Capítulo 6

Acordei no domingo com o toque irritante do meu celular, era a música SIM de Nando Reis, mas como eu estava com muito sono e toda quebrada, aquele som passou a me incomodar. Olhei para meu relógio no pulso e vi que era quase 12h. Observei ao meu redor e lembrei-me de tudo o que aconteceu na noite anterior e o que refrescou ainda mais minha memória foi àquela mulher linda se aconchegar ainda mais em meus braços resmungando, por causa do barulho, alguma coisa que não entendi.

Estiquei um de meus braços até a pequena cômoda ao lado da cama e peguei aquele aparelho chato, verifiquei no visor o número e resolvi atender:

– Fala logo.

– Não acredito que você ainda está dormindo.

– Acabei de ser acordada por você.

– Jura? Faz muito tempo que não consigo fazer isso.

– Vai ficar aí falando besteira? Que por sinal não é nenhuma novidade ou vai falar algo que preste? – disse rindo e percebi que Clara começava a despertar, mas estava aconchegando-se ainda mais em meu corpo, enterrou mais o rosto em meu pescoço provocando um gostoso arrepio em meu corpo.

– Clara está aí ainda?

– Claro, né?

– Humm, então quer dizer que a noite foi boa.

– Foi ótima, mas não me peça detalhes porque você sabe que não vou falar.

– Poxa amiga, deixa de ser má.

– Não!!!

– Por favor… – disse com voz de dengo.

– Qual parte do N-Ã-O, você não entendeu?

– Tá bom, desisto! Você é muito chata com isso.

– Pooooorra, cadê a Bruna que não está ocupando sua boca e seu tempo?

– Está aqui rindo da nossa conversa porque está no viva voz, ela também quer saber detalhes.

– Vão à merda vocês duas – ouvi uma sonora gargalhada das duas amantes no outro lado da linha.

Nesse momento, Clara já estava acordada, mas com os olhos ainda fechados me perguntou com uma gostosa voz sonolenta:

– Quem é, Du?

– Minha amiga e sua irmã, duas insuportáveis.

– Aeeee, a Clara já acordou também.

– Já sim, satisfeita? – disse tentando fingir seriedade.

– Ihhh, que mau humor é esse, amiga? Até parece que você teve uma péssima noite – disse rindo.

– Minha noite foi perfeita, o problema é que tenho uma amiga que adora empatar algumas coisas.

– Mas, vocês não estavam dormindo? Não sabia que estavam fazendo nada demais, ou estavam e tentaram disfarçar com essa voz de sono? Jura que atrapalhei mais uma vez? – perguntou rindo.

– Rafa, primeiro você me diz o que quer com a gente e depois aproveita a Bruna que está aí contigo e toma no… – ela me interrompeu.

– Êêêê… Não precisa pegar tão pesado – Rafa disse sem graça e ouvi risadas da Bruna e de Clara.

– Até parece que você não gosta.

– O que vocês vão fazer agora à tarde?

– Humm, mudou de assunto, hein? – ri e continuei – não sei, acabamos de acordar, lembra?

– Pergunta aí para a Clara.

– As meninas estão perguntando o que vamos fazer agora à tarde.

– Já é tarde? – Clara perguntou apoiando-se em um dos cotovelos.

– Já passa das 12h.

– Faz tempo que não acordo tão tarde – disse espreguiçando-se.

– É porque dormimos muito cedo – disse rindo e dando-lhe um suave beijo nos lábios. Ela sorriu também e respondeu:

– Não sei, elas têm alguma sugestão? – disse voltando a aconchegar-se em meu pescoço.

– Amiga, estamos de maresia, alguma sugestão que seja para curtir preguiça?

– Podemos ir ao cinema, o que acha?

– Cinema? – perguntei para Clara.

Clara negou com a cabeça e fez um sinal com as mãos, passei o recado para Rafa.

– Cinema em casa é melhor – disse para minha amiga.

– Humm, proposta aceita, quando podemos chegar?

– Daqui à uma hora.

– Beleza, até mais tarde.

– Beijo amiga.

– Beijo, tchau!

– Duda?

– Diga!

– Aproveitem esse tempinho a sós porque não quero ver “descaração” na minha frente, viu?

– Essa é boa agora: estou em minha casa e você vem me dizer o que posso ou não fazer com a Clara só porque vocês vêm para cá? Pois então não venham, oras!

– Vou sim, só para atrapalhar vocês.

– Não adianta amiga, se eu quiser fazer alguma coisa, não são vocês que vão impedir.

– Então você está me desafiando?

– Você que não se meta a besta comigo – disse rindo.

– Duda, Duda… Você me conhece muito bem.

– Por te conhecer tão bem, sei também que me conhece e não vai tentar fazer nada, não é? E sabe de uma, Rafa, tenho coisas muito mais interessantes para fazer do que ficar discutindo com você.

– Tá certo, você me convenceu a desligar, mas antes, me responde uma coisa?

– Você está se superando hoje, hein? Diz logo.

– O que vamos levar? Aí tem algum filme legal?

– Bom, você sabe que aqui têm muitos filmes e modéstia a parte, são muito bons, caso contrário, não teria comprado, né? – ri e continuei – quanto ao que trazer, sei lá. Decidam aí e venham, você me conhece e a Bruna conhece a Clara, então façam algo de útil e resolvam essa parte porque agora estou muito ocupada.

– Tá bom, tá bom, daqui a pouco estaremos aí.

– Tchau – disse e desliguei para não dar mais oportunidade de Rafa se lembrar de mais alguma coisa para falar.

Coloquei o celular no lugar onde estava anteriormente e voltei minha atenção para Clara que acariciava a minha barriga, depositei um beijo em seus lábios:

– Bom dia, aliás, boa tarde! Dormiu bem? – sorri.

– Maravilhosamente bem, depois de terem esgotado minhas energias e ainda tive um corpo desse gostoso para encaixar e dormir, não tinha como ser o contrário – disse beijando meu pescoço.

– Humm, assim não vale… Vou acabar não resistindo e as meninas estão vindo para cá.

– Elas podem esperar – disse já deslizando uma das mãos em meu corpo, beijando meu pescoço e dando leves mordidas fazendo com que eu me arrepiasse toda.

Ficamos ali naquele amasso gostoso com direito a carícias ousadas, beijos ardentes, sorrisos, suspiros, gemidos. Era tão gostoso que não demos conta que o tempo passou tão depressa, só percebemos quando o interfone começou a tocar, mas não podia parar o que estava fazendo, seria muita sacanagem comigo e com a Clara, ela estava prestes a me presentear com um gozo em minha boca. Acelerei o ritmo, o que prontamente foi aprovado pela mulher que estava ali comigo.

Seu corpo respondeu trêmulo, suado, molhando toda a minha boca com um delicioso líquido que eu fiz questão de saborear até a última gota. Nós duas queríamos continuar ali, mas meu celular começou a tocar. Beijei sua boca presenteando-a com seu próprio sabor. Deitei-me ao seu lado e Clara me abraçou ainda com a respiração falha, atendi o celular já sabendo que era:

– Você está se especializando, hein?

– Porra Duda, faz um tempão que estamos aqui te interfonando e te ligando e nada de você atender.

– Eu sei, mas não podia atender, não naquele momento – disse rindo e levando um leve tapa de Clara no ombro.

– Tá, tá, se vistam e abre logo o portão.

– Sim senhora! – disse desligando a ligação.

– Chegaram? – Clara perguntou.

– Sim, acho melhor nos vestirmos – disse indo em direção ao interfone para permitir a entradas das duas.

– Tudo bem, mas vou tomar um banho, tá?

– Beleza, quando você terminar, eu tomo o meu. Dessa vez não podemos ir juntas – disse rindo e beijando-a.

Ouvi batidas na porta, vesti meu roupão e fui abrir. Beijei Rafa e Bruna no rosto. Elas entraram e minha amiga conduziu a acompanhante para o quarto já que a TV, o DVD e os filmes estavam lá, ficamos conversando enquanto Clara estava no banho. Quando ela saiu, estava vestindo o mesmo blusão que usou na noite anterior somente o tempo que fomos lanchar. Percebi também que estava só de calcinha por baixo. Levantei e quando passei por ela, senti um delicioso perfume de banho recém tomado, dei um beijo em seus lábios e entrei no banheiro.

O restante da tarde foi muito agradável, conversamos e namoramos muito mais do que assistimos algum filme. Comentamos algumas coisas sobre nossas noites, mas nada demais, tudo muito superficialmente. Adorei saber que realmente Clara gostou do que aprontamos, achei que ela estava falando somente para me agradar, mas lembrei das palavras ditas, das nossas trocas de olhares durante toda a noite.

Por volta das 21h, as meninas resolveram ir embora, fiquei um pouco triste porque sabia que era hora da Clara partir também, mas para a minha surpresa ela avisou a Bruna que só se veriam na manhã do dia seguinte. E eu? Adorei a notícia, né? Ficar mais uma noite com aquela mulher era perfeito. Queria aproveitar cada segundo com ela e foi isso que fiz assim que nossas amigas foram embora. Como comemos besteira a tarde inteira, resolvemos beber somente um pouco de Coca-Cola, tomamos um banho cheio de malícia e deitamos.

Aquele fim de semana estava sendo perfeito na companhia daquela mulher maravilhosa e que estava conseguindo me tirar do sério, tudo o que ela fazia era de meu agrado e vice-versa. Tudo era motivo para receber um beijo e/ou um carinho mais ousado como recompensa. Eu estava adorando aquela situação. Ficamos ali namorando, trocando carinho, fazendo sexo até quase às 2h da madrugada que foi quando decidimos que era hora de dormir, nossos corpos estavam pedindo repouso. Clara por sua vez, encaixou seu corpo no meu em forma de concha e eu que estava por trás, a abracei e rapidamente peguei no sono.



Notas:



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