A Verdadeira História de Anahi e Dulce...(?)

– Tá bom, tá bom, chega! – Pedro gritou, todo mundo parou o olhando- Tá bom por hoje!

Quando ele falou isso, dei graças à Deus! Já eram seis da tarde e estávamos nisso há horas! Era reta final, em um mês os shows começariam….

– Ok. Vamos lá. Tenho uma boa e uma má notícia pra vocês. Qual querem saber primeiro?

– A boa! – os meninos falaram.

Pedro cruzou os braços e nos olhou ao falar. Ele estava embaixo e nós no “palco”.

– A boa é que acho que tá todo mundo pronto, as musicas estão bem ensaiadas assim como as coreografias!

Todo mundo deu um gritinho de felicidade mas ele continuava nos olhando na mesma posição e com a mesma cara.

– E a ruim? – Chris perguntou.

– A ruim é que isso tá uma merda! – todo mundo o olhou etado, ele não era de falar assim!- O que vocês fizeram no fim de semana que conseguiram voltar pior que sexta-feira?? Estão parecendo umas máquinas uns olhando pros outros.

Eu desviei o olhar e ficou um silêncio.

– Sério! Não sei mais o que falar pra vocês….- ele nos olhava- Esse não é o grupo que eu montei!! O que está acontecendo?? – ele nos olhava e cada um olhava pro outro, ninguém ousava falar.

Ele respirou fundo.

– Sério. Por que não fazem outra daquelas reuniões que fizeram já?

Mais um silêncio é mais trocas de olhares…. A Mai resolveu falar.

– Na verdade nós fizemos Pedro, sexta. Lá em casa.

– Ah é? E o que aconteceu? O que vocês falaram? Porque pelo visto não deu certo!

– Ah coisas nossas, do grupo….- Chris.

– Tipo? – ele se sentou no degrau nos olhando.

– Coisas pessoais, Pedro. – Ucker.

– Se está afetando o grupo não é mais pessoal, eu quero saber! Vamos lá, me falem!

Ele nos olhava porque ninguém ousou falar…. Pelo menos isso permaneceu né? Ainda agíamos como um grupo, ninguém ía se entregar….

– Dulce! – ele a chamou- Me fala você. O que aconteceu?

– Coisas pessoais Pedro, como o Ucker falou.

– O que?! – ele não ía desistir!

Ela me olhou e depois desviou.

– Ok. Já que ninguém vai falar, eu vou chutar né…. Brigou com a Anahi? – ele olhou pra ela.

– Na….não. – ela gaguejou- Como assim?

– Dulce eu conheço vocês, conheço cada um aqui. Vamos lá! O que aconteceu??

– Tá bom, vou falar! – a Mai resolveu- Brigaram sim mas foi coisa delas, todo mundo falou o que estava entalado, coisas que aconteceram no passado, desentendimentos, coisas que aconteceram no final, falamos do fim do grupo também…. Enfim, essas coisas….

– Hum. Coisas do passado, tipo Anahi, Dulce, Poncho, Christopher….. To certo?! – ele nos olhou mas desviamos o olhar- Ok galera, é o seguinte! Não tem mais criança aqui e vamos ser diretos né! Eu to sendo cobrado por isso, semana que vem começam os programas pra promover a turnê e se for ser assim vai ser um fracasso isso aqui. É isso que querem???

– Não Pedro. Claro que não! – Chris.

Ele olhou pra nós.

– Claro que não. – respondemos.

– Ótimo! Então se virem e convivam como colegas ou amigos que são ou foram, não sei! Pelo amor de Deus!!!

– Ok. – falamos todos.

– Ótimo. Estão liberados então. – assim que ele falou fomos saindo- Anahi e Dulce, vcs não! Quero falar com vcs.

Cara, quando ele falou isso eu não acreditei! PQPPP!!!

Fiquei né.

Todo mundo saiu e então ele que estava sentado em uma das cadeiras falou pra nos sentarmos também. Sentamos lado a lado mas longe….

– E aí? – ele falou nos olhando de braços cruzados, nenhuma das duas falou nada e sinceramente eu não entendi. A Dulce me olhou, olhei de volta.

– Não entendi Pedro. – falei.

– Vocês duas vão ser capazes de engolir seja lá qual o problema de vocês e conviver e fazer isso dar certo?!

– Não temos problema Pedro. – falei e ele riu.

– Vocês lembram que lá no começo tivemos uma reunião que eu pedi pra ela te ajudar? Por que eu não podia perder você? – ele falou me olhando, fiz que sim com a cabeça- Eu continuo sem poder perder você. Mas eu também não posso perder você, Dulce! – a olhou. Nenhuma das duas falava nada- Anahi, você sempre foi minha show girl, você fazia aquilo ali andar!! – abaixei a cabeça- Você está travada cacete!!! – ele gritou se levantando.

Suspirei e olhei pro lado, ele estava certo.

Quando o olhei, ele estava em pé, com as mãos apoiadas na cadeira nos olhando.

– Eu preciso de vocês! Das duas!!!

Tomei fôlego pra falar.

– Pedro, eu vou ser profissional, eu prometo. Você vai ter o que quer, como quer….

– Você está falando isso desde o primeiro dia e não to vendo nada mudar!

– Eu só preciso de tempo Pedro, você vai ver que até começarem os shows, vai estar tudo bem….

– Você precisa de tempo pra chegar perto da Dulce, Anahi?? Precisa de tempo pra estar perto da Maitê ou do Christian ou de quem seja?? Precisa de tempo pra cantar perto de um deles, pra querer estar ali de verdade? Pra se divertir ali?!? – ficamos em silêncio- Olha, eu não quero saber dos problemas pessoais de vocês, eu sei das coisas que aconteceram, não to querendo ser hipócrita aqui mas eu preciso do que vocês me prometeram fazer!!

– Ok. – ela se levantou ao dizer- A gente vai dar um jeito né, Annie? – me olhou.

Que jeito???? Tudo parecia pior depois de sexta-feira, eu só queria fugir dali!

Respirei fundo e concordei né? Ía fazer mais o que?

– Sim. Vamos.

– Ok. Ótimo! Espero mesmo….- ele falou e então respirou fundo- Bom, vamos pra casa né? Estamos todos cansados.

– Uhum. – respondi e já me virei pra sair. Mas antes de conseguir chegar no elevador a Dulce me puxou.

– Espera.

– Quero ir embora Dulce.

– Vamos conversar? – ela pediu me olhando nos olhos e dando um passo mais pra perto.

– Não temos nada pra falar. Eu tenho que ir. – tentei sair mas ela não deixou, parou na minha frente.

– Annie, a gente se beijou….

– Vc me agarrou! – falei com raiva e chegando mais perto sem querer.

Ela revirou os olhos.

– Só falta falar que foi obrigada também…. Por favor Anahi! – ela aumentou o tom de voz.

– Dulce, vou embora! Minha namorada tá me esperando. – mentira! Mas queria ver se assim ela recuava.

– Para de fugir e colocar ela como desculpa!

– Ela não é uma desculpa, ela é realidade, a minha realidade! Agora se me dá licença….- tentei sair mas mais uma vez ela me pegou pelo braço.

Mas nessa hora ouvimos um barulho de porta se abrindo, era o Pedro vindo na nossa direção, soltei meu braço rapidamente e saí dali! Desisti de esperar o elevador.

Ele percebeu, óbvio! Vi até uma risadinha no canto dos seus lábios.

Inferno!

Fui pra casa, queria ficar quieta, na minha, em silêncio. Colocar a cabeça em ordem!

A próxima semana que foi mais tranquila, afinal tínhamos praticamente acabado os ensaios, então só fomos lá no escritório duas vezes, ou seja, fiquei mais em casa e mais com a Maria.  Mas na sexta-feira, depois da reunião final o Pedro propôs um chopp meio que pra comemorar, como se fosse o passo inicial disso tudo, chamou os meninos da banda também, enfim, todos. Até porque na outra semana teríamos um programa, da própria televisa e na outra já embarcaríamos pra começarem os shows.

– E aí, vamos? Gostaria muito que todos fossem….

A Maria vai me matar!! Só que todo mundo aceitou, ia fazer o que?!

Pedro me olhou, esperando minha resposta.

– Ok.

Vi a Dulce me olhando surpresa, assim como o Pedro.

– Não precisamos demorar, sei que é sexta-feira, vocês tem suas vidas, seus namorados….- ele sorriu.

Sei que saímos de lá e fomos direto, não era tão tarde, acho que era umas seis da tarde ainda. Fui de carona com o Chris, não tinha ído de carro porque sexta-feira o trânsito dessa cidade é infernal, então fomos eu, ele, Pedro e mais um dos meninos da banda.

Peguei o celular pra avisar a Maria, com certeza ía vir briga…. Respirei fundo e liguei.

– Oi amor.

– Oi.

– Tá vindo?

– Não. Na verdade, estamos indo à um bar….- falei mordendo o lábio.

– Bar??

Pronto.

– Pensei que você ía vir aqui pra casa. Tá indo pro bar com quem? Por que?

Respirei fundo.

– O Pedro convidou à todos pra irmos tomar um chopp pra comemorar que acabamos os ensaios, que deu tudo certo…. Essas coisas.

– E tinha que ser hoje??

– Ué amor….

Eu estava sentindo todos os olhares do carro sobre mim. Eu estava atrás com o baterista, Chris dirigindo e o Pedro ao lado.

– Fala pra ela que não vamos demorar, Annie. – Pedro.

– Ouviu? – falei com ela- Não vou demorar….

Ela respirou fundo.

– Vai ser assim agora?? Vai me deixar em casa pra ir pro bar com eles?? Com ela?!

– Ai Maria! – revirei os olhos- Por favor né….

Ela bufou mais uma vez.

– Tá bom Anahi! Tchau!

– Beijos. Daqui a pouco to aí. – falei porque ainda pretendia ir pra casa dela depois daqui.

Ela desligou sem me responder. Também desliguei e percebi o olhar do Chris pelo retrovisor, mas não falou nada.

– Problemas? – Pedro.

– Não. Tudo bem….- respondi e olhei pela janela.

Óbvio que todo mundo percebeu, ficou um silêncio depois, mas também logo chegamos.

Fomos num bar que freqüentávamos na época da novela porque era perto da televisa e até por isso estava acostumada a receber artistas, então tinha uns esquemas mais tranquilos, eles já estavam sentados em uma dessas mesas mais discretas. Fomos até lá.

Sentamos e logo o Pedro pediu uma rodada pra todos, eu sentei entre a Mai e o baterista que veio conosco no carro.

– Proponho um brinde….- Pedro começou a falar erguendo sua taça- a nós, ao nosso reencontro, ao RBD.

Todos brindamos, óbvio.

Depois começamos a conversar e girou em torno dos shows, de como seria, de como todos estavam ansiosos e tal….( faríamos shows nos EUA, Eha, Brasil e México). Já estávamos na terceira rodada de bebida quando eu resolvi olhar meu celular pra ver se tinha algo da Maria, mas não tinha nada, resolvi deixar em cima da mesa então. Depois de um tempo, a Mai cochichou pra mim.

– Tudo bem Annie?

– Aham. Por que?

– Sei lá, tá meio estranha. Parece que tá aérea…. Aconteceu algo? A Maria tá bem? – a olhei.

– Aham. Só não ficou muito feliz por eu ter vindo.

– Mas por que? Só por que você saiu? – a olhei.

– Ah, porque é sexta-feira, porque eu to aqui….

– Mas qual o problema? Ela não gosta da gente?

– Claro que gosta Mai. Tem nada a ver com isso!

– Qual o problema então? Ou ela não gosta que você saia com seus amigos, em geral?

Olhei pra ela, respirei fundo e quando olhei pra frente de novo, vi a Dulce me olhando. Disfarcei ao falar então, porque ela não precisava saber disso.

– Ela tem ciúmes da Dulce.

– Mas por que? Você não disse que não têm mais nada? Que estão bem….

– Sim! – a olhei- Não tem, já falei milhões de vezes pra ela que não tem nada a ver, mas não sei… A Maria me conheceu numa época que eu ainda gostava da Dulce….acho que ela acha que….- dei de ombros- Sei lá, ela tem ciúmes…. E sinceramente, mesmo não tendo mais nada, eu não me sinto à vontade, parece que to fazendo algo errado sabe…. Apesar de não estar!

Antes que ela pudesse falar, o Pedro levantou.

– Bom, meninos. Eu já vou, to cansado. Tenho mais idade pra isso não, to velho kkkk.

– Acho que também vou….- sussurrei com ela, achei que era melhor.

– Ah não. Fica! Poxa, como você disse não está fazendo nada errado e tem tanto tempo que não saímos assim….

Suspirei.

– Olha Annie, eu sei que não temos mais aquela intimidade e você deve achar que não sou mais sua amiga, mas você não pode deixar ela controlar com quem sai né? Você não tá fazendo nada demais, só está saindo com seus amigos, poxa….

– Eu sei, mas é que ía pra casa dela…. E hoje é sexta né.

– Relaxa que daqui a pouco eu vou também. O Koko já tá em casa me esperando.

Respirei fundo.

– Ok.

Ela estava certa, eu não estava fazendo nada de errado.

Nos despedimos do Pedro e do outro cara da banda que foi com ele. Ficou só nós seis e mais três caras da banda que estavam combinando de sair depois dali, com o Poncho, pelo que ouvi.

Começamos a falar sobre as histórias desse bar, cada um contando uma coisa e arrancando risada de todos. A Dulce me olhou e riu, fingi que não entendi mas imaginei do que ela lembrou…. Perdi a conta de quantas vezes nos agarramos no banheiro desse bar, e não só nos agarramos né…. Enfim. Fingi que não vi.

Até que ela me solta.

– É. Esse bar tem muitas histórias mesmo. – ela falou isso me olhando diretamente, com os braços cruzados. Pra minha sorte meu celular apitou, era WhatsApp, era da Maria.

“Vai demorar????”

“Não. Vou com a Mai daqui a pouco”

Ela não respondeu mais nada, voltei a largar o celular na mesa e quando olhei pra frente a Dulce não estava mais ali. Pedimos mais uma rodada pra todos e uns quinze minutos depois ela volta, mas não sozinha….

– Olha quem eu encontrei!

Quando eu vi, não acreditei, não era possível!! Era a Fernanda (Fuzz), a Carla ( da novela também) e uma menina que eu não conhecia.

– Caraca!!! Quanto tempo meninas!! – o Chris foi o primeiro a cumprimentá-las.

Depois todos fizeram o mesmo, percebi o olhar da Dulce sobre mim, mas como eu sou uma pessoa simpática, também as cumprimentei.

– Senta gente. – Ucker- Estão aí sozinhas?

– Não. – Carla respondeu- Na verdade estamos com um pessoal ali na mesa, só viemos dizer “oi” mesmo pra vocês.

Já podem ir então né? Pensei.

– Pois é. Tínhamos que vir falar com vocês…- Fuzz começou a falar- Nem acreditei quando vi a Candy passando! – abraçou a Dulce, óbvio.

A Dulce sorriu a abraçando de lado também, se fosse em outra época diria que ela estava provocando, mas não era né.

– To sabendo do retorno de vocês….- Carla.

– Pois é. Recomeçamos daqui há duas semanas. – Mai.

– Olha, que legal!! – Carla.

– E vão fazer shows aqui né? – Fuzz.

– Claro! O primeiro e o último serão aqui! – Ucker.

– Obaaaa! Quero ver! – Fuzz falou pulando toda animada…..

– Claro! Tá mais que convidada! – Ucker falou e o olhei. Não acredito nisso!!

– Ebaa! Candy me avisa quando for hein!!! – ela falou quase agarrada no pescoço da Dulce.

Se tem uma coisa que eu não suporto é ela chamando a Dulce de “candy”!!!

– Claro. Será nossa convidada! Aliás, as três!

Nossa, quem?! Deu vontade de perguntar mas fiquei calada.

– E você Anahi? Calada, nem parece a Anahi que conheci. Tudo bem? – eu estava na minha mas ela não consegue né?!

Contei até mil mentalmente e coloquei meu sorriso mais falso. Não ía com a cara dessa garota! Nossos personagens caíram como uma luva!

– To ótima Fuzz e você?

– Bem também!

– Que bom! – respondi e em seguida dei um gole da minha bebida.

– Bom, acho que temos que voltar pra lá né, Fuzz? – a Carla falou.

– É, vamos sim. Muito bom rever vocês meninos e boa sorte com os shows!! – Fuzz.

– Obrigada! – falamos todos e em seguida todos nos despedimos.

– Vou lá com vocês. – a Dulce falou e saíram às quatro de lá, a Fuzz agarrou na mão da Dulce e saíram de mãos dadas dali.

Sentei.

– Vou pedir mais uma rodada. Quem mais vai? – falei.

Já que já ía tomar esporro em casa mesmo, pelo menos eu bebo.

– Opa!! Eu topo. – Poncho respondeu e acabou que todos pediram.

Um tempinho depois a Dulce voltou.

– Nossa, muita coincidência encontrar elas aqui! – Chris falou todo animado.

– É. – os outros concordaram.

– Mas você e ela eram bem amigas né Dul? – Mai- Não se falavam mais?

– Tem um tempo que não falava com ela mesmo, ela estava morando fora, voltou por agora.

– Ah tá. – Chris.

– Pow a Carla tá diferentona né?! – Poncho- Emagreceu a beça!

– Disfarça não Poncho que todo mundo sempre soube que você queria dar uns pegas nela! – Ucker falou rindo.

– Porra cara!! – ele falou todo sem graça meio que indicando a Dulce.

Chris e a Mai riram, fiquei só olhando.

– Até parece Poncho! Voc6e acha mesmo que ninguém sabia disso? – a Dulce falou, mas ela estava meio rindo. Não brava.

– Mas não quando eu estava com você Dul, quando eu estava contigo não fiz nada.

– Vou nem comentar sobre esse assunto! – ela falou desviando o olhar e se encostando na cadeira.

– Entãooooo né. Vamos mudar de assunto? – Chris falou logo antes que viesse atrito.

– Vou no banheiro. – falei e levantei.

Eu estava apertada mas também não estava afim daquele papo.

– Vou contigo. – ouvi a voz da Mai.

Maior fila mas enfim conseguimos ir, quando saio do reservado dou de cara com a Dulce e a Fuzz.

– Anahi, você aqui de novo?

– Pois é. – dei um sorriso falso pra ela e fui até a pia lavando minha mão. Pelo espelho percebi as duas atrás de mim.

– Sabe, estava aqui lembrando com a Dul….as besteiras que fazíamos naquela época juntas? Lembra?

– Juntas? – as olhei- É mesmo? Não lembro.

A Dulce me olhou brava e ela meio surpresa, até mudou o assunto.

– Eu fiquei sabendo que você está namorando né….mas ainda deve se divertir muito né? Você nunca foi boba, se bem me lembro….- ela riu sozinha porque fiquei séria.

– Não sei do que você está falando….

– Ah Anahi, qual é! – ela continuava rindo. Eu séria. A Dulce me olhou séria também.

– Liga não Fê, a Anahi anda muito mudada mesmo….

– Só porque eu não ajo mais como se tivesse vinte anos, não quer dizer que esteja mudada. – elas ficaram sérias, a Fuzz mais surpresa- Bom, se me dão licença, preciso ir. Beijo pra vocês!

Nem esperei a Mai, saí do banheiro e fui em direção à mesa mas antes de chegar lá sinto alguém me segurando pelo braço.

– Não precisa ficar com ciúme não, viu! – era a Dulce. Ela sussurrou isso e depois seguiu pra mesa, nem me olhou.

Ela não se enxerga não né?? Me poupe!

Fui pra mesa e logo a Mai chegou.

– Vou embora Mai. Vai ficar? – sussurrei pra ela.

– Não. Vou contigo.

– Então vamos. Pedimos um táxi. – sugeri e quando estávamos pra nos levantar, a Dulce falou.

– Eu levo vocês. – eu olhei mas a Mai quem falou.

– Mas e os meninos? – Mai.

– Não precisa. Pegamos um táxi. – eu disse.

– É Dul, tem os meninos.

– O Poncho vai com os meninos pra boate e o Ucker pode ir com o Chris. Né Chris? – ela falou alto os olhando.

– Pode sim. – Chris.

– Tem certeza? Não vai atrapalhar? – Mai.

– Não. De boa.

Droga!

– Ótimo! Vamos então? – a Dulce já estava em pé, a olhei e ela me olhava sorrindo.

– Vamos. – a Mai respondeu. Não falei nada.

Deixamos dinheiro com os meninos e saímos na direção que estava o carro dela, assim que chegou lá a Mai já foi pra trás, nem me deu tempo de nada.

– Vai na frente Annie. – só olhei pra ela mas ela ou não viu ou fingiu que não viu.

Entrei né. A Dulce deu partida e assim que saiu, ela falou.

– Escolhe uma música aí Annie. – apontou pro iPod dela.

– Deixa a rádio tocar. – falei sem dar muito assunto e mandei mensagem pra Maria avisando que estava indo, ela viu e não me respondeu….

As duas começaram a conversar sobre sei lá o que, não estava prestando muita atenção. Logo chegamos na Mai, nos despedimos dela e ela saiu do carro.

Assim que a Mai desceu ela deu partida.

– Você vai me levar pra onde eu vou? – ela me olhou sem entender bem.

– Você não vai pra casa? – me perguntou mais como uma afirmação do que qualquer outra coisa.

– Vou pra Maria. – a Dulce me olhou por um tempo a mais, mas não fez comentários sobre.

– Pra onde é?

– Vai indo. – fiz sinal pra ela seguir a rua- Vou te falando.

Aquela hora o trânsito estava tranquilo então chegamos rápido perto da casa dela.

– Pode me deixar aqui.

– Aonde? Nesse? – ela apontou pra um prédio qualquer na rua.

– Não. Mas tá bom aqui.

– Como assim Anahi? Qual é? – ela me olhou.

– Pode me deixar aqui que vou andando, é ali na frente.

– Como assim você vai andando?? – me olhou sem entender nada.

Ignorei.

– Dulce, muito obrigada pela carona. Boa noite pra você. – já estava abrindo a porta do carro quando ela puxa minha mão.

– Calma aí Anahi. Me fala qual é. Só vou te deixar lá e pronto.

– Não precisa Dulce.

A gente estava parada no meio da rua.

– Cara, isso é ridículo! Por que não posso te deixar lá?!

– Porque eu não quero! – a olhei ao falar e ela ficou me olhando. Resolvi falar porque ela parecia que não ia me deixar sair!- Dulce, não quero que a Maria me veja chegando com você, vai ser só mais brigas!

– Você tá de sacanagem né?! – ela me olhou rindo- Anahi, por Deus!! Que ridículo isso!!

– Tchau Dulce! – fui tentar sair mas mais uma vez ela me puxou.

– Anahi, na boa, isso é criancisse! Tá tarde, não vou te deixar andando sozinha na rua à uma hora dessas!

– É no próximo quarteirão Dulce. Não tem problema.

– Mesmo assim!! – olhei pra ela e respirei fundo. Mas que saco!!

– Olha só Dulce! – a olhei- Eu não me meto na sua vida, nas suas coisas e nem nas suas amizades, então dá pra não se meter no meu namoro??

– Meus amigos?? Do que você está falando?

Não ía mesmo entrar naquele assunto com ela! Então mais uma vez tentei me afastar mas mais uma vez ela me segurou pra não sair, só que dessa vez segurou firme no meu braço e não se afastou quando a olhei.

– Do que você está falando? Que amigos? – revirei os olhos olhando pro lado- Ok. Deixa te perguntar uma coisa. Ela tem ciúmes de mim?

Eu não ía mesmoooo entrar nesse assunto com ela! Desviei o olhar, me virando pra frente.

– Tem né. Porque se não tivesse não teria problema nenhum eu te deixar lá.

– Pense o que quiser!

– E se ela tem ciúmes é porque você não tá nem aí do jeito que gosta de dizer….. Sobrou algo aí….

Olhei pra ela ao falar. Falei séria, ou tentando.

– Não sobrou nada aqui Dulce! Só que a Maria me conheceu em outra época, uma época que eu estava mal ainda, logo que tínhamos acabado….. Ela ainda acha que eu sou aquela Anahi, mas não sou!

– Será? – ela que ainda estava perto de mim, com o cotovelo apoiado no encosto do meu banco, falou olhando nos meus olhos- Eu olho pra você e ainda vejo aquela garota por quem me apaixonei….

Confesso que ouvir isso da boca dela e nós tão perto não me deixava completamente imune. Mas não demonstrei!

– Ela não existe mais, você pode ter certeza!

– Pois eu tenho certeza que sim….- ela falava me olhando nos olhos e eu achei melhor sair dali logo!

– Tchau Dulce! – saí de uma vez do carro antes que ela me puxasse de volta.

Fui andando, era bem perto mesmo. Uma esquina só, percebi o carro dela lá parado me olhando.

Entrei no prédio e peguei o elevador, já me preparando pro que viria…. Abri a porta e a vi sentada no sofá, a televisão ligada, ela nem me olhou mas fui até ela, deixando minha bolsa no sofá ao lado.

– Oi. – falei ao sentar ao lado dela no sofá, dei um beijo em sua bochecha- Tá comendo?

– To né. – ela se levantou ao falar, com o prato na mão- Porque se for esperar por vco.ê…- ela não me olhou ao falar, foi direto pra cozinha.

Suspirei e encostei a cabeça no sofá, fiquei a esperando voltar. Só que ela saiu da cozinha e passou direto pro corredor.

– Maria! – a chamei- Você não vai falar comigo direito não?

Só aí ela parou e me olhou.

– Ah agora você quer falar? To há horas te mandando mensagens e tentando falar com você! – ela cruzou os braços.

– E eu respondi todas.

Ela revirou os olhos.

– Aham! Valeu Anahi!

Ai cara, não estava acreditando!!

Ela me deixou lá na sala sozinha e foi pro quarto.

A Dulce ainda queria me trazer aqui! Ela ía me matar!! Respirei fundo porque confesso que não estava com muita paciência pra isso hoje.

– Amor….- entrei no quarto e ela estava com a porta do armário aberta mexendo em alguma coisa lá- Para de bobeira vai…- pedi a abraçando por trás e beijando o ombro dela- To cansada…. Não quero brigar contigo.

– Ahh tá cansada Anahi?! – ela se virou mais puta ainda- Imagino! Ficou na rua até agora bebendo né? Aí quando cansa, vem pra cá né? É dormir que você quer? Vai lá! – apontou a cama.

– Você quer que eu vá embora?

– Tanto faz! – ela deu de ombros e saiu de perto de mim.

Eu só não levei a sério porque sabia que ela estava com ciúmes. Fui até ela que estava de costas pra mim e de frente pra cama, a abracei por trás ao falar.

– Para. Eu não quero ir pra casa. Eu quero ficar com você, dormir com você. – ela não falou nada mas não me olhou também- Para com esse ciúme bobo. Não precisa…- eu dei uns beijos no cangote dela.

– Não estou com ciúmes! – ela se virou pra mim, brava.

– Ah não? – dei um passo na direção dela- Por que você está assim então?

– Porque hoje é sexta-feira Anahi! Eu achei que íamos ficar juntas, sair, sei lá. Mas não! Você prefere sair com esse povo que você vê todos os dias!

– Não é esse povo, amor. – falava com toda calma do mundo- São as pessoas com quem eu trabalho, o Pedro chamou pra comemorar, o que você queria que eu dissesse?!

– Nada Anahi! Nada! – se virou de novo, me dando as costas.

– Então para de bobeira vai! – a puxei pelo braço forte, tanto que ela acabou nos meus braços. Tentei beijá-la mas ela desviou.

– Me solta.

Não dei ouvidos e a segurando pela cintura com uma das mãos dei beijos pelo seu pescoço.

– Hummm que cheirinho bom….- cheiro de sabonete.

Eu passava a língua pelo pescoço dela e percebi alguns arrepios mas ela mantinha os braços no meu ombro pra tentar me afastar.

– Para Anahi! – ela me empurrou.

– Você prefere ficar assim Maria? – a olhei mas ela nem aí- Ok. Vou tomar banho então.

Resolvi ir tomar um banho pra ver se ela se acalmava, eu estava precisando mesmo, estava na rua desde cedo. Saí e me enrolei no roupão que era meu, fui fazer uma última tentativa.

Ela estava sentada na cama mexendo em algo no computador, deitei ao lado dela e percebi que não era nada de trabalho, então não era importante.

– Você vai ficar assim mesmo? – perguntei ainda na mesma posição mas a olhando. Ela nada respondeu, só bufou, então me sentei e tirei o computador do colo dela- Amor, para com isso….- pedi mais uma vez, só que agora estávamos com os rostos colados, minha mão na nuca dela- eu to aqui, eu quero só você….- a olhei e ela havia fechado os olhos.

Abri meu roupão e ela me olhou.

– É só você que eu quero, eu sou só sua! – terminei de tirar o roupão e subi no colo dela.

Comecei a beijar o pescoço dela pondo uma das mãos pelos seus cabelos, a ouvi gemendo porque eu sentei meio rebolando no colo dela, sim, eu estava apelando! Kkkkk.

– Isso é maldade!

– O que? – perguntei a olhando e a segurei com as duas mãos pelos cabelos, a cabeça dela foi até um pouco pra trás.

– Isso que você está fazendo! Sabe que é meu ponto fraco.

– O que? – perguntei me fazendo de boba e sugando a pele do seu pescoço.

– Você. Assim….- ela falava com dificuldades- no meu colo….

Dei uma mordida no lóbulo da orelha dela e foi aí que ela me segurou forte pela cintura.

– Fala de novo! – pediu me olhando- Fala que você é minha!

– Sou sua!

Ela me jogou na cama enquanto eu falava, estava entre as minhas pernas, e retirou toda a roupa, ficando pelada também. Subiu em cima de mim, as duas peladas e ela começou a roçar sobre mim enquanto me beijava. Acabei com a briga da melhor forma possível!

Estávamos deitadas, abraçadas, eu tava com a cabeça no ombro dela, nos acalmando. Então ela me deu um tapa, no braço.

– Ai! Tá doida? – olhei pra cima, pra ela.

– Ainda to brava com você!

– Tá nada. – a olhei rindo- Pensei que eu tivesse te relaxado….- falei dando uma mordida no pescoço dela.

– Odeio quando você fala assim! – ela revirou os olhos, embirrando de novo- Parece aqueles homens cafajestes!

– Estava brincando amor….- eu ainda ria, dei um selinho nela- Ai para de ficar emburrada vai…. Tá tão bom a gente aqui, juntas…. Não vamos brigar.

– Só espero que isso não vire rotina né?! – ela me olhou.

– O que?

– Você sair toda hora e me largar aqui!

– Não largo nada! – eu falava rindo pra ver se ela parava de brigar. Puxei ela pela nuca pra ficarmos de lado na cama, frente a frente- Você é minha namorada! Não vou te largar!

– Hum.

Ela ainda estava emburrada. Hahahahah.

Dei mais alguns beijos, ela ainda reclamou um pouco mas depois dormirmos juntas, estava tudo bem….finalmente!