Caminhos em Dias de Luz

Capítulo 14 – Existem coisas excelentes, outras…

Caminhos em Dias de Luz

Texto: Carolina Bivard

carolinabivard@gmail.com

Revisão: Nefer

Ilustração: Táttah Nascimento


 

Capítulo 14 – Existem coisas excelentes, outras…

O telefone tocou. Eram sete horas da manhã e Laura abriu seus olhos na penumbra de seu quarto. Sentiu um cheiro de café rescendendo no ar. Vasculhou o quarto e não se lembrava de como fora parar praticamente nua entre as cobertas de sua cama. Levantou-se e uma lembrança de estar nos braços da morena na noite anterior invadiu de súbito sua mente. Colocou a mão na cabeça e tudo veio à tona.

— Deus! Que patético! Chamo a mulher para um jantar e acabo fazendo do seu ombro o muro das lamentações. Não me admiraria nada se ela sair correndo de mim…

Levantou e viu as roupas de Alesha em cima de sua chaise no quarto.

— O pior de tudo é saber que uma mulher dessas tomou banho em meu banheiro e eu estava dormindo ao invés de estar junto! Que ridículo!

 Foi ao banheiro tomar um banho e se recompor. Escolheu uma roupa leve para o dia quente e foi ao encontro do cheiro de café. Alesha estava terminando de montar dois sanduíches, quando Laura chegou. Ela abriu o sorriso mais lindo que algum dia a loirinha já presenciara em sua vida. Olhou as roupas de Alesha e sorriu também, pois a morena havia tomado banho e vestira uma camiseta regata de Laura que ficava um pouco curta no abdômen, mas o mais engraçado era a calça de algodão que ficou tão curta que parecia pescador.

— Dormiu bem?

Laura colocou as mãos cobrindo o rosto.

— Que vergonha! Estou admirada que você não saiu correndo daqui.

Alesha terminou de fazer o sanduíche e parou para olhar a baixinha ainda com as mãos no rosto. Aproximou-se e segurou suas mãos retirando-as do rosto. Olhou para Laura ainda segurando suas mãos.

— A verdade é que sou seu demônio particular e fiquei para te atormentar logo de manhã cedo num sábado de seu descanso. 

Alesha sorriu. Laura tomada por uma vontade arrebatadora tomou os lábios da morena e beijou-a serenamente, como se quisesse transmitir a alegria de estar com ela, não transmitir só desejo, mas um sopro de felicidade e comunhão da qual ela sentia ao estar com a morena e não sabia explicar a si mesma. Ao apartar-se, Alesha, ainda zonza pela recepção logo de manhã, disparou uma de suas pérolas para despistar seu acanhamento.

— Uau! Se eu soubesse que um simples café da manhã daria nisso, teria me empenhado mais para ganhar mais beijos assim!

Laura a olhou sorrindo, já se acostumando com a forma de Alesha dissimular seu embaraço. Empurrou de leve o seu ombro e foi ver o café em cima da mesa.  Sentou-se e colocou café em uma xícara.

— Ah! Esqueci de falar. Seu celular tocou, insistentemente. Olha. Eu não queria me intrometer, mas Ronan ligou umas quatro vezes e aí achei que poderia ser algo importante. Atendi e ele falou que precisava falar com você e pediu para que você ligasse para ele assim que acordasse.

Laura havia contado absolutamente tudo de sua vida à Alesha na noite anterior, assim ela sabia quem era Ronan.

— Vou ligar para ele, mas não agora. Sei que ele só insistiria assim se algo tiver acontecido. Não estou a fim de me aborrecer antes do café.

— Tudo bem, tomaremos o café, mas depois você liga. Se ele está ligando é melhor saber o que é.

— Ok! Ok! Senhora demônio. Ou será meu anjo da guarda?

Tomaram o café e Laura retirou os pratos da mesa, foi para a cozinha e começou a tarefa de lavar a louça do café. Alesha a abraçou por trás enquanto ela terminava de lavar a última xícara e falou em seu ouvido.

— Sabe que gostei de dormir coladinha a você?

Laura já estava no seu limite em relação à morena. Alesha fazia ferver dentro dela algo que jamais sentira com outra mulher na vida. Era como se a morena soubesse exatamente onde mexer para trazer à tona toda sua carga erótica. Laura não era dada a relacionamentos fugazes ou a relações sexuais casuais, mas Alesha já estava mexendo demais com sua libido. Não sabia no que iria dar, mas, neste momento, só pensou em senti-la, fazê-la sentir e esperar que tudo desse certo. 

Virou-se de frente e a beijou com fome, desejo e paixão. Alesha já estava a ponto de ruir, pois dormir colada à loirinha fizera sua imaginação vagar por aquele corpo, a atormentando a noite inteira. Ela, assim como Laura, nunca se sentira dessa forma com ninguém. Tinha vontade de tê-la, de acariciá-la, mas também de protegê-la, de estar ao seu lado em qualquer momento. Conhecer a história de Laura só deu mais força ao que ela estava sentindo.

Seus corpos se colaram e pareciam estar se fundindo em uma força descomunal. Não havia mais Alesha ou Laura, elas se entrelaçavam harmônicas e seus gestos e carícias eram afinados, compassados, dando prazer uma à outra. Os beijos e carícias se perpetuaram até que não havia mais empecilho entre elas. Não sabiam como haviam chegado ao quarto de Laura. Alesha pegou-a no colo e depositou-a sobre a cama ainda desarrumada, deitou ao seu lado e começou a contemplá-la.

— Você é linda!

Acariciou suavemente o abdômen da pequena mulher.

— Ahhhh!

Laura já havia sonhado com as mãos de Alesha sobre seu corpo milhares de vezes, depois que a conheceu, mas nunca imaginou que um simples toque, um simples acariciar, pudesse deixar seu corpo em tanto fogo. As trilhas traçadas pela mão da morena deixavam rastros de brasa em sua pele. A voz rouca e grave de Alesha fazia seus sentidos se aguçarem a ponto de ficar completamente entregue e à mercê da morena.

Quando uma boca faminta tocou seu seio sugando-o, sentiu desconectar-se do mundo físico. As sensações eram intensas demais. Nunca pensou que algum dia experimentaria algo tão maravilhoso, tão forte, tão lindo. As carícias tornavam-se mais íntimas e Laura achou que iria desfalecer. Precisava da liberação.

— Alesha… Alesha… Por favor! Ah!

Alesha se sentia nas nuvens. A pequena era a mulher mais bela que ela já teve a oportunidade de conhecer no ato do amor. Todos os seus toques, todos os seus gestos causavam uma reação quase mágica no corpo da loirinha e refletiam em seu próprio corpo. Beijava os dois seios, ora um, ora outro, se deliciando na percepção da excitação de sua baixinha. Escutava as súplicas abafadas e entrecortadas pelos gemidos de Laura e sua fome daquele corpo aumentava assustadoramente. Beijou cada parte do abdômen de Laura, tentando se segurar e não ter pressa em amá-la, mas a urgência de sentir o seu sabor era mais forte. Uma pequena frase proferida roucamente a fez desistir de prolongar mais a sua própria tortura.

— Alesha, quero sentir sua boca…

Alesha desceu e passou sua língua entre as dobras de Laura, calmamente, tentando assimilar todo o sabor daquela que estava mexendo com seu mundo.

— Iss, Delícia…. Ah, Alesha, que gostoso!

Os ouvidos de Alesha captavam os sons e seu corpo tremia em reação. Enquanto ela burilava com a língua um bulbo de nervos intumescidos, seu líquido escorria sem controle entre suas pernas.

“É loucura demais, é gostoso demais.” – Pensou.

— Goza pra mim, Laura…

— Mmm… Alesha! Ah!

O corpo de Laura sacudiu em espasmos, enquanto Alesha se deleitava no sabor mais maravilhoso que já provara. Enquanto o corpo da loirinha acalmava, Alesha subia traçando um caminho com beijos miúdos pelo corpo de Laura até alcançar seus lábios depositando um beijo terno e cheio de amor.

— Você é linda! Você é linda demais!

Alesha falava baixo deixando “sua pequena” curtir a sensação de relaxamento do momento. Laura abriu os olhos lentamente e deparou-se com o azul brilhante dos olhos de Alesha a observá-la. Sorriu arrebitando um pouco o nariz que foi prontamente beijado pela morena.

— Seu narizinho arrebitado é muito fofo.

Laura beijou os lábios de Alesha, carinhosamente.

— Você me deixa cada vez mais sem graça… Quando eu penso que já estou me acostumando com seu jeito, você fala ou faz algo que me surpreende.

— Pois é exatamente disso que se trata. Eu não posso ser desvendada, porque senão acaba com meu charme.

Alesha piscou um olho para Laura e ela, mais uma vez, riu do jeito canalha que a outra demonstrava. Empurrou o corpo da morena para que ela se deitasse e trocou de posição se acomodando sentada sobre a pelve de Alesha.

— Sabe o que eu acho também?

Laura olhou maliciosamente para Alesha.

— Hum… O que você acha?

— Acho que tenho muitas coisas a fazer com você…

 Laura debruçou-se sobre Alesha a beijando com ardor e começou um rebolado lento e sensual sobre a pelve da morena, provocando uma onda de excitação extraordinária em Alesha.

— Hum! Isso!

“Céus! Se ela não sabe o que gosto tem uma percepção maravilhosa!”

Laura aumentava o rebolado enquanto se afundava nos cabelos negros e segurava o lóbulo da orelha de Alesha com os dentes. Depositou vários beijos no pescoço e nuca da morena que só gemia e virava o rosto para facilitar as carícias. A loirinha começou a acariciar os flancos de Alesha e quando esta puxou seu quadril para aprofundar o contato entre seus corpos, Laura desceu sua mão para sentir Alesha mais intimamente. Tocou-a entre as pernas e sentiu a umidade abundante da morena.

— Ah! Alesha! Como você é deliciosa! Iss…

— Laura… Mmm…! “Me preenche”, vai!

Laura deslizou dois dedos para dentro se segurando para não machucá-la, tamanha a vontade que tinha de sentir a morena. Alesha começou a rebolar sentindo-se plena. Os músculos de seu ventre começavam a contrair e o prazer crescia como uma onda que transpassava por todo seu corpo. Laura continuava a beijar a morena. Passou os lábios suavemente roçando a boca de Alesha. Passou a língua pelo lábio inferior da morena e mordiscou suavemente. Aumentou o ritmo das estocadas.

— Isso… Mais Laura! Ah! Mais!

— Vai, Amor!

As respirações eram ofegantes e descompassadas. Alesha sentiu que sua liberação estava perto. Abraçou Laura quase a impedindo nos movimentos e seu orgasmo chegou forte em uma contração. Prendeu os dedos de Laura dentro de si. O sentimento era intenso, mágico e… Assustador. Nunca tinha perdido o controle de suas ações fazendo amor.

— Hum! Não tira a mão, amor, deixa…

Mais uma onda chegou e pegou Alesha desprevenida. Seu corpo sacudiu em espasmos fortes e descontrolados, sentindo os dedos de Laura ainda dentro de si. Deixou seu corpo relaxar sobre a cama e sentiu a pequena se retirar de dentro dela, suavemente, provocando uma pequena onda a mais. Tentou se reestabelecer, pois parecia que suas forças haviam sido drenadas. Etou-se consigo mesma por sua reação diante do que sentiu no ato de amor com Laura.

“Por Deus! Acho que machuquei a mão dela!”

— Laura, eu te machuquei? Desculpe-me, eu…

— Eih! Shii! Você não me machucou.

Laura estava ao lado de Alesha e a envolveu em seus braços, carinhosamente.

— Eu amei! Você foi linda! Adorei tudo, amor!

— Amor?

Alesha se desvencilhou do abraço e olhou para Laura com um sorriso enorme no rosto.

— Você me chamou de amor? — Perguntou para Laura.

Laura baixou a cabeça sem graça, pois elas não haviam exatamente conversado sobre esse assunto. Um sentimento estava crescendo dentro dela que ainda não conseguia compreender. Nunca havia sentido por alguém a confiança, o carinho, a vontade de ficar junto, a serenidade, a paixão que sentia ao lado de Alesha. Era novo e estava acontecendo muito rápido. Temia que a morena não compreendesse, e mais, temia que o sentimento não fosse recíproco.

Alesha segurou o queixo de Laura e a fez olhar em seus olhos.

— Repete o que você disse. Eu adorei escutar… — Alesha deu um sorriso franco e aberto. Laura também sorriu, desfazendo as nuvens de preocupações em relação ao que havia falado.

— Eu te chamei de amor. — Laura falou, timidamente.

— Você é uma gracinha assim toda tímida. – Alesha sorriu. – Não parece em nada a Laura que é chefe de departamento, que é a assessora da diretoria. 

Laura deu um pequeno beliscão em Alesha que ria mais ainda da cara de indignação que a pequena fazia.

— Pois saiba que lá eu sou a profissional. Você pode desfrutar desses momentos porque lá você não vai me ver assim não.

Alesha abraçou Laura numa guerra de forças com a pequena mulher.

— Pois eu desfrutarei o máximo que você me permitir… amor…

Beijou os lábios de Laura, fazendo a loirinha desmanchar a carranca que tinha se instalado em seu rosto. O telefone de Laura tocou novamente, fazendo-as se separar.

— Deve ser Ronan. Acho melhor você atender…

Laura inspirou fundo. Não queria estragar seu dia e achava que as notícias vindas de Ronan fariam exatamente isso.

— Alô, Ronan?

— Não é o Ronan, é seu pai e quero que você largue dessa palhaçada agora mesmo e volte para casa! Você acha que um contrato particular vai lhe segurar naquela empresa de porcaria?

— Por que você está com o celular de Ronan? E aquela empresa pode não ser seu império, mas é melhor do que qualquer coisa que você tenha, pois é a empresa que vai dar meu sustento bem longe de você!

Alesha olhava para Laura, intuindo com quem ela falava. Aproximou-se para abraçá-la.

— Acho bom você mandar essa “puta” que está com você embora, antes que as coisas fiquem muito ruins para o lado dela também.

Laura derrubou a ligação, antes de começar a gritar com seu pai na frente de Alesha.


Nota: Estão tod@s bem? 

Um beijão para vocês!



Notas:



O que achou deste história?

6 Respostas para Capítulo 14 – Existem coisas excelentes, outras…

  1. Não acredito que o pai de Laura está espionando e continua perseguindo! Como parar esse homem?
    Que bom que Laura poderá contar com o anjo da guarda Alesha. Casal mais lindo!

    Beijo, Carol

  2. EU JÁ ESTAVA ENTRANDO EM DESESPERO POR ELA NÃO LIGAR PRO RONAN E ESSE P… DO PAI PEGOU O CELULAR!?? Afff

  3. He he
    Sensacional.

    Elas são adoráveis, uma química perfeita.
    Mas… vou te contar hein. Tem certeza q
    essa criatura é pai da Laura??

    Esperando pelo próximo cap.
    Bjs…

  4. Oie,Carol!!

    Eu adorei o momento delas, mas agora vem a parte punk! N gosto nada!! Laura, muita cautela nessa hora em relacao a tudo!! Alesha n é mulher de dar pra trás, eu n lembro o que Laura fez, se se afastou de Alesha, se a mesma escutou a ligacao,mas veremos o q vai passar!Lembro só de uma fatinho…
    O que acho é q vc sempre termina na melhor parte!kkk

    Beijos carinhosos, se cuide! Beijao

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