Epílogo
O vento soprava, bagunçando seus cabelos.
Nicole ergueu a face para o céu e um raio de sol lhe acariciou a pele alva, enquanto sorria. Nunca se sentiu tão tranquila.
Era assim a felicidade plena?
Estava sentada na grama, as pernas encolhidas. Apreciava a paz e o amor que tanto buscou, sentindo-se preenchida por eles. Baixou o olhar para a namorada, agachada ao lado de um canteiro com as mãos enfiadas na terra. Aléxia insistiu que sua casa não tinha vida. “Precisa de um jardim”, dissera e logo se prontificou a fazer um.
Uma criaturinha loira e despenteada jogou-se em cima de Nicole, lhe arrancando uma gargalhada alta. Davi, seu sobrinho espoleta, se apaixonou por Aléxia assim que a viu e, assim como ocorria consigo, não perdia a oportunidade de pedir colo, abraços e beijos. Nicole o abraçou forte. Estava imundo, mas ria solto, manchando a camiseta branca da tia com as mãozinhas sujas de terra. O mesmo não aconteceria com Aline quando visse o estado do filho.
Como se o pensamento a chamasse, ela enfiou a cabeça loira na porta lateral da casa. Os fios curtos cintilaram com a luz do sol e os lábios crisparam-se ao ver o pequeno tão sujo.
— Céus! O que vocês fizeram com ele? — O pegou no colo. — Vou levar horas para conseguir limpá-lo.
— Ah! Deixa de drama, Line. Eu dou banho nele — Nicole se prontificou, alegremente.
— Nem pensar! É capaz dos dois pintarem as paredes de lama ou, pior, se afogarem no chuveiro!
Nicole gargalhou com o exagero da irmã caçula, e esta deslizou uma mão por seus cabelos, lançando um olhar para a cunhada que se dedicava a plantar uma muda de roseira.
— O almoço está quase pronto. Espero vocês duas lá em casa. De preferência, limpas. Só me façam um favor: tomem banho separadas! Não queremos morrer de fome, enquanto as duas se divertem no chuveiro. — Riu maliciosa, já se retirando com o pequeno entre os braços.
Almoçar com ela e o marido, aos sábados, tinha se tornado uma rotina. Às vezes, o resto da família participava do almoço, incluindo seu pai que, depois de alguns dramas e discussões, acabou percebendo que a relação da filha com Aléxia era séria, e se aquietou. Aos poucos, o jeito tranquilo de Aléxia minava as barreiras dele e o conquistava.
Nicole tinha esperanças de que não tardaria para que ele a aceitasse como uma filha, assim como fez com os outros genros e noras. Sonhar não custava nada.
Feliz, deitou-se na grama. Fechou os olhos com um sorriso e, um minuto depois, Aléxia tomou lugar ao seu lado, reivindicando seus lábios. A mirou, desejando que pudesse ver, no brilho de seu olhar, o quanto a fazia feliz.
— Me perdoa? — Perguntou.
Aléxia tracejou sua face com os dedos sujos de terra, deixando trilhas escuras na pele. Divertia-se ao fazê-lo e Nicole não se incomodava.
— Me perdoa por tudo que fiz; pela pessoa horrível que fui? — Tinha lhe dito, quando se reencontraram, que chegaria o dia em que pediria perdão por tudo que fez, mas não conseguiria fazê-lo enquanto não conseguisse se perdoar.
O momento havia chegado.
Aléxia a completava de tal maneira que não conseguia mais se odiar pelo mal que causou ou a si mesma e a família. Era passado e não precisava mais carregá-lo consigo como se fosse uma ferida eternamente aberta. A namorada riu, tomando seus lábios novamente, um beijo cálido. Então, ela se pôs de pé e a trouxe junto.
— Por que isso agora?
— Porque preciso.
Aléxia suspirou, compreendendo.
— Sinto muito, amor, não posso fazer isso agora, porque já te perdoei há muito tempo. Como poderia me permitir te amar, se não pudesse perdoá-la?
Nicole a trouxe para os seus braços, rindo como uma criança. Era a primeira vez que a ouvia dizer que a amava e lhe disse isso.
— Se depender de mim, minha amada inimiga, você ouvirá essa frase todos os dias. Eu te amo, Nico! — E a beijou, trazendo para seus lábios a doçura das palavras e dos sentimentos.
Achei sua escrita uma delícia de ler.Parabéns pela delicadeza descritiva.
Oi, Nara!
Encanta com o comentário. Muito obrigada por tirar um tempinho para escrevê-lo. É um imenso prazer saber que pude proporcionar uma boa leitura para você.
Espero te reencontrar em outras histórias.
Beijos!
Foi um grande prazer reler essa história. Muito linda. 🥰🥰🥰🥰🥰😍😍
Oi, Margarete! O prazer é todo meu por poder proporcionar a você uma boa leitura. Como disse, tenho muito carinho por esse romance e saber que gostou tanto me deixa imensamente feliz!
Um beijo e até o próximo.
Tô muito feliz de você ter postado essa história. Esperei anos para poder lê-la novamente!!
Oiii, Karen!
Eu que fico feliz pela sua companhia na história. Ela tá um pouquinho diferente, mas espero que tenha sido para melhor.
Beijos e obrigada pela companhia!
Adorei a história. Obrigada por compartilhar conosco.
Oi, Rafa31a!
Que bom! Fico muito feliz. Obrigada por tirar um tempinho para lê-la.
Um beijão pra tu!
Amei reler essa nova versão. Já adorava antes, com mais detalhes amei ainda mais! E que venha o livro!
Bjão
Oiii, Preguicella!
Menina, que bom! Eu andei mexendo nela na época em que postei no Wonderclub, foi bem corrido, pois estava postando essa história por lá e outra aqui no Lesword. Não fiz as alterações que eu gostaria, mas acredite, foi bem divertido escrever o lado da Nicole.
E agora que estou fazendo uma nova revisão, estou aprofundando o que acredito merece ser melhor trabalhado.
Valeu pela companhia!
Beijão!
Parabéns Tah… linda história e muito prazerosa em ler. Desejo muito sucesso com o livro viu.. e que venham outros.. bjs carinhosos
Oi, Eva!
Obrigada, linda! Espero terminar essa revisão um dia! rs… Sou bem enrolada, como todos sabem. rs…
Obrigada pelo carinho e companhia!
Te vejo nos próximos!
Beijos!