FREYA: A RECONSTRUÇÃO

Capítulo 9 – Conspirações antigas

Freya: A Reconstrução

Texto: Carolina Bivard

Revisão: Naty Souza e Nefer

Ilustração: Táttah Nascimento


Capítulo 9 – Conspirações antigas

Embora a estranheza, deixaram-se ser conduzidos pela Olaf para se sentarem em uma mesa, enquanto a subcomandante se adiantava para colocar os utensílios à mesa para se servirem. Kara saiu detrás do balcão para se juntar a todos, deixando que sua noiva terminasse de preparar a iguaria.

— O que querem beber?

Bridget perguntou, quebrando o silêncio constrangedor que se instalara. Era a oportunidade para que Helga e agora, a própria Kara conseguissem avaliar a reação e emoções dos novos tripulantes da nave.

— Beber? – A doutora Kiara perguntou um pouco confusa. – Ah, você quer dizer um suco ou algo assim para o almoço.

Era quase imperceptível o sorriso que Bridget esboçou.

— Se querem beber algo mais forte, bebam agora, porque daqui a algumas horas, provavelmente não teremos tempo nem para comer fazer um lanchinho.

Decrux não precisou mais que isso para saber que deveria colocar algumas bebidas alcoólicas à mesa e Kara não se incomodou em pegar uma garrafa de vinho, abri-la e colocar um tanto da bebida em uma taça. Mesmo Helga sabendo que precisava se conter diante de subordinados do governo, entrou no jogo. Ela confiava mais naquelas mulheres do que em quaisquer outros. Também pegou um cálice, estendendo-o para que a ministra espacial a servisse.

— Dr. Fredrik, o que achou de relevante nos novos testes feitos com a minha noiva?

Bridget questionou, desfazendo, outra vez, o silêncio entre aquelas pessoas que tentavam compreender a ação das quatro mulheres. Todos eram experientes em missões e no comportamento que deveriam assumir dentro de naves e, definitivamente, aquela era uma atitude incomum.

— Bem, ela está incrivelmente estável. Transmutou sem problemas e conseguiu reverter os efeitos e desequilíbrio que a dobra ponto-a-ponto produziu. Todos os testes deram normais para um alomar treinado.

O médico especialista balançou a cabeça, como se não entendesse. Estendeu a mão e pegou a garrafa de whisky, despejando uma dose em um copo para, logo depois, colocar duas pedras de gelo, que havia em um vasilhame sobre a mesa, colocado por Decrux. O gesto foi seguido pela sua colega de trabalho.

— Queremos que ela continue com o monitor fisiológico.

A doutora Kiara falou, dando um gole em sua bebida, apreciando aquele momento de tranquilidade. Já passara por muitos momentos difíceis no Espaço Delimitado, mas, desde que foi repatriada, sua vida era tranquila. Entretanto, aquela descoberta de um alomar primordial, a estimulava e não se incomodou em fazer parte da expedição que sabia ser inusitada e, talvez até perigosa.

— Eu e o doutor Fredrik, nunca tivemos em contato com um primordial, como devem saber. Há séculos nenhum surgiu, e sabem bem que a guerra civil que houve, há novecentos anos, no planeta Freya, destruiu a maioria dos arquivos e na destruição do planeta na guerra contra Cursaz, outros tantos registros. Não estamos seguros para dizer o que pode ou não acontecer com a ministra.

Bridget não precisava das percepções de sua noiva e da Olaf para ver que a doutora era sincera. Mesmo assim, manteve-se distante e com os ouvidos e olhos atentos, para observar a conversa.

O agente Olsson foi o último a sucumbir ao desejo de relaxamento daquele clima de camaradagem, pegando a garrafa de vinho, vertendo-o em uma taça.

— Estamos perdendo tempo. – Ele falou, antes de dar um gole na bebida. – Aqueles ratos estão com meu parceiro e planejam algo, enquanto estamos aqui de conversa.

— Você dormiu muito, Olsson. Estava cansado e eu entendo. Já passei por isso. Vi seus turnos e seu treinamento da última semana…

Bridget atiçou os brios do agente. Antes que ele respondesse, ela o interrompeu.

— Deixamos que se recuperasse, porque o queremos inteiro para essa missão. Sabemos da sua capacidade e exigiremos o máximo de você.

A comandante foi categórica, saindo detrás do balcão com uma travessa na mão.

— Agora vamos comer e conversar sobre tudo o que acham que devemos fazer, diante do que Decrux já mapeou. – Ela olhou diretamente para o agente. – Decrux tem habilidades diferentes das nossas e, enquanto estamos aqui, mesmo na normalidade aparente que ela apresenta, está mapeando o planeta.

— Eu sou demais!

A fala de Decrux veio com um tom de brincadeira e ela não esperou que outra pessoa se servisse. Foi a primeira a pegar a macarronada, colocando em seu prato.

— Não vão se servir?

A IA perguntou, pousando seu prato na mesa, colocando um pouco de comida na boca, saboreando-a. Bridget gargalharia da troça da amiga, se não quisesse tanto perceber a intenção de cada um dos novos tripulantes. A ação de Decrux foi seguida pelas três amigas e, com certo constrangimento, os cientistas e o agente se renderam ao aroma do alimento.

— Então, subcomandante, – Olsson chamou a atenção da IA, apreciando enormemente o sabor da comida– conseguiu definir alguma área do planeta em que eles possam estar escondidos?

— Estou rastreando a capital. Concluimos que eles, se arriscando a raptarem Kara, deveriam ter um local próximo para se esconder.

— Concordo. – Olsson falou. – E eles, agora, não se arriscarão a pegar uma nave, mesmo pequena, para se locomoverem. O governo decretou alerta e todos os transportes estão sendo rastreados e supervisionados.

— Mesmo assim, space-carros tem mais liberdade. Temos que presumir que possam ter uma nave mais robusta escondida em algum local ermo, porém mais próximo a capital.

Helga conjecturou para tentar fazer com que o agente falasse mais.

— Sim, Olaf, mesmo assim, não acredito que se arriscariam a sair de algum esconderijo dentro da capital por agora.

Helga e Kara puderam perceber vestígios de esperança partindo do agente. A ansiedade não vinha atrelada ao medo ou qualquer receio e, sim, a um sentimento de lealdade, que talvez fosse direcionada para o parceiro. Algo tão sutil e puro, que custavam a acreditar que ele poderia ser um traidor.

A comandante observou somente, avaliando o agente e as reações de sua noiva e da Olaf. Decidiu-se e falou:

— Não conheço você, Olsson. Tenho algumas regras nessa nave que carrego comigo desde sempre. A primeira é que, quem manda aqui dentro sou eu. A segunda é que quem vem para a minha nave, é quem eu confio. Infelizmente, não pude controlar essa ação nos últimos acontecimentos. A terceira é que não ligo para a vida de traidores, dentro da minha nave. Há mais algumas regras que não convêm citar agora.

Olsson largou o garfo e a faca, encarando-a.

— Acha que sou um traidor?

— Nunca acho nada, sobre ninguém, até que eu veja.

Bridget o fitou como se entrasse por dentro da alma dele.

— Certo. Mas está focando em mim e se esquece que os “nerds” aqui, – indicou com a cabeça os cientistas – podem estar dentro de conspirações também.

— Pode ser, mas são menos indicados. – Decrux afirmou. — Você se esquece que sou uma IA interativa com todo o sistema de Freya, após o Ministério de Segurança ter nos liberado. Eu entrei em todos os sistemas do governo e o Centro Clínico em que trabalham não foi invadido. Também acessei as comunicações pessoais deles. Nunca travaram uma conversa  em uma linha com hackeamento, ou qualquer pessoa que pudesse sugerir interferência nas atividades deles.

— E encontraram algo sobre mim? Invadir comunicações pessoais está permitido agora?

Ele falava calmamente. Helga notava certa raiva emanando dele, embora o agente não demonstrasse.

— É permitido em caso de segurança planetária, e sabe disso. Não encontrei nada sobre você, pessoalmente. – Decrux respondeu. – Mas houve transmissões por linhas anômalas feitas em seu departamento.

— E acham que fui eu?

— Não achamos nada, Olsson. – Bridget interrompeu a interação entre ele e Decrux. – Você é um excelente agente. – A comandante acariciou o ego do rapaz. – Contudo, o que faria em nossa situação?

— Se fosse eu, me apartariam da investigação, mas… – Ele sacudiu a cabeça, desanimado – vejam o meu histórico, por favor. Sempre fui leal à Freya, mesmo quando estava exilado. Protegi, sempre que pude, meus superiores que se salvaram comigo.

— Sabe que isso não quer dizer nada. Todos os superiores que estiveram com você no Espaço Delimitado eram alomares.

Helga se posicionou, mas sua voz era branda. Não podia confiar completamente em seus sentidos, diante de outro alomar. Há muito tempo que não confiava somente em sua percepção. A estrutura de Freya estava em xeque.

— Essa situação não começou no novo planeta, Olsson. Concorda comigo que, para Saga saber que eu era um alomar primordial, ela conseguiu essa informação enquanto ainda existia a antiga Freya?

— O que está querendo dizer, ministra Lucrétia? Não é possível que ela esteja articulando isso desde aquela época!

— Ora, Olsson! Não seja ingênuo. Como ela saberia a respeito da condição de Kara e do que a ministra decidiu fazer a si mesma? – Helga falou, sem muita paciência. – Saga é dois anos mais velha que Kara e foi exatamente naquela época que ela se infiltrou no antigo governo.

Ele parecia constrangido e chocado, ao mesmo tempo. Embora tivesse lido e ficado a par do que envolveu o ataque à ministra, houve pouco tempo para pensar sobre o assunto.

— Até seu amigo Barns pode ser um dos envolvidos.

Decrux declarou, pouco antes de colocar outra garfada da macarronada na boca. Ela parecia indiferente à conversa, embora interagisse. Bridget conhecia bem aquele estado da amiga. Por vezes, quando suas conexões neurais aceleravam, focando em algo importante que o sistema da nave mostrava, ela ficava imersa no contato.

— Não, ele não. Trabalhei com ele no antigo planeta. Nós começamos juntos na academia. Ele é um cara simples e sempre trabalhou bem. Quase perdeu a vida, duas vezes, no Espaço Delimitado. Uma vez por mim e outra pelo secretário Javer, atual ministro de justiça.

Antes que qualquer outro pudesse retrucar, Decrux endireitou seu corpo no assento, ficando completamente imóvel por alguns segundos. Era uma atitude muito parecida com um androide comum. O corpo de Helga retesou, lembrando quando a esposa fora acometida por um vírus cibernético, três anos antes, construído especialmente para matá-la.

— Desculpem-me. Tenho que ir à ponte.

Antes de Decrux desaglutinar, Helga a tocou, e a IA orgânica se voltou para a esposa. Ela assustou a Olaf com seu arroubo.

— Não se preocupe, estou bem. Apenas o lixo que esses programadores fizeram para colocar uma IA obtusa nessa nave, está me atrapalhando. Pensei que tivesse reprogramado tudo, mas ainda tem algumas coisas que estão soltas e estão me impedindo de expandir minhas buscas.

— Então vá.

Decrux desaglutinou, vendo que havia tranquilizado a esposa. O agente e os cientistas ficaram imóveis por alguns segundos. Bridget sorriu, ligeiramente. Era engraçado ver o quanto as pessoas se assombravam com Decrux, contudo o que a divertia mais era saber que a sua amiga IA conseguiu enganar até os alomares.

A comandante tinha certeza de que a subcomandante foi até a ponte por encontrar alguma informação valiosa e não por haver problemas na programação. Bridget retomou a conversa.

— Barns pode ser um bom amigo, Olsson, mas não vou facilitar. Se existem alomares achando que são melhores que qualquer outro freyniano, ou mesmo de pessoas de outros planetas que vivem em Freya, vamos intervir. Embora a estrutura do governo tenha a Olaf como alguém a ser escutado nas decisões, há um plenário eleito pelo voto popular.

— Alomares têm vantagens em nossa sociedade. – Kara falou grosseiramente. – Todos os freynianos sempre respeitaram e, de certa forma, existe até certa veneração aos alomares. O que mais um alomar quer? Eles são os mais eleitos para cargos públicos porque a sociedade freyniana confia neles para opiniões mais justas. O que essas pessoas que estão por trás do ataque a mim querem a mais?

A fala da ministra era raivosa, chamando atenção de todos.

— O quê? Por que estão me olhando desse jeito? Falei alguma bobagem?

Kara largou os talheres sobre o prato, exasperada. Embora Bridget a conhecesse bem, para saber que aquele rompante fazia parte da personalidade dela, gostaria de ter escolhido um local à mesa ao lado da noiva. Poderia assim, tocá-la na coxa ou nas costas para confortá-la.

— Não estamos achando nada, ministra…

— … Ótimo, Kiara! Pois tenho mais coisas a dizer. Quero que minha memória seja desbloqueada também. Se tenho minha genética alomar primordial de volta, também quero minhas memórias. Esse é um procedimento simples que poderemos fazer aqui na nave. Foi muito bom ter vivido como uma freyniana típica, pois me permitiu conhecer o outro lado da moeda. É hora de colocar tudo nos lugares certos.

— E tem coisas nos lugares errados? – O Dr. Fredrik perguntou. – Não acredito que a população de Freya, principalmente agora que estamos nos assentando, pense como essa maluca.

— Acha mesmo, doutor? – Helga o questionou e não esperou por uma resposta. – Decrux conseguiu estabelecer vínculos de contato de Saga com vários órgãos do governo e incrivelmente todos em que havia alomares. Em nenhum órgão em que tivesse somente freynianos típicos foi estabelecido qualquer tipo de comunicação.

A declaração da Olaf ficou no ar durante algum tempo. Os novos tripulantes estavam surpresos com a revelação. Os olhos de Olsson começaram a vagar pelo tampo da mesa. Algo o incomodava e estava reticente em emitir sua opinião. Bridget não precisava de atributos alomares para ver que o agente poderia ter informações que confirmassem as suspeitas delas.

— Fale logo, Olsson. Você sabe alguma coisa a respeito disso, não sabe?

O homem levou uma das mãos à nuca, esfregando-a, como se quisesse dissipar a tensão. A comida já não parecia tão saborosa. Se ajeitou na cadeira, novamente e estendeu as mãos para deixá-las em seu foco de visão. Virou as palmas para si mesmo e elas começaram a mudar de tamanho e forma, alternadamente. Era como se estivesse hipnotizado pela própria capacidade em se transmutar.

Kara e Helga percebiam claramente a angústia vinda dele e Bridget observava atentamente cada gesto do agente, enquanto os médicos se admiravam da capacidade e controle de Olsson em transmutar com tamanha facilidade. Não os assombrava.

Trabalhavam, há anos, com alomares, apesar de serem freynianos típicos. Sabiam que, nem todo alomar, tinha destreza com a “transmutação seletiva”, que era o ato de transformar somente uma das partes do corpo. A maioria da população tinha uma ideia errônea a respeito da transmutação. Existiam níveis de classificação alomar e, certamente, Olsson estava numa gradação alta.

— Você se inscreverá para a qualificação de Olaf?

— Hã?!

A pergunta de Kiara o fez acordar de seus pensamentos.

— Ah, não! Isso é coisa para os mais jovens, além do que, odeio serviço burocrático. – Falou com simplicidade, voltando-se para Bridget. – Há dois meses, entrei na sala de meu coordenador. Não creio que seja nada…

Balançou a cabeça, como se quisesse etar seus pensamentos.

— E?

A comandante o estimulou a continuar seu relato. Ele poderia acreditar que o que viu, ou ouviu, não tivesse importância, entretanto, aquela situação não voltaria às lembranças do agente, se ele não tivesse estranhado.

— Escutei as últimas palavras de uma transmissão que ele estava fazendo. Ele dizia “Não demorará muito. Tudo está indo bem na clínica?” Como eu entrei sem me anunciar, ele desabilitou a transmissão sem esperar resposta. Chamou a minha atenção de forma rude por não ter batido na porta antes de entrar.

— E seu estranhamento foi porque ele nunca tomou esse tipo de atitude com você. – Bridget concluiu. – E agora que falamos a esse respeito, essa cena veio imediatamente à sua cabeça.

— Mas não é possível que ele esteja de conluio com essa terrorista! Não é possível…

— Que tipo de relação você tem com seu coordenador? – Helga questionou. – Percebo que é mais do que uma relação profissional.

— Trabalhamos juntos no Espaço Delimitado. Eu, Barns, Knut e o ministro Javer éramos seguranças de uma empresa de transporte de passageiros. Knut era da segurança pessoal de Javer na antiga Freya e escapamos do planeta na mesma nave.

Helga esboçou um sorriso, encarando o agente. O rosto da Olaf era de pura amargura e Olsson teve seus sentidos alomares invadidos por revolta e ira. Não compreendia os sentimentos da estadista.

— Você não tem ideia, não é?

— Ideia do quê, senhora?

O agente utilizou uma deferência diante da Olaf que não usara, desde que a conhecera. Ela havia explicitado que, dentro da nave, poderia chamá-la somente de Helga.  A segurança e serenidade que a Olaf passava para ele, deixava-o tranquilo e agora, ela parecia um vulcão de sentimentos agitados.

— Eu estava naquela nave, Olsson. E vocês me deixaram para trás, quando fomos resgatados pela República. Não conheço Barns e Knut, mas Javer sabia que eu estava lá. – Assim que fomos abordados, guardas da República me pegaram em meus alojamentos e me apartaram de todos. Fiquei isolada da tripulação da nossa nave por mais de um mês. Vocês foram liberados e eu fiquei presa naquela estação. Quando me liberaram, não havia mais ninguém com quem eu pudesse contar. Soube mais tarde que, o até então, ministro de segurança Hakon morrera de uma doença adquirida na estação.

O assombro do agente foi tanto que emudeceu, somente encarava a Olaf com a visão turva.

Kara e Bridget se olharam e a comandante via a expressão de revolta da noiva. Helga passara o inferno nas mãos dos Cursazianos, e depois da própria República, antes de ser resgatada pela comandante. Compreender que foi traída pelas mesmas pessoas em que a Olaf resgatou do Espaço Delimitado, não foi a melhor revelação para o momento.

— Devo concluir, agente Olsson, que nosso planeta estava condenado muito antes de Cursaz destroçá-lo. Será que conseguimos saber quantos alomares estavam por trás da destruição de Freya naquela época?

Helga se levantou de rompante e saiu do refeitório. Se pudesse, destruiria tudo que estivesse à sua frente, tamanha a ira que se avolumou. Seus pensamentos estavam em um turbilhão.

A conversa no refeitório que era para descobrir se Olsson era um traidor, acabou revelando uma conspiração que datava da época da guerra entre Cursaz e os planetas independentes; e ela fora um alvo, assim como a própria Kara.

Foi direto para seu alojamento, trancando-se. Não queria ver ninguém. As imagens do que acontecera na época vinham aos borbotões, inundando-a de lembranças traumáticas e desagradáveis. Lembrou-se, também, da recusa de alguns ministros em encerrar as conversas sobre aliança com Cursaz, quando ela falou que o presidente da corporação não tinha boas intenções no acordo de comércio entre os países independentes, levando-os a continuar os debates e culminando na guerra.

Todos os ministros que se recusaram a interromper as negociações eram alomares e seus ministérios eram os que mais contratavam freynianos alomorfos para o quadro funcional. Agora tudo fazia sentido.

— Como fui tola!

Gritou para si mesma no silêncio de seus aposentos, fazendo sua ira ecoar entre as paredes.


Nota: Sem notas hoje, apenas deixando um beijo à tod@s!



Notas:



O que achou deste história?

5 Respostas para Capítulo 9 – Conspirações antigas

  1. Olá! Tudo bem?

    Minha querida e grande Autora — independentemente de tamanho, o ‘grande’ aqui é por que você é uma pessoa elevada —, como você tortura-nos com ”Freya, A Reconstrução” — essa historia maravilhosa — a conta gotas, resolvi reler ”Eras, A Guardiã Da União” e — Oh My God — devorei tudo em duas insones noites — e madrugadas também — procurando como fazer minha mente turbilhonada acalmar-se.
    O que consegui? Consegui ficar mais ansiosa ainda pelos seus textos e atualizações. E o que eu faço agora? Vou reler ”Diferentes?” para ver se consigo acalmar-me.
    É isso!

    Post Scriptum:

    ”Arte e vida se misturam. Fantasia e realidade se acrescentam.”

    Affonso Romano De Santana

  2. P…, as coisas agora estão se encaixando e minha percepção diz que muita coisa ainda estar por vir, seria muita estupidez minha dizer que os alomares querem comandar tudo, e assim ter somente uma população de alomares,
    subjugando os freynianos típicos.
    Bjs
    Boa semana

  3. Oieeeee, Carol!!

    Ah, coisa danou!! Muitos segredos agora revelados e nao foram nada bons, esse guerra já tava programada, traicao total!! Me pergunto se a ira de Helga chegou onde tavam todos já que era ficou descontrolada!
    Vemos que Saga é apenas uma pontinho a coisa é mt maior e perigosa, agora irao lutar com algo imenso!!Em quais alomares confiar agora??Brid vai atacar com tudo…como ela disse, n importa o q aconteca c o traidores e vc tb disse q n perde o sono…foi treinada pra isso!Efeito colateral, uma consequência que é inivitável no meio do caminho, estou ansiosa!
    Quem disse que n vou gostr do drama, que tipo de drama acha q espero?! kkkk. Nem lembro se já comentei isso…
    Outra pergunta que Kara comentou…que querem com ela? O que tem de tao importante…ela tem que se lembrar imediatamente do que sabia…aí estará a resposta, deve ser algo sinistro pra ela querer esquecer e bloquear seus genes…curiosa!! Vc já pensou sobre isso ou ainda n fez nenhum racunho???!!

    Ler é bom, esporte tb, mas n poderei, bem cedo, ao nascer do sol, mas esse finde foi difícil, encheu cedo.Primeira ez que saia..foi essa sexta…
    Vcs fizeram bem em tirar uma folguinha, é bom espairecer em outro cantinho!!
    Sobre o povo já sabe o que penso por meu pôster e tb já sei o seu, em algum momento temos que sair, com os cuidados devidos, terems q apreder a viver de outra forma, porém, muitos n ajudam..Alguns lugares deixam entrar pouca gente, mas nem todos..aqui alguns restas, cafeteria, bar,mas nem todos…

    Eu nao sei qual o lance da aglomeracao desse povo, acho que chegaram a um ponto(alguns nem pq desde o comeco nem ligam, estao em medo(es lo que hay, la vida sigue…)que se acostumaram, o medo já n os condicionam e dado que n sofreram na pele, é essa coisa igual qndo um vai pela estrada a 200/h e dizem: eu n vou bater,vai passar nada, eu sei digirir, as variáveis esquecem tb, é isso, acham q n vai passar nada,outros acham q é mentira…ignoracao, falta de consciência e algo mais q n sei o que é pq eu resolvi n falar, eu falei duas vezes com duas amigas,eu n digo mais nada…já me irrito e n quero brigar com ninguém, só dei um mini sermao….
    Certamente nao vai passar nada com vc e espero que muita gente, mesmo sem se cuidar n peguem, infelizmente nem todos poderao já que o vírus ainda n foi controlado.Uma pena, mas temos que ver alguma forma de viver bem pra fazer desse momento o menos sofrido possível…pra pessoas que tem condicao, ao menos e possam levar essa leveza à outras que estao passando mt mal.

    Soube que tá faltando seringa pra vacina que logo chegará aí…aqui falaram que será entre dezembro e janeiro os testes..
    Vc tá confiada? Pq eu n tô mt nao…

    Vamos ver se fazem algo mesmo…mas como vao controlar a populacao se ela quiser sair…o medo já n as controla.

    Un besote gigante para uds y una semana iluminada!! Tenta nao se desgastar tanto, abstraia com coisas que te facam bem pra n adoecer!!

    PS:Ei, vc gosta de vinho, né?! Tem um cara q vai dar uma aula sobre aromas, apesar que já fiz o curso pra sommelier e fui muito bem, achei bom já que o merlot é difícil e tem mais de 2 anos que tô parada…fiz por hobbie mesmo! N queria se anotar? É essa sexta, 20hrs,só tem que comprar um Merlot, varietal ou sauvignon Blanc ou os dois kkkkk. Te passo o insta,caso te interesse : @vinhotododia. É com Gianni Tartari.N tem ideia como será(nao me comprometa se n gostar) e só estudei vinhos Argentinos, por isso me anotei tb!1

    PS2: Super acho que vc poderia fazer um live pra suas leitoras!! kkkkkkkkk

    Muito pequeno esse capítulo, viu, Dona Carolina Bivard!!rsrs

  4. Quase coloquei o emoji da raiva.PQP! Você consegue fazer a gente sentir o mesmo que as personagens. Tô muito puta com estes alomares sacanas!

  5. Verdades vindo a tona. Muitos alomares se acham, não? E traíram a Olaf.
    Trama muito interessante!?

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