Uma pequeníssima fresta de luz entrava pelo quarto anunciando a manhã que já tinha nascido há muito tempo. O pequeno raio de sol persistente conseguiu entrar por causa de uma cortina mal fechada, deve ter sido a pressa em estar com Marina, foi essa anotação metal que Sofia fez ao se deparar com aquele rabisco ensolarado de Deus. Ele insistia em lhe obrigar a acordar, por um instante, implicou com essa demonstração de afeto divino, mas quando se mexeu devagar e se virou, agradeceu.
Marina dormia de lado, quase grudada em seu corpo, tinha um semblante sereno e a empresária podia quase afirmar que havia um doce sorriso de satisfação.
Sofia começou a analisar milimetricamente o rosto de Marina, percebeu como a gerente de TI tinha traços delicados, uma boca com lábios relativamente grossos, cílios grandes, apesar de fechados, os olhos pretos eram charmosos e fortes, penetrantes, o cabelo bem arrumado e tratado com um corte mediano dava a ela um estilo chique, praticamente aristocrático e europeu, além da excelente noção de moda.
E o cheiro!? Sofia amava cheiros, eles anunciavam a vida, a chegada, o encontro, o afago. Conseguia lembrar vários cheiros infantis, comidas e pessoas. Sofia era ar puro, canceriana cheia de apego ao amor, à família e às suas pessoas. Será que Marina era a sua pessoa?
Parou de pensar nas conjecturas do destino e se aproximou, ficou tão perto que a gerente abriu os olhos e quase se assustou.
– Seus olhos estão mais claros agora de manhã!
– Culpa do sol que invadiu nosso quarto.
– Nosso quarto? Esse quarto já é nosso? Sofia ficou envergonhada na mesma hora, Marina vivia levando ao pé da letra frases que Sofia soltava em meio às conversas. Fazia isso de propósito para deixar a empresária com vergonha e um pouquinho vermelha.
– Nós estamos nele agora, então, ele é nosso quarto sim.
– Então, temos uma cama que é nossa também?
– Temos. Sofia sorriu sem jeito.
– Isso quer dizer que quem está na cama também me pertence? Estou perguntando isso para saber se posso começar a fazer o que eu quero há quase 11 meses. Posso?
– Se você quer fazer o que eu estou imaginando, pode. E foi nesse exato momento que a empresária sentia pela primeira vez um corpo de mulher em cima do seu, e que corpo!
Marina ficou sobre o corpo de Sofia, os rostos ficaram de frente e a fresta de luz pôde iluminar aquele olhar fabuloso que deixava a gerente de TI quase boba, demonstrando que ali havia um sentimento verdadeiro, o olhar durou quase um minuto, deixando Sofia desconcertada.
– Você está me deixando com vergonha, Marina! Excitada e com vergonha!
– Seus olhos estão mais claros do que o normal, deve ser por causa do sol, eu nunca tinha os visto tão de perto assim, eles são bem mais bonitos, aliás, você inteira é bem mais bonita, assim dessa distância, nessa posição, com meu corpo em cima do seu.
A empresária soltou uma gargalha alta, foi nesse momento que sentiu a perna de Marina fazer um movimento delicado em que sua coxa ficou entre as suas pernas e ali, naquele milésimo de segundo, Sofia sentiu o primeiro arrepio daquela manhã.
– Você precisa ter paciência, Sofia, nosso amor vai ser feito lentamente, ele será cheio de cheiros, toques, beijos e prazer, muito prazer. Você precisa confiar em mim, meu bem.
– Estamos indo muito bem com as palavras, nosso quarto, nossa cama, sou seu bem, estou adorando essas nomenclaturas da nossa primeira vez.
– Sempre gostei do plural de duas, nada de um plural com mais pessoas, aqui, agora, apenas nós, eu e você.
E foi nessa hora que as bocas se juntaram de forma lenta, preguiçosa como toda manhã de sábado deve ser, ainda mais quando se está em uma cama com o possível amor da sua vida.
A língua de Marina pediu passagem de forma lenta e delicada e Sofia deu, deu e abriu mais as pernas para o corpo dela se encaixar perfeitamente. Ambas estavam com pouca roupa, blusas soltas de malha e calcinhas, as coxas se encontraram, se reconheceram e o beijo ficou mais intenso, as mãos de Sofia começaram a passear pelas costas e pernas de Marina, que soltou um pequeno gemido, deixando a empresária cheia de desejo.
– Você precisa me dizer o que fazer, Marina, eu não sei o que fazer. Sofia disse tentando recuperar o fôlego.
– Você pode fazer o que quiser, meu bem! Absolutamente tudo aquilo que você quiser, mas antes eu preciso fazer algumas coisas com você.
Marina sentou na cintura de Sofia e tirou a blusa de malha como quem tira um peso das costas, ao ver a cena, o coração de Sofia deu um salto no peito como se estivesse mais do que vivo naquele momento.
As mãos de Marina percorreram a barriga de Sofia de forma lenta e foram subindo, até chegar na ponta da blusa da empresária, a respiração das duas estava acelerada, havia uma áurea de desejo naquele quarto que brigava diretamente com a luz do sol, que entrava pela fresta e servia de bússola para a iluminação da paixão.
Os seios de Sofia eram lindos, foi esse o pensamento de Marina, a boca da gerente começou a percorrer o pescoço de forma lenta, enquanto ela passava o nariz para sentir todo o cheiro que pudesse guardar dentro da memória e do coração, raspou o nariz no colo branco e desceu a boca até os seios.
Passou a língua lentamente, Marina queria tudo devagar naquela manhã, queria aproveitar o que podia daquele corpo e daquele momento, raspou a língua no seio de Sofia, primeiro em um, depois no outro, foi aí que ouviu o primeiro gemido, que soou como música, foi um gemido manhoso, meio rouco, deixando a calcinha da gerente mais molhada.
Marina subiu novamente e beijou Sofia de novo, devagar, cheia de desejo, enquanto o beijo ficava mais quente, ela passou a mão na calcinha da empresária e sentiu o tecido molhado, foi nessa hora que o beijo foi interrompido e um rastro de beijo começou a ser deixado pelo corpo de Sofia.
A boca de Marina percorria o corpo de Sofia que se contorcia à medida que os beijos desciam. Quando a boca beijou o ventre da empresária, Marina teve os cabelos puxados quase que desesperadamente, o que fez um pequeno sorriso brotar daquele rosto clássico e cheio de desejo.
– Você é deliciosa, Sofia, seu corpo é macio, seu cheiro é maravilhoso, mas você está afobada, eu quero beijar você inteira, agora eu vou tirar sua calcinha, vou sentir como você está molhada para mim, depois eu vou sentir seu gosto e, depois, você vai sentir o seu gosto na minha boca.
– Você vai me matar, é isso que você quer!? Me matar? Antes de me fazer gozar? Pelo amor de deus que tipo de tortura é essa!?
Um leve sorriso brotou da boca de Marina e tirar aquela calcinha foi umas das coisas mais excitantes que já tinha feito na vida, os pelos bem aparados, a calcinha molhada e o primeiro beijo na parte interna da coxa de Sofia, fizeram um estrago na calcinha da gerente.
Um beijo na coxa esquerda, outra na coxa direita e Sofia já estava implorando, Marina foi subindo e passou a língua de baixo para cima sentindo como a empresária estava completamente molhada, o gosto único, doce, provocou um arrepio em sua, mas ela não queria demorar muito ali, então passou novamente para sugar um pouco aquele desejo insano e subiu direto para a boca daquele amor nervoso.
Marina passou a língua na boca de Sofia e, nessa hora, a empresária não aguentou e desceu as mãos pelo corpo da gerente e tirou aquela última peça que faltava.
Quando Sofia sentiu como Marina estava molhada, gemeu na boca da gerente, o beijo não parou, ficou mais quente e quando pararam para tomar fôlego, as mãos de Sofia foram parar na bunda de Marina, que soltou um gemido pequeno e continuou descendo a boca até os seios perfeitos que cabiam em suas mãos.
Primeiro sugou um de forma devagar, chupava e passava a língua, enquanto ouvia os gemidos roucos e os pedidos de por favor, depois passou para o outro, chupou de forma agressiva, tendo o cuidado para não machucar, mas queria deixar uma marca ali, deu uma leve mordida no bico o que fez Sofia se contorcer de prazer.
Enquanto a língua de Marina maltratava os seios de Sofia, a empresária decidiu se vingar e colocou a coxa entre as pernas de Marina e levantou um pouco, encaixando perfeitamente e sentindo toda a excitação, provocando e mexendo a coxa até tirar um gemido da boca da gerente.
– Está me provocando, Sofia?
– E você está me torturando.
Marina começou a se mexer na coxa de Sofia, enquanto sugava aqueles seios lindos e deliciosos, depois de uns minutos decidiu parar, já que estava muito próximo do prazer, desceu a boca e foi em direção às coxas de Sofia deixando beijos e pequenas mordidas por onde passava.
Sofia passou a língua bem devagar, sentindo tudo aquilo que podia sentir ao chupar uma mulher como aquela, ao sentir aquele gosto doce, a língua da gerente passeava sem a menor cerimônia, até que Sofia sentiu uma leve penetração e quase gozou naquele momento, o que fez Marina parar.
– Ainda não, meu bem! Você tem que fazer isso na minha boca.
– Pelo amor de deus, Marina, eu vou acabar com você.
– Marina riu de forma carinhosa, passou as mãos pelos seios e levou a boca onde exatamente Sofia queria. A empresária tremeu e teve o clitóris massageado pelos dedos de Marina, que desistiu de torturar e começou a chupar Sofia.
A empresária nunca tinha recebido um sexo oral daqueles, Marina sabia exatamente onde e como chupar, no começo tudo aconteceu de forma lenta, assim como os beijos, depois as chupadas foram aumentando de intensidade e em quatro minutos, Sofia derreteu, literalmente, derreteu e molhou a própria cama, o rosto de Marina e levou as mãos à face ao sentir o líquido esguichar de dentro de si.
Os gemidos ecoaram pelo quarto e quando Marina percebeu que o gozo de Sofia estava vindo, ela mesma sentiu que tinha molhado a colcha de cama de tão excitada que ficou, estava excitada demais, tinha imaginado aquele momento diversas vezes, e quando intensificou as chupadas sentiu o gozo na boca e no rosto e viu Sofia derreter. Derreteu seu coração, seu desejo e todas as impressões que poderia imaginar em relação àquela primeira vez.
A fresta de luz não estava mais iluminando o quarto, o sol tinha saído para deixar lugar ao desejo, à paixão, quando Marina subiu até a boca de Sofia, viu um semblante lindo, cheio de prazer, quando os olhos foram abertos, as pupilas estavam dilatadas e a respiração ainda não tinha voltado ao normal. Sofia fez um carinho no rosto de Marina.
– Você é maravilhosa! Minhas pernas estão dormentes, o que você fez comigo?
– A gente está apenas começando, meu bem.
Sofia suspirou, fechou os olhos enquanto sentia o corpo que estava sobre o seu pendendo para o lado. Marina tinha um sorriso no rosto, quase perfeito, quiçá perfeito, olhou para o teto do quarto, cruzou as mãos sobre a barriga e suspirou também, satisfeita. Foi nessa hora, depois de poucos minutos que sentiu o corpo de Sofia sobre o seu. E o sorriso de alargou, feito criança que encontra o Papai Noel pela primeira vez no shopping.
– Você é maravilhosa! Eu não sei nem o que dizer e nem muito bem o que fazer.
– Bem, você pode fazer o que quiser, eu já disse, e em relação ao que falar, não precisa, seu rosto e seu corpo me disseram o que eu gostaria de saber, mas se você realmente quiser falar alguma coisa, pode dizer, por exemplo, que foi muito bom.
Sofia gargalhou, não imaginava que Marina tivesse um humor refinado e irônico, ela era espirituosa, seria o adjetivo que sua tia usaria para descrevê-la.
– Não sabia que você era tão convencida, Marina, isso me surpreendeu, além da sua boca, lógico!
As duas sorriram e foi a vez de Sofia usar a boca, a mão, o corpo, o desejo, as mordidas, os cheiros, a língua.
O amor durou até o telefone de Marina não parar de tocar, as duas mulheres estavam largadas em cima da cama de Sofia, completamente nuas e descobertas, caladas e saciadas, pelo menos por enquanto. Marina alcançou o aparelho e constatou 7 chamadas do irmão mais novo, Jean, ela tinha combinado um churrasco, não poderia faltar.
Pegou o telefone e abriu o aplicativo de mensagens, que estava repleto delas, inclusive de Ângela, que preferiu ignorar, respondeu à sua mãe, e ao irmão, disse que se atrasaria, porém iria e perguntou se, por ventura, poderia levar uma pessoa.
Jean respondeu que sim e ainda a lembrou da sobremesa, coisa que ela tinha esquecido completamente, verificou a hora e sabia que tinha que se apressar.
– Eu tenho um compromisso de família que não posso adiar, um churrasco na casa do meu irmão mais novo, ele é tão carente, Sofia, se você conhecer, eu realmente preciso ir, mas gostaria de convidar você, se quiser ir lógico.
– Um almoço de família?
– Não necessariamente um almoço de famíliaaaa, é uma reunião de irmãos, não todos, pelo menos três, somos 4, talvez minha mãe ou meu pai apareçam, mas não estarão os dois no mesmo ambiente, já que a separação deles não foi amigável, não veja isso como algo pesado, sei que não conversamos, mas você pode dizer não, eu vou entender perfeitamente.
– Não é isso, Marina, eu já tinha um compromisso hoje, mas posso adiar, só preciso fazer uma ligação e aí nós podemos ir, tudo bem?
– Tem certeza? Não quero que se sinta obrigada, pressionada a ir.
– Não pense assim, estou indo porque quero, com um pouco de vergonha em chegar assim de surpresa na casa de uma outra que não conheço, mas eu quero ir sim, depois podemos voltar pra cá? Ou você tem algum outro compromisso?
– Nenhum compromisso além desse aqui que estou tendo agora na nossa cama, no nosso quarto, com os nossos corpos, nossos beijos e nosso prazer.
Que manhã na cama! Nossa!! 🥵🥵