Mariana e Drica comiam um grande hambúrguer de almoço, conhecido como “The Big Cheese” no badalado Hard Rock Café em Nova Iorque, Adriana sempre teve muita vontade de visitar o lugar e Mariana a levou para conhecer, a arquiteta já esteve no restaurante e a morena ficou maravilhada, a atmosfera do lugar é incrível, a loja com todas as guitarras, roupas e relíquias dos grandes nomes do Rock estavam ali, a parede feita de guitarras é alucinante.
Adriana não sabia o que ela olhava, comprou uma jaqueta da loja, era o sonho da vida dela ter uma jaqueta da Hard Rock Café, passeava pelas guitarras e só pensava em levar Renata para visitar a loja, a menina ficaria maravilhada.
Comprou vários presentes para as amigas, chapéu, boné e chaveiros, camisas, fez uma festa. Pararam para almoçar no restaurante que fica embaixo da loja, também totalmente estilizado, a música era alta, só tocava clássicos do Rock.
— Mari, é o melhor aniversário que eu já tive em toda a minha vida. – comia um pedaço do hambúrguer –
— Barrou a Disney? – perguntava orgulhosa –
— Nossa! E como barrou! – Drica dizia entusiasmada –
— Eu fiquei feliz agora, ver você igual a uma criança sem saber para onde olhar dentro da loja. – ria – pela quantidade de sacolas, seu cartão de crédito vai vir estourando.
— Valeu cada centavo! As meninas vão adorar os presentes. – bebia o refrigerante –
— Que bom que você gostou do passeio. —bebeu um gole de refrigerante — Mas ainda não terminamos. – limpou a boca com um guardanapo —
— Nós vamos aonde agora mocinha? – terminava de comer –
— Como eu vou deixar você voltar para Boston sem caminhar pela Wall Street? Vamos ver aquele touro que todo mundo quer passar a mão no saco. – ria –
Adriana caiu na gargalhada. – Ai Mari, só você mesmo, não é simplesmente passar a mão no saco de ninguém, é uma superstição que segurando os testículos do touro, traz sorte e riqueza. – deu de ombros –
— Ah pra mim isso é tudo uma grande bobagem, desde quando segurar o testículo de um touro vai me trazer riqueza? Vai me trazer enjoo isso sim. – ria com Adriana –
— Mas como nós vamos andar com esse monte de bolsas? – encostou na cadeira –
— Se vira, você quis comprar a loja inteira! – Mariana ria –
— Ai Mari, eu exagerei né. Ah mas é meu aniversário, eu posso fazer uma extravagância as vezes.
— Eu estou brincando minha linda, é claro que você pode fazer o que quiser, hoje é o seu dia de comemorar. Eu vou te ajudar com as sacolas. Agora vamos que o dia ainda não terminou.
As duas pegaram as sacolas e saíram do restaurante, Adriana estava como uma criança, não queria deixar o lugar, foi a realização de um sonho. As duas passaram o resto da tarde visitando alguns pontos turísticos da cidade, Adriana conheceu a Estátua da Liberdade, mas pensou consigo que o Cristo Redentor é muito mais bonito.
**************
Enquanto as namoradas passeavam Renata chegava de Boston com algumas colegas de Universidade, as meninas arrumavam a sala do apartamento de Amanda para a festa surpresa de Adriana, as meninas ficaram tão empolgadas que se esqueceram de ir buscar o bolo e os petiscos na padaria que foram encomendados por Amanda a pedido de Mariana.
— Ih gente, já está quase na hora de Adriana chegar, eu tenho que ir na padaria.
— Eu vou com você. – disse Amanda –
— Não precisa, ajuda as meninas a recolher o que falta, é aqui pertinho não é?
— Sim é na esquina, mas não acha que precisará de ajuda? – Amanda perguntava desconfiada –
— Não fica tranquila.
Amanda riu, ela sabia que Mariana tinha encomendado diversos salgadinhos e o bolo, mais alguns itens que Renata provavelmente não conseguiria trazer sozinha.
Renata ganhou as ruas de Nova Iorque, mesmo dizendo que conseguiria fazer tudo sozinha, ela ainda se perdeu tentando encontrar a padaria. Perdeu tempo com isso. Voltava para o prédio com o bolo apoiado nas duas mãos, uma sacola grande pendurada em cada braço, e dois amarrados de bolas coloridas também em cada braço.
Quando ela entrava no prédio tentando se equilibrar com tantas coisas, avistou entre as bolas Mariana e Adriana saindo de um taxi na esquina. Começou a correr para dentro da portaria, um elevador estava fechando para subir, ela nem esperou o porteiro levantar.
— Hold on the elevator! – gritou em Inglês – (Segura o elevador!)
Alguém muito solícito atendeu a garota, só não imaginava a situação que ela se encontrava, tinham mais três pessoas no elevador que ficaram imprensadas no fundo quando Renata entrou com aqueles balões inflados, Renata se equilibrava abaixada por causa dos balões, dois deles ficaram presos do lado de fora do elevador, voando pelo hall de entrada. O porteiro sem ação apenas observava os dois balões flutuando sobre sua cabeça.
Renata sem graça apenas sorria para os outros ocupantes entre os balões. Quando chegou no andar de Amanda respirou aliviada, mas foi deixando um rastro de balões pelo corredor.
Entrando no apartamento ela estava ofegante de tanto correr, colocou o bolo sobre a mesa e as meninas pegaram os sacos que estavam pendurados em seus braços.
— Eu perguntei se você queria ajuda. – Amanda ria –
— E eu ia saber que os balões viriam cheios? Minha nossa, como eu corri, elas já estão chegando, elas estão ai embaixo. – dizia tentando arrumar tudo –
— Eu sei, Eu liguei para Mariana e inventei uma desculpa para elas comprarem um refrigerante para demorar mais um pouco.
— Você é ótima. – deu um beijo no rosto de Amanda –
Todas arrumaram o que faltava enquanto Renata ligava o computador para conectar com Paula através do Skype para interagir as duas festas.
— Oi Renata. – Alessandra atendia a chamada dando um tchauzinho –
— Oi Alessandra, estão todos ai?
— Sim, estamos todos. — Paula apareceu com Viviane, Isadora, Luana e Felipe e mais duas amigas de Adriana –
O marido de Amanda conseguiu um projetor emprestado no trabalho e colocou no notebook, a imagem do pessoal no apartamento no Rio ficou quase em tamanho real projetada na parede da sala. A festa estava bem organizada e ficou muito legal.
O porteiro interfonou avisando que as duas estavam subindo como Amanda pedira, elas apagaram as luzes e esperavam em silencio que Adriana chegasse.
Ao sair do elevador, Adriana viu o caminho de bolas que flutuava no corredor, achou estranho, Mariana logo percebeu que algo tinha acontecido de errado, tratou de tentar disfarçar.
— Parece que alguma criança do prédio faz aniversário junto com você. – sorria –
— É, parece. – Adriana acabou aceitando a sugestão de Mariana –
O barulho das chaves na porta denunciava a entrada da aniversariante com a namorada.
— Ai Mari o passeio foi maravilhoso. – Adriana entrava com as sacolas –
— Nossa como está escuro aqui. – Mariana disfarçava – Ai eu ainda não acostumei com esse interruptor.
Mariana acendeu a luz e todos gritaram um sonoro: — SURPRESA! — Adriana levou um susto daqueles, quando olhou a sala e viu até as amigas do Rio seus olhos se encheram de lágrimas, agora ela percebeu que os balões eram mesmo dali, vários estavam espalhados pelo teto e a mesa decorada, até o apartamento de Paula estava com decoração de aniversário.
Mariana pegou as sacolas de suas mãos e levou para o quarto enquanto Adriana abraçava Renata e as colegas de Universidade. Quando ela viu as amigas do Rio no telão a emoção veio mais forte.
Todos nos dois ambientes cantavam o famoso “Parabéns para você”. O bolo tinha velas acesas e os convidados usavam chapeuzinhos de papelão com bichinhos como tema. Mariana pegou um para ela e colocou outro na cabeça de Drica. A morena assoprou as velinhas e todos bateram palmas.
Depois da surpresa, estavam todos comendo os salgadinhos e bebendo refrigerantes, Adriana conversava com as amigas pelo Skype. Renata e Felipe apenas se cumprimentaram, o rapaz estava abraçado a Luana, a mais nova ficou encabulada, Adriana ainda não tinha conversado com o irmão nem com a colega de quarto, mas percebia que tinha algo no ar entre os dois.
— Drica, eu comprei presente para você, espero que você não engorde até voltar. – dizia Alessandra mostrando o embrulho –
— Ai Ale, você comprou um presente para mim e vai esperar eu voltar para me entregar? – Drica ria –
— É ué, só depois que eu comprei que eu me lembrei desse detalhe. – dizia casualmente –Então já está aqui guardado comigo.
— Tudo bem Ale, obrigada. – ria –
— Dri, e ai, como você está? – Viviane perguntava –
— Eu estou bem amiga, me recuperando, vou ficar aqui com Mari mais uma semana e depois eu volto para Harvard, ela precisa voltar para o Brasil. – deu de ombros desanimada –
— Mas eu não vou deixar você sozinha aqui não, — Mariana chegava e abraçava Drica – nós vamos conversar direto e nem vai parecer que eu fui embora. – sorria, deu um beijo na namorada –
Isadora apenas observava, pensou consigo o quanto Ana Paula perdeu por insegurança, deveria ser a advogada no lugar de Mariana, mas agora não adiantava falar nada, as duas pareciam estar se entendendo ela só ficou de coadjuvante.
— Vocês duas formam um lindo casal juntas. – Paula bajulava –
— Ah, eu também comprei uns presentinhos para vocês. Eu vou pedir a Mari para levar e entregar ai quando ela voltar.
— Obrigada Dri, não precisava.
— Tem para você também Isa. – Adriana ria –
— Obrigada Drica, mas realmente não precisava se preocupar. – Isa ficou sem graça –
— Claro que preciso, você que está cuidando dessa minha amiga maluquinha, merece todos os mimos que eu puder te fazer.
As meninas riam. – Ei eu já passei dessa fase de menina maluquinha tá! – Viviane dizia indignada.
Renata e Felipe estavam mudos, apenas de longe olhavam as vezes para o computador e geralmente os olhares se cruzavam.
— Felipe, por que você está tão quieto? – Adriana implicava –
— Nada, eu só estou vendo você conversar com suas amigas. Nada demais.
Depois de muita conversa e muito bolo, as meninas começaram a se despedir, Renata ainda voltaria para Harvard com as amigas, seria uma longa viagem de carro. O computador foi desligado e as duas namoradas recolhiam as coisas que estavam jogadas pela sala de Amanda.
— O que vamos fazer com esses balões? – Drica perguntava puxando a cordinha de um –
— Eu não sei ainda. – Mariana chegava perto da morena e a abraçou –
As duas se beijaram, Adriana abraçava Mariana com toda sua força como se quisesse que a índia entrasse em seu corpo e em seu peito. Enquanto namoravam em pé na sala, ouviram Amanda chamando.
— Mari.
— Oi Amanda, — Mariana olhou para a prima –
— Nós já vamos.
— Tudo bem, eu vou dar um jeito aqui.
— Você vai sair? – Adriana perguntava espantada –
— Nós vamos dormir com minha sogra hoje, ela está precisando de uma ajuda do Kevin.
Mariana piscou para a prima que se despediu das duas e deixou o apartamento com o marido. Depois de tentar arrumar o máximo que conseguiram, as duas mulheres caminharam para um banho, depois de um dia cheio de badalações, Adriana estava exausta.
Mariana saiu do banheiro e Adriana entrou. Enquanto isso Mariana preparava o quarto com uma atmosfera romântica, colocou sua melhor camisola de seda com um conjunto de lingerie de renda extremamente sensual. Dispôs algumas velas aromatizantes no quarto e deixou o presente de Adriana sobre a cama.
Adriana entrou no quarto e se espantou com toda a produção do ambiente. Mariana estava sentada na cama com um sorriso largo e conquistador. Adriana ficou parada na porta, tentava assimilar tudo o que estava por acontecer. A arquiteta levantou e foi até a namorada, levou a caixinha de veludo azul consigo e parou bem perto de Drica.
— Feliz Aniversário! – sussurrava e entregou o presente para Adriana –
— Mari, não precisava se incomodar. – segurou a caixa nas mãos sem graça –
— Não foi incomodo nenhum, foi um prazer. – sorria –
Adriana abriu a caixa e viu o colar que ela havia gostado na Tiffany & Co. uma das joalherias mais badaladas da quinta Avenida. A contadora não acreditava no que estava em suas mãos, estava maravilhada.
— Mariana! Você enlouqueceu? Esse cordão foi o que eu vi naquele dia. – olhava para a arquiteta – Você não devia ter feito isso.
— Você merece, merece muito mais. – abraçou a contadora – Feliz aniversário minha linda –
Adriana envolveu seus braços no pescoço da índia e um beijo terno e amoroso se fez, o encontro das línguas era gradual, a índia abraçou mais forte a cintura da morena e calmamente trazia Adriana para a cama. A morena deixou o seu presente sobre uma cômoda e acompanhou os passos da namorada. No limite da cama Mariana parou e olhou nos olhos castanhos e ansiosos que lhe fitavam.
Tirou uma mecha de cabelos de Adriana que caía em seu rosto.
— Você está pronta para isso Drica?
— Sim, eu estou pronta para você. – sorria –
Mariana segurou o rosto da namorada com as duas mãos, e a beijou novamente. Adriana passeava pelo corpo da arquiteta, suas mãos exploravam cada centímetro de pele morena e arrepiada que Mariana lhe oferecia.
A arquiteta descobria as formas do corpo de Adriana sobre o pijama de flanela com estampa de bichinhos.
— Desculpe meus trajes, se eu soubesse que a noite terminaria assim eu teria pensado em algo melhor. – Drica sorria sem graça –
— Não tem problema, eu quero mesmo é você nua. – Mariana sussurrava –
Adriana sorriu e permitiu que a namorada retirasse a parte de cima do pijama revelando seus seios fartos e durinhos a índia acariciou os mamilos da morena e se deliciava com o toque da pele macia e alva da namorada.
Um novo beijo começou e as carícias intensificaram, Adriana segurou a barra da camisola vinho e a retirou sobre sua cabeça, alvoroçando os cabelos lisos da namorada, Mariana estava linda, Adriana se afastou da namorada e ficou admirando seu corpo, o soutien meia taça deixava quase metade dos seios de Mariana a mostra.
— Onde você comprou esse conjunto não tinha para adulto não? – apontava para o soutien –
Mariana riu e a puxou para outro beijo, a arquiteta segurou na barra da calça do pijama de Adriana e a soltou no chão, a calcinha pequena salvou a noite. A índia beijava o pescoço de Adriana, descia beijando pelo seu colo, ao chegar nos seios deu uma atenção especial aos mamilos durinhos de tesão, segurava a cintura da namorada e continuou trilhando o seu caminho pelo corpo de Adriana, a morena estava viajando naqueles toques, a língua de Mariana percorria a barriga de Adriana, sentou-se na cama para ficar na altura certa e chegou onde queria, acariciava a borda da calcinha colocando os dedos debaixo das tiras laterais e segurou o pedaço de pano trazendo ao chão.
Adriana se mostrava completamente nua, despida de medos e insegurança, pronta para um novo relacionamento. O corpo definido da contadora deslumbrou a índia, ela continuava acariciando todo o corpo de Adriana, parecia uma reverencia.
Drica se arrepiava inteira, quando Mariana levantou novamente ela não perdeu tempo, retirou aquele soutien pequeno e o jogou na cama, também descobria o que a namorada tinha de melhor, Mariana é uma mulher muito bonita, chama atenção, é alta e tem um porte elegante. A calcinha também foi jogada de lado, quando as duas já estavam completamente nuas, foi o momento que o coração de Adriana se encheu de esperanças de uma vida feliz dali para frente.
— Como você é linda! – Drica dizia –
— Você é linda, meiga, corajosa, é minha. – Mariana respondeu –
O beijo veio do íntimo, dois corações se unindo em um pacto de amor e paixão, os seios se encostavam, a pele em ebulição, e Mariana girou com Drica a deitando na cama, por cima da namorada ela alcançava o sexo molhado de Adriana que gemia ao sentir o dedo lhe tocando.
As suas não paravam de se beijar, Adriana encaixou sua perna no sexo de Mariana e estimulava a índia trazendo prazer para ela ao mesmo tempo, a respiração ofegante e quente das duas causava arrepios em ambas as mulheres. O ritmo foi acelerando gradativamente, a paixão estava latente no ambiente, rendida pelas mãos habilidosas da arquiteta, Adriana implorou pela sua libertação.
— Ai Mari, entra em mim, toma meu corpo como seu. – sussurrava –
— Ah, minha linda. Eu te quero tanto! – gemia –
Mariana obedeceu a namorada e penetrou dois dedos em seu sexo, Adriana arqueou as costas para trás e gemeu alto, a arquiteta aumentou o ritmo levando Drica ao orgasmo, e se entregando junto com o toque que recebia.
Ainda de olhos fechados Mariana beijava Drica e lentamente retirava os dedos do sexo da morena, ela gemeu, Mariana deitou ao lado da namorada e encarou seu rosto tão belo, com a expressão saciada de prazer.
Adriana virou de frente para ela e fez um carinho em seu rosto, as duas sustentavam os olhares como se estivesse se analisando. Um sorriso se desenhou na face alva de Adriana, seguido por outro de Mariana.
— Amanda e Kevin deixaram o apartamento por causa disso? – Drica perguntava –
— Sim, ela perguntou se eu queria esse favor e eu aceitei. – dizia sem graça –
— Eu preciso me lembrar de agradecer amanhã. – riu –
— E como! – fazia carinho nas costas de Adriana –
— Obrigada Mari. – Adriana se emocionou –
— Por que?
— Por tudo, por estar aqui e me aturar essa semana que foi tão tensa, meu mau humor – começou a chorar – por acordar a noite e segurar minha mão depois de um pesadelo.
— Ei, não chora. – limpou uma lágrima do seu olhar – Eu faço tudo isso porque eu quero o seu bem, Drica eu estou completamente apaixonada por você, pensar em te perder foi o pior sentimento que eu tive, se eu pudesse ficaria aqui com você até dezembro.
— Eu te adoro Mari, me ensina a te amar. – puxou a namorada para mais perto –
— Eu vou te dar algumas aulas particulares. – riu enquanto beijava a boca de Adriana –
Foi uma noite intensa onde duas mulheres marcadas por desilusões começavam a se descobrir, começavam a se entender, um relacionamento que começava sem reservas e sem mentiras, honesto, de cara limpa.
As duas namoradas fizeram amor pela madrugada, se conhecendo, se entregando, cada uma a sua maneira, cada uma com suas limitações, mas sempre dispostas a se libertar para cair de cabeça nesse amor. Será que Adriana conseguirá superar o amor por Ana Paula? Seria possível Mariana penetrar nas barreiras que Adriana montou para não se machucar novamente?
Um novo dia raiava em Nova Iorque com o inicio de uma nova etapa para Drica, e ela estava feliz pela primeira vez em muito tempo. Adormeceram já com o dia amanhecendo, depois de juras de amor e carinhos.
****************
Ana Paula estava inquieta em casa, tinha se esquecido completamente do aniversário de Adriana, estava com muita vontade de ligar para a morena, mas não sabia como seria a conversa, não queria aborrecer a contadora justo em sua comemoração.
Toda hora pegava o celular e ameaçava discar o número de Adriana, desistia depois de muitas vezes colocar o cursor sobre o nome da garota. Escreveu várias mensagens mas apagava todas no final.
Depois de muito pensar, pegou o celular e discou o número da morena, o celular chamou até cair. Ligou de novo, mais uma vez não foi atendida, imaginou que no meio da festa ela não estava ouvindo o aparelho e desistiu de ligar novamente.
Deitou em sua cama e ligou a televisão, não prestava atenção em nada, zapeava os canais sem muito interesse, até que resolveu ligar o computador. Depois de navegar nas redes sociais, ela resolveu entrar no perfil de Adriana para verificar se a morena tinha atualizado seu relacionamento.
Viu que Adriana tinha postagens do dia, clicou na foto e viu uma Adriana feliz em meio às guitarras da Hard Rock Café. Sorriu ao ver seu rosto tão lindo e tão radiante. Na outra foto ela estava abraçada à Mariana, Ana sentiu um vazio no peito, não tinha legenda, mas ela sabia que era sua namorada. A índia que ela viu no carnaval, Ana se martirizava por ter sido tão cega.
Levantou e foi até o closet, dentro de uma gaveta estava a foto que ela retirou do book de Adriana, Ana pegou nas mãos e ficou admirando a beleza daqueles olhos marcantes, seus olhos derramaram lágrimas de saudades e arrependimento.
— Eu que deveria estar lá. Como eu fui burra!
No som Nana Caymmi dita o ritmo das batidas do coração de Ana Paula, só o tempo para fazer com que ela supere essa dor.
https://www.youtube.com/watch?v=sxWUKHnzB3g
RESPOSTA AO TEMPO (NANA CAYMMI)
Batidas na porta da frente é o tempo
Eu bebo um pouquinho pra ter argumento
Mas fico sem jeito, calado, ele ri
Ele zomba do quanto eu chorei
Porque sabe passar e eu não sei
Um dia azul de verão, sinto o vento
Há folhas no meu coração é o tempo
Recordo um amor que perdi, ele ri
Diz que somos iguais, se eu notei
Pois não sabe ficar e eu também não sei
E gira em volta de mim, sussurra que apaga os caminhos
Que amores terminam no escuro sozinhos
Respondo que ele aprisiona, eu liberto
Que ele adormece as paixões, eu desperto
E o tempo se rói com inveja de mim
Me vigia querendo aprender
Como eu morro de amor pra tentar reviver
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer
No fundo é uma eterna criança
que não soube amadurecer
Eu posso, ele não vai poder me esquecer
Voltou para a cama, e acabou enviando um e-mail para Adriana, os papeis se inverteram, agora era Ana que estava vivendo o abandono, ela que estava sentindo o peso da solidão.
Adormeceu com a foto de Drica embaixo do travesseiro como se pudesse sentir a morena perto de seu coração.
****************
No dia seguinte Adriana acordou com o corpo marcado do prazer que experimentou nos braços de Mariana. A índia estava dormindo de bruços com o braço e a perna sobre Drica, a morena se mexeu e acordou a namorada, as duas estavam preguiçosas, sorriram ao mesmo tempo.
— Bom dia. – Drica ainda tinha a voz rouca –
— Bom dia meu amor. – Mariana se espreguiçava –
— Nossa eu estou morta, parece que um caminhão me atropelou. – Adriana comentava –
— Anotou a placa? – ria – Porque o mesmo caminhão passou por cima de mim também.
— Você é insaciável senhora arquiteta.
— Não minha linda, eu sou tranquila, é que juntou o desejo que eu tinha em ter você com o tempo que eu estou sozinha, foi muito desejo acumulado. – ficou encabulada –
— Você estava ha muito tempo na seca? – ria –
— Você ri né, eu prefiro não comentar. – beijou Drica e levantou –
— Eu vou descobrir. – jogou um travesseiro em sua direção –
As duas já tinham tomado café e terminavam de arrumar o apartamento de Amanda, Mariana se apresentou para ir buscar o almoço no restaurante. Adriana ficou em casa e resolveu acessar o computador para ver as mensagens que recebeu dos amigos.
Se deparou com o e-mail enviado por Ana Paula. Hesitou por um momento ler o que a loira tinha enviado, ela queria esquecer aquele antigo amor, estava feliz se entendendo com Mariana, mas a curiosidade foi maior que o rancor.
De: Ana Paula
Enviada em: quarta-feira, 30 de março de 2012 -22:23pm
Para: Adriana Ferreira
Assunto: Parabéns
Oi Drica
Eu quero te desejar um feliz Aniversário, que você seja muito feliz com a pessoa que teve coragem e atitude para te conquistar, pois eu hoje percebo que eu tive tudo nas mãos e joguei minha felicidade fora, deixei escorrer pelos meus dedos a oportunidade de viver um relacionamento completo, hoje eu sei o quanto eu errei com você, eu espero que sua namorada te faça feliz como eu gostaria de ter feito.
Feliz Aniversário.
Ana.
Adriana sentiu as lágrimas escorrendo em seu rosto, mais uma vez Ana mostrava o seu lado inseguro, admitia que perdeu a oportunidade de ter um relacionamento com Adriana, mas não admitia o seu amor para a morena, era isso que Adriana queria, que Ana Paula confessasse o seu amor, mas ela nunca fazia.
Drica deletou o e-mail e tratou de se recompor, não queria que Mariana visse que Ana Paula ainda mexia tanto com ela, não depois da noite maravilhosa que viveu com a arquiteta. Mas era impossível não pensar na advogada, como ela está? Será que ainda está namorando? Por que escreveu para ela? Adriana simplesmente queria esquecer mas não conseguia, apostava no relacionamento com Mariana para ajudar. E resolveu entrar de cabeça nessa relação.
Enquanto esperava por Mariana resolveu ligar para o irmão ela o achou muito estranho na comemoração. Viu nas chamadas não atendidas as ligações de Ana Paula, ela pensou que a loira tinha esquecido do seu aniversário, mas depois das ligações e do e-mail, viu que Ana ainda pensava nela. Felipe atendeu o telefone tirando Drica de seus pensamentos.
— Oi Drica. Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado –
— Oi Felipe, eu que te pergunto, o que aconteceu? Você estava tão estranho ontem.
— Não tem nada. – tentava disfarçar –
— Felipe não adianta me enrolar, o que aconteceu? Foi com mamãe?
— Eu não consigo te enganar não é?
— Não. – sentou no sofá –
— Tudo bem, vamos lá, eu queria mesmo conversar com você. Eu fiz uma merda das grandes quando estive ai em Boston.
— Você ficou com a Renata não foi?
— Como você sabe? – perguntou assustado –
— Eu vi como vocês se olhavam, eu sabia que tinha um clima entre vocês. Só não queria acreditar que tinha acontecido de fato.
— Não Drica, só aconteceu na noite em que você foi para Nova Iorque, na minha ultima noite ai, antes disso eu não conseguia pensar em nada além de te encontrar.
— Mas aconteceu Felipe, você traiu a Luana, isso é muito ruim, meu irmão. Como você está se sentindo?
— Perdido, eu estou muito arrependido. Foi um deslize feio. – segurava os cabelos –
— Eu acredito, mas você se apaixonou por ela ou foi só aquela noite?
— Eu não sei Adriana, eu estou confuso, às vezes eu a encontro no Skype e nós conversamos, ela é tão meiga e aquele jeito de menina inocente me conquistou sabe.
— Felipe, se você queria conversar comigo para saber minha opinião, o que eu te digo é o seguinte, pensa bem se você gosta mesmo de Luana, e conta pra ela o que aconteceu.
— Mas como eu vou fazer isso? Eu não posso simplesmente avisar que eu coloquei um chifre nela. – ficou nervoso—
— Meu irmão, a honestidade é a sua melhor arma, se ela te amar ela pode te perdoar, senão bola pra frente. Mas não a deixe ser enganada, pode ser que ela descubra por outros meios e ai sim a coisa vai ficar feia.
— Você tem razão, você sempre tem razão. Eu vou pensar a respeito, eu prometo.
— Que bom, mais o que está te incomodando?
— Mamãe, ela não te ligou ontem.
— Eu sei. Eu não esperava isso mesmo. Ano passado ela também não ligou, ela nunca fez questão de comemorar meus aniversários Felipe, a verdade é essa, parece até que ela não queria que tivesse nascido. – dizia com mágoa –
— Ela é estranha mesmo. Mas depois do que aconteceu, eu resolvi sair de casa, eu estou procurando apartamento, eu não quero mais ficar lá.
— Tem certeza Felipe? Você sempre teve tudo na mão, morar sozinho não é fácil.
— Eu tenho sim, mamãe precisa entender que ela tem dois filhos, ela age como se só existisse um, e isso não está certo.
— Mano, não esquenta comigo, eu vou ficar bem.
— Já estava na hora de sair de casa, quase trinta anos e na barra da saia da mamãe, eu preciso disso.
— Então tá, se você prefere assim, tudo bem, se precisar de ajuda pra decorar é só falar. – riu –
— Pode deixar, agora eu preciso ir, meu almoço está acabando e eu tenho que voltar para o trabalho.
— Um beijo meu irmão, se cuida.
— Você também. Beijos.
Os dois estavam confusos, cada um com um problema, quando voltar para Harvard Adriana conversaria com Renata, por hora esperava pelo almoço e sua namorada.