mãe Arítes não falou com a senhora?

– Embora eu me irrite por Arítes esconder coisas de mim em relação a você, eu a compreendo, Brenna.

Falei, sorrindo, não respondendo realmente a pergunta. Não queria colocar Arítes numa situação que fizesse Brenna perder a confiança dela.

– Não era exatamente um segredo. Só que não fui para cama com ninguém que estivesse apaixonada. – Brenna suspirou.

– E por que eu não poderia saber? – Perguntei suavemente.

– Não é que não pudesse, só achava que não valia a pena.

Eu a encarei, com olhos amorosos. Sempre me chateei por Brenna não me contar algumas coisas de sua vida, contudo, quando a escutei falar, compreendi que não era por ela não me considerar, e sim, por ela me considerar demais. Acariciei seus cabelos outra vez, baixei meu rosto até o dela e a beijei na face com muito amor. Vi minha filha corar e abrir um sorriso, envergonhado.

– Bom, o fato é que temos um problema para resolver agora. Eu sinto que essa situação entre vocês vai complicar.

Minha filha se revirou no meu colo, me encarando. O olhar desconfiado me fez rir por dentro. Como a gente conhece os filhos! Hoje penso em todas as vezes que minha mãe conversou comigo e falava algo que me incomodava. Ela sabia exatamente como eu reagiria e porquê.

Contei a Brenna sobre os pergaminhos do Astru e sobre Thara ser praticamente a nossa única chance de traduzi-los.

– Ela não pode tocar nos Escritos. A senhora me falou sobre o encantamento e ela pode…

– Se machucar? Não, Brenna, ela pode morrer se os tocar. Temos que fazer isto junto com ela. Não poderemos simplesmente entregar os Escritos para Thara. Nós teremos que manusear. Por isto que falei sobre a situação de vocês.

– E o que tem a nossa situação a ver com isso?

 – Não exigirei que você a acompanhe, depois do que se passou hoje. Eu e sua avó nos revezaremos.

Minha filha se indignou, dizendo que ela era uma Guardiã também e não se eximiria de fazer o que deveria. Bem, depois daquela conversa, minha filha e Thara passariam mais tempo juntas do que eu passo ao lado de minha própria mulher.

***


Nota: que as festas tenham sido boas para tod@s! Semana que vem tem mais e espero voltar ao ritmo normal!  



Notas:



O que achou deste história?

11 Respostas para Capítulo IV – Sentimentos confusos

  1. As vezes a falta de maturidade resulta em atos impensados.
    Elas vão se acertar, (creio eu) mas tem mto chão antes disso. K k k

  2. Olha a maldade dessa autora, parar bem quando ficamos nessa empolgação rsrs
    Carol, não demora para trazer Arítes de volta, que eu já estou ansiosa pela falta dela e de como ela irá lidar com tudo o que a filha dela vai passar ;x
    Essa Thara ein… Oh lá em casa! (Rsrsrs) O shipp já nasce forte! Brenra? Tranna?!
    Ótimo domingão, Carol! Aguardando o próximo cap.! ;*

    • Oi, Karina!
      Uma maldadinha de nada! rsrs Só para animar um pouco! rsrs
      Arítes já está no ar. Ela voltou hoje!
      Menina, a Thara não é tão santinha. Calada ela é, mas de santa não tem nada! he he he he
      Vi que conseguiu postar, Karina! Alegria ter você de volta aqui no site, viu!
      Um fim de semana ótimo para você e um beijo grande!!

  3. Engraçado… por que será que sempre que tem história sua no ar a semana passa se arrastando? ?
    Gostando muito.

    Beijo

    • Oi, Fabi!
      Obrigada pelo grande elogio! Vez ou outra, quando estiver mais tranquilo, soltarei um extra para a semana não demorar tanto.
      Valeu, Fabi!
      Um beijo grandão!

  4. Uau Carol! Voltou arrebentando em 2019 kkkkkkkk
    Amei o cap. essas duas vao enrolar é?
    Quero mais quero mais carol.
    Beijo gordo

  5. Ah, duas bobas apaixonadas com medo de revelar o segredo uma para a outra e ser rechaçada, como se isso fosse acontecer. A bendita falha de comunicação!

    Presentão de aniversário e ano novo foi passar dodói, mas nada que não seja superado logo. Depressão mesmo foi a posse presidencial. Só sofro! Tá mais uma coisa a ser superada! De mão dadas a gente consegue!

    Bjão e feliz ano novo! Ah, amei o capítulo!

    • Oi, Preguicella!
      Conversa mais um pouquinho pra ver o que o outro sente, né? kkkk
      Puxa! O dodoi já passou? Espero que sim e menina, Feliz aniversário atrasado. Muita luz no seu caminho e que as alegrias preencham todos os seus dias!
      Valeu, Pregui!
      Um beijão pra você
      PS.: É. Muito triste essa posse. Alguns discursos deram nojo, viu? Mas vamos superar sim.

  6. Huhuuu…
    Sensacional, q cena mega Hot…
    2 burras apaixonadas, amei… mta coisa vem por aí.

    Amei o cap. parabéns Carol.

    • Oi, Nadia!
      Duas garotas que não sabem interpretar as atitudes do outro né? rsrs Burrinhas mesmo. Bastava reparar melhor para ver que querem a mesma coisa. rsrs
      Valeu, Nadia!
      Um beijão pra ti

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