James havia chegado pela manhã, bem cedo, no sábado. Eu havia deixado uma mensagem no celular dele dizendo por alto o que havia acontecido. Aparentemente ele a leu quando estava vindo para casa, perto das duas horas da manhã, e decidiu apenas dormir pouco para vir conversar comigo no sábado pela manhã. O que foi bom porque pude explicar absolutamente tudo para ele antes dos outros começarem a chegar. Carlos, Lillian, Frederick, Louis e Georgia deveriam estar aqui depois do almoço segundo o que Jill havia me avisado. Minhas mães assistiram a minha conversa com James e depois expliquei aos três o que pretendia fazer a tarde sobre meus novos amigos.
James ainda estava reticente com a ideia, ele passou muito tempo guardando esse segredo para me defender e cuidar de mim. Ainda se sentia inseguro sobre permitir que novas pessoas entrassem tão facilmente assim na minha vida. Por um lado eu o compreendia completamente. Por outro, eu havia me dado conta de que precisava manter essas pessoas que tinha ao meu lado agora, porque eles se aproximaram de mim pelo que eu realmente sou e, a partir das primeiras notícias que circulassem na mídia, haveriam muitas outras pessoas tentando se aproximar. Queria saber que poderia contar com o apoio de quem realmente me conhecia. Por isso expliquei a eles e pedi a ajuda de minhas mães. Elas concordaram em não descer antes de eu chama-las para que eu pudesse explicar tudo a todos.
Jill foi a primeira a chegar, por não ter com quem deixar Dude ela acabou trazendo-o junto, o que não foi ruim. Depois de todos se cumprimentarem e minhas mães falarem um pouco com ela a campainha tocou outra vez. Alex e Erika subiram antes que eu abrisse a porta e, assim que o fiz, encontrei Frederick, Louis e Georgia com expressões surpresas e impressionadas. Coloquei ambos para dentro e, assim que entramos na sala, fui bombardeado com perguntas e “semi acusações” por nunca ter dito que era muito rico. No começo eles ficaram um tanto retraídos pela presença de James, já que não estavam acostumados a estar conversando com um dos jogadores, mas com alguns minutos começaram a se soltar.
Eu tinha acabado de contar o que havia acontecido na noite anterior quando Carlos e Lillian chegaram. A primeira coisa que ela fez foi me dar um abraço apertado perguntando como eu estava, se havíamos ficado tempo demais na delegacia, se ficou tudo bem depois. Os coloquei para dentro explicando a ela que tudo tinha ficado bem depois, mas que apenas estava cansado por ter chegado muito tarde em casa. Depois de todos acomodados e com bebidas nas mãos eu chamei a atenção deles dizendo que precisava contar algo importante sobre mim. Até Dude ergueu as orelhas para o meu lado prestando atenção no que eu estava dizendo, mesmo que estivesse recebendo carinho no colo de Lilliam.
– Eu acho que nunca falei para vocês sobre minha família – comecei olhando para cada um deles, menos James e Jill que estavam sentados cada um em um extremo do sofá maior.
Lilliam estava ao lado de Jill, lodo depois vinham Georgia e Carlos antes de James. Frederick estava sentado no chão encostado no sofá logo abaixo de Georgia e Lilliam. Louis estava numa das poltronas e eu estava em outra. Meu melhor amigo se encontrava claramente desconfortável com toda aquela conversa e cruzou os braços com uma expressão séria, mas não se manifestou.
– Acredito que nós nunca tenhamos perguntado sobre isso pra você – falou Georgia dando de ombros, gesto que foi imitado por alguns deles.
– Antes de tudo eu quero deixar claro que a amizade de todos vocês é algo muito importante para mim – falei suspirando, realmente seria delicado abordar esse assunto – Eu me sinto na obrigação de contar algumas coisas para vocês, porque sei que ficaram sabendo logo por outros meios. Quero deixar claro também que, se nunca comentei nada antes, não foi por me sentir inseguro com vocês e sim por não achar que era a hora de abordar esse assunto. Não pensem que foi falta de confiança, porque vocês todos vem adquirindo a minha confiança a muito tempo.
– Arthur, querido. Faça o favor de dizer de uma vez porque essa enrolação está me deixando muito nervoso –pediu Louis colocando a mão direita sobre o peito num gesto dramático que fez todos rirem.
– Bom – comecei rindo e todos foram se silenciando de novo – Para começar tenho que dizer que minha família não é o que a maioria chama de ‘normal’. Eu tenho duas mães e me orgulho muito disso, elas são maravilhosas.
– Você ser adotado não é nenhuma revelação tão espetacular – falou Lillian dando de ombros.
– OMG, vai dizer que é gay também? Porque eu acharia uma informação muito relevante a ser compartilhada – falou Louis fazendo metade da sala revirar os olhos, eu apenas ri.
– Não, Louis. Não sou gay, ao menos não me descobri homossexual. Nunca senti atração nenhuma por homens e, até onde sei, sinto apenas por mulheres – falei com tom de divertimento – Mas não é, exatamente, que sou adotado o que eu queria contar – disse soltando um suspiro e voltando a ser mais sério – Na verdade uma delas é minha tia, mas as duas me criaram desde sempre, depois de minha mãe biológica morrer quando eu nasci – contei e vi algumas expressões ficarem surpresas e tristes – Mas a grande questão é que eu precisava dizer a vocês sobre quem são elas. Porque esse é o motivo para eu ser tão rico e morar nessa casa imensa.
– Uma das suas mães é famosa? – perguntou Carlos se inclinando para frente e indo direto ao ponto que eu queria chegar.
– Sim, as duas são muito famosas – contei com um sorriso discreto, a atenção de todos estava em mim naquele momento, todos eles querendo saber quem eram minhas mães – Bom, acho que uma delas todos vão conhecer, a outra talvez só Carlos e Lilliam – falei dando de ombros.
– Para de enrolar Arthur – disse Jill rindo da expressão de expectativa que estava no rosto de todos eles.
– Eu sou o filho de Erika Anderson e Alex Lancaster – falei sem mais enrolações.
Os olhos de todos se arregalaram e nenhum deles teve nenhuma reação nos primeiros segundos. Eu sabia que Louis e Lillian eram fãs de Alex, grandes fãs da Horizons. Frederick tinha plena ciência sobre quem eu falava. O mesmo para Georgia que apesar de não acompanhar a carreira da minha mãe adorava as músicas de Alex e já havia conhecido sobre Erika quando teve que fazer um trabalho, no começo do semestre, sobre mulheres bem sucedidas em ramos considerados masculinos. Eu a havia ajudado na pesquisa. Já Carlos, acho que eu deveria defini-lo como um dos aficionados por UFC.
– Ok, pode parar com a brincadeira – falou Georgia, sendo ela a primeira a sair da situação de inercia em que eles se encontravam.
– Não estou brincando – falei dando de ombros e me levantando – Ontem, para sair da delegacia, elas precisaram voltar de Los Angeles, onde Alex estava gravando alguma coisa. Como sei que as notícias não vão demorar a correr pela imprensa eu achei justo que descobrissem por mim. Agora, que já sabem o que eu queria contar, vou apresenta-las – caminhei até as escadas – Mães! – gritei e sabia que elas iriam me ouvir porque pedi para não se trancarem no quarto porque iria apresentar meus amigos a elas.
– Quantas vezes já disse que não precisam gritar – falou a voz de Erika descendo as escadas – A acústica dessa casa é ótima e não cai pedaço se você subir as escadas – completou ela aparecendo na metade dos degraus, pela visão periférica eu vi que todas as cabeças estavam viradas para nós.
– É mais fácil, e depois mamãe sempre grita assim quando precisa chamar a gente daqui de baixo – falei encolhendo os ombros, realmente era um costume que eu não conseguia perder porque Alex vivia fazendo isso.
– Hey! Porque tem que me colocar como culpada? – perguntou ela fingindo estar indignada, mas sorria de forma divertida porque sabia que fazia exatamente isso.
Erika apenas rolou os olhos e as duas terminaram de descer as escadas chegando até onde eu estava e me dando um abraço cada uma antes de eu puxar Alex pela mão até o centro da sala. Como as duas estavam de mãos dadas, ambas me acompanharam. Meus amigos continuavam a encará-las com as bocas abertas e os olhos arregalados. Então, sem aviso nenhum, ouvimos Louis soltar um suspiro e simplesmente desmaiar na poltrona, por sorte ele não escorregou para o chão. Mas a cena foi tão inusitada que todos começaram a gargalhar ao mesmo tempo.
Passando só para agradecer a dedicação em postar essa história que amo tanto…
Obrigada
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Eu amo ela tbm, logo vai estar atualizada no site e eu venho com capítulos novinhos *-*
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