Vontade Ferrenha.

Capítulo 32

Os beijos abafaram as risadas delas. Layse abraçou Valentina roçando seus corpos.  

– Eu senti tanta saudade de fazer amor. E senti tanta, mas tanta falta sua.

– Sentiu?

– Claro. Sexo por sexo não me diz nada… Deixa-me ver se consigo te explicar melhor.

Valentina recostou-se aos travesseiros olhando-a atentamente.

– Não é que o sexo não seja prazeroso, até é. É um prazer que eu procuro para não ficar subindo pelas paredes. Com você também é assim, não é?

– É sim.

– Com o tempo fui percebendo que estava satisfazendo apenas o meu corpo e a minha alma mesmo, nada. Depois que me dei conta disso passei a sentir uma carência cada vez maior dentro de mim. Essa carência maldita foi aumentando e eu nunca consigo satisfazê-la. Não teve uma única mulher que desse conta de suprir o que me deixa oca.

– Eu te entendo porque também me sinto assim. O sexo nunca me deu tudo que eu necessito.

– É isso, estou falando de sentimentos. Você também?

– Claro que estou falando de sentimentos. Porque o sexo em si é um ato puramente físico. É algo que podemos fazer até mecanicamente para obter prazer. O prazer é fugaz. É como a fome. Matamos a fome e horas depois ela retorna. Então é um processo que vamos repetindo todos os dias para ficarmos satisfeitas. Saciamos as fomes do nosso corpo, mas a fome da nossa alma nós acabamos deixando de lado. É por isso que sentimos tanto vazio. Pelo menos eu sinto.

– Poxa, você acabou de descrever exatamente como me sinto. A minha alma deve estar pedindo socorro, coitada. Eu sinto que trabalho com afinco. Trabalho e estudo feito uma condenada. Depois transo para relaxar, não nego. E cada dia que passa parece que estou alimentando um buraco negro dentro do meu peito.

– Estou entendendo.

– O que estou tentando falar é que com você não sinto esse buraco. A sensação que tenho é de que você o faz desaparecer.

– Ai, que bom que consigo te fazer sentir isso. Você também me completa demais. Sinto uma intensidade, é paixão, não tem como não ser.

– Nunca pensei que um dia você se apaixonaria por mim. Parece que estou sonhando.

Layse respondeu jogando-se nos braços dela. Valentina abraçou-a emocionada procurando seus olhos.

– Não está sonhando e eu sou sim completamente apaixonada por você. Fazer amor com você me deu todas as respostas que procurava. Tudo que você me faz sentir. Meu coração vem à boca quando te olho. Pensei que iria morrer de felicidade quando voltei do trabalho e te encontrei. Sabe o que é sentir a verdadeira felicidade?

– Sei sim.

– Foi o que senti. É o que estou sentindo a cada segundo com você, Layse! Nem sei como consegui ficar tanto tempo sem te procurar. Só eu sei a tortura que foi não correr atrás de você.

– Jura?

– Juro sim. Juro tudo que você quiser.

– Não precisa ficar jurando. Já estou feliz o suficiente com o que acabei de ouvir. Essa sintonia que nós temos é maravilhosa, Valentina.

– Também sinto que é maravilhosa. Sabe por que é tão difícil para mim falar dos meus sentimentos? Talvez por ser complicado revelar o que sinto no fundo de minha alma. Mostrar-me assim sem máscaras, sem subterfúgios, sem emendas mal feitas, sem as bestialidades tão usadas pelas pessoas para manipular as emoções, não é realmente tão simples. Certamente em um mundo de superficialidades o amor passou a ocupar um segundo plano. O amor não tem como sobreviver em corações mortos. O meu coração só permaneceu vivo porque você vive nele.

– Quer me matar do coração? Olha que eu desmaio nos seus braços de tanta emoção.

Layse respondeu beijando-a emocionadíssima. Depois a olhou nos olhos, sussurrando feliz.

– Pode falar tudo que sente, pode abrir a sua alma, porque estou abrindo a minha todinha. Sou louca por você, Valentina. Quero seus beijos. Quero todos os seus beijos. Você me dá?

– Dou sim minha querida, é o que eu mais quero. Dou os meus carinhos, meu coração, meu amor, atenção, tudo que você quiser e precisar de mim.

Notas da autora: Que capítulo difícil de escrever.

– Obrigada por estar sendo tão linda comigo.

Layse sussurrou colando os lábios nos dela. Rolaram na cama agarradas. Os beijos e os carinhos agora falavam por elas. O amor que guardaram explodiu enquanto se amavam. Fizeram amor, uma, duas, três vezes até Valentina puxá-la para seus braços sussurrando:

– Estou tão feliz.

– E eu. Você nem faz ideia.

– Tinha saudades de fazer 69 contigo.

– Eu também tinha. Foi delicioso.

– Você confia em mim agora?

– Se confio, como assim? Estou com cara de quem está desconfiada?

– Não, não é isto. Eu tenho aquele desejo, você sabe bem qual é.

– Hum. Mas o que você quer? Quer que eu vire? Fácil assim? Não posso nem dar luta?

Layse perguntou provocando-a com um ar malicioso.

– Já se passaram dois anos e você ainda quer dar luta? Não estou acreditando.

Layse estava rindo, mas rindo a valer da cara de decepção que ela fez.

– Deixa de ser pura. Só estou te gozando.

– Que alívio. Vem aqui, vem.

Valentina a puxou colocando-a de quatro na cama. Layse rebolou os quadris roçando-o nas coxas dela.

– Taradinha do jeito que você é, faço ideia como não sonhou com este momento.

– Muito. Sonhei infinitas vezes.

Valentina confessou sussurrando na orelha dela.

– Sonhava com a minha boca beijando as suas costas assim…

Enquanto falava os lábios deslizavam pelas costas de Layse depositando beijos leves e sensuais pela pele.

– Ah… Ahaa…

– Imaginava estes seus gemidos que me enlouquecem sempre que me tocava sozinha.

– Ai, que delícia saber disto! Você é uma tentação, Valentina. Sempre quis dar para você assim.

– Mas foi má me negando…

– Estou sendo mais que boazinha agora… Aiiiii… Roça a buceta na minha bunda…

– Roço… Safadinha.

Valentina roçou a buceta contra as nádegas dela doida de tão excitada. Entendeu o braço abrindo a gaveta do criado mudo, retirando de lá um frasco de óleo. Layse virou o rosto para ver o que ela estava fazendo.

– Tão prevenida.

– É só para não te machucar.

– Então vem.

Pedido feito, pedido atendido. Valentina derramou o óleo pelo reguinho passando a espalhá-lo com os dedos suavemente. Layse inclinou o corpo para frente erguendo mais a anca. Com a mesma delicadeza Valentina começou a deslizar o dedo na entrada do ânus. 

– Aiiiiiiii…

– Relaxa. Estou te sentindo um pouco tensa.

– Vou relaxar.

Valentina acariciou as nádegas lentamente para ajudar Layse a relaxar. Inclinou-se beijando a pele carinhosamente. Depois brincou com o dedo na entrada do ânus para excitá-la mais ainda. Foi introduzindo o dedo lentamente, sem pressa. Assim que o dedo entrou todo, passou a tirá-lo e a introduzi-lo novamente. Foi quando Layse começou a rebolar passando a provocá-la mais a cada segundo.

– Como você é gostosa, Layse. Assim eu não me seguro. Nem consigo parar…

Valentina gemeu no ouvido dela enquanto entrava e saía desorientada de prazer.

– Ooooooo… Toca no meu clitóris…

Layse pediu roçando a cabeça no rosto dela.

– Toco querida… Que tesão… Aii Layse…

Os dedos chegaram ao clitóris enquanto ela ainda entrava e saia do ânus. Layse relaxou todo o corpo se entregando completamente ao bel prazer de Valentina. Deu-se até o gozo invadir seu corpo completamente.

– Oooo… Aiiiiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa…

O corpo de Layse desmoronou na cama. Valentina deitou ao lado dela buscando seus olhos.

– Tudo bem?

– Sim.

Layse respondeu dando um sorriso.

– Mesmo?

– Mesmo, por quê?

– Quero saber. Como foi para você?

– Foi delicioso. Na verdade foi diferente da primeira vez que dei para você.

Valentina levou um susto olhando-a mais atentamente.

– Diferente como?

– Foi mais gostoso.

– É? Eu pensei que você tivesse gostado mais daquela vez.

– Eu gostei, mas doeu. Não te falei porque não quis que parasse.

– Doeu? Desconfiei disto naquele dia. Perguntei e você disse que não. Desculpa-me!

Valentina pediu abraçando-a inconformada.

– Está tudo bem, já passou. É que não sei, mas não doeu desta vez. E sei lá, mas poderia ter acontecido. No início fiquei tensa.

– Eu percebi o quanto você estava tensa.

– Estava, mas você é uma sedutora nata. Acalmou-me direitinho.

– Hum, que bom. Sempre que recordava da nossa primeira vez ficava com a sensação de que naquele dia você mentiu para mim.

– Eu acho que na cama quando algo não corre bem não tem essa de mentir. Só preferi não te falar para não te deixar desconfortável. Também fiquei pensando que você nunca tinha ido para a cama com uma virgem. Até pensei em perguntar, mas desisti.

– Ui!

Valentina suspirou colocando um braço de baixo da cabeça relaxando o corpo na cama.

– Tem razão, eu nunca fui para a cama com uma virgem. Isso não justifica ter mandando mal com você.

– Olha aqui, não mandou mal nada. Eu até gozei.

– Tá, mas…

– Está vendo porque não falei? Não vamos nos perder em algo que já passou. Nas outras vezes que você me comeu foi maravilhoso. Só a primeira que você não tinha lá muito prática, né? Acontece. Hahahahaha… Precisa ver a sua cara no espelho agora. Tá demais. Gente não acredito nisto! Hahahahahahaha…

– Não é hora para gozação. Isto para mim é muito sério. Aff, Layse!

– Este aff, não aguento hahahahahaha…

Valentina cobriu o rosto sem graça. Percebendo que a deixou sem jeito, Layse parou de rir na hora. Tirou o braço do rosto dela olhando-a nos olhos.

– Desfaz este biquinho, vai. Não é para tanto. Você quis saber eu confessei. Não fique assim.

– Eu causei dor em você, Layse! Olha para você ver se isso tem cabimento. Se tivesse me falado teria parado na hora. Poxa, você também. Custava?

– Admito que errei não te contando, mas eu queria tanto dar para você. Não quis que parasse. Deixa isto para lá.

– Você promete que se sentir dor quando estivermos fazendo amor me conta?

– Prometo. Nunca mais te escondo.

– Agora você gozou sem sentir dor?

– Sim. Não senti dor, só prazer. Gozei deliciosamente. Pode acreditar.

– Eu acredito.

Valentina sorriu acariciando o rosto dela.

– Você é tão linda, tão delicada. Nunca mais quero te causar dor.

– Não vai causar porque o seu toque é perfeito. Você me come gostoso demais. Não tenho queixas, mas se tivesse já ia dar uma passadinha no PROCON.

– Você é muito travessa. Já imaginou se o PROCON recebesse este tipo de reclamações? Hahahahahaha…

– Hahahahahaha… Agora falando muito sério, posso ter a honra?

Layse perguntou lançando um olhar malicioso para a bunda dela.

– Besta.

– Ah, sou? Quando beijo a sua boca fico completamente louca. Quero tudo de você.

Estavam se beijando apaixonadamente ao mesmo tempo em que seus corpos se roçavam excitados. As mãos de ambas chegaram aos seios iniciando carícias ousadas por eles. 

Dados da autora: Estou tendo uma ligeira tontura com essas duas. Já me turvam as vistas.

Continua…



Notas:



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