Eternizado Pelas Estrelas

Capítulo 5 – ROOMMATE

Alojamento

Juliana entrou no seu quarto, e teve uma bela surpresa: Era lindo! Ela imaginara apenas um quarto, com duas camas e um armário, mas o que encontrou foi muito além das suas expectativas. O quarto era de paredes brancas, com chão de carpete preto, com o símbolo da UFL estampado em branco. Duas camas, uma de cada lado do quarto, ambas de solteiro, mas que pareciam bastantes confortáveis.  Ambas as camas tinham uma pequena extensão, que poderia ser usado de escrivaninha, e na outra extremidade dois gaveteiros, para colocar os pertences de cada uma.  Entre as camas, uma grande janela com quebra-luz, que tinha vista para o campus e para estrada que ali passava.  E o que de tudo a deixou mais feliz: Banheiro privativo. Ela achara que teria que dividir o banheiro por andar, mas na verdade, todos os quartos tinham um banheiro. Ela se sentia num verdadeiro hotel, e por um momento, esquecera que teria que estudar e ralar muito se quisesse se manter ali durante os 6 meses. Resolveu ligar pra mãe, pra saber como todos estavam, e avisar que já estava devidamente instalada. Usava um daqueles serviços de rádio com roaming internacional:

– Alô? Mamãe?

– Filha!!! Como você está? Chegou bem? O voo foi tranquilo? Já comeu alguma coisa? Tão te tratando bem?

– Calma mãe! Deixa eu responder! Uma pergunta de cada vez! – Juliana ria, se divertindo com a euforia da mãe. – Estou ótima, cheguei muito bem, um guia da universidade foi me buscar, o voo foi tranquilo, dormi quase todo tempo, e vou comer agora.

– E estão te tratando bem?

– Ah sim, esqueci essa. Sim, mamãe do meu coração, todos estão me tratando bem. E o quarto que eu estou, mais parece um apartamento de tão bonito. Depois tiro foto pra senhora ver.

– Então tá filhinha, mamãe tá cheia de saudades de você – a voz de Judith já ia embargando.

– Eu também mamãe, mas seis meses passam logo. Você vai ver. Tenho que ir agora, vou comer alguma coisa, já tá tarde aqui, e café da manhã, almoço e janta tem horário certo.

– Tá bom Ju, te amo! Seu pai tá mandando um beijo!

– Mande outro pra ele, mamãe, e pro Carlos também!  Ele tá por aí?

– Tá. Ele tá filha, mas não quer falar.

– Por quê?!

– Ele tá sofrendo por demais a sua ausência, precisa de um tempo pra se acostumar com a ideia.

– Tudo bem, entendo. Mas fiquei triste, queria ouvir a voz dele.

– Tudo ao seu tempo filha.

– Então tá bom mãe, beijo! – Beijo filha.

Juliana desligou o celular, com aperto no peito. Não gostou de saber que seu irmão não quis fala com ela. E não conseguia entender, por quê.  Ficou magoada, mas resolveu deixar pra lá. Perdida em seus pensamentos, nem viu sua colega de quarto chegar:

– Hey! Girl? Heeeey??

Juliana ao perceber que a menina falava em Inglês, desesperou-se, pois sabia muito pouco do idioma, mas arriscou:

– Hey! What’s Your Name?

–  Mary, and yours?

– Juliana. Sorry, but I don’t speak English.

– What languages do you speak?

– Portuguese. I’m Brazilian.

– Ahh! Por que não falou antes? Achei que não fosse brasileira, loirinha e com esses olhos bonitos, achei que fosse estrangeira mesmo!

– Pow! Você é brasileira também. Que bom!!

– Sim, do Espírito Santo. E você pelo sotaque já deu pra perceber que é do Rio de Janeiro.

– Sim, de lá mesmo. Nossa como fiquei aliviada. Achei que ia ter que passar os próximos seis meses falando em mímica.

– Poxa, você tem que estudar Inglês, Juliana, hoje em dia é mais do que importante. É obrigatório.

– Eu sei, mas, não tive condições de fazer ainda. O dinheiro tá curto. Só vim pra cá, porque consegui uma bolsa pela UCF.

– Aqui tem vários programas de incentivo a língua estrangeira, no decorrer do curso, a gente vê se consegue te matricular em um!

– Beleza. Acho que vamos nos dar bem “méééry”

– Pode parar de falar afrescalhado, é “mári” mesmo, de Mariana. Só falei daquele jeito porque achei que fosse estrangeira, e sabe como é né?

– Haha exibida!

– Temos que ser lindinha, sempre!

– Bom, vamos descer pra jantar, que as aulas começam amanhã e precisamos dormir cedo.

Desceram, jantaram quietas.  Por mais que Juliana fosse bem articulada, tinham pessoas vários países ali, e ficou com medo de puxar papo e passar vergonha. Já Mary, apesar de igualmente simpática, preferiu comer na dela, e acompanhar o silêncio da amiga. Depois de terem jantado, tomado banho e deitado, o sono não chegava nunca. Papeavam até tarde, como se tivessem se conhecido há anos. Mary era uma menina linda. Um pouco mais jovem que Juliana, ela tinha 20 anos. Tinha estatura semelhante a da loira, por volta de 1,65. Dona de cabelos e olhos castanhos, e uma beleza angelical. Eram uma dupla e tanto, e no reino da universidade, para o entrosamento, beleza conta e muito. Após horas de papo, finalmente adormeceram. E uma grande amizade começara a se formar ali.



Notas:



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