— Então?
— Encontrei uma casinha, aqui perto, mas o dono estará reformando pelos próximos 10 dias. Já acertamos o aluguel. — Isadora contou com satisfação após passar metade do dia vagando pela cidade em busca do seu futuro lar. Felizmente, era domingo. Então, não teve dificuldades em encontrar os proprietários das residências que visitou, que não foram tantas assim. — Vou falar com uma amiga para ficar na casa dela enquanto isso.
Ela devolveu a chave da picape para Dakota. Após as fortes chuvas, as estradas estavam em péssimas condições. O carro popular de Isadora corria sério risco de ficar atolado, por outro lado, Dakota não estava a fim de fazer um rally aquático com a sua moto, então foram para a cidade juntas na picape dela.
— Ou talvez, seja melhor ir para Passo Doce. Uma amiga da minha tia tem uma pensão lá. Acho que não vai ser difícil conseguir um quarto por uns dias.
Dakota empurrou uma cerveja para Júlio, que a levou para uma mesa ali perto, e enfiou as chaves no bolso. Isadora sentou em um dos bancos que rodeavam o balcão, apoiando os cotovelos nele e suspirando profundamente.
— Você sabe que não precisa fazer isso, Isadora. Ir e vir todos os dias para trabalhar seria desgastante e perigoso com as estradas em estado tão ruim. Pode ficar lá em casa o tempo que precisar.
— Já disse que não quero te incomodar. Além disso, não será tão ruim, pois estou de férias. Passei alguns dias com os meus pais no Recife e esperava aproveitar os dias que faltavam com Alice, mas isso já não é possível. Então, serão apenas 4 ou 5 dias nesse vai e vem.
Baixou o olhar para o tampo do balcão. Na verdade, ela nem queria continuar em Cascabulho. Só havia se mudado para a cidade para cuidar de uma tia idosa. Como era agrônoma, não foi difícil arranjar um trabalho em uma das fazendas da família Rocha e, posteriormente, acabou se estabilizando na secretaria de agricultura da cidade.
Quando a tia faleceu, um ano e meio antes, pensou em deixar Cascabulho e retornar para o seu antigo trabalho, morar mais perto da família. Porém, Alice já fazia parte da sua vida e o relacionamento ficava mais forte a cada dia, o que foi acentuado quando ela pediu para que se mudasse para a fazenda Mimosa.
Na época, a vida parecia estar em um rumo certo, mas agora ela não fazia sentido. E a ideia de continuar morando em Cascabulho e convivendo com Alice, mesmo que indiretamente, ganhava contornos de um pesadelo.
— Nós já esclarecemos isso, não? Você não é incômodo — Dakota afirmou. — Pode ficar na chácara pelo tempo que precisar. Na verdade, até que eu gostei de ter uma companheira para jogar xadrez. Sabe, Sissi não é muito boa nisso, sempre acaba derrubando as peças e babando o tabuleiro.
Isadora riu. Ela adorou encontrar um tabuleiro no cômodo que Dakota usava como escritório, gostou mais ainda quando a motoqueira a convidou para uma partida. Alice não gostava de xadrez, não tinha paciência. Dona Rosana, por outro lado, compartilhava seu apreço pelo jogo.
A tempestade durou o dia inteiro e as estradas só se tornaram transitáveis um dia depois. Então ela passou os últimos dois dias na companhia de Dakota e sua cadela. Não tiveram mais conversas tão pessoais quanto a daquela manhã chuvosa, mas falaram sobre tantas outras coisas que, em alguns momentos, Isadora teve a impressão de que essa era a intenção de Dakota, deixá-la tão ocupada com outros pensamentos, que não restaria tempo para chorar e sofrer por Alice. Todavia, quando estava sozinha em seu quarto, as lágrimas vinham.
— Mas compreendo se estiver com medo. Eu sou uma encrenqueira, você sabe.
— Minha cabeça está tão bagunçada, Dakota, que a ideia de me meter no seu tipo de encrenca nem consegue me assustar. Mas, para ser sincera, isso realmente me preocupa. Contudo, acredito que ninguém vai querer se aventurar na sua chácara no meio da noite outra vez.
— Por quê?
— Porque o velho Mariano já espalhou a história para a cidade inteira. Quer me contar como ele soube disso?
Dakota sorriu daquele jeito metido, que Isadora estava começando a apreciar.
— Posso ter comentado sobre isso com o Júlio, mais cedo, enquanto abríamos o bar. Seu Mariano estava passeando com o cachorro, bem aqui em frente. Deve ter ouvido algo.
— Que coincidência… — arqueou uma sobrancelha.
— Né? Fofoqueirozinho de sorte.
— Demais — foi irônica.
Um pequeno silêncio se fez presente entre elas. Dakota pegou a prancheta, na qual estivera debruçada após conferir o estoque de bebidas e escreveu algo. Enquanto isso, Isadora se deixou afundar em seus próprios pensamentos, lançando olhares tristes para o celular, que estava cheio de mensagens de Alice.
— Você é confiante demais, Dakota. Não sei se isso pode ser encarado como uma qualidade ou simplesmente burrice, pois já vimos que chamar tanta atenção por aqui não é saudável. Anda fazendo inimigos que sequer conhece a face.
— Prefiro achar que é charmoso — piscou para ela, lhe arrancando um leve revirar de olhos.
— Faço questão de discordar, pois acabo de decidir que é burrice mesmo — retrucou com uma mistura de seriedade e brincadeira. — Só espero que tudo se resolva logo. Não quero te ver machucada.
— Não seria a primeira vez — Dakota colocou a prancheta de lado e Isadora focou o curativo no seu braço. Havia visto o suficiente do corpo dela, para saber que dizia a verdade. Além das tatuagens, ela tinha cicatrizes bem distintas. Estava quase certa de que, pelo menos uma, era o resultado de um tiro. — Mas fico grata que se preocupe comigo — apertou a mão dela rapidamente.
O celular anunciou uma notificação. Isadora olhou para a tela e arrastou a mensagem para o lado até não poder mais ser vista. Mesmo assim, um ícone piscou no topo da tela, como um lembrete de que ela ainda estava ali.
— Alice?
Ela tirou o olhar do aparelho e confirmou com um meneio de cabeça.
— Ela me mandou mensagens o dia inteiro, também ligou algumas vezes ontem e no dia anterior. Eu só… ignorei.
— Você sabe que terão de conversar cedo ou tarde.
— Eu sei, mas prefiro que seja mais tarde. Preciso estar com os pensamentos claros, entende? Quero poder falar para ela como me sinto sem cair no choro.
Dakota balançou a cabeça, compreensiva, e nada mais disse sobre o assunto. Afinal, já estava se metendo demais naquela história. Coisa que, normalmente, ela não fazia, pois preferia manter distância dos problemas alheios. No entanto, sentia pena de Isadora.
— Bom, você pode conversar com a sua amiga depois. Esta noite você ainda tem uma cama lá em casa.
— Obrigada — fitou o celular de uma forma tão triste que Dakota acabou pegando o aparelho e o virando sem nada dizer.
Isadora cruzou o olhar com o dela, que perguntou:
— Que tal ir a Passo Doce comigo?
— Em pleno domingo? O comércio está fechado.
A outra sorriu de lado, passando uma flanela pelo balcão.
— Na verdade, estava pensando em ir amanhã. Necessito repor o meu estoque, além disso, quero conhecer as atrações locais.
— E com isso você quer dizer que vai arrumar confusão em um certo cabaré.
— Talvez — arqueou os lábios.
Isadora balançou a cabeça, uma mecha dos cabelos caindo sobre os olhos.
— E precisa da minha companhia, porque…
— Ah, você sabe, para não me meter em encrenca — deu de ombros, com fingida inocência.
— Dakota, é impressão minha ou você anda tentando me distrair dos meus problemas com os seus problemas?
A forasteira riu gostoso, atraindo a atenção dos poucos clientes no estabelecimento. Curvou-se o suficiente para apoiar o cotovelo no balcão e descansar o queixo na mão.
— Depende — falou. — Está funcionando?
— Talvez — Isadora respondeu, suave, e correu os olhos pela madeira do balcão até voltar a fitar o rosto dela. — Um dia, espero conseguir te agradecer direito pelo apoio.
— Uma garrafa de vinho é sempre uma boa escolha — gracejou.
— Achei que você preferia cerveja e vodca.
— Cerveja para relaxar no fim de um dia cansativo, vodca para acalmar os nervos e vinho para dividir com uma boa companhia.
O tom de flerte, Isadora havia percebido naqueles dois dias em sua companhia, era comum em Dakota. Tanto que, às vezes, era difícil perceber quando ela estava falando sério, como naquele momento. Razão pela qual sentiu as bochechas arderem, embora soubesse que não existia segundas intenções ali.
— Vou lembrar disso — garantiu. — Mas, voltando ao assunto, não precisa ficar arranjando maneiras de me distrair. Afinal, você não veio para Cascabulho para ser babá de uma mulher adulta com o coração partido.
— Isso quer dizer que você não vai comigo? — fez um biquinho afetado.
— Tenho certeza de que você sabe se controlar e não precisa da minha ajuda. — Inspirou fundo. O bom senso lhe dizia para ficar fora daquela confusão, mas seria mesmo uma boa distração. Além disso, precisava fazer algumas compras para a casa nova, visto que vendeu todos os seus móveis ao se mudar para a fazenda Mimosa. — Eu irei, com algumas condições.
Com uma pequena careta, Dakota fez um gesto, incentivando-a a continuar.
— Sem brigas, sem armas, sem provocações que possam nos colocar em problemas com gente perigosa, sem beber e dirigir.
— Eu posso fazer isso — Dakota projetou o lábio inferior para a frente e balançou os ombros, tal qual uma criança faria.
— É sério, Dakota, se perceber que vai ficar perigoso, nós vamos embora. Certo?
— Eu prometo. Só quero dar uma olhada no lugar e sondar um pouco — garantiu. E com isso decidido, chamou Júlio para dar algumas instruções, antes de retornarem para a chácara, ao passo que Isadora saiu do bar, a fim de esperá-la na calçada.
Assim que Isadora se afastou, o celular de Dakota tocou. O número era desconhecido, porém, local. Ela atendeu e foi para o depósito, a fim de ter mais privacidade.
— Dakota? — a voz de Alice lhe chegou um pouco abafada.
— Oi, Alice. Como conseguiu este número?
— Pedi ao Júlio. Isadora está com você?
— Você sabe que “término” significa, não é?
Houve uma pausa do outro lado da linha.
— Eu só preciso falar um pouco com ela. Não quero deixar as coisas assim entre nós.
— Eu compreendo, mas ela está triste e magoada. Precisa de um tempo para colocar as ideias e sentimentos no lugar. Dê esse tempo a ela. Tenho certeza de que estará mais aberta ao diálogo daqui uns dias.
Novo silêncio de Alice, depois um suspiro e, por fim:
— Tudo bem.
***
Havia nuvens escuras no horizonte e o vento frio arrastou as folhas secas, formando uma pequena sinfonia em harmonia com o sino da igreja, que anunciava a missa que estava prestes a começar.
Isadora olhou para o relógio de pulso, confirmando a hora. Passava um pouco do meio da tarde e não foi coincidência alguma ver a velha caminhonete da fazenda Mimosa estacionando em frente a igreja, do outro lado da praça. Por um momento, ela sentiu todos os músculos do seu corpo enrijecerem, todavia relaxou ao constatar que a pessoa ao volante era Jaime.
O capataz desceu do veículo alongando os braços e, quase imediatamente, seu olhar foi atraído para o bar. Jaime ergueu a aba do chapéu levemente, cumprimentando-a antes de dar a volta na caminhonete e abrir a porta do passageiro para ajudar Dona Rosana e a esposa dele, Matilde, a desembarcar. Os três nunca perdiam a missa da tarde de domingo.
Assim que avistou Isadora na calçada, dona Rosana se encaminhou para lá. O casal de empregados a seguiu de perto.
— Eu sinto muito, filha — a idosa a abraçou forte.
— Eu também — Isadora respondeu, um tanto sem graça. — Desculpe por sair sem me despedir.
— Está tudo bem, eu entendo — Rosana afastou-se e fez um carinho rápido no rosto dela, que também cumprimentou Jaime e Matilde. — Onde você está ficando?
— Na Vista Alegre com a Dakota. Ela foi muito gentil em me oferecer abrigo enquanto não encontrava uma casa para alugar.
— Não sabia que vocês eram tão íntimas.
— Não somos, mas ela tem sido muito atenciosa comigo. Tem me ajudado bastante.
Como se ter seu nome pronunciado fosse uma deixa para Dakota se aproximar, ela saiu do bar e enviou um cumprimento de cabeça para Dona Rosana e companhia. A mulher mais velha forçou um sorriso e agradeceu:
— Obrigada por cuidar de Isadora.
A forasteira a fitou rapidamente, o olhar estreitou e uma ruguinha se formou no canto da boca, com mais ares de desprezo do que da ironia com a qual Isadora já estava se habituando.
— Só estou sendo solidária com uma amiga. Ela pode ficar lá em casa o quanto desejar.
Desde que saiu do bar, Dona Rosana não tirava os olhos dela. Sob a luz do dia, a idosa agora registrava detalhes que não conseguiu capturar na noite em que se conheceram, o rosto de tez alva com algumas sardas, o maxilar quadrado, os olhos de um tom castanho claro, a pequena cicatriz na testa. Dakota era uma estranha, porém, havia algo de familiar nela.
Por alguns segundos, Rosana se permitiu revirar suas memórias em busca de um momento qualquer em que tivessem se encontrado antes daquela noite na fazenda.
— Não se ofenda, mas espero que não seja assim — ela disse, devagar, os olhos deslizando pelas tatuagens do braço de Dakota até pararem no curativo que envolvia o corte que ela sofreu na noite do ataque. — Acabamos de passar na venda do Mariano e ele nos contou o que aconteceu na sua chácara.
— Alice não tinha contado para vocês? — Isadora perguntou, surpresa.
Rosana empertigou-se, comprimindo os lábios.
— Ela está um pouco chateada comigo — contou. — Andei lhe dizendo algumas verdades quando soube do fim do seu relacionamento. Vocês eram tão lindas juntas…
Dakota deu um sorriso torto, chamando sua atenção outra vez. Isadora não precisou se esforçar para imaginar o clima entre as duas mulheres. Alice podia ser difícil após uma discussão, porém, Dona Rosana era muito mais complicada. Não era uma mulher que costumava ter tato para falar o que pensava.
— Enfim, não acho bom que Isadora fique muito tempo com você — ela voltou a se dirigir a Dakota.
— Isso, é ela quem decide — Dakota abriu a porta da picape, mas não entrou.
— Está fazendo um jogo perigoso, arrumando confusão com Silvestre Rocha — Rosana pontuou.
— Não seria a primeira vez — respondeu, seca. Seu desagrado era nítido.
Ouviram o sino da igreja, novamente.
— Ah, é bom a gente ir. A missa já vai começar — Jaime falou, notando a contrariedade da patroa. Temia que Dona Rosana se indispusesse com uma mulher que, claramente, não era flor que se cheirasse.
Rosana não se mexeu, tentando compreender aquela resposta. Com os ânimos, claramente inflamados, Dakota perguntou:
— Porque todo mundo nesta cidade acha que precisa ser um capacho daquela família? Silvestre Rocha, Donato Rocha, Jonas Rocha… Olham para eles como se fossem donos do universo.
O terceiro nome trouxe um arrepio para Rosana e companhia. Não o ouviam há anos. Até mesmo Silvestre Rocha jurou nunca mais pronunciá-lo.
— São apenas homens. O poder que eles têm, é o poder que as pessoas dão a eles.
— Talvez seja assim no lugar de onde você vem, moça — Jaime retrucou. — Aqui, é o dinheiro quem manda. E a família Rocha tem dinheiro de sobra para mandar e desmandar nesta cidade e ainda sair impune disso.
Ele trincou o maxilar, desconfortável por ter se deixado falar o que pensava de forma tão inflamada em um lugar onde qualquer um poderia ouví-lo. Teria dito mais, se Matilde não tivesse colocado a mão em seu braço.
— E com essa ideia, vocês permitem que eles roubem suas terras, abusem e matem suas filhas, como se fossem as coisas mais naturais do mundo — Dakota replicou, encarando Rosana antes de entrar na picape e dar a partida no motor.
Sem jeito, Isadora apressou-se a se despedir e também se acomodou no interior do veículo. Antes de colocar o carro em movimento, Dakota voltou a se manifestar:
— O que disse pode até ser verdade, mas nem todo esse dinheiro impediu que aquele filho da puta do Jonas Rocha pagasse pelo o que ele fez com Estela. E estejam certos de que também não conseguirá proteger Silvestre ou seus filhos, se forem os responsáveis pela morte de Tonho.
Ela arrancou com o veículo, afastando-se rapidamente deles, que trocaram olhares estranhos e confusos.
— O que ela quis dizer com isso? — Jaime perguntou.
— Acho que ficou bem claro — Matilde saiu do seu silêncio, havia muita emoção em sua voz.
O marido e a patroa a fitaram com expressões curiosas. Matilde esclareceu:
— Jonas Rocha está morto. A justiça foi feita.
— Não posso acreditar — Jaime amassou o chapéu entre as mãos, o olhar pousando no rosto pálido de Dona Rosana que, naquele instante, havia encontrado a lembrança que tanto buscava sobre já ter visto Dakota antes.
***
Isadora respeitou o silêncio de Dakota até não suportar mais a curiosidade.
— Você pode me contar?
Dakota desviou o olhar da estrada para fitá-la rapidamente.
— Sobre o quê, exatamente?
— Para começar, sobre o seu problema com a Dona Rosana.
— Não tenho problemas com ela.
— Jura? Porque foi impossível não perceber seu desprezo, há pouco.
Dakota parou a picape, estavam a poucos metros da porteira da chácara. Ela fitou a estrada enlameada, depois baixou a cabeça e sorriu.
— Só acho irônico que ela fique tão sentida com o fim do seu namoro com Alice.
— Por quê?
— Porque ela nem sempre foi tão aberta ao amor entre pessoas do mesmo sexo.
— Alice me disse que teve alguns problemas com isso, quando ela saiu do armário, mas ficou tudo bem depois. As pessoas mudam, Dakota.
— É verdade. Posso garantir que sou um grande exemplo disso e não estou falando apenas da aparência. Mas é difícil olhar para a sua “querida” Dona Rosana e não recordar que o preconceito e intolerância dela levaram Estela à morte.
— Como assim?
— Estela era como nós, Isadora. Ela cometeu o erro de se apaixonar por uma garota e isso incomodou tanto Rosana que ela, praticamente, forçou o pai de Estela a aceitar o casamento da filha com Jonas Rocha, irmão do Silvestre. Ele era bonito, rico, andava louco por Estela há tempos e parecia bastante disposto a colocar a garota no bom e natural caminho de uma esposa. Quase um santo!
Havia uma expressão de nojo em seu rosto ao fim da frase. E Isadora sentia a revolta dela vibrar em cada palavra. As mãos apertaram o volante com tanta força, que a cor fugiu dos nós dos seus dedos.
— Mas ele não era assim de verdade. Todos sabiam. E Estela morreu um ano depois. Ela estava grávida e aquele animal a espancou até a morte.
Isadora engoliu em seco, sentindo uma pena imensa da garota.
— Ele foi preso?
Ela não respondeu. Desceu da picape e abriu a porteira. Quando retornou ao volante, Isadora insistiu:
— O que aconteceu com ele? — colocou a mão no braço dela.
Dakota olhou para a mão que a tocava, depois fitou os olhos dela e, sem qualquer emoção na voz, contou:
— Tonho e eu o penduramos em uma árvore anos atrás. Espero que os urubus tenham feito bom proveito daquela carniça.
Uau, a curiosidade tá me matando…
Quero mto a continuação…
Mto bom, MESMOOOO…
Adoro deixar vocês, leitoras, curiosas. Hehe…
Logo, logo, posto mais!
Beijos!