Recomeçar

Capítulo 14 – Recomeço

– Não Mariana, eu não quero casar com você.

Senti um aperto no peito, meus olhos se encheram de lágrimas e as pernas fraquejaram, tive que sentar. Fui uma idiota e acabei perdendo meu amor, por conta de uma história que não consegui deixar para trás.

– Eu peço desculpas por te fazer sofrer Adele. – Levanto e sigo em direção à porta. As lágrimas já corriam soltas. – Nunca foi minha intenção te magoar, mas magoei né? Eu não vou mais te incomodar. Você pode ficar aqui por dois dias, está tudo pago. Eu vou ficar na casa da minha mãe, quando você quiser conversar é só me procurar. – Abro a porta e sinto seus braços em volta da minha cintura.

– Ei, eu só disse que não quero casar com você. Não que não quero mais você na minha vida. – Não aguento mais segurar as lágrimas e caio num choro convulsivo. Adele me vira de frente pra ela e me abraça. – Não fica assim meu anjo. Eu não imaginava que te apoiar e deixar livre para estar com Fernanda ia me machucar tanto, preciso de um tempo para digerir isso tudo.

– Eu pensei que tinha perdido você. – Falo entre soluços. – Por que você me deu um susto desses? Sua boba. – Dou um tapa em seu ombro.

– Vamos sentar na cama. Eu sou louca por você Mari, mas foi tão difícil saber que você estava com ela, pensar que você podia escolher ficar com ela, e me deixar. E agora você vem assim, e me pede em casamento. Não é assim que as coisas têm que acontecer. Nessa correria toda. Eu não consigo pensar nisso agora. A gente tem que conversar, as coisas estão tão estranhas, mas a gente vai ter que conviver com isso. Só que agora eu só quero ficar grudada em você. Eu estou tão cansada, não dormi nada esses dias, eu preciso descansar. Deita comigo?

– Claro meu amor, tudo que você quiser e precisar.

Adele deita em meu peito, fico fazendo carinho em seus cabelos, até perceber que ela dormiu. Fico pensando em tudo que aconteceu em minha vida nessa última semana. Sem perceber pego no sono também.

– Ainda está com muito sono minha Bela Adormecida? – Acordo sentindo os carinhos de Adele em meu rosto.

– Hum, acordar assim é tão bom!

– Estou com fome Mari, vai providenciar nosso jantar.

– Tô aqui gatinha, pode aproveitar a vontade.

– Deixa de ser besta Mariana, eu vou tomar um banho enquanto você pede o jantar.

Pedi uma massa para Adele, e um filé com fritas para mim, para acompanhar um vinho tinto português que ela adora, e pedi uma caipirinha para mim. Como sobremesa pettit gateau com sorvete. Enquanto esperava ela sair do banho, coloquei uma seleção de músicas que gostávamos para tocar.

Minha inglesinha saiu do banheiro de roupão, com os cabelos molhados caindo sobre seus ombros e eu ali babando no quanto ela fica linda assim ao natural. Fica vermelha ao perceber meu olhar de cobiça.

– Vou tomar um banho rapidinho, se a comida chegar você recebe meu amor?

– Vai lá minha linda, não se preocupe.

Tomei um banho relaxante, e quando saí o jantar já tinha chegado, a mesa estava posta e Adele estava com uma taça de vinho na mão.

– Espero que você não fique chateada por eu já estar bebendo, meu anjo. Hoje você vai me acompanhar numa taça?

– Claro que não me importo amor. Aceito um taça sim. – Adele começa a me servir o vinho, e vou me aproximando dela mesmo com medo de ser rejeitada. Passo o braço em sua cintura e dou um beijo em seu ombro. Percebo que sua mão dá uma leve tremida enquanto coloca o vinho na taça, mas não se esquiva do meu toque.

– Vamos comer logo, antes que esfrie?

– Claro. – Me aproximo de seu rosto e dou um selinho, que é correspondido.

Jantamos no mesmo clima de leve que sempre tivemos, trocamos olhares apaixonados, carinhos e damos muitas risadas. Adele estava mais solta, brincava, e não só pelo incentivo do vinho, mas por conta da nossa cumplicidade e companheirismo.

Assim que terminamos fomos para a sacada e ficamos apreciando a vista, a cidade iluminada e o céu estrelado. Eu, que não sou besta nem nada, fui me aproximando, assim como quem não quer nada, até ficar bem juntinho dela, passando meu braço por sua cintura.

– Mari, não pense que eu não estou percebendo você se chegando não, viu, sua bobinha. – Adele se vira para mim e fala. – Não precisa ficar com essa carinha de cachorro que caiu da mudança não, meu amor. Eu continuo te amando e querendo ficar com você. Só a questão do casamento que a gente vai repensar mais tarde. Enquanto isso a gente vai namorando, se amando, namorando mais um pouquinho, até a gente decidir o que vai fazer. O que você acha da minha ideia?

– Desde que você esteja comigo, eu topo qualquer coisa que você me propuser, mas nesse instante, mesmo sabendo que eu tenho dois pés esquerdos, dança comigo?

Estava tocando thank you, da Dido. Colamos nossos corpos e seguimos o ritmo da música. Adele passou os braços em torno do meu pescoço, enquanto eu fazia carinhos nas suas costas, pescoço e cintura. A cada toque mais ousado sentia que sua respiração se tornava mais ofegante. Não deixando por menos, ela colocou as mãos por dentro do meu roupão, me fazendo soltar um gemido e perder o passo na dança, foi alisando minha barriga, minhas costas. Não aguentando mais puxo seu rosto para um beijo cheio de vontade.

Sem que eu percebesse, Adele me conduzia até a cama. Só percebo quando caio sentada e ela sobe no meu colo, sem deixar de me beijar. Só nos afastamos quando perdemos o fôlego. Ela me olha com tanto desejo. Enquanto suas mãos afastam o roupão do meu corpo, e eu tiro seu vestido com pressa. Minha inglesinha não perde mais tempo, me faz deitar na cama e toma meus seios com paixão. Abraço seu corpo com medo dela se afastar e querendo aumentar o contato entre nossos corpos. Meu corpo parecia queimar de desejo. Seus olhos brilharam ao ver como eu enlouquecia com seu toque. Delicadamente eu passo as mãos nos seus seios, ela fecha os olhos e solta um gemido. Levanto meu tronco e faço carinho em seus seios com a minha boca. Adele faz com que eu me deite e fala:

– Hoje você é minha e você vai ficar bem quietinha.

Deitou sobre meu corpo, deu beijos no meu pescoço, e vai descendo, passa pelos meus seios, barriga e pelo ventre, chegando até o meu sexo. Não consigo mais me conter e estremeço a cada toque em meu corpo. Puxo Adele para cima, beijo sua boca e peço:

– Amor, eu preciso te sentir, goza comigo. – Minha inglesinha junta nossos sexos, começamos a nos movimentar no mesmo ritmo, e rapidamente atingimos o orgasmo. E nos amamos mais algumas vezes, para matar a saudade e afastar aquele sentimento incômodo que ficou com a possibilidade da gente se separar.

Alguns dias depois de nos entendermos, e eu ter aceitado que ainda não seria o momento de nos casarmos, voltamos para a casa da minha mãe, onde ficamos até o final das férias.

Decidimos de comum acordo voltar para Londres, Adele teria mais chances de decolar a carreira na Europa, e eu aceitei a proposta de trabalho. Minha família ficou meio arrasada porque decidimos partir. Deixei Luana encarregada da minha saída da sociedade do escritório, não fazia o menor sentido eu continuar sem pretensão de trabalhar novamente com eles, e sem a menor previsão de quando voltaria ao Brasil.

Não encontrei mais com Fernanda, nem fui visitar as meninas, como tinha prometido. Não quis dar margem para que Adele ficasse insegura a respeito do que eu sentia por ela.

Descobri que Luana e Carla estavam de rolo. Segundo elas disseram, estavam se conhecendo, romanticamente falando, e que tudo começou depois que elas se reencontraram com a minha volta ao Brasil. Estavam com medo da minha reação, duas bobas, porque eu fiquei muito feliz pelas minhas duas irmãs estarem juntas, fiquei na torcida para que tudo desse certo entre elas, mas mesmo assim dei uma puxada na orelha da Lua, ela que se comportasse e tratasse bem a minha irmãzinha caçula.

Infelizmente estávamos voltando para a Inglaterra sem nenhuma pista da família de Adele no Brasil.

Chegou o dia da nossa volta, entre lágrimas, sorrisos e abraços, vamos nos despedindo da enorme caravana que foi nos levar ao aeroporo. Com direito a minha família, Luana, Ricardo, Renata, Marta e de longe Fernanda. Não fiquei surpresa, acho que já esperava por isso, ela veio me ver chegar de longe, não duvidei em momento algum que ela viria me ver ir embora. Só que dessa vez eu não fui até ela dar um abraço. Dessa vez não havia espaço para esse carinho, já que definitivamente eu havia me dado conta que não precisava mais dela para ser feliz, que a minha felicidade estava bem ali ao meu lado, junto da minha querida inglesinha. Dei um sorriso para ela, abracei Adele e seguimos para o embarque.

Sentadas nas nossas poltronas confortáveis, preparadas para 11 horas de viagem, Adele já vai se aconchegando em mim e dispara.

– Amor, tenho que te confessar uma coisa.

– O que você aprontou, hein, dona Adele? – Falo brincando.

– Eu não achava que você ia voltar comigo para Londres. Principalmente quando a gente chegou e a Fernanda estava aqui te esperando.

– Você achava mesmo que eu ia escolher ficar com ela? – Afasto meu corpo e levanto o rosto de Adele.

– Eu percebi o quanto você ficou mexida com ela. Por isso insisti tanto para que você fosse encontrá-la. E não pense que eu não a vi aqui hoje, porque eu vi. Você até podia ter ido se despedir dela.

– Meu amor, o espaço que ela teve na minha vida foi completamente preenchido por você, e te peço mil desculpas por ter feito você sofrer. Só me dei conta de que já não precisava mais da presença dela depois daquele final de semana. – Falo olhando bem dentro dos seus olhos para que ela não tenha a menor dúvida a respeito dos meus sentimentos. – Eu não fui falar com ela porque tudo que nós tínhamos para falar já foi dito naqueles dois dias. Agora minha vida é você. Te amo muito, meu anjo.

– Te amo mais! – Trocamos um beijo apaixonado. – A Europa que nos aguarde!

O tempo foi passando e a nossa interação estava cada dia era maior. Adele acabou se tornando uma grande produtora musical, e precisava viajar constantemente pela Europa, produzindo novos talentos. Eu acabei me tornando a gerente do setor de informação do escritório de advocacia que fui contratada, e também precisava viajar constantemente, fazendo visitas aos escritórios espalhados pela Europa e algumas vezes também tinha que ir para a America do Norte.

Vai fazer dez anos que estou morando em Londres e já não me sinto mais feliz. Estamos numa fase em que praticamente não nos encontramos mais, e está ficando insustentável viver assim. Quando uma está em casa a outra não. Apesar do amor, carinho e amizade, nós começamos a nos afastar. Já não há mais aquela felicidade do reencontro. Nós ainda tentamos viver assim já faz alguns anos mais não está dando certo. Eu ando sentindo uma saudade absurda da minha família, do meu Rio de Janeiro, do calor carioca, coisa que sempre disse que jamais iria sentir falta. Me deu uma vontade doida de largar tudo aqui e voltar pra casa.

Em um dos poucos momentos em que conseguimos nos encontrar, cara a cara e não através de vídeo na internet, chamei Adele para conversar. Estávamos sentadas em nossa sala de TV conversando sobre tudo que estava acontecendo nas nossas vidas.

– Anjo, nós precisamos conversar sério sobre nosso casamento. Eu sei que você não quer falar sobre isso, mas a gente tem que falar sobre essa distância que estamos vivendo e que não está nos fazendo bem. Eu te amo e vou amar para sempre, você vai ser sempre a minha maior amiga e a pessoa que mais me entende, mas como casal a gente não está mais funcionando. – Falo com lágrimas nos olhos. – É duro admitir isso por conta de tudo que a gente já viveu, mas nós precisamos encerrar esse ciclo minha linda.

– Eu sei. – Me responde chorando. Vou até ela e a abraço.

– Não precisa ficar assim, minha linda. A gente só não vai mais estar casada, mas vamos continuar nos falando como sempre, via internet. – Acabamos rindo.

– Mas é estranho saber que você não vai ser mais minha. Eu sei que a maior parte da culpa de chegarmos nesse ponto é minha, me dediquei demais ao trabalho e deixei você de lado.

– Não fala isso. – Interrompo sua fala. – Nós duas somos culpadas, porque eu também tenho culpa. Eu percebi que estávamos nos afastando e não fiz nada para mudar isso. Também comecei a viajar aumentando a distância entre nós.

– A gente pode tentar fazer terapia. Ainda nos amamos.

– Meu anjo, é claro que a gente se ama. Nós estamos juntas há dez anos, são anos de cumplicidade, respeito e amizade, mas já não temos mais tesão, você chegou e a gente nem se deu ao trabalho de tentar fazer amor. Eu sei que uma hora o tesão acaba diminuindo, que um casamento não vive só de sexo. Não adianta mais ficar tentando consertar o que já não tem mais jeito. E eu quero voltar para o Brasil. Eu tô com saudades da minha família, do calor do Brasil.

– Você vai me deixar aqui sozinha?

– Adele, sem dramas meu anjo. Nós passamos a maior parte do tempo sozinhas. Quando você quiser me ver, é só fazer uma escala rápida no Rio.

Depois dessa conversa, nós chegamos à conclusão que seríamos mais felizes nos separando, e cada uma seguindo o seu caminho. Pedi demissão, não aceitaram. Como já estávamos em processo de expansão, me deram a possibilidade de ser a gerente de informação da América Latina, com base no Rio.

E cá estou eu de volta à cidade maravilhosa, vendo meu Rio querido do alto e ouvindo tocar no meu fone, “minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro, estou morrendo de saudades…” Cheguei sem contar nada para ninguém, vai ser uma mega surpresa para todo mundo.

Desembarco e aguardo minhas malas aparecerem na esteira quando uma menina lourinha chama a minha atenção por achar que a conhecia de algum lugar. Ela devia ter uns vinte anos, e de vez em quando também me dava umas olhadas. Não, eu não estou paquerando a menina e acredito menos ainda que ela esteja. Coincidentemente nossas malas estão lado a lado na esteira. Coloco minhas malas no carrinho e sigo em direção ao portão de saída. Como não havia ninguém me esperando, não me dei ao trabalho de procurar algum rosto conhecido. Estou concentrada no meu celular procurando o aplicativo para pedir um táxi, quando sinto o meu carrinho batendo em outro. Levanto a cabeça para pedir desculpas e qual não é a minha surpresa em perceber que bati no carrinho da lourinha. De repente escuto uma voz que já não ouvia há anos.

– Clara meu amor, mal chegou e já está batendo no carrinho dos outros. Moça desculpa a minha filha, ela sempre foi desastrada assim mesmo.

– Mãe, pelo amor de Deus, eu não preciso que você peça desculpas por mim. – A lourinha se vira em minha direção e fala. – Desculpa aí moça.

Eu não queria acreditar que essa coincidência estava acontecendo e me viro em direção à mãe da menina. E percebo a sua cara surpresa ao ver em quem a filha dela esbarrou. Fernanda abre e fecha a boca várias vezes sem saber o que falar.

– Mariana, que surpresa.

– Como vai Fernanda? Acho que podemos dizer que o aeroporto é o nosso ponto de encontro preferido não é mesmo? – Falo sorrindo.

– Acho que tá mais para brincadeira do destino mesmo. Você está vindo passar férias aqui? Muitas saudades da família?

– Não são férias, estou voltando para ficar. E sim, muita saudade da minha família. – Percebo um brilho diferente em seu olhar.

– E cadê Adele?

– Adele ficou em Londres, mas talvez mude para Nova York, não sei ao certo. Nós nos separamos. – Fernanda parece ficar sem saber o que dizer.

– Sinto muito Mariana. Separação nunca é fácil.

– Acredite, estamos bem, terminamos o nosso casamento de comum acordo.

–  E não tem ninguém te esperando?

–  Não avisei que vinha. Quero fazer surpresa.

– Bem, nós podemos te dar uma carona, não é mesmo Clara?

Havia esquecido que a menina estava ali.

– Por mim tudo bem, desde que a gente saia logo daqui. Eu estou louca por um banho e pela minha cama.

– Eu não quero atrapalhar vocês.

– Ah, deixa de bobeira Mari. Vamos lá. Sua mãe continua morando no Grajaú?

– Continua, sim.

Vamos em direção ao estacionamento. Ajudo Fernanda a guardar a bagagem na mala. Clara senta no banco de trás já se encostando para dormir mais um pouco, e deixa o carona para mim. Ficamos em silêncio até sairmos do aeroporto e entrarmos na linha vermelha.

– Sem querer parecer curiosa, mas já sendo, não sei quais são os seus planos, me antecipo em dizer, que sempre haverá uma vaga para você lá no escritório. Tenho certeza que falo por todo mundo.

– Obrigada Nanda! Mas eu já vim com emprego. Aliás, continuo trabalhando na mesma empresa, só mudei de cargo e país. Outra hora conversamos sobre isso. – Mudo de assunto. – Me conta de você, casada, namorando, enrolada?

– Solteira. – Responde olhando bem dentro dos meus olhos, volta a prestar atenção no trânsito e continua. – Tive alguns casos, mas nada sério. Continuo esperando o grande amor da minha vida chegar.

Minha vez de ficar sem saber o que dizer. Será que isso foi uma indireta, bem direta para mim? Não, não acredito que ela esteja ainda pensando que nós podemos ter alguma coisa. Será, gente, que depois de tanto tempo ela não tenha me esquecido?

– Imaginava qualquer coisa, menos que você estivesse solteira. Onde essas mulheres andam com a cabeça em deixar um mulherão como você solta pela cidade? Essas cariocas não são mais de nada, viu.

– Talvez a futura dona do meu coração não estivesse na cidade. – Ela responde rindo. E eu entro na brincadeira.

– E será que ela já chegou? – Respondo com outra pergunta.

– Tenho certeza que sim. Vou dar só um tempinho para ela se adaptar à cidade e vou pegar ela definitivamente para mim. – Dá um sorriso de lado e pisca para mim…



Notas:

Queridonas, Recomeçar chegou ao seu último capítulo!
Gostaria de pedir desculpas pela demora em publicar, como algumas de vocês sabem, tive problemas pessoais, mas agora as coisas estão entrando nos eixos. E aproveitar para agradecer por cada comentário, elogio e incentivo!
Agradeço principalmente a Carolina Bivard e Isie Isiel pelo espaço, apoio e incentivo, parceria e paciência!
Vida longa ao Lesword!
Beijão no coração de todas!




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