Freya: A Reconstrução>
Texto: Carolina Bivard>
Revisão: Naty Souza e Nefer>
Ilustração: Táttah Nascimento>
Nota importante:>
Oi, pessoal! Alguns devem ter visto que semana passada, na terça-feira o site ficou fora do ar. Estamos encarando um problema técnico, que precisamos resolver, para que o site continue ativo. Fizemos reparos, no entanto não é definitivo. Esse foi o motivo de atrasar a minha postagem, por estar imersa no processo desses reparos. Por isso, convido a vocês para visitar esta página: >
https://www.lesword.com/doacoes/ >
Nela explicamos o que está acontecendo e pedimos auxilio nessa empreitada para quem puder.>
Agora, vamos ao capítulo! >
Capítulo 18 – Espiã em Ação >
— Calma, Brid. Vamos ouvir mais. Talvez esse seja um recurso que utilizam para não chamarem atenção.>
A comandante silenciou, observando. Oton tinha razão. Não fazia este tipo de incursão há mais de dois anos e estava ansiosa demais. Precisava se acalmar.>
Os dois homens jogavam concentrados. Desde que se sentaram para jogar, há mais de quinze minutos, não falavam nada. A própria tripulação começava a se impacientar com o desfecho daquela emboscada que fizeram para o coordenador.>
— Hoje vi você conversando com a Trud da área de tecnologia. Algum problema sério nos sistemas integrados do governo central?>
Knut rompeu o silêncio, entre uma jogada e outra, com uma pergunta que parecia ser sem maiores motivações.>
— Não, não há nada com os sistemas integrados. – Javer suspirou. – Ela está preocupada com o silêncio da Olaf e, para falar a verdade, eu também. Sei que está dentro do protocolo, mas aquela violação de área que detectamos há alguns dias no prédio central, me alertou para o quanto estamos às cegas. Essa louca da Saga está foragida e eu, que sou o ministro de segurança, não tenho nada para relatar para o parlamento.>
— Vamos achar essa mulher, Javer. Tenha paciência.>
— Iremos achar mesmo, Knut? Faz dias que tudo começou e não temos nada ainda. Barns provavelmente está morto. Depois que foi sequestrado, não deve ter conseguido manter a aparência da ministra Lucrétia por muito tempo e Olsson está na nave Decrux, junto com a Olaf. Como disse antes, não temos nada.>
Knut parou de jogar, encarando o ministro com seriedade.>
— Você está, mais uma vez, se condenando por ter deixado a Olaf para trás na estação da República, quando o antigo planeta foi atacado.>
— Eu nunca devia tê-la deixado. Não devia ter escutado vocês.>
— Não sabíamos o que a República tinha feito com ela, Javer. Tínhamos que manter, pelo menos, alguns membros do parlamento vivos para reestruturar Freya. Você tem que parar de se sentir culpado, homem!>
— Não vou parar de me sentir culpado até Helga estar sentada na sala dela e essa terrorista estar presa, entenda isso, Knut! Somos amigos de muitos anos e sou grato a você e aos rapazes pela proteção que tive no Espaço Delimitado, mas se essa situação de não termos notícias da Olaf e nem de conseguirmos achar Saga se prolongar, provavelmente terei que adotar outras medidas para caçar essa mulher tresloucada e prendê-la. Nossos agentes não estão dando conta do trabalho.>
— O que está querendo dizer com isso, Javer?>
O Ministro emudeceu por segundos, antes de responder.>
— Estou querendo dizer é que recrutarei novos agentes para essa missão. Sinto muito, Knut, mas o parlamento está querendo formar uma comissão para estudar currículos de agentes para uma força tarefa e, se eu não me adiantar a essa ação, serei taxado como incompetente e você também, não esqueça disso.>
— Olha, Javer, sabe que eu sempre apoiei você, mas está se precipitando. Eu pessoalmente coloquei nossos melhores agentes nessa missão. Me dê mais alguns dias.>
— Só mais dois dias, Knut; e amanhã terá que me mandar todos os relatórios das ações dos nossos agentes. Preciso de atualizações das ações e elas não estão chegando até mim.>
O coordenador silenciou por alguns segundos, encarando o ministro com desconfiança.>
— Ah, agora entendi por que você adiantou o nosso dia de jogo! Você queria me pressionar…>
— Não é nada disso, Knut!>
— Será que não é, mesmo? Então por que não me chamou em sua sala hoje para me dar essas notícias, em vez de remarcar o nosso jogo para hoje?>
— Porque ainda não havia decidido nada, até esta tarde. – Javer sacudiu a cabeça. – Você está tomando isso como pessoal, Knut. Acalme-se. A princípio, também levei para o lado pessoal, mas a verdade é que o parlamento está correto nas suas decisões. O planeta não pode ficar tantos dias sem a Olaf e sem sabermos o que está acontecendo com ela, e mais, não podemos ficar às cegas com uma terrorista à solta. Esse problema é da conta de nosso ministério e, se em tão pouco tempo de formado, já estamos enfrentando esse tipo de dificuldade, para o parlamento é justo tomar as rédeas da situação. O que você prefere: lidar comigo ou com o parlamento? Achei que preferisse que eu tomasse a frente, nesse caso…>
— É claro. Desculpe se eu me exaltei, Javer, mas é que… Deixa para lá. Você está certo. – O semblante do coordenador ficou sombrio. – Temos que nos reestruturar e resolver logo esse problema da ministra Lucrétia e da Olaf… >
O ministro reparava na forma com que o seu amigo ficara. Ele parecia desolado. Fez um gesto para fechar o holograma do jogo e a imagem sobre a mesa se apagou.>
— Parece que hoje não foi um bom dia para o nosso jogo semanal.>
O ministro se aproximou do amigo, tocando-lhe o ombro. Demorou-se por alguns instantes e começou a andar para a saída.>
— Aguardarei os relatórios de nossos agentes amanhã de manhã, Knut. >
O ministro apressou o passo em direção à saída e Knut ficou parado. Assim que se viu livre das vistas do ministro, ele socou a mesa com raiva. >
— Porra! Ainda não achamos aquela merda de nave! >
Todos os tripulantes da Decrux estavam silenciosos, tentando entender aquela conversa e mesmo Bridget parecia paralisada.>
— Pegue Knut agora, Brid! É a oportunidade que você tem!>
Helga saiu da catatonia, incentivando a comandante a continuar com o plano.>
— Faça o que ela diz, Brid. – Decrux reafirmou. – Javer pode não estar dentro desse conluio, mas a probabilidade de que Knut esteja é alta.>
Viram quando a comandante começou a se esgueirar pelas sombras das árvores, para chegar até o coordenador. Quando se aproximou o suficiente para alcançá-lo, escutou barulhos de passos vindo da trilha. Recuou na hora certa.>
Seu coração acelerou e se posicionou agachada entre uma árvore e um arbusto para assegurar que não a vissem. O áudio de longo alcance ainda estava aberto e conseguiram escutar com mais clareza a conversa entre Knut e o homem que se aproximou, contudo não os viam pela nova posição da comandante.>
— Quer dizer que nosso amigo está com seus brios feridos…>
— Não brinque com isso. Se Javer colocar uma outra turma de agentes na investigação, poderão descobrir muita coisa. >
— Ministro Kevin?!>
Helga reconheceu a voz do homem e sentiu uma ligeira tontura. Decrux se aproximou, percebendo o abalo da esposa. A IA conhecia o ministro e sabia que Helga confiava cegamente nele. O ministro fora seu braço direito no velho planeta, quando foi secretário de gabinete, e agora continuava a lhe ajudar, após a escolha do parlamento para ser o Ministro de Relações Exteriores. Por esse cargo, ele havia se tornado muito mais presente na vida laboral da Olaf.>
— Você está bem?>
Após alguns segundos, Helga se recuperou do choque e endureceu o semblante.>
— Não, não estou nada bem, Decrux. Estou furiosa! Tinha uma serpente dentro de casa, pronta para me atacar a qualquer momento, e agora que a descobri, quero caçá-la e esmagar a sua cabeça.>
— Vamos com calma, Helga. – Bridget sussurrou, tentando não ser percebida. – Vamos escutar o que eles conversam.>
— Ah, você não me conhece, Brid. Com certeza irei com calma. Eu não quero somente a cabeça do animal. Quero todo o corpo. Quero descobrir cada um que está confabulando com esse cretino e desmascarar a todos. Só desta forma poderemos neutralizar completamente a peçonha que está se espalhando em Freya.>
Viram através das imagens transmitidas a movimentação de Bridget para ficar numa posição melhor. Movia-se com cautela. Dessa forma, além de escutar as conversas, poderiam ter as imagens do encontro também.>
— Não estou brincando com nada, Knut. É somente uma realidade. Sabíamos que esse momento poderia ocorrer. Quando incentivamos as bases para colocar Javer no cargo, foi porque poderíamos nos articular e manipulá-lo ao mesmo tempo. Ele confia em nós com a vida, mas também não iria se colocar numa posição contrária ao parlamento. >
— E o que faremos agora, Kevin?>
— O que já devíamos ter feito desde que Saga falhou pela segunda vez. Eliminá-la. Não precisamos mais dela.>
— Mas não temos o filho alomar primordial da ministra Lucrétia. >
— Não, mas temos Rurik. Foi ele quem desenvolveu a droga e não quero uma lunática gestando um freyniano tão importante para nós.>
— Ele é fiel a Saga. >
— Será mesmo? E se dermos para ele a oportunidade de ser o médico que cuidará da ministra, depois que obtivermos o esperma dela?>
O ministro de Relações Exteriores sorriu maquiavelicamente. Sentou-se à mesa de jogos e fez um gesto para abrir o “Decate” que o ministro Javer fechara. A tripulação estava chocada, e Helga levava uma expressão apática no rosto. Continuaram a escutar.>
— Sente-se, Knut. Não tem muita gente passando, mas não quero levantar suspeitas.>
O coordenador fez o que o ministro pediu.>
— Saga mandou uma mensagem para que enviemos alguns de nossos agentes para auxiliá-la nas escutas da nave Decrux; eu enviei Desmond e Kael. Já estão na “toca”, com ela.>
— Ótimo, Knut! Será mais fácil eliminá-la com nossa gente lá. Alguma novidade sobre a nave?>
— Ainda não. Brevemente sairão do alcance de nossas escutas, pois parece que estão se dirigindo para o planeta Terra. – Knut riu. – Uma bobagem plantada pela Saga para que pudéssemos pegá-los longe daqui, sem levantar suspeitas. Eles chegarão antes que nossa nave de combate os alcance, mas conseguiremos pegá-los na órbita do planeta.>
— Perfeito! – Kevin se levantou. – Passe para a minha sala a comunicação com os agentes Desmond e Kael. Vou orientá-los pessoalmente. Deixe que eu cuide de Saga e Rurik.>
— E quanto a Javer? >
— Dê a ele o que pediu, ou seja, nada. – Kevin gargalhou.>
— Darei os relatórios que nossos rapazes fazem todos os dias, para inserir no sistema de segurança. Realmente não há nada que preste.>
— Dessa forma, teremos mais dois dias para nos articularmos. Certifique-se que nossa nave de combate pegue a ministra Kara. O resto da tripulação, pode eliminar. Será fácil convencer o parlamento de que aquela comandante terráquea sequestrou a ministra e a Olaf e que era ela quem estava no comando de tudo. Será fácil também convencê-los que no resgate “infelizmente todos morreram”.>
— E Olsson?>
— Está preocupado com Olsson, Knut? Ele é um efeito colateral, somente. É um homem nosso e muito competente, mas não podemos arriscar. Teve a oportunidade dele quando houve a explosão na nave e, se não estamos com a ministra em nossa posse, significa que falhou. O que precisamos daquela nave é Kara Lucrétia. >
— Depois de uns meses, teremos nossa criança alomar primordial… – Knut complementou.>
— Gestada por um freyniano alomar supostamente do povo. Melhor que isso impossível. Moldaremos a criança com nossas ideologias e sem disparar um tiro a laser contra a população. >
O ministro Kevin complementou, saindo da mesa sem se despedir. Caminhou em direção à saída, entretanto o coordenador permaneceu. Certamente esperava que o ministro se afastasse mais para tomar seu rumo sem suspeitas. >
Bridget se posicionou para pegá-lo. Era a hora perfeita! >
— Pare, Brid! — Helga pediu. – É melhor deixá-lo ir! Se ele não aparecer amanhã no governo central, poderá levantar suspeitas.>
A comandante parou por segundos. As imagens que sucederam eram tão surpreendentes que pareciam que o tempo havia parado. Foram segundos até que vissem o coordenador caído e a comandante puxando-o para escondê-lo entre as folhagens. >
Viram ela colocar o botton de rastreamento na veste do coordenador inconsciente e Kara sabia que teria que transportá-los para a nave. Acionou o dispositivo da T.I.M. e quase imediatamente ambos se materializaram diante dos olhos da tripulação. Ele deitado no chão e ela agachada sobre ele.>
— Não conseguiu me escutar?>
Helga perguntou um tanto desorientada e aflita. Tinha imaginado uma forma de pegar todos os envolvidos.>
— Escutei sim, Helga, e entendi o que queria fazer. Eu concordo, porém, vislumbrei algo a mais, tendo ele preso aqui, sem interferir em nossos planos. >
Helga estreitou o olhar, absorvendo a euforia emanando da comandante. >
— Quer tirá-lo de contato com Kevin… >
— Exatamente, Olaf.>
— Vocês duas podem contar o plano de vocês? Não sei se sabem, no entanto, não há nenhuma espécie telepata dentro da nave e, apesar de eu ser perspicaz e ter conexões neurais inimagináveis, ainda não possuo esse recurso. >
Kara se aproximou de Decrux, pousando a mão em seu ombro.>
— Sabe, Decrux, você ainda precisa de vivência e malícia. Aí sim, suas conexões neurais ficarão insuperáveis. – Kara virou-se para o grupo. – Temos Elisa, temos as gravações de toda aquela conversa e agora sabemos que teremos Javer ao nosso lado. >
— E sabemos que, a qualquer hora, poderemos colocar Saga contra o ministro Kevin.>
Oton arrematou, piscando para a IA, mostrando que todos tinham compreendido as intenções e insinuações de Bridget.>
— Já entendi. Não precisavam desse circo todo para me sacanear.>
— Precisávamos sim.>
A comandante, Oton e Kara falaram ao mesmo tempo. Os risos foram gerais e a IA cruzou os braços emburrada, como se fosse uma menininha, aumentando mais as risadas.>
A verdade é que todos estavam contentes. Tinham uma nova tecnologia de transporte, que poderiam trocar pela tecnologia de comunicações de Ugor e assim facilitar o rastreamento de mensagens e com quem Saga se comunicava.>
— Decrux, nos tire daqui. Escolha o local, mas não nos deixe longe demais a ponto de não podermos entrar em dobra comum.>
— Para isso você confia em mim, não é?>
— Eu sempre confio em você, minha amiga… Com a minha vida.>
Os olhos de Decrux se encheram de lágrimas e ela enxugou com os dedos.>
— O que está acontecendo comigo?>
A IA se perguntou, estranhando a própria reação, olhando para os dedos úmidos pelas lágrimas. Ela havia chorado uma única vez em sua existência. A Olaf se aproximou, colocando a mão em sua barriga. Deslizou os dedos com carinho.>
— Está acontecendo a maternidade, meu amor.>
Decrux inspirou fundo e soltou o ar aos poucos, compreendendo toda a sua distração, emotividade e confusões costumeiras no último mês. Os médicos haviam lhe dito que ela não poderia utilizar os attochips para regular as oscilações hormonais de seu corpo naquela fase, pois não sabiam os efeitos que causaria. >
Ela era um organismo que havia sido construído e seu pai-criador, não estava vivo para acompanhar seu processo de evolução. Não sabiam como os fetos reagiriam a essas interferências, o que a levou lembrar de que precisava conversar com a esposa. A Olaf não sabia que estava gestando gêmeos. >
— Está feito, comandante. >
Antes que percebessem, tinham entrado em dobra ponto-a-ponto. >
— Não se preocupem, não é tão longe onde nos coloquei. Num piscar de olhos poderemos retornar entrando em dobra normal.>
Ela enlaçou a mão de Helga. >
— Preciso falar com você a sós. >
Apesar de estranhar a atitude, o rosto sereno de Decrux fez com que Helga não se alarmasse. Ela, na maioria das vezes, não conseguia perceber as emoções de sua esposa, dado as características diferenciadas dela. A acompanhou.>
— Decrux…>
— …Nossa localização está no sistema supervisório da ponte, Brid.>
A IA se antecipou a pergunta da comandante, devolvendo a troça que os amigos haviam feito mais cedo. Oton balançou a cabeça em negativa.>
— Ela não vai parar de tentar nos sacanear, não é?>
Bridget passou pelo amigo, dando um tapinha em seu ombro e abaixou, pegando as pernas do coordenador.>
— Não vai, não. Somente aceite. Agora me ajude aqui, para colocar esse traste na maca; quero que ele acorde na carceragem.>
Oton também abaixou para pegar o cativo; o doutor Fredrik e a doutora Kiara se aproximaram para auxiliar. Estavam em silêncio, pois não compreendiam ações estratégicas e de assalto, contudo precisavam verificar a estabilidade do coordenador, já que haviam preparado uma substância forte para que Bridget pudesse injetar no homem e ele apagar em segundos.>
— Precisamos verificar se ele está estável. A “octorina” é uma substância anestésica forte para freynianos alomares e a potencializamos. Não quero ter uma morte em minhas mãos, mesmo que seja de um canalha.>
Colocaram o coordenador na maca e se afastaram para que os médicos aferissem os sinais vitais e avaliassem-no.>
— Ele parece estar bem. Colocarei uma pulseira através da qual poderei monitorá-lo remotamente. >
— E como Olsson está? >
— Estável e em estase. A princípio achei extremado o que nos pediu em relação a ele, comandante, e até me senti culpado por mantê-lo assim, sem que ele estivesse realmente doente, mas agora, vejo que foi a decisão acertada.>
— Pois eu não sou alomar, e não confiava nele. – Doutora Kiara deu a opinião, se aproximando. – Ele estava se esmerando para parecer chocado com tudo. Tentava ser muito confiável e na certa, entregou Knut, por achar que conseguiria acabar com todos aqui dentro e pegar a ministra.>
— Tem razão, Kiara. Seria perfeito para Olsson se na explosão Decrux tivesse morrido. Era a única que poderia pegá-lo no ato, se acaso atentasse contra alguém. – Bridget passou a mão atrás do pescoço, dissipando uma dor de tensão. – Vamos levar Knut para a carceragem e verificar onde Decrux nos trouxe.>
Helga falava com Elisa, através da linha de comunicação codificada. Transmitiu para ela o vídeo do encontro de Knut e o ministro Kevin, além de outro dela mesma, explicando toda a situação. Pediu para que Elisa entregasse a mensagem para Javer, em mãos. Gostaria de conversar pessoalmente com ele e explicava na mensagem para ele não procurar Knut logo de manhã.>
— Tente pegá-lo sozinho e diga que é importante. Que ele precisará saber das informações que tem, já que é o Ministro da Segurança, mas que você teme se a mensagem vazar. Fale que é minha e que quero que somente ele a veja. >
— Entendi, senhora. Já sei até como abordá-lo. Sempre que vou a pé para o trabalho, vejo o ministro tomando seu desjejum na cafeteria ao lado do prédio central. Às vezes, paro lá para um café também e quando a cafeteria está cheia, ele oferece para que eu me sente na mesa dele.>
Escutaram a secretária sorrir. O ministro Javer era um homem de meia idade, cuja família nunca encontrou após a guerra. A nave de sua esposa e filhos havia sido atacada e nunca teve esperança de revê-los. >
— Está dizendo que Javer se interessa por você? >
— Não sei exatamente se ele se interessa, Olaf, mas sei que simpatiza comigo. Ele nunca foi indiscreto, entretanto sempre me tratou afavelmente.>
— Melhor assim. Odiaria ter que começar a me preocupar com assédio no governo. Só falta isso acontecer… – Helga falou num tom exausto.>
— Não, o ministro sempre foi respeitoso. Na verdade, é aquele secretário de segurança dele que eu não gosto. Não confio nele. >
— Alberest Desmond?>
— Ele mesmo. Sempre que ando pelo prédio central, esbarro com ele pelos corredores. Seja no restaurante, na biblioteca, corredores do plenário… Parece até que o homem não trabalha. Está sempre conversando pelo comunicador pessoal e quando me vê, me olha de canto de olho. Ele me dá arrepios.>
Helga emudeceu por segundos, pensando no que a secretária lhe falara.>
— Se tudo voltar à normalidade, aconselho a conversar mais com a sua secretária…>
— Pois eu nunca pensei que precisaria desses subterfúgios, Brid. Tenho um ótimo relacionamento com ela, frequenta a minha casa e nunca me contou nada disso.>
— O que achava? Que ficaria lhe fofocando sobre as opiniões pessoais em relação a secretários e ministros?>
— Olaf… Ainda está em contato?>
—Desculpe-me. Estou sim, Elisa. Apenas estava pensando sobre o que me falou e acredito que precisaremos incluir Desmond em nossa lista de vigilância.>
— Ah… Certo! Ficarei de olho nele. >
Helga mordeu o lábio para não rir. Não era esse tipo de vigilância que pensara, todavia gostara da atitude proativa de sua secretária.>
— Ok. Voltemos ao nosso plano. Dê a ele a mensagem e diga para esperar o meu contato. Explique que me comunicarei por um canal não rastreável e que ele deverá ficar a manhã toda em sua sala. Depois que você o contatar, vá para o trabalho normalmente. Lembre-se: não mude sua rotina.>
— Ok! Mas e se ele não quiser me ouvir?>
— Não se preocupe. Estará com esse canal aberto e nós acompanharemos toda a sua movimentação. Se ele hesitar, direi a você o que falar para ele e tenho certeza de que ele lhe escutará.>
— Tudo bem, então já vou, porque está quase na hora. Só espero que, hoje, ele esteja lá. >
— Também não precisa se preocupar com isso. Já pensamos nessa possibilidade. Se ele não estiver, tem uma documentação em minha sala que já deveria estar na mão dele e você levará pessoalmente. Ele lhe atenderá, pois é um arquivo que não passa para a rede até ele avaliar. Eu deveria ter dado a ele, quando essa loucura toda começou.>
— Certo. Já estou perto da cafeteria.>
Enquanto caminhava, viu o secretário Desmond parado do outro lado da rua. Lia algo em seu plate pessoal, como se estivesse distraído, porém Elisa via que ele observava discretamente a entrada da cafeteria. Parou e começou a olhar uma vitrine de uma loja para não entrar no foco de visão do Secretário. Discretamente olhava eventualmente para ele e reparou quando ele voltou a atenção em sua direção. Entrou rapidamente na loja, o coração aos pulos.>
A atendente da loja de decoração que ela havia entrado, veio ao seu encontro.>
— Posso lhe ajudar? Se interessou por algo específico de nossa vitrine?>
— Só estava olhando. Achei a vitrine de vocês lindíssima.>
Bridget e Helga ficaram confusas por alguns instantes, pois escutavam uma conversa da assistente da Olaf com alguém que não conheciam.>
— Ela teve problemas.>
Escutaram a voz de Decux enquanto a observavam se aglutinar ao lado delas.>
— Por que diz isso?>
— Ora, amor, pela conversa ela entrou em alguma loja. Acredito que não seja louca de fazer algo assim, se não tivesse esbarrado com alguém pelo caminho.>
— Está certa, Decrux. – Bridget concordou. – Droga, se ela tivesse uma microcâmera…>
— Calma. Resolveremos isso mais tarde.>
Helga confortou a comandante voltando a prestar atenção à conversa de Elisa.>
A assistente travava uma conversa com a vendedora, sem deixar de observar o movimento da rua. Tentava ser discreta.>
— Achei incrível uma vitrine com peças reais de amostra. Há muitos anos não via algo assim.>
— Ah, não são peças reais, são hologramas. Devo dizer que são muito bem programados para dar essa sensação. Queríamos uma loja diferente das demais, pois compras através da rede, apesar de ser nosso maior catálogo de vendas, são impessoais. >
— Devem chamar muita atenção dos passantes.>
— Chama sim. Por isso os donos mantem a loja. Muitas vezes as pessoas entram aqui e acabam comprando online, mas temos muitas vendas por aqui também. >
— Eu imagino. >
Elisa mantinha a conversa com a atendente, porém conservava a atenção na rua e no Secretário e, esta foi a causa de ter visto o Ministro Javer passar pela calçada, sendo vigiado atentamente por Desmond.>
Merda – Pensou. – Como poderei abordar o Ministro se esse homem continuar de olho nele?>
>
Muito bom! Desenrolar ficando cada vez mais instigante
Super capítulo, maravilhoso como sempre.
Agora a cobra vai fumar kkkk
Bjs
Boa semana
Oi, Blackrose!
Agora as coisas pegarão fogo! rs Essa turma da Decrux não vai dar mole, não. rs
Obrigadão, Blackrose, pelo carinho de sempre!
Um beijão pra você!
Será que Desmond está querendo dar um fim no ministro? Se Elisa se encontrar com ele estará pondo sua vida em risco também. Terá que usar a segunda opção dada por Helga, entregar o documento diretamente em sua sala.
Minha comandante é a melhor mesmo, raciocínio rápido como um raio, enquanto Helga vem com a farinha ela já está com a farofa pronta rsrsrs menos um no bando de cretinos. Que plano mais perverso!! Moldar uma criança para que cresça se achando melhor que os outros por ter uma genética diferente.
Estava pensando aqui… será qual a probalidade do filhotinho de Kara e Brid ser um alomar primordial? Considerando que o gene 🧬 alomar seja recessivo, (já que está quase extinto entre os frenianos) Kara, por ter pele, olhos e cabelos claros e ainda ser primordial deve ter os dois genes recessivos “aa” e Brid uma terráquea pele clara, cabelos e olhos castanhos.. genes AA ou no máximo Aa…
Caraca! Se Brid for Aa, o que é o mais comum, terá 50% de chances d@ bebê ser um alomarzinho primordial.
Segura essa Brid, um bebê se transformando pela casa 😅.
Não me lembro se a característica de se transformar só aparece na adolescência 🤔. Dra Kiara, corre aqui pra ler as besteiras que estou escrevendo! 😂
E diante de toda essa perseguição que Kara vem sofrendo será que ela gostaria de ter um filho primordial? Lembrando que ela mesma, no passado, optou por não ser.
So esperando para ler a reação de Helga ao saber que terá 2 filhos de uma vez.
Seria muito ruim o site sair do ar. Semana passada ficou fora só um dia e já deu uma afliçãozinha, imagina não ter mais?!
Sempre gostei de uma boa leitura, e quando a história nos representa de alguma forma é tudo de bom. A gente viaja, fica leve, sem estresse. Causa ciúme na esposa com algumas personagens, mas tá valendo! rs
Carol, pode contar comigo, visitarei a página.
Sua forma de escrever me cativou desde a primeira história que li, a um tempo atrás ainda em outro site. Lesword tem ótimas escritoras e não pode sair do ar.
Tenho um carinho enorme!
E será uma forma de agradecer a vcs pelos presentes, que são as histórias que postam aqui, sem cobrar nada.
Beijo e ótima semana.
probabilidade*
Oi, Fabi!
Olha eu li tudinho, tá. Amo seus coments, mas vou ser breve hoje, pois ainda estamos fazendo limpezas internas no site e resolvendo bugs para mantê-lo bem, até a reconstrução, ok?
Brigadão por tudo, Fabi!
Um beijo bem grande pra ti!
Surpresa, surpresa! Então temos um aliado afinal! Difícil aguentar tantas reviravoltas e emoções à espera do troco.
Bjs
Oi Ione!
Pois é, ainda tem uns capítulos pela frente para desembrulhar esses laços bem amarrados. rs
Valeu, Ione!
Um beijão pra ti!
Carolcita,AMEI o capítulo! Mas serei sincera..coloquei uma carinha de “odeio”, temos que conversar seriamente sobre a forma que vc tem terminado os capítulos de um tempo pra cá kkkkkkkk
Nossa, será q Desmond tá vigiando Javer e Elisa pensa que tá acordando ela..talvez pense q ela saiba de algo ou pq toma café Ju tos por causalidade…
Ainda bem q pegaram Knut….agora vamos ver como reage Javer.
E Saga? Vão deixar q a mate ou se aproveitaram do ódio dela por ser traída? Ainda assim ela quer o filho…
Brid tem q proteger Kara de QQ jeito, afastá-la… já pensou se conseguem o esperma ,mesmo q a ela n?!! Moldar a criança com as ideologias deles?! É o fim!!! Daria ruim…
Espero que resolva logo o lance da página. Eu n tenho como enviar desde aqui e ainda com juros em dólar, sem PayPal meu, mercado pago n tenho nada na conta…se tivesse no Brasil.. peço desculpas desde agora!! 🙁
Um beijo carinhoso e um abraço pra sua esposa, cuidem-se!!
Oi, Lailicha!
Não se preocupe, sei que para você que mora em outro país é complicado. Mesmo doações, são transações bancárias e aí tudo fica mais difícil.
Fica de Boa!
Vou ser rapidinha na resposta, porque estamos todo o dia limpando coisa, consertando coisas no site, para manter ele bem, até conseguirmos reestruturá-lo.
Agradeço de coração, Lailicha!
Um beijão pra ti!
Carol,
Um mega cap. obrigada…
Sensacional… mesmo.
Parabéns pela obra.
Bjs,
Brigadão, Nádia!
Vou ser sucinta novamente, pois todos os dias temos que rever coisas aqui no site para mantê-lo saudável, ok? rsrs
Um beijão pra você!