ALÉM DAS PALAVRAS

17. Epílogo

Epílogo 

O vento soprava, bagunçando seus cabelos. 

Nicole ergueu a face para o céu e um raio de sol lhe acariciou a pele alva, enquanto sorria. Nunca se sentiu tão tranquila. 

Era assim a felicidade plena? 

Estava sentada na grama, as pernas encolhidas. Apreciava a paz e o amor que tanto buscou, sentindo-se preenchida por eles. Baixou o olhar para a namorada, agachada ao lado de um canteiro com as mãos enfiadas na terra. Aléxia insistiu que sua casa não tinha vida. “Precisa de um jardim”, dissera e logo se prontificou a fazer um. 

Uma criaturinha loira e despenteada jogou-se em cima de Nicole, lhe arrancando uma gargalhada alta. Davi, seu sobrinho espoleta, se apaixonou por Aléxia assim que a viu e, assim como ocorria consigo, não perdia a oportunidade de pedir colo, abraços e beijos. Nicole o abraçou forte. Estava imundo, mas ria solto, manchando a camiseta branca da tia com as mãozinhas sujas de terra. O mesmo não aconteceria com Aline quando visse o estado do filho. 

Como se o pensamento a chamasse, ela enfiou a cabeça loira na porta lateral da casa. Os fios curtos cintilaram com a luz do sol e os lábios crisparam-se ao ver o pequeno tão sujo. 

— Céus! O que vocês fizeram com ele? — O pegou no colo. — Vou levar horas para conseguir limpá-lo. 

— Ah! Deixa de drama, Line. Eu dou banho nele — Nicole se prontificou, alegremente.

— Nem pensar! É capaz dos dois pintarem as paredes de lama ou, pior, se afogarem no chuveiro! 

Nicole gargalhou com o exagero da irmã caçula, e esta deslizou uma mão por seus cabelos, lançando um olhar para a cunhada que se dedicava a plantar uma muda de roseira. 

— O almoço está quase pronto. Espero vocês duas lá em casa. De preferência, limpas. Só me façam um favor: tomem banho separadas! Não queremos morrer de fome, enquanto as duas se divertem no chuveiro. — Riu maliciosa, já se retirando com o pequeno entre os braços. 

Almoçar com ela e o marido, aos sábados, tinha se tornado uma rotina. Às vezes, o resto da família participava do almoço, incluindo seu pai que, depois de alguns dramas e discussões, acabou percebendo que a relação da filha com Aléxia era séria, e se aquietou. Aos poucos, o jeito tranquilo de Aléxia minava as barreiras dele e o conquistava. 

Nicole tinha esperanças de que não tardaria para que ele a aceitasse como uma filha, assim como fez com os outros genros e noras. Sonhar não custava nada. 

Feliz, deitou-se na grama. Fechou os olhos com um sorriso e, um minuto depois, Aléxia tomou lugar ao seu lado, reivindicando seus lábios. A mirou, desejando que pudesse ver, no brilho de seu olhar, o quanto a fazia feliz. 

— Me perdoa? — Perguntou. 

Aléxia tracejou sua face com os dedos sujos de terra, deixando trilhas escuras na pele. Divertia-se ao fazê-lo e Nicole não se incomodava. 

— Me perdoa por tudo que fiz; pela pessoa horrível que fui? — Tinha lhe dito, quando se reencontraram, que chegaria o dia em que pediria perdão por tudo que fez, mas não conseguiria fazê-lo enquanto não conseguisse se perdoar. 

O momento havia chegado. 

Aléxia a completava de tal maneira que não conseguia mais se odiar pelo mal que causou ou a si mesma e a família. Era passado e não precisava mais carregá-lo consigo como se fosse uma ferida eternamente aberta. A namorada riu, tomando seus lábios novamente, um beijo cálido. Então, ela se pôs de pé e a trouxe junto. 

— Por que isso agora? 

— Porque preciso. 

Aléxia suspirou, compreendendo. 

— Sinto muito, amor, não posso fazer isso agora, porque já te perdoei há muito tempo. Como poderia me permitir te amar, se não pudesse perdoá-la? 

Nicole a trouxe para os seus braços, rindo como uma criança. Era a primeira vez que a ouvia dizer que a amava e lhe disse isso. 

— Se depender de mim, minha amada inimiga, você ouvirá essa frase todos os dias. Eu te amo, Nico! — E a beijou, trazendo para seus lábios a doçura das palavras e dos sentimentos. 



Notas:

Oi, amores!

Quero agradecer pela companhia de vocês em mais uma história. Apesar de não ser um texto novo, espero que tenha sido divertido ler essa nova versão. Como disse, tenho muito carinho por esse texto e estou revisando e reescrevendo alguns trechos para publicação em livro. Espero que não demore para terminar.

Um grande abraço, beijos e xêros!




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12 Respostas para 17. Epílogo

    • Oi, Nara!

      Encanta com o comentário. Muito obrigada por tirar um tempinho para escrevê-lo. É um imenso prazer saber que pude proporcionar uma boa leitura para você.

      Espero te reencontrar em outras histórias.

      Beijos!

  1. Foi um grande prazer reler essa história. Muito linda. 🥰🥰🥰🥰🥰😍😍

    • Oi, Margarete! O prazer é todo meu por poder proporcionar a você uma boa leitura. Como disse, tenho muito carinho por esse romance e saber que gostou tanto me deixa imensamente feliz!

      Um beijo e até o próximo.

    • Oiii, Karen!

      Eu que fico feliz pela sua companhia na história. Ela tá um pouquinho diferente, mas espero que tenha sido para melhor.

      Beijos e obrigada pela companhia!

    • Oi, Rafa31a!

      Que bom! Fico muito feliz. Obrigada por tirar um tempinho para lê-la.

      Um beijão pra tu!

  2. Amei reler essa nova versão. Já adorava antes, com mais detalhes amei ainda mais! E que venha o livro!

    Bjão

    • Oiii, Preguicella!

      Menina, que bom! Eu andei mexendo nela na época em que postei no Wonderclub, foi bem corrido, pois estava postando essa história por lá e outra aqui no Lesword. Não fiz as alterações que eu gostaria, mas acredite, foi bem divertido escrever o lado da Nicole.

      E agora que estou fazendo uma nova revisão, estou aprofundando o que acredito merece ser melhor trabalhado.

      Valeu pela companhia!

      Beijão!

  3. Parabéns Tah… linda história e muito prazerosa em ler. Desejo muito sucesso com o livro viu.. e que venham outros.. bjs carinhosos

    • Oi, Eva!

      Obrigada, linda! Espero terminar essa revisão um dia! rs… Sou bem enrolada, como todos sabem. rs…

      Obrigada pelo carinho e companhia!

      Te vejo nos próximos!

      Beijos!

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