– Já vai embora?
– Tá falando comigo?
– Aham. – dei uns passos na direção dela- Já tá indo?
– Estava. Por que?
– Não fala?
– Ué, depois do fora que me deu lá dentro achei que não queria que falasse mais com você….- eu sorri e acho que não entendeu nada.
– Desculpa. Foi só pra disfarçar…- ela não entendeu nada hahah- Ai eu fico achando que podem desconfiar e tal, sei lá….
– Você é louca Anahi! Hahahah.
– Melhor não arriscar…. Mas desculpa se fui muito grossa….
Ela aproveitando que estávamos sozinhas ali, se aproximou mais.
– Se você se esforçar mais….quem sabe eu te desculpe….
– Como assim?
Ela me roubou um beijo rápido.
– Dulce! Alguém pode ver! – falei olhando pros lados.
– Tem ninguém aqui…. Senti saudades de você! – ela sorriu- E como foi seu fim de semana? – a olhei com uma cara, meio a fuzilando com o olhar- O que? To falando na boa. Como você passou o fim de semana? Tá tudo bem?
– Sim. Foi bom.
– Bom? – tenho quase certeza que ela mexeu o nariz, entortando rs.
– Sim, normal.
– Melhor então!
– Por que?
– Porque você passou o fim de semana com ela e não queria que tivesse sido bom! – a olhei séria porque nada tinha mudado- To brincando Anahi.
– Dulce, a gente….- ela me interrompeu.
– Eu sei Annie, eu sei. Eu realmente estava brincando.
– Tá bom. Melhor irmos né? Tem quase ninguém mais aqui.
– Vamos.
Na terça a noite fomos na minha mãe porque a Maria e ela estavam numa missão dessa minha festa que eu nunca vi! Confesso que estava meio avoada e sem muita animação, mas por fim elas resolveram tudo lá e minha mãe ficou de encomendar as coisas.
No dia seguinte fui pra Televisa.
Fomos todos almoçar ali mesmo e depois estávamos lá esperando o Pedro mas como ele estava demorando um pouco, resolvi ir lá pra dentro sentar, mas quando abri a porta vi a Dulce de costas tocando violão, tocava “Fuego”, fiquei parada sem saber o que fazer, minha cabeça voou pra anos atrás, sem querer eu apoiei a mão na cadeira e ela andou, ela ouviu o barulho e então parou se virando.
– Anahi? – deixou o violão ao lado ao falar.
– Desculpa.
– Já tá na hora? – ela perguntou vindo na minha direção.
– Não, não. Eu só…- dei uns passos na direção dela também mas eu estava meio em choque ainda- não sabia que você estava aqui….
– Tudo bem Annie. – ela sorriu.
Fiquei um tempo a olhando e depois movi a cabeça.
– Nossa….desculpa….é que….- eu estava meio sem graça e surpresa- quanto tempo eu não ouvia essa música….
– Mas a gente canta ela nos shows….
– É, eu sei. Mas é que assim….- apontei pra ela- tinha muito tempo….
Ela mais uma vez sorriu e veio na minha direção, ficando bem perto agora.
– Na hora que você quiser….- ela começou a sussurrar no meu ouvido- é só pedir, que eu canto assim pra você. Como sempre fiz….- ela se afastou de mim sorrindo e piscou, não consegui falar nada.
Ela saiu da sala e eu fiquei ali igual uma besta!
A Maria me mandou um WhatsApp perguntando algo da festa mas era a última coisa que eu estava preocupada agora era isso, não respondi! Uns minutos depois o Poncho entrou ali me chamando pra irmos.
Ajeitamos algumas músicas e tal, ela ficou o tempo todo me olhando e sorrindo, eu estava desconcertada ainda, quando acabou eu dei graças a Deus!
Quando estávamos pra sair o Chris veio perguntar da festa.
– Tá tudo certo pra sexta Annie?
– Tá sim. Vou mandar o endereço pra vocês depois.
– Beleza!
– E vamos todos? – Chris.
– Não vai dar. Vou com o Pedro, marquei com uma gata já lá…. A gente sai lá pra comemorar, pode ser Annie? – Poncho.
– Claro Poncho. – me virei pra Ucker que havia acabado de chegar ali- Você vai né Ucker?
– Claro! Acha que ía perder um aniversário da minha loira? – ele sorriu e me abraçou de lado. Todos riram.
– Que bom! – respondi sorrindo e ele permaneceu abraçado à mim.
– Calma Dul, o minha loira foi brincadeira, não precisa me olhar assim….- todos a olharam e o Ucker riu- Sem ciúmes….- olhei pra ela e todo mundo ria.
– Não viaja Ucker! Nada a ver!
– É gente, não viaja! – confirmei pra não dar ibope.
– Vão’ bora? – ela falou meio que saindo já, sem nos olhar direito.
– Bora! – Chris- To cansado!
Todo mundo foi embora e nos despedimos normal, pra não levantar suspeita ali. Eu nem consegui perguntar se ela vai ou não.
Na quinta de manhã eu estava acabando de me arrumar pra sessão de fotos que faríamos pra propaganda dos shows quando minha mãe entra no quarto.
– Já tá indo filha?
– Aham. – respondia a ela enquanto terminava de me maquiar.
– Você vai voltar pra casa hoje né?
– Não mãe, vou pra Maria. – a olhei ao falar- Já te disso isso.
– Mas é seu aniversário amanhã minha filha!
– Por isso mesmo eu vou dormir lá. – falei enquanto guardava a maquiagem na bolsa que estava em cima da cama.
– Sabe, eu gostava mais quando você era criança que você preferia ser acordada pelos meus beijos….- a olhei rindo.
– Eu ainda prefiro os seus beijos dona Marichelo! – a abracei e ela fazendo drama hahaha. Dei um beijo na bochecha dela.
– Sei….
Eu ri e voltei a guardar minhas coisas.
– Você sabe se a Maria resolveu a questão das bebidas e a outra geladeira que ela ficou de encomendar?
– Não mãe, não sei de nada. Já disse que to fora disso, ela que tá vendo.
– Nossa Anahi. Nem parece que o aniversário é seu. O que houve com você que sempre amou suas festas?
– Não é nada disso mãe, eu só to ocupada. – a olhei- Não tenho tempo pra isso.
– Tá bom, eu falo com ela então.
– Isso, faça isso. – dei um beijo nela- Tenho que ir mãe. Amo você.
– Também. Até manhã então.
– Até mamy. – falei da porta do quarto já.
– Se cuida!
– Pode deixar!! – gritei porque já estava nas escadas.
Fui direto pro estúdio e ao chegar lá fui direto pra maquiagem, demoramos um tempo lá e eles começaram com os meninos, então resolvi falar com a Dulce.
– Quero falar com você….- sussurrei pra ninguém mais ouvir.
– Agora? – ela me olhou. Estávamos lado a lado.
– Vamos ali enquanto não começa, vem. – estava seguindo na frente dela quando demos de cara com o Gui. Parei e a Dulce atrás de mim- Gui?? O que você tá fazendo aqui?!
– Oi. – ele me olhou sorrindo e depois olhou por cima de mim pra Dulce sorrindo também, mas não falou nada. Voltou a me olhar- Vim aqui acertar umas coisas com o Pedro.
– Hum.
– Vou lá. – piscou pra mim sorrindo e saiu. Esperei ele não nos ver mais e me virei pra ela.
– Vem.
Fomos até uma sala que estava vazia, fechei a porta depois dela passar e a olhei sorrindo.
– Será que ele não vai contar?
– Contar o que? Que me viu?
– Sei lá, ele me olhou de um jeito meio estranho….
– Relaxa Dul.
– Tá bom. Só falei porque achei que poderia dar problema pra você, mas já que não, então tá.
– O Gui é de boa. – ela sorriu e eu mudei de assunto- Quero falar com você de outra coisa.
– Fala.
– Você foi a única que não me respondeu ainda. – perguntei caminhando na direção dela- Você vai amanhã?
