Um olhar do destino

1 – Prólogo

Para três admiráveis mulheres que existem em minha vida; uma me deu a inspiração para este romance, outra me deu a motivação qual precisava e a terceira, me deu seu tempo. As chamo de amigas.

Obrigada!



Um olhar do destino, é o primeiro romance que tive coragem de compartilhar pela internet e entre os amigos, e é justamente por isso que, aonde vou preciso levá-lo. Será publicado um capítulo por dia, exceto nos finais de semana, pois a bruxinha aqui também precisa de descanso, rsss’
Desde já agradeço a tod@s que dispuserem de seu tempo para ler esta ficção, torço para que gostem e desejo uma boa leitura.

Ah, como já disse, essa obra é ficcional e qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Grata, Mohine



SINOPSE

Existe apenas uma chance entre 258 mil possibilidades, de você encontrar a pessoa ideal. Aquela pessoa que faz teu mundo ficar completamente bagunçado e ao mesmo tempo, te faz ter a leve impressão de que nunca foi tão perfeito.

Mas, e se quando o seu verdadeiro amor surgir você já pertencer a outro alguém? E se essa pessoa ideal guardar um segredo que pode mudar todo o rumo da história? Você conseguiria passar por cima de tudo qual sempre acreditou ser o certo para viver uma verdadeira história de amor?

Um olhar do destino… será que temos total controle acerca de nossas escolhas, somos frutos dos impulsos e das carências? Ou tudo que nos acontece já estava traçado antes mesmo de nascermos? Maktub?

Maktub*: palavra de origem árabe que significa “já estava escrito” ou “tinha que acontecer”. Também é considerada sinônimo de “destino”, pois expressa alguma coisa que estava predestinada ou um acontecimento que já estava “escrito nas estrelas”. Nesse caso, apesar de possuirmos o livre arbítrio, as coisas que acontecem já estavam destinas a acontecer.



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Prólogo
Carlos e Jenny viviam brigando, mas sempre conseguiam dar um jeitinho de se acertarem. Acredito que isso seja algo normal entre alguns casais, afinal, existem casais que brigam, àqueles que gostam de extravagantes demonstrações de amor, e também os discretos. E é exatamente assim, cada casal com suas particularidades e todos pertencentes há algum grupo.

Carlos e Jenny tinham três anos de casados, e 80% do casamento poderia ser basicamente resumido em discussões e reconciliações, mas naquele dia… ah, naquele dia tudo foi diferente:

Aquela briga, sem sombras de dúvidas, havia sido a pior; daquelas em que é dito tudo que estava guardado e um pouco mais, falaram até mesmo as coisas que jamais deveriam ser pronunciadas. Só não houve agressão física, mas não faltou muito para que isso acontecesse.

Quem findou a briga foi ela, sentia tamanha fúria, que poderia explodir feito uma bomba atômica, destruindo tudo ao seu redor. Deixou Carlos falando sozinho, saiu batendo a porta, nervosa e aos prantos. Pensando bem, devemos desconsiderar a parte do “aos prantos”, pois Jenny sempre foi um perfeito exemplo do que chamamos de “manteiga derretida”, sim, ela chorava por qualquer coisa!

Nesses momentos, só existia um lugar qual ela considerava o refúgio mais que perfeito, era o Parque Municipal, ficava há quinze minutos de sua casa, a pé. E decerto, aquela pequena caminhada lhe faria bem, acalmaria suas emoções e a ajudaria colocar os pensamentos em seus devidos lugares.
A cada passo, ela tentava controlar as lagrimas, as palavras que dissera e ouvira, ainda ecoavam em sua mente, também se sentia envergonhada, devido as pessoas que passavam por ela, maioria encaravam-na, outras disfarçavam, e poucas faziam menção de se aproximar com intuito de oferecer ajuda. Mas, quando finalmente chegou ao seu destino, sabia que não poderia receber ajuda melhor. Deus, com certeza era Deus lhe presenteando, apaziguando seu coração, deixando suas lágrimas de lado.

Jenny foi arrebatada pelo encanto que estava aquele lugar, e não poderia ser diferente, a natureza estava particularmente ainda mais bela naquele final de tarde, uma típica tarde de outono: o ar era fresco, limpo e frio. O vento levantava as folhas secas do chão e agitava algumas pontas soltas dos cabelos de Jenny. A impressão que se tinha, era de que ela pertencia a uma dessas pinturas; uma tela onde o artista cuidou de retratar os mínimos detalhes.

Todas as estações têm seu charme, mas o outono, existe uma espécie de magia no outono, onde parece que tudo se torna possível de acontecer. Porém, nem todos pensam assim, Sophie certamente não pensava assim!
Ela não gostava do inverno, muito menos do outono. Ela era a moça que se alegrava com o sol e as flores, já que o frio sempre lhe fazia se sentir mais só do que realmente era.

Sophie desejou imensamente não sair da cama naquele final de tarde, pois era assim que curava sua sensação de solidão, ficando no quentinho confortável da sua cama, mas precisava cumprir com seus compromissos. O despertador começou a alarmar, e o James, seu cãozinho: um poodle micro toy preto, decido a ajudar, passou a latir sincronizado com o despertador. Sophie pensou, ao tentar abrir os olhos, que a última coisa que precisava era um “cão-despertador”, mas logo sorriu com a cena.

Espreguiçou-se, virou de um lado para o outro, levantou ainda tentando abrir os olhos, e seguiu em direção ao banheiro, sem deixar de tropeçar no sapato que estava jogado pelo caminho. Talvez, não existisse no mundo alguém mais desastrada que ela.

Pouco mais de uma hora, já estava pronta e descia para a garagem do prédio onde residia. Na garagem, deparou-se com o carro de algum dos vizinhos fechando a passagem do seu carro, respirou fundo e foi para portaria, enquanto pedia um táxi.
Seu humor naquele dia não era o dos melhores, ao menos o táxi não tardou para chegar, o que lhe deixou levemente com a sensação de que nem tudo estava tão ruim. Porém, porque sempre haverá um, “porém”, sem contar que quando a vida quer te sacanear, ela faz isso com maestria: o táxi já se encontrava na principal avenida da cidade, em frente ao Parque Municipal, quando Sophie começou a sentir um forte odor, e em poucos segundos o táxi estava tomando pela fumaça, ela saiu do carro ao susto e certa de que definitivamente aquele não era o seu dia. Ao menos, estava em frente ao parque, precisaria apenas atravessa-lo, que chegaria aonde precisava.
Passou pela faixa de pedestres a passos largos, entrou no parque cantarolando mentalmente, para que pudesse se acalmar, e quando fazia, ainda mentalmente, uma incrível performance na bateria, sentiu o impacto.

Provavelmente, se uma mão não a tivesse segurado, era certo que teria caído. Aquilo foi a gota d’água, estava pronta para jogar todo seu mau humor na criatura que não havia prestado atenção por onde andava, mas, quando se encontrou naqueles olhos azuis, sentiu como se eles tivessem se conectado aos seus, por alguns segundos, o mundo parou.

Claro que quando Jenny entrou no parque e ficou completamente distraída, esforçando-se para que aquele momento não a comovesse tanto, a ponto de lhe fazer chorar outra vez, ela não imaginou que ao estar mergulhada em seus pensamentos, perdida em seu próprio mundo, acabaria esbarrando-se em Sophie, ou ainda, que iria se sentir presa naqueles olhos cor de amêndoas.



Notas:



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