A Ilha - Livro 1

38. A Ilha

Martina abre a porta do apartamento e deixa Victoria entrar primeiro avisando para não reparar por ser simples.

― Não é um triplex, mas é o que temos. ― Martina fechou a porta e guiou uma sonolenta Victoria para seu quarto.

Martina não era louca por decoração. Fazia apenas questão da qualidade do que tinha. Num dos cantos do quarto uma estante rústica enorme cheia de livros grossos ostentava conhecimento. A escrivaninha atolada de papéis evidenciavam rascunhos de projetos inadacabados e concluídos se mostrava pequena para tantas ideias.

― Você não tem escritório em casa?

― Não. Eu gosto de ter tudo no quarto. Às vezes tenho umas ideias quando acordo, então já está tudo aqui.

A CEO achou adorável estar ali conhecendo aquele lado de Martina que não sabia, seus gostos e opiniões.

― Que lindo. Onde foi? ― Victoria pega um porta retrato do criado mudo. Na foto Thomas, no que parecia ter seus cinco anos e a mãe, sorridentes se abraçando. No cenário neve por todos os lados. Pareciam estar numa pista de esqui.

― Isso foi no Cazaquistão. ― Victoria se perguntava que diabos eles foram fazer para parar lá. ― O pai de Thomas é diplomata. Moramos anos assim, cada temporada em um lugar.

― Deve ter sido difícil.

― Até que não. Eu não trabalhei até ele completar sete anos. Até então só tomava conta dele e estudava. ― Olhar aquela foto sempre deixava Martina nostálgica. Thomas havia crescido muito rápido para sua opinião. Daria tudo para vê-lo novamente com aquelas “janelinhas”.

― Você pensa em ter mais filhos? ― Martina se eta com a pergunta repentina.

― O que? Não. ― Ocorria que Martina realmente nunca havia cogitado ficar grávida novamente. Não imaginava ter de parar a vida por causa de uma gravidez. Todavia, se arrependeu da resposta precoce que deu imaginando que Victoria talvez pensasse em um futuro não tão distante engravidar.

― Nem eu. Mas seria interessante ter um filho com uma mulher.

― Você pensa nisso? ― Martina foi pega de surpresa com a sinceridade dela.

― Pensei em nós. Nas possibilidades. ― Victoria olhava a mulher despir-se de sua blusa e calça para depois arrumar a cama para que deitassem.

― Seria uma aventura e tanto para duas tias quase quarentonas. ― Martina deitou-se rindo, observando Victoria estática. ― Tira essa roupa e vem. Ta tão bom aqui. ― A morena preferiu ir ao banheiro antes.

Após alguns minutos Victoria surge do banheiro de calcinha e sutiã, ambos cor de vinho e rendados. Martina parecia cochilar.

Victoria entrou na cama e se cobriu recebendo um dos braços de Martina por cima de sua barriga.

― Demorou.

A cama era muito macia para ser verdade. Victoria sentiu certa letargia ao deitar e olhando o teto acabou fechando os olhos, até dormir pesado.

Quando acordou era por volta das quatro da tarde. Tateou por Martina na cama apenas para encontrar o seu perfume.

A ruiva surgiu do banheiro a assustando e pulando na cama como uma criança.

― Baterias recarregadas!

― Vai quebrar a cama assim.

― A minha chefe é rica e pode me dar outra!

Martina estava praticamente deitada sobre ela em cima das cobertas.

― Como está seu tornozelo?

― Não dói mais do que o normal. Por quê?

― Nada. Só queria saber até onde eu posso ir com você. ― A mulher abriu um sorriso safado.

― Faz o que quiser comigo.

― E se você não gostar?

― Impossível.

Martina entra debaixo das cobertas e vira Victoria de costas para ela a colocando de quatro e após de joelhos, de frente para a cabeceira da cama. A ruiva pega um lenço vermelho na gaveta do móvel ao lado e puxa Victoria pelo cabelo de forma gutural, vendando seus olhos.

― Ah, não!

― Não?

Martina riu da muler, a olhando por trás. Victoria sentiu os seios de Martina sem sutiã, já totalmente despida e a sensação que teve a etou.

Martina abriu seu sutiã e foi deslizando as mãos por todas extensão da frente de Victoria, beijando seu pescoço sem delicadeza alguma. Victoria sentiu o quão sedenta dela Martina estava.

Seu sutiã caiu e assim também a parte de baixo foi abaixada até o joelho quando a ruiva desceu a boca para perto das suas nádegas dando mordidas e chupões tão carnais quanto o sentimento que brotava no peito das duas. Victoria não sabia o que Martina iria fazer e não se importava, pois sabia que seria bom vindo dela. Ela estava nas mãos da ruiva e estava adorando.

Martina a tocou para que tirasse a calcinha e ajudou a firmar-se para tal. Ao tirar a segunda perna, Victoria foi guiada para a frente para que ficasse de quatro. Os quadris grudados nos glúteos de Victoria a forçava para a frente à medida que recebia tapas e apertos em suas coxas. Victoria tentava a olhar, mas não conseguia. Os tapas de amor da ruiva não doíam embora estivesse longe de ser fracos.

Martina se afastou um pouco dela para senti-la por trás soltando gemidos de satisfação. Estava ensopada e muito mais do que pronta.

― Eu quero te ver.

― Calma.

A CEO não se lembrava de ter gostado de nenhuma posição onde não visse a pessoa ou estivesse vendada. Sentiu certo desespero e ânsia em assistir a ruiva em todo aquele domínio.

Martina a puxou para trás calmamente levando sua boca ao lóbulo da orelha dela, falando coisas, do jeito que gostava. Lição aprendida em Portugal. Ela conseguia tocar a cabeça de Martina com uma das mãos e a outra se juntou a um das mãos da ruiva que já procurava o caminho do seu centro de prazer, latejando por ela.

Martina a estimulava verbalmente e ela reagia cem vezes mais. O calor quente de sua boca na orelha a deixava em outro mundo. Morrendo por um toque.

― Eu disse calma.

― Você está enrolando.

Entre gemidos, protestos e puxões, Victoria não aguentou mais e tirou o lenço, contrariando Martina que não gostou nada daquilo e ficou estática.

Victoria se virou para ela e a empurrou para trás. Martina deixou-se cair de costas na cama. Victoria, vindo por cima dela a montando deixou claro que queria a dominar também.

Martina parecia ter acertado em cheio o ponto mais sensível de Victoria, ela não gostava de ser dominada. Ela imaginava que a ruiva cedo ou tarde a leria e lhe daria algum toque ou sugestão para que aproveitasse mais aquele momento. Ela esperava por isso.

Martina balançou a cabeça concentrada e Victoria começou a se mexer sobre ela, agora tomando cuidado para apenas apalpar os seios dela, sem beliscá-los. Seu rosto era um que Martina nunca tinha visto. Ela estava lotada de prazer e luxúria, suada como ela e querendo cada vez mais sentir Martina.

A morena começou de fato a cavalgar nela. Os olhos acinzentados faziam contato com ela do jeito que gostava, lendo seu desejo e constatando o que era óbvio: elas sabiam amar, e perfeitamente bem. A boca ligeiramente aberta ventilava ar para fora e eventualmente falava coisas em outras línguas e mordia os lábios.

A cama se mostrava amiga fiel e não fazia barulho algum embora os movimentos das suas hóspedes não fossem os mais delicados.

― Eu te amo, Vic. ― Victoria estava perto do abismo e chegou ainda mais perto ouvindo aquilo da mulher que amava.

Ficaram uns minutos assim, até que o telefone de Victoria tocou na bolsa. Percebendo a demora da mulher, Martina a alertou.

― Pode ser urgente, Vic.

― Nada que não possa esperar alguns minutos.

A morena recobrava o sentido, ignorando o telefone e entrando na boca da ruiva com voracidade de quem depende daquilo para viver.

A verdade era que Martina nunca havia deixado ninguém a dominar na cama daquela forma. Ela sempre fazia o que queria e mandava e desmandava nas mulheres que ficava. Com Victoria era diferente. Ela sentia deixar-se fazer de gato e sapato dela e não se importava. Ela adorava qualquer toque dela, até a forma como a beliscou e desculpou-se. Sentia-se verbalizar tudo aquilo, mas deixava a morena descobrir por si própria.

Victoria agora a tocava intimamente e achou essa posição muito fácil e confortável para ela. Dali podia sentir todo a extensão de sua intimidade e algo que nunca teve que se preocupar em ter relações com homens: sentir o quão ensopada ela estava. A textura era algo inesquecível. Entrou nela sem avisar e seus dedos deslizarem fogosos.

Martina não encontrou padrão no que a morena fazia, pois estava explorando seu corpo de forma até um tanto estabanada e ela deixava. Aliás, havia algo muito excitante nisso. Seu sonho sempre foi se entregar para a morena totalmente e sem reservas. Por isso deixaria a mulher tê-la da forma que bem entendesse e julgasse necessário.

Após alguns segundos a sentindo intimamente de todas as formas possíveis, Victoria se concentrou em levá-la ao orgasmo. Estando sobre ela não via ser possível estimular a mulher a penetrando e tocando seu centro de prazer ao mesmo tempo. Mas ela queria mais que apenas penetrá-la e foi descendo o rosto determinada a sentir o sabor da sua vagina.

Martina entendeu a logística, mas queria aquilo de outra forma a puxando para cima, para si. Martina sentava-se a sua frente a empurrando para que deitasse. Em milésimos de segundos estava sobre ela. O rosto de Victoria era o mais excitado que Martina já viu e ali teve a certeza de que poderia continuar sem medo.

Iniciou por lamber de leve a entrada para sentir um gosto de sal marinho, algo que não fazia sentido para ela. O sabor era amargo e ao mesmo tempo doce. Não se decidia entre um e outro. Ah! não. Era mexilhão ao vinho branco, tinha certeza agora. Um gosto difícil de se esquecer. Uma especiaria.

Martina gemia com os movimentos da boca da mulher e mexia a cintura percebendo que quanto mais mexia, mais ela segurava forte suas coxas, como se quisesse a conter e não deixar escapar nada de sua vagina.

O orgasmo veio rápido e forte. Victoria preocupava-se em engolir tudo que ela tinha a oferecer e se comprazia com tal tarefa.

Quando a ruiva abrandou saindo de cima dela e buscando refúgio em seus braços, Victória sentiu um orgulho tamanho si mesma. Tinha dado prazer a Martina por um modo mais íntimo que o anterior e somente com sua boca.



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