As meninas tentaram falar com Adriana mas não conseguiram, pensaram que a morena estaria dormindo com Mariana. Mais uma tentativa de contato a tarde e nenhuma resposta, Paula então, resolveu ligar para a índia.
Mariana viu o telefone da amiga no celular e pensou que Drica já tinha contado o que aconteceu, atendeu esperando algum tipo de ponderação ou pedido de Drica para voltar.
— Alo.
— Oi Mari, tudo bem? Descansaram bastante ontem?
Mariana não entendeu, Paula parecia normal.
— Sim, na medida do possível. – estava desanimada –
— Eu te acordei Mari? Você está com voz de sono.
— Não, eu estava vendo televisão.
— O que houve? – Paula ficou preocupada – Você está estranha. Está tudo bem?
— Você não sabe? – sentou no sofá –
— Saber de que Mariana? Você está me deixando preocupada, aconteceu alguma coisa com a Drica? Ela não atende ao telefone, está desligado. Ela está ai com você?
Mariana também ficou sobressaltada com a noticia, Adriana nunca desliga o celular.
— Ela não está comigo. Nós terminamos ontem, Paula. Eu achei que ela tinha te contado. – ajeitou a franja –
Paula levantou da cadeira e caminhou pelo escritório. As meninas observavam a amiga.
— Vocês terminaram? Mas vocês estavam tão bem no aeroporto. – estava surpresa –
— Ih Vivi, deu merda lá com a Drica. – Alessandra sussurrava –
— Deixa a Paula ver o que aconteceu.
Mariana conversou com Paula e explicou suas motivações e como aconteceu, disse que Marcos a deixou no apartamento e ela estava triste, mas estava bem.
Paula consolou Mariana e pensou que Drica queria ficar sozinha para curtir a fossa.
— Paula, se você conseguir falar com ela me avisa? – sua voz estava embargada –
— Sim, eu aviso. Mari, eu sinto muito que isso tenha acontecido, mas eu acho que você tomou a decisão certa. Eu desejo que você seja feliz, e sempre que precisar estaremos aqui. Somos suas amigas também.
— Obrigada Paula, eu espero que agora tudo se encaixe, Drica precisa de um tempo para se redescobrir e não adiantava forçar mais a barra.
— Eu te entendo. Então se cuida.
— Obrigada, manda um beijo para as meninas.
— Outro.
As duas deligaram e Paula contou o que aconteceu para Viviane e Alessandra. As duas ficaram espantadas.
— Mas onde Drica se meteu? – Alessandra pensava –
— Eu não sei, Mariana disse que Marcos a deixou dentro do prédio ontem.
— Então ela deve estar em casa. – Viviane levantou da mesa – Liga pra casa dela.
Paula discou o numero fixo de Drica. O telefone chamou até cair.
— Nada. – Paula desligou – Ela não atende.
— Paulinha, na hora que eu chegar em casa eu pergunto ao Ramon se ele viu Drica sair. – vivi se ofereceu –
— Tudo bem, agora é o que nos resta.
As meninas voltaram a trabalhar, preocupadas com a amiga que deveria estar sofrendo sozinha.
************
Mariana estava em casa, sozinha, sofria calada, mas pensava que tomara a decisão correta, não poderia seguir com aquele namoro, Adriana não conseguiu se entregar, e sua insegurança ainda reinava. Ela sabia que em algum momento Adriana faria isso, ela preferiu se antecipar e tentar sofrer menos.
Por mais que ela tenha feito essa escolha, o sofrimento era tão grande que o peito doía, sabia que sentiria saudades, mas estava disposta a recomeçar.
Ficou o dia inteiro em casa, preocupada com Adriana, depois da ligação de Paula, ela tentou fazer contato com a morena também e não conseguiu. Adriana estava passando por tantas perdas, e agora ela proporcionou mais uma, ficou com a consciência pesada.
— Onde você se meteu?
No som, uma melodia triste tocava, uma súplica ecoava pelos ouvidos da arquiteta.https://www.youtube.com/embed/r0eIhlsks4s?feature=oembed&wmode=transparent
La de Mala Suerte (Jesse y Joy)
Abriste una ventana despertando una ilusión,
Cegando por completo mi razón,
Mantuve la esperanza conociendo
Tu interior.
Sintiendo tan lejano tu calor.
Probé de la manzana por amor.
Quiero ya no amarte y enterrar este dolor,
Quiero que mi corazón te olvide,
Quiero ser como tú, quiero ser yo la fuerte.
Sólo te he pedido en cambio tu sinceridad,
Quiero que el amor al fin conteste
Por qué siempre soy yo la de la mala suerte
Vienes, me acaricias y te marchas con el sol,
Me duele solo ser tu diversión,
Dices que me amas que no hay nadie como yo,
Que soy la dueña de tu corazon,
Pero alguien más está en tu habitación.
Quiero ya no amarte y enterrar este dolor,
Quiero que mi corazón te olvide,
Quiero ser como tú, quiero ser yo la fuerte.
Sólo te he pedido en cambio tu sinceridad,
Quiero que el amor al fin conteste
Por qué siempre soy yo la de la mala suerte
Y no, no pasa nada si el amor,
No es perfecto, siempre y cuando
Sea honesto.
Y no, ¿ya para que pedir perdón?
No es correcto,
No puedo compartir lo que no se me dio
No soy la dueña de tu corazón,
Yo soy quien sobra en esta habitación
Quiero ya no amarte y enterrar este dolor,
Quiero que mi corazón te olvide,
Quiero ser como tú, quiero ser yo la fuerte.
Solo te he pedido en cambio tu sinceridad,
Quiero que el amor al fin conteste
Por qué siempre soy yo la de la mala suerte
A de Má Sorte
Abriu uma janela despertando uma ilusão,
Cegando por completo minha razão,
Mantive a esperança conhecendo
Teu interior
Sentindo tão distante teu calor.
Provei da maçã por amor
Já não quero te amar e enterrar esta dor
Quero que meu coração te esqueça,
Quero ser como você, quero ser eu a forte.
Só te pedi em troca sua sinceridade
Quero que o amor por fim responda
Porque sempre sou eu a de má sorte
Vem e me acaricia e vai embora com o sol,
Me dói só ser tua diversão,
Diz que me ama, que não ha ninguém como eu,
Que sou a dona do seu coração,
Mas alguém mais está em tua casa
Já não quero te amar e enterrar esta dor
Quero que meu coração te esqueça,
Quero ser como você, quero ser eu a forte.
Só te pedi em troca sua sinceridade
Quero que o amor por fim responda
Porque sempre sou eu a de má sorte
E não, não acontece nada com o amor,
Não é perfeito sempre quando
seja honesto.
E não, e para que pedir perdão?
Não é certo, não posso compartilhar
O que nunca me deram
Não sou a dona do seu coração,
Eu sou quem sobra nessa casa
Já não quero te amar e enterrar esta dor
Quero que meu coração te esqueça,
Quero ser como você, quero ser eu a forte.
Só te pedi em troca sua sinceridade
Quero que o amor por fim responda
Porque sempre sou eu a de má sorte
**************
Adriana caminhava pelas ruas de Arraial, estavam relativamente vazias, quinta-feira, não sendo férias, a cidade só tem os moradores e poucos visitantes. Drica chegou à Praia Grande, o sol parecia não querer aparecer, assim como Drica. O tempo estava nublado e ventava um pouco.
A contadora caminhou pela areia como ela sempre gostou de fazer, foi até a beira do mar e deixou a água molhar os pés, sentiu os ossos doerem de tão fria que ela estava. Voltou a caminhar apenas na areia.
Chegando em um ponto da praia, Adriana resolveu sentar na areia e se acomodou em sua canga e ficou admirando o mar. Era uma conversa interna, silenciosa, um reencontro com o seu íntimo. Era uma tentativa desesperada de se reencontrar, de se redescobrir.
Drica fazia um retrospecto de sua vida, lembrava-se de sua infância, a rejeição da mãe, as dificuldades no colégio, o primeiro namorado, ela não entendia porque não ligava para os namorados, até se apaixonar por Eduardo. A traição que sofreu e que lhe deixou depressiva.
Conhecer Ana Paula lhe revirou os dias, estava apaixonada por uma mulher, a primeira noite de amor, enfim se sentiu completa nos braços da advogada. E vieram as decepções, Gisele, o acidente, o primeiro abandono, o de Ana, e o segundo abandono, o da sua mãe.
Viajou para Harvard, fugindo do amor e da solidão, lá conhece Viviane, uma luz para lhe tirar das trevas. Drica sorri ao lembrar-se da ruiva que se tornou uma grande amiga.
Foi sequestrada, enfrentou dias de frio e fome, enfrentou o homem que lhe tiraria a vida e sobreviveu mais uma vez. Voltou a chorar quando pensou nisso, sobreviveu mais uma vez, a primeira foi sua própria mãe que tentou tirar sua vida, quando ainda nem podia se defender. Ainda em seu ventre, foi vítima do descaso e do rancor.
Mariana veio para lhe recompor, em uma época que seu espírito estava morto, em uma época que teria que ser mais do que forte.
Ana Paula vinha e ia, como um barco a deriva, tentando um porto, tentando se estabilizar, Adriana era esse porto, mas estavam muito longe para atracar.
Seu mundo desabou, abriu sob seus pés. Ficou sem rumo e questionou suas origens. Descobriu que pai é quem cria, não conheceu seu progenitor, mas não precisava, seu pai era quem ela conheceu.
E agora, se via sozinha novamente, tentou fazer Mariana feliz, tentou se entregar, mas não conseguiu esquecer a loira, por mais distante que Ana estava, Adriana esperava aquele navio se aproximar e tomar o seu lugar.
Adriana não sabia como Ana estava, evitava saber da loira para não sofrer mais e não despertar os ciúmes de Mariana, Isadora nunca mais disse nada.
Pensava como estaria a advogada naquele momento. Será que ela estava bem? Será que Ana estava namorando a Eduarda que atendeu o celular na outra noite? Não sabia.
Chorava observando o mar, aquele companheiro de todas as horas, conversavam solitários, ela com seus pensamentos e ele com o barulho de suas ondas quebrando na arrebentação, indo e vindo, bailando seu ritmo forte e ao mesmo tempo delicado das águas de Netuno.
Adriana não percebeu, mas o tempo passou rápido e ela já estava ali há horas. Quando o estômago reclamou ela resolveu procurar um restaurante para almoçar.
De volta ao hotel, Adriana ligou o celular e viu que havia algumas ligações perdidas das meninas e também de Mariana. Doeu o peito ao lembrar-se da conversa que tiveram na noite anterior.
Colocou o aparelho para carregar e mandou mensagens avisando que estava bem, mas sem dizer sua localização. Desligou novamente e tomou um banho para descansar. Deitou na cama grande e solitária e adormeceu.
*************
Ana saía do tribunal, já era noite, pegou o celular e ligou o aparelho, recebeu várias mensagens de ligações feitas enquanto estava em audiência.
Retornou para Camila, conversou com a irmã, e soube que Alana chegaria para passar o fim de ano em casa.
Havia uma ligação de Eduarda, com certeza a promotora queria sair com Ana naquela noite, a relação delas estava ficando mais forte, elas se encontravam com mais frequência, e Ana estava gostando de se sentir desejada novamente, de ter alguém para compartilhar momentos íntimos.
Estava muito cansada, teve um dia puxado, resolveu ligar para Duda quando chegasse em casa.
Enquanto dirigia, por um momento lembrou-se de Adriana, onde a morena estava? Como ela estava? Sentiu saudades. Mal sabia que sua amada estava solteira em algum lugar da Região dos Lagos. Precisando ser consolada.
Pensou em ligar para Drica quando chegasse em casa, mas acabou desistindo, teve medo de causar tumulto caso ela estivesse com Mariana, ligou apenas para Duda e deitou para descansar.
Colocou o notebook na cama ao seu lado e procurava o curso de pós-graduação que ela queria começar no próximo ano. Pegou a relação de documentos e decidiu que passaria na universidade no dia seguinte.
Mais uma vez veio uma imagem de Adriana em sua mente, ela não sabia por que estava lembrando tanto de Drica naquele dia. Mais uma vez ignorou seus instintos e decidiu não procurar a morena.
— Eu prometi te deixar em paz, espero que você esteja bem. – disse para si mesma —
******************
Adriana viajou de volta para casa, chegou em uma tarde nublada, chuvosa como estava o seu coração.
Quando saiu da garagem para pegar o elevador, Ramon a abordou na portaria.
— Boa tarde Dona Adriana.
— Boa tarde Ramon.
— A dona Mariana esteve aqui ontem, ela subiu, disse que tinha trazido algumas coisas da senhora e deixou isso aqui pra eu te entregar. – estendeu um envelope –
— Tudo bem Ramon, obrigada. – disse desanimada –
— A senhora está bem?
— Sim, estou.
Adriana subiu para o apartamento e deixou a mala no canto da sala. Sentou no sofá e viu que tinha uma mochila deixada por Mariana sobre sua mesa.
Abriu o envelope e viu suas chaves reserva e um bilhete, uma lágrima teimou em cair de seus olhos, abriu o pedaço de papel e começou a ler.
“ Oi Adriana
Eu tomei a liberdade de ir até sua casa para deixar algumas coisas que você esqueceu no meu apartamento e pegar as minhas que ficaram aí.
Deixei a sua chave com o Ramon dentro desse envelope.
Deixo também metade de mim para trás, eu apostei no nosso relacionamento, eu arrisquei e hoje estou pagando caro o preço que a tristeza está me cobrando, mas isso é necessário. Nós duas temos sentimentos diferentes, eu não consegui quebrar as suas barreiras.
Sinto-me triste, estar terminando algo que de fato nunca chegou a existir, nossa história foi um esboço, um lindo poema que coube a mim terminar de escrever, eu tentei usar minhas próprias palavras, mas estas não foram suficientes, ficou pela metade.
É hora de você reescrever essa história, se reencontrar, descobrir quem você é e quem você quer. Não adianta tapar o sol com a peneira, meu amor é seu, mas o seu amor não é meu, e nunca será.
Nossos momentos foram únicos e eu os levarei comigo sempre, você é especial e sempre será para mim, não pense o contrário.
Por te amar tanto eu preciso te deixar ir, para que você encontre sua real felicidade. Seja onde ela estiver.
Por favor, não me procure, eu preciso desse tempo longe para me reestruturar, reerguer meus alicerces e tentar te esquecer.
Seja feliz.
Eu ainda te amo.
Mariana.”
Adriana chorou, copiosamente, sua dor era tamanha que nem ela conseguia mensurar, fez Mariana sofrer, e ela não queria isso, mas foi inconsciente. Ela apostou em Mariana para fazê-la esquecer um amor que é inesquecível. Sentiu o peito apertar e doer. Remorso, culpa, frustração, quais sentimentos ela não tinha naquele momento? Tinha todos.
Sozinha em casa, refletiu sobre sua vida e percebeu quanto tempo perdeu tentando entender as lógicas do amor, e no fim, não aprendeu nada.
Ela sabia que iria sentir falta de Mariana, sua companhia era maravilhosa, a arquiteta é carinhosa e atenciosa, ela se apaixonou, mas não amou. Quis ter forças para arrancar do peito qualquer vestígio de Ana Paula, mas tudo foi em vão.
Resolveu se fechar para os relacionamentos, mesmo amando, não iria procurar Ana Paula, e deixaria Mariana em paz, já causara muito mal a arquiteta.
Tomou um banho e foi curtir a fossa tomando sorvete e assistindo televisão.
A noite a campainha tocou, Drica foi até a porta e viu Viviane através do olho mágico, abriu a porta para a amiga e recebeu um abraço forte, se deixou embalar por aquele aconchego, ela estava mesmo precisando de colo.
As duas entraram no apartamento e se sentaram no sofá, Viviane puxou Drica para deitar em seu colo e fez carinho em seus cabelos.
— Dri o que aconteceu?
— Mariana teve um momento de lucidez. – mirava um ponto na estante —
— Ai Dri, não fala assim. – continuava fazendo carinho –
— É verdade Vivi, eu não deveria ter aceitado esse namoro, eu estava frágil, carente, traumatizada, eu deixei isso influenciar na época. – ajeitou-se no colo da ruiva, ficando de barriga pra cima – Eu aceitei namorar e olha no que deu, eu magoei Mari.
— Foi ela quem terminou? – segurou a mão da amiga –
— Foi. Ela tem razão, eu não sou dela, eu não sou de ninguém, Paula também tinha razão, a única mulher que pode me fazer feliz é Ana Paula, mas eu não quero mais me envolver, eu vou ficar sozinha um tempo.
— Se é o que você precisa, eu também acho que é melhor você se recompor agora, eu estou aqui para o que você precisar.
— Obrigada amiga.
— Já pensou em procurar ajuda?
— Ajuda? – não entendeu –
— Ajuda profissional, um psicólogo. Pode te ajudar.
Adriana ficou pensando, olhou para Viviane que lhe encarava, a ruiva ainda fazia carinho.
— Não pensei nisso. – fechou os olhos, estavam inchados de chorar –
— Então pense. Isadora disse que Ana mudou totalmente depois que começou a ver uma psicóloga lá perto do trabalho dela, procura saber, vai ser bom pra você.
Viviane ficou fazendo companhia a amiga. Adriana fez um lanche para as duas e Vivi ficou com ela até tarde, depois foi para casa. Drica ficou pensando no que a amiga disse e considerou o conselho, resolveu pensar melhor sobre procurar ajuda.
**************
Ana Paula alheia ao que estava acontecendo com sua amada, começava um relacionamento despretensioso com Eduarda, o destino sempre pregava peças nas duas apaixonadas.
A loira estava com Duda em um restaurante no Rio. As duas jantavam, conversavam sobre coisas triviais. A loira passaria a noite no apartamento da promotora novamente.
************
Adriana voltou ao escritório, as meninas esperavam pela morena para entender o que havia acontecido entre ela e Mariana.
As amigas conversaram com Drica e ela explicou os motivos, a conversa e a carta de despedida.
— Poxa Drica, é complicado mesmo. Eu não sei como eu agiria se estivesse em um relacionamento assim, onde só eu tivesse amor. – Alessandra comentava –
— Eu sei, mas eu juro que me esforcei Ale. – mexeu nos cabelos – Eu simplesmente não consegui me entregar.
— Amiga, eu te alertei que isso poderia acontecer. – Paula ponderou – Chegaria um momento que uma de vocês iria perceber que não deu certo.
— Eu sei. – dizia desanimada –
— Dri, é melhor você ficar sozinha mesmo um tempo, você precisa de um tempo para você, você passou por muita coisa esse ano, descansa um pouco. – Viviane completou – Eu te falei isso ontem.
— Você tem razão Vivi. Eu preciso parar e ficar quieta. – sentou em sua mesa – Por que está tudo tão difícil pra mim?
Paula levantou e foi até a amiga, deu um abraço e Adriana se aninhou no carinho da amiga.
— Ai gente, vamos trabalhar, porque vida que segue. – Adriana dizia, escorrendo uma lágrima de seus olhos –
— Vai dar tudo certo Drica. – Paula beijou sua testa –
***************
Dezembro passava anunciando mais um ano que partia, Ana estava matriculada na pós-graduação que escolheu, estava adaptada à promotoria e estava se permitindo envolver com Eduarda, muitas mudanças para a vida da loira.
Estava no Centro da cidade quando recebeu uma ligação de Isadora.
— Oi amiga, você sumiu, o que houve? – Isa perguntava –
— Ai Isa, muito trabalho. Eu estou atolada. Você está bem?
— Sim, estou ótima, e você?
— Tudo bem. Você não quer almoçar comigo? Eu estou no fórum aqui do Centro, nós podemos conversar um pouco, eu estou com saudades.
— Claro! Naquele mesmo restaurante aqui perto?
— Sim, pode ser. – pegava um documento com outro advogado –
— Eu te encontro uma hora?
— Marcado. Beijo.
— Beijo.
No horário marcado, Isadora chegava ao restaurante e esperava Ana Paula, a loira chegou dez minutos atrasada.
— Oi Isa. Desculpa o atraso, — beijou o rosto da amiga –mas uma audiência demorou mais tempo do que eu pensei, saí de lá em cima da hora.
— Não se preocupe amiga, eu cheguei ha dez minutos.
— E ai, como você está? – colocava a bolsa na cadeira ao lado – Tudo bem?
— Tudo ótimo, Luciana mandou um beijo pra você, ela estava comigo agora a pouco, mas não pôde ficar pra almoçar, foi direto pra faculdade.
— Ela já está quase terminando não é?
— Sim, falta mais um ano.
Uma moça trouxe o cardápio para as duas amigas.
— Mas e ai, amiga, como você está? Muito trabalho lá na promotoria? – escolhia a refeição –
— Nossa, é muita coisa, Isa, mas eu já peguei o ritmo. E você? Como está?
— Tudo ótimo! Aquela promoção que eu estava esperando finalmente vai sair Ana, eu não vejo a hora de ir para a gerência. – chamou a garçonete –
— Parabéns amiga! Que notícia boa! – segurou a mão da amiga sobre a mesa —
A moça veio e anotou os pedidos das amigas.
— Isadora, eu preciso te contar um babado! – bateu a mão na mesa –
— Ih menina, bom você falar, eu também tenho uma notícia que você vai adorar!
Um atendente trouxe os sucos das meninas.
— Conta você primeiro Ana. – colocava açúcar no suco –
— Isa, desencantei, tem uma promotora lá no escritório que estava em cima de mim quem nem mosca de padaria. – mexia o suco com canudo – Eu não resisti, Isa, estou saindo com ela.
Isadora chegou a murchar, realmente parecia que não era para Ana e Drica ficarem juntas.
— Você saiu com uma promotora? – bebeu um gole do suco – E ai, como foi?
— Eu estava há tanto tempo sem sexo que eu não sei dizer se ela é quente ou se eu que estava na seca. – riu –
— Vocês já transaram Ana? – falava desanimada –
— Sim, estou saindo com ela há meses, nós estamos sem compromisso, mas ela é gente boa. – colocava mais açúcar – Bonita, inteligente, só é meio louca. – riu —
— Sei. – apoiou a cabeça em uma das mãos –
— Isa, eu pensei que você fosse ficar feliz por mim, e você está com essa cara de bunda ai.
A garçonete trouxe os pratos e os dispôs sobre a mesa.
— Desculpa amiga, mas é que eu não esperava ouvir isso hoje. – pegava os talheres –
— Por que? O que você esperava? – começou a cortar a carne –
— Amiga, a Adriana terminou com a índia.
Ana Paula quase engasgou com o contrafilé, sentiu o corpo tremer ao ouvir o nome da morena. Adriana solteira? Logo agora!
— O que você disse? – jogou os talheres sobre o prato –
— Adriana está solteira Ana. É a sua chance de reconquistá-la. – deu uma garfada na comida –
— Isadora, quando isso aconteceu? –esqueceu até da comida –
— Mês passado, quem me falou foi Vivi. Ela disse que Adriana sumiu, ninguém conseguia falar com ela. Ai ligaram para Mariana, e ela contou que tinham terminado.
— Como assim sumiu? Adriana foi para onde? – voltou a comer –
— Ela tinha ido pra Arraial, sozinha no meio da madrugada. Não avisou a ninguém. —limpou a boca com um guardanapo – Quando ela voltou contou o que aconteceu.
— É bem a cara dela. – disse pensativa – Por que você não me falou isso antes?
— Eu estava viajando amiga, passei um mês no Sul fazendo treinamento, aconteceu enquanto eu estava fora e Viviane me contou essa semana quando eu cheguei.
— Mas que sorte a minha.
Isadora riu. — Liga pra ela Ana. – bebeu um gole do suco –
— Não Isa, a garota acabou de terminar um relacionamento e você quer que eu caia em cima? Não posso fazer isso. – segurava o garfo gesticulando –
— É, você tem razão, mas não dorme no ponto não, é a sua chance de reconquistar a mulher da sua vida. – apontou para Ana com a faca em punho –
— Ih Isadora, vira essa faca pra lá.
As duas riram.
— Mas o que eu vou fazer com Duda?
–Quem é Duda? –disse com a boca cheia –
— É a promotora que eu estou ficando Isadora, você não prestou atenção em nada do que eu te contei hoje não é?
— Ai amiga, você não me disse o nome dela. Como eu ia saber? – limpou a boca com o guardanapo —
— Isa, eu não posso simplesmente surgir na frente de Adriana de uma hora pra outra e dizer: “Oi Drica, eu soube que você está solteira e eu vim pra namorar com você.” — fazia gestos aleatórios —
Isadora riu da indignação da amiga.
–Até porque se eu conheço a Drica, ela não faria isso, vai achar que é desrespeito com a Pataxó.
— Calma Ana, eu sei, você tem razão, mas tenta não engatar esse namoro com essa promotora, ou você vai perder mais uma chance com a Drica na hora que ela surgir.
— Mas Isa, será que Adriana ainda vai querer ficar comigo? Logo agora que eu encontrei alguém que está realmente interessada em mim, — uma pausa — eu não sei se o sentimento dela mudou, ela pode ter mudado, se apaixonado pela Pocahontas.
— Pocahontas? Cada hora você arruma um apelido diferente. – ria – Você está com medo do sentimento dela ter mudado? – terminou de almoçar – Tem muito tempo que vocês não se veem não é?
— Sim, desde o meu embarque pra São Paulo.
— Já tem um tempinho. Então deixa rolar amiga, pelo menos você já sabe. Se quiser ir á luta, sua amada está livre, leve e solta. – fez gestos com as mãos —
Ana ficou pensativa, onde Adriana poderia estar? Sentiu vontade de sair correndo e procura-la pelo Rio de Janeiro inteiro. Pensou em ligar para a morena, mas não teve coragem de procura-la sabendo que o momento seria de muita fragilidade, não queria que Adriana caísse em seus braços por carência.
Terminou o almoço com Isadora e voltou para o escritório, Eduarda passou em sua sala na hora de ir embora e encontrou Ana arrumando a bolsa.
— Oi. – sorriu –
— Oi Duda! – colocava uma agenda na bolsa –
— Qual é a boa de hoje? – dizia sedutora – Que tal uma pizza e um filminho lá em casa? – piscou –
— Duda, você e eu sabemos que só vai rolar a pizza, o filme vai ficar passando sozinho. – riu –
— Eu sei, por isso fiz essa sugestão. – caminhava lentamente até a loira –
— Duda, aqui não. – Ana olhava para a porta –
— Calma minha linda, ninguém vai entrar aqui agora. – beijou o pescoço da advogada – Eu tranquei a porta.
— Ai Duda. – Ana fechou os olhos – Não faz isso.
— Que perfume delicioso! – cheirou a nuca de Ana –
Ana Paula estava toda derretida com aquele carinho sedutor de Eduarda, a promotora sabia seduzir e ela estava sempre se entregando. Mas a loira lembrou-se do que Isadora falou e instintivamente se afastou da promotora.
— Duda, não. Para com isso. – se afastou –
— O que foi minha linda? Estou te deixando maluquinha? – se aproximava de novo –
— Não Duda, hoje não, eu preciso ir para casa. – fechou a bolsa e colocou no ombro –
— Ah, mas eu pensei em cada coisa para fazer com você lá em casa, na minha cama. – dizia toda melosa –
— Não posso Duda, hoje não, a gente marca amanhã.
— Tudo bem então. – disse desanimada – Amanhã podemos almoçar?
— Sim. – ia saindo da sala –
— Não ganho nenhum beijo? – caminhou até Ana –
— Aqui não Duda. – dizia sem graça –
— Ai, você é muito certinha Ana, precisa se soltar mais. – roubou um selinho da loira – Viu, nem doeu.
Ana sorriu amarelo e abriu a porta, as duas saíram e Ana Paula foi direto para casa. No carro pensava em Adriana e Duda.
— Minha nossa, eu quase não resisti de novo. – dizia sozinha no carro –
Ana pensava em Adriana, será que agora ela conseguiria reconquistar a morena que tanto fez com o seu coração? E Duda que começava a balançar as estruturas da loira? O que fazer?
Adriana foi a mulher que recebeu o amor que Ana Paula nunca conseguiu oferecer para ninguém, no rádio do carro, Nando Reis embalou os seus pensamentos.https://www.youtube.com/embed/rkAvi_FRKyI?feature=oembed&wmode=transparent
PRA VOCÊ GUARDEI O AMOR (NANDO REIS)
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Pra você guardei o amor
Que sempre quis mostrar
O amor que vive em mim vem visitar
Sorrir, vem colorir solar
Vem esquentar
E permitir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porquê
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz
Céu cheiro e ar na cor que arco-íris
Risca ao levitar
Vou nascer de novo
Lápis, edifício, tevere, ponte
Desenhar no seu quadril
Meus lábios beijam signos feito sinos
Trilho a infância, terço o berço
Do seu lar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
Pra você guardei o amor
Que nunca soube dar
O amor que tive e vi sem me deixar
Sentir sem conseguir provar
Sem entregar
E repartir
Quem acolher o que ele tem e traz
Quem entender o que ele diz
No giz do gesto o jeito pronto
Do piscar dos cílios
Que o convite do silêncio
Exibe em cada olhar
Guardei
Sem ter porque
Nem por razão
Ou coisa outra qualquer
Além de não saber como fazer
Pra ter um jeito meu de me mostrar
Achei
Vendo em você
E explicação
Nenhuma isso requer
Se o coração bater forte e arder
No fogo o gelo vai queimar
— Pois é Nando Reis, eu estou com saudades. – disse sozinha no carro —
Ana chegou em casa e subiu direto para o quarto, não viu ninguém em casa. Jogou sua bolsa na poltrona e se jogou na cama. Ficou olhando para o teto por alguns minutos.
Seus pensamentos estavam em Adriana, como a morena estava? Resolveu tomar um banho enquanto decidia se fazia algum contato.
Saía enrolada na toalha com os cabelos molhados e Camila entrou no quarto da irmã.
— Ana, você está ai? – colocava a cabeça pela porta –
— Oi Camila, entra.
— Irmã a Eduarda está ai. – sentou na cama –
— O que ela está fazendo aqui? – jogou a toalha na cadeira ficando nua –
— Sei lá, a namorada é sua. – deu de ombros –
— Nós não estamos namorando. – colocou a calcinha –
— Então deve ser por isso. – riu—Ela deve estar doida para namorar. – deitou na cama –
— Ai meu Pai, onde eu fui amarrar meu burro? – Colocava a camiseta –
— Em uma mulher linda e solteira. Já está na hora de você esquecer Adriana. — começou a folhear uma revista —
— Camila, eu acabei de descobrir que Drica está solteira.
— Ih, fodeu. – levantou com o susto – Agora que a porca torce o rabo. Por isso você está toda confusa.
— É. – penteava os cabelos – Drica está sozinha, e Duda é um tesão na cama, eu não sei o que eu faço.
— Eu não preciso saber desses detalhes Ana, me poupe. – levantou a mão –
— O que eu faço Camila?
— Segue seu coração minha irmã. Mas cuidado para não magoar ninguém, você e Drica já tiveram muitos desencontros.
— Eu sei. – disse desanimada –
— A menina está te esperando.
— Eu vou descer. – pegou a toalha –
Camila deixou o quarto e Ana foi guardar a toalha no banheiro, olhou o celular e desistiu de ligar. Desceu e foi atender Eduarda.
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Ana conversava com Duda no jardim, estavam sentadas em um banco de madeira.
— Duda, você é maluca. O que você veio fazer aqui em Niterói? – estava sentada com a perna dobrada –
— Eu queria muito passar a noite com você meu bem. – mexia no cabelo molhado de Ana –
— Hoje não Duda. Eu estou com a cabeça a mil. — desviou o olhar —
— O que houve? Está com algum problema?
— Não, na verdade, eu estou confusa Duda. – mexia no celular —
— Com o que? Quer conversar?
— Eu tenho medo de te magoar. Eu sou muito boa nisso. – olhou para o chão –
— Ei, não se preocupe. – puxou seu rosto pelo queixo – Fala comigo.
— Tem uma mulher. A mulher que eu amo, — olhou para Duda — ela está solteira de novo, e isso mexeu comigo, me deixou confusa.
Eduarda murchou, recolheu a mão e ficou olhando para a loira.
— Eu não sei o que fazer, você é uma mulher linda, maravilhosa, e eu estou encantada com sua companhia, mas eu ainda não posso me envolver com o coração assim, em dúvida.
— Eu acho que te entendo.
— Desculpe-me, Duda, mas eu preciso ser sincera com você, eu preciso de um tempo para assimilar o que eu quero realmente, eu não posso te prometer nada.
— Eu entendo. – baixou os olhos – Eu fico triste porque em muito tempo, eu realmente me interessei por você, Ana.
Ana não sabia o que dizer.
— Sinto muito Duda, eu não sei o que dizer. – olhava para a outra –
— Não precisa dizer nada, Ana, não temos compromisso, você não me deve nada. – sorriu—
Depois de um tempo em silêncio, Duda quebrou o gelo.
— Eu acho melhor ir embora.
— Eu te levo até a porta.
Ana caminhava ao lado de Eduarda, sentia-se pequena diante de tamanha dúvida, voltou a sentir insegurança, será que Adriana ainda sentia amor por ela?
— Então é isso, nos vemos amanhã. – Duda deu um beijo no rosto da loira –
— Até amanhã Duda. Desculpe.
— Não tem do que se desculpar. Passo pra te chamar para almoçar.
— Tudo bem.
A promotora saiu com o carro e Ana ficou assistindo do portão. Entrou em casa e subiu para o quarto, entrou na internet e acessou uma rede social, olhou o perfil de Adriana, constatou que a morena havia mudado o status para solteira, retirou as fotos com Mariana e não atualizou mais nada no perfil.
Pensou se ligava para a contadora, ela queria embalar o sofrimento de Adriana, queria tirar toda a dor que a morena estava sentindo. Pegou o celular e colocou o cursor sobre o nome de Adriana, seria esse ainda o número da morena?
Relutou e desistiu de fazer a ligação, caminhou pelo quarto inquieta, rodopiando que nem um peão, o celular jogado sobre a cama. Desceu as escadas e foi procurar algo para comer. Encontrou sua mãe na cozinha.
— Oi mamãe. – sentou no banco do balcão –
— Oi minha filha, achei que você tinha saído com a moça que veio aqui.
— Não. – brincava com um pano –
— Quer comer alguma coisa? –sua mãe lavava um copo –
— Eu quero, eu vou fazer uma vitamina.
— Deixa que eu faço. Fica ai sentada.
Ana ficou sentada e estava cabisbaixa. Regina percebeu e ficou analisando a filha.
— Minha filha o que aconteceu com você? Está triste?
— Não.
— Ana Paula, não me enrola, você está abatida filha. O que aconteceu? Você brigou com sua namorada?
— Ela não é minha namorada. —apoiava o queixo na mão com o cotovelo no balcão –
— Então ela é quem? –ligou o liquidificador –
Ana esperou o eletrodoméstico terminar e voltou a falar.
— Ela é promotora lá na repartição, nós estamos saindo juntas. – pensou um pouco – Estávamos, eu não sei.
— É a moça que você dorme lá no rio, quando não vem para casa? – colocou a vitamina no copo —
— Sim, é ela.
— Tudo bem, agora me responde o que está acontecendo? – entregou o copo para a filha –
— Eu estava começando a gostar dela, mas eu soube hoje que a mulher que eu amo está sozinha. –bebeu um gole – Isso me deixou balançada.
Regina sentou ao lado da filha no balcão.
— Ana Paula, o que seu coração está dizendo?
— Ele está gritando! – tomou mais um pouco da vitamina – Ele quer Adriana.
— Adriana é a promotora?
— Não mamãe, é a contadora, a que eu magoei no passado. – mexia com o copo –
— Ah sim, me lembro. Sou ótima para trocar os nomes. – riu — O passado ficou lá atrás Ana, vai falar com ela. Vocês hoje são outras pessoas, mais maduras, mais seguras. O que importa é o presente minha filha. Se você a ama, vai atrás do seu amor. – deu um beijo na cabeça da filha e saiu –
— Mas mamãe, e sobre amar Veneza?
Regina parou na porta da cozinha e olhou para a filha. – Veneza é linda minha filha, se é lá que você quer estar, então vá.
Ana terminou de beber a vitamina e subiu para o quarto, ficou pensando se era isso mesmo que deveria fazer, se devia ligar para Drica. Como seria recebida?
Passando por cima desse medo ela pegou o celular e ligou para a morena, caiu na caixa postal. Ela ficou desanimada, mas depois pensou que seria melhor assim, procuraria Drica pessoalmente até o fim de semana.
Era hora de lançar os dados e aumentar as apostas. Jogaria todas as fichas pela felicidade.