Adriana abria os olhos com dificuldade, sentia uma forte dor na cabeça, tentava se localizar, mas não conseguia reconhecer o ambiente. Estava escuro, ela tentou se levantar e percebeu que tinha os pés e as mãos acorrentadas, foi então que a ficha caiu, não tinha sonhado, ela estava presa, e não sabia onde e nem quem estava com ela.

Se acomodou de maneira que conseguiu se sentar, as correntes estavam presas em uma coluna de ferro fundido, seus movimentos estavam limitados. Sua visão aos poucos ia se acostumando com a pouca luz, ela percebeu que estava em um lugar que parecia abandonado, o chão era de madeira, as paredes também. Tinha muita sujeira, móveis velhos entulhados em um canto. Uma janela pequena que estava quebrada era a única fonte de luz no local, o tempo estava nublado naquele dia, ela não sabia quanto tempo ficou desacordada, não tinha como saber se era tarde ou noite.

Ouviu um barulho vindo da outra parte do lugar, ficou assustada, se arrastou para trás, tentando encontrar algum lugar para se esconder. Mas não conseguia se afastar por causa das correntes. Ouviu novamente o barulho e assimilou que eram correntes também. Imaginou que poderiam ser as outras meninas que estavam desaparecidas.

— Tem alguém ai? – perguntou desconfiada – Is anybody there? – repetiu a pergunta em Inglês —

— Hey. – uma voz feminina respondeu – Estamos aqui – falando em seu idioma local –

— Quem está ai? – Adriana repetia –

— Emily e Cindy. – uma das meninas respondeu –

— Por que eu estou separada de vocês?

— Não sabemos, ele sempre nos coloca aqui quando trás mais uma. Quem é você?

— Adriana, eu sou amiga de Viviane. – falava alto —

— Ah sim, a brasileira, ela escapou?

— Não, ela não voltou para Harvard, só eu. Ele me pegou no lugar dela. Quem é esse cara?

— Ele é irmão do Bryan, ele estudou com minha irmã, eu me lembro dele.

Adriana lembrou-se de onde achou que ela o conhecia, seus traços são muito parecidos com o irmão, então isso tudo era uma vingança por seu irmão estar preso, olhava ao redor, pensava em um jeito de escapar, olhava as correntes que prendiam seus membros, e tentava pensar em alguma coisa.

— Ele traz comida e água pra vocês? – estava sentindo fraqueza —

— Sim, daqui a pouco ele deve subir.

— Como vocês estão presas? Eu não consigo ver vocês.

— Estamos acorrentadas, pés e mãos.

— Eu também, tem que ter um jeito de sair daqui. – olhava em sua volta –

As meninas ouviram um barulho, era o rapaz que subia para verificar as presas. Ele abriu a porta e viu que Adriana estava acordada. Abriu um sorriso sarcástico. Foi em direção da morena que encarava os seus olhos sem demonstrar medo, embora seu coração estivesse batendo em sua boca.

Ele passou ao seu lado e ela apenas acompanhava a sua movimentação, ele pegou uma lamparina a querosene e acendeu para iluminar o ambiente. Ele veio até ela com a luminária em punho e segurou seu rosto levantando para encarar seus olhos.

— Você sabia que você me deu muito trabalho?

— Que pena, eu ainda achei que foi pouco. – Adriana desafiava –

— Você tem fibra, eu gosto disso. – continuava a encarando –

— E você tem o que? Covardia raptar mulheres indefesas, qual é o propósito? – o encarava ainda mais –

— Você quer saber demais garota! – soltou o rosto de Adriana –

— Eu acho que eu tenho o direito de saber por que você tirou a minha liberdade, o que eu te fiz?

— Você ajudou aquela vadia a colocar o meu irmão na cadeia! – ele começou a se descontrolar –

— Engraçado, eu achei que ele tinha cavado a própria cova estuprando repetidas vezes mulheres inocentes.

— CALA A BOCA! Elas não são inocentes! — ele chegava bem perto do rosto de Adriana — Todas vadias que foram pra cama com um cara desconhecido na primeira oportunidade que tiveram.

— Ah qual é? Vai me dizer que você nunca foi pra cama com uma mulher na primeira vez? Que puritano você é?

— CALA ESSA BOCA! – gritava –

— Quer saber, você é um merda, não passa de uma sombra do seu irmão, você acha que prendendo todas aqui ele vai sair livre de lá?

Ele bufou e acertou uma pancada com as costas da mão no rosto de Adriana, a morena fechou os olhos e só esperou receber o golpe, sua cabeça chegou virar para o outro lado, na mesma hora sentiu o gosto de sangue na boca, com certeza seus dentes cortaram sua carne.

Adriana cuspiu sangue no pé do rapaz e o encarou novamente. Demonstrando que ele não a intimidava, que ele teria muito trabalho com ela.

— Covarde! Eu vou sair daqui. – -o desafiava novamente –

— Eu aposto nisso. – ele sussurrava com raiva –

Deixou a luminária sobre uma mesa para iluminar o ambiente, a noite caía sobre Boston, e depois que ele saiu as meninas do outro lado chamaram por Adriana.

— Garota, você é maluca ou o que? Como você fala assim com ele?

— Ele poderia ter matado você. – disse a outra apavorada –

— Se ele quisesse matar a gente ele já teria feito, não é possível que ninguém pensou em escapar. – esfregava a boca com as costas da mão —

— Nós até pensamos, mas não chegamos a lugar nenhum.

— Eu vou pensar em alguma coisa, aqui eu não fico. – dizia Adriana já observando o lugar –
*************

Felipe desembarcava em Nova Iorque, havia um carro da embaixada Brasileira esperando por ele para leva-lo para Boston. Duas horas depois ele chegava na Universidade, foi recebido pela segurança e levado para a sala do reitor. A notícia da chegada do irmão de Adriana se espalhou pela Universidade chegando até Renata, ela foi direto para o local onde ele estava e ficou esperando a reunião terminar, quando viu o rapaz saindo da sala do reitor, logo o reconheceu como o irmão da morena, suas feições eram bem parecidas, os cabelos pretos e lisos, os olhos castanhos no mesmo tom, os traços do rosto, lembravam a amiga.

— Oi. – ela o interrompeu –

— Oi. – ele respondeu sem entender –

— Meu nome é Renata, eu sou colega de quarto da Adriana. – estendeu a mão –

— Ah, você que estava dividindo o quarto com ela? – cumprimentou a garota –

— Sim. Podemos conversar?

— Claro, eu queria mesmo te encontrar. Nós podemos tomar um café?

— Sim, vem comigo, tem um lugar que podemos ficar a vontade.

Renata levou Felipe a uma cafeteria no campus, sentaram em uma mesa ao lado da vidraça pediram dois cafés e ficaram conversando, Renata descreveu como foi a última semana de Adriana na Universidade e o remorso por ter deixado a morena sozinha. Felipe fez várias perguntas tentando assimilar algo que pudesse os levar até o paradeiro da contadora.

— Então ela não apareceu no almoço, foi quando eu percebi que algo tinha acontecido.

— É, minha irmã é muito pontual, ela nunca se atrasa. – sorria lembrando-se de Drica –

— Nós saímos para procura-la e eu encontrei as coisas dela na biblioteca, mas ela não estava mais lá. – bebia o terceiro café em uma hora –

— Se eu pego esse cara! – deu um soco na mão – Eu mato ele.

— Não adianta se desesperar agora, eu já tive essa fase também, mas nós precisamos ficar atentos e esperar.

— Eu não vou conseguir ficar sentado sem fazer nada.

— Vai até a delegacia e pede informações sobre o caso, reúne tudo e vamos tentar alguma coisa, nós dois.

— Não sei o que fazer.

— Olha, ela está viva, em algum momento a polícia vai chegar até um suspeito.

— Tomara, eu não sei o que eu faria se ela não voltasse pra casa. – seus olhos marejaram –

— Vai dar tudo certo. – segurava a mão do rapaz sobre a mesa –

Sem graça Felipe a encarou e retirou a mão daquele contato, apenas balançou a cabeça concordando com a garota. Depois da conversa, Renata voltou para o quarto e Felipe foi para o hotel que ficaria hospedado.

*******
No quarto vazio, Renata olhava as coisas de Adriana, estava tudo no lugar, ela não ,mexeu em nada, esperava que a colega voltasse para dividir o espaço consigo novamente, um vazio lhe cobria o peito, era como se alguém tivesse lhe arrancado algo. Conhecia Adriana ha pouco tempo, mas sabia que a morena tinha um bom coração.

Olhou através da janela e não viu mais o rapaz parado em frente ao prédio, constatou que realmente ele queria levar Adriana. Esfregou os olhos e se jogou na cama, exausta ela acabou adormecendo com a roupa que estava.
*************
Felipe atualizou as meninas no Brasil, recebeu algumas informações da polícia que a imprensa não sabia, e descobriu que eles tinham sim um suspeito. Mas não foi divulgado para não atrapalhar as investigações.

Mais um dia sem notícias de Adriana, as meninas voltaram à rotina de trabalho, não poderiam parar tudo por muito tempo, a tristeza ainda pairava o ambiente, os rostos abatidos denunciavam a mais uma noite mal dormida. Viviane sempre que podia entrava na internet para ver se havia alguma novidade sobre os sequestros.

*****

Mariana estava no trabalho mas não conseguia prestar atenção em nada, sua cabeça estava em Harvard, estava em Adriana. Onde a morena estaria? Com quem e se ainda estava viva. Balançou a cabeça em negativa, não queria pensar nessa possibilidade, ela tem que estar viva.

— Você tem que estar viva Drica. Volta pra mim. – seus olhos encheram de lágrimas –

Foi interrompida por um de seus sócios para entrar em uma reunião na qual não conseguiu se concentrar. No fim do dia ligou para Paula tentando encontrar alguma novidade.

— Oi Mari.

— Oi Paula, como estão as coisas?

— Indo né, estamos muito preocupadas ainda.

— Alguma novidade do irmão dela?

— Bom, ele conversou com um investigador por lá e parece que ao contrário do que foi divulgado eles têm um suspeito.

— Então não está tão ruim. Eles podem encontra-la a qualquer momento.

— Sim e não, não sabem se é realmente o cara, é uma suspeita e só.

— Entendo, eu estou tão nervosa, eu não consegui render nada hoje no trabalho.

— Eu imagino, Viviane também estava só de corpo presente, a cabeça estava longe.

— Se você receber mais alguma notícia me avisa?

— Claro, pode deixar, descansa Mariana, ela vai voltar.

— Obrigada Paula.

Desligaram o telefone e Mariana se jogou no sofá, seu irmão estava saindo para ir para a faculdade, deu um beijo na cabeça da índia e saiu deixando-a sozinha. Mais uma vez a arquiteta pegou uma grande dose de uísque e caminhou até a janela, a noite estava nublada, não tinha lua no céu para ela olhar, tomou um longo gole da bebida que mais uma vez descia ardendo sua garganta, e novamente chorou.

— Onde você está? — perguntava em voz alta –

************

Ana Paula estava em casa, tomava banho, a água caía sobre sua cabeça lavando sua alma, toda preocupação que ela sentia parecia não se esvair. De olhos fechados apenas deixava o pensamento voar até Boston, onde Adriana estaria? Sentia uma dor que não conseguia explicar, saudade, paixão, amor. Amor? As lágrimas escorriam junto com a água do chuveiro.

Já estava se secando quando ouviu batidas na porta do quarto, abriu a maçaneta e encontrou o olhar de Lívia sobre o seu. Os olhos vermelhos denunciavam o choro debaixo do chuveiro. Ana estava envolta de um roupão felpudo, com uma toalha secando os cabelos. Abriu espaço para a namorada entrar e fechou a porta.

Lívia jogou a bolsa sobre a cadeira da escrivaninha e voltou a olhar para Ana Paula.

— Você estava chorando?

— Sim. – segurava a toalha —

— O que você sente por ela Ana?

Ana bufou cansada — Lívia, ela está desaparecida, ela foi importante pra minha vida, eu gosto muito dela, Adriana não merece o que está acontecendo. – voltou a chorar – Quer mais motivos?

Lívia ficou comovida, pensou que tinha exagerado ao colocar Ana na parede.

— Desculpe meu amor, eu estou nervosa, eu fiquei preocupada com você e com a sua reação, — foi até Ana e a abraçou – eu vou te apoiar, desculpe.

Ana abraçou Lívia e as lágrimas escorriam sem controle, seu coração dizia que algo muito ruim estava acontecendo com a morena, e ela estava ali parada sem poder fazer nada.

— Lívia dorme aqui comigo. – pedia dengosa —

— Sim, eu durmo, vem cá.

Beijou a loira e a embalou em um abraço forte. Ana Paula se deixou envolver, sabia que seu coração estava se manifestando, o medo de perder Adriana estava latente, e o fato de não ter vivido esse amor estava lhe torturando, como ela foi cega? Ou ela que não quis enxergar? Finalmente ela entendia que não era só paixão, só atração, era mais, era amor, era a necessidade de estar junto, de sentir a respiração calma da morena enquanto ela dormia, era consolar Adriana quando ela chorava, era mais.

Ainda abraçada a Lívia pensava se conseguiria passar por isso, perder a morena novamente dessa vez para sempre, não saber dela era quase a morte. Quando ficaram sem se falar, ela sabia que Adriana estava em algum lugar de Harvard, ao seu alcance para quando ela quisesse. Mas ela não quis, ela não se movimentou com a desculpa de ter Gisele em sua vida. Ela não foi atrás da sua morena. Agora é tarde demais.

Estava arrependida de ter sido fraca, e decidiu que a partir daquele dia faria tudo que tivesse vontade e não deixaria nada pra depois, pois poderia não haver depois.
O celular tocou, ela se soltou e correu para pegar o aparelho, era Isadora.

— Oi Isa, alguma novidade? – seu olhar era de ansiedade –

— Oi Ana, o irmão dela já chegou em Boston, e conversou com os investigadores, parece que eles tem alguns suspeitos, estão investigando ainda.

— Ah, entendi. Mas não a encontraram?

— Não, ela ainda está desaparecida. – dizia desanimada —

Seu semblante entristeceu e ela se despediu da amiga, voltou para os braços da namorada e se aninhou no colo de Lívia que a acolheu até a loira pegar no sono.

**************

Felipe estava deitado no quarto do hotel sem conseguir dormir, virava de um lado para o outro repassando as conversas que teve durante o dia com as pessoas envolvidas no caso, no dia seguinte voltaria para a Universidade e depois para a delegacia. Estava desolado por não poder fazer nada, não sabia onde procura-la ou como encontra-la. Sua irmã estava lá fora em algum lugar à mercê de um delinquente, sem saber se ela estava bem, se estava com frio ou se tinha comido alguma coisa.

Lembrava-se de sua infância, Adriana correndo atrás dele dentro do apartamento, a garota tropeçou em um brinquedo e caiu no chão, Felipe correu em sua direção e a ajudou a levantar, limpou o joelho da irmã e deu um beijo em sua bochecha, saiu correndo de novo com ela atrás de si.

Sorriu melancolicamente, sentia um vazio enorme no peito por não saber notícias de sua irmã mais nova.

***********

Adriana estava sentada encostada na barra de ferro, fazia frio, a casa velha não tinha mais sistema de aquecimento, a janela quebrada deixava o frio da noite americana invadir o cômodo onde as meninas estavam, a única luz era a luminária de querosene, Adriana sentiu fome, lembrou que não comera nada o dia inteiro.

O frio intenso fazia sua perna doer como se estivesse recebendo agulhadas, a barra de titânio parecia que estava saindo de sua perna, tamanho era o incômodo, não tinha mais posição para ficar.

Tentava pensar em um jeito de sair dali, mas não conseguia. Se encolheu tentando se aquecer, abraçou os joelhos e finalmente deixou algumas lágrimas caírem, olhava pela janela, o vento parecia conversar com ela, o céu estava nublado, as outras meninas estavam quietas também, ela estava sozinha, isolada e presa.

Pensava em sua família, se eles já sabiam que ela desaparecera, Felipe, como ele está? As amigas, Viviane, sentiu alívio por não ser Viviane. Lembrou –se de Mariana, a índia que ela não teve a oportunidade de conhecer. Estava disposta a entrar de cabeça naquela relação, pensava se conseguiria sair dali para conseguir viver esse sentimento.

Pensou em Ana Paula, e o choro intensificou, a loira que ainda povoava o seu coração, era sua paixão mais verdadeira, o seu amor. O seu porto seguro estava a quilômetros de distância, imaginava como a advogada estaria naquele momento, se ela estava sentindo sua falta, ou se estava curando suas mágoas nos braços da mulher que morava em seu apartamento. Esse pensamento fez seus ossos doerem, não sabia se era frio ou se era desgosto. As palavras da loira ecoavam em sua mente. “ – Eu não te amo. –“ Como esquecer aquele amor? Mesmo longe era Ana Paula que ela queria ver, era a advogada que ela queria beijar, no colo da mais velha que ela queria estar.

De repente ouviu passos do lado de fora, o rapaz voltava com comida congelada. A morena estranhou a atitude daquele rapaz, mas com a fome que estava não pensou em fazer desfeita.

— Isso é pra você, não comeu nada o dia inteiro. – ele falava mais calmo –

— Por que você está fazendo isso? – ela olhava pra ele –

— Por que eu preciso.

— Você não precisa, não precisa viver com esse fardo.

— Você está com frio? – percebeu a morena encolhida –

— Estou. – disse desconfiada —

Ele se afastou e voltou um tempo depois com um pano grosso e jogou sobre suas pernas.

— Foi o que eu consegui.

Saiu deixando Adriana boquiaberta com a atitude daquele rapaz, em um momento ele foi tão rude e naquela hora ele a tratou com um mínimo de dignidade. Ela não entendia a sua atitude. De qualquer maneira se enrolou naquele pedaço de pano e comeu aquela refeição que naquele momento lhe pareceu um manjar dos deuses. Ainda sentia dor na cabeça e sua boca também doía quando sentia a comida quente encostar em seu lábio machucado.

Terminado sua refeição, ela ouvia um burburinho vindo de onde as outras meninas estavam, e ficou curiosa.

— Oi, meninas, vocês estão bem?

— Sim, nós estamos bem. Por que ele foi gentil com você?

— Eu não sei, mas eu vou tentar usar isso a nosso favor. – pensava em um plano para se livrar do cativeiro –

— O que você está pensando? – uma das meninas perguntava –

— Em tirar a gente daqui.

Conversaram mais alguns minutos, e a morena acabou pegando no sono de cansaço, estava desgastada de tantos acontecimentos, noites sem dormir, e ser raptada por um irmão justiceiro minou suas energias.



Notas:



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