Sinopse:
No reflexo que a janela proporcionava de seus olhos castanhos, tentava enxergar a si mesma em meio a um emaranhado de confusões.
“Estar apaixonado é estar mais próximo da insanidade do que da razão.”
Se Freud soubesse que sua frase tornara-se um hino para mim… Ele teria a dito e escrito porque ele nem sabe quem sou. Ou sabe?!
Desde que me descobri sentindo coisas estranhas como as tais borboletas no estomago, aquela vontade absurda de me manter perto dela e tantas outras coisas, fujo. Troquei o dia pela noite. Enquanto todos trabalham em escritórios enfurnados em salas ou em pé vendendo algo, eu durmo.
Acordo quando a tarde está por findar e sento no colchão, depois de espalhar os lençóis e me agarrar aos travesseiros, para apreciar aquele espetáculo proporcionado pela natureza. O céu azulado com algumas nuvens e o sol em seu pôr de tons alaranjados ou talvez seja salmão. Por que não?! Mas até isso me lembra ela. Se Solange, a moça que cuida da minha casa, me visse assim, decerto diria: “Cuida, menina. Paixão não é vida.”
E eu até concordo com Carlos Rennó quando ele diz que “estar apaixonado é uma coisa louca que alguém lhe causa e você mal dorme. Se perto desse alguém a eternidade é pouca, distante, cada instante é um tempo enorme. Estar apaixonado é mesmo uma doença.”
Enquanto procuro algum vestígio de mim, no reflexo produzido pela ampla janela da minha suíte, vou pensando… Nela.