Os Estranhos Casos de Evernood & Blindwar

5 – Quarto Caso: Um coração, uma pedra. – Parte 2

Os Estranhos Casos de Elizabeth Evernood e Margareth Blindwar

Quarto Caso: Um coração, uma pedra. – Parte 2

Texto: Carolina Bivard

Ilustrações: Táttah Nascimento

Revisão: Naty Souza e Nefer


— Que bom que a universidade colocou mais uma mulher em seu quadro de funcionários. – Disse Elizabeth.

— Não, sem deliberarem muito. – Violet Lister respondeu. – Eu era a assistente de Catley e fui sua pupila, mas Tarth era o segundo na linha de sucessão, embora Cat sempre tivesse expressado para a universidade que apoiava a mim. – A senhorita Lister suspirou. – Bom, temos aqui algumas coisas interessantes para mostrar. – A médica se voltou para o corpo.

— Esse corte foi feito pelo agente funerário, que embalsamou o corpo da senhora Bryer e ele foi reaberto. – Margareth pontuou.

— Vejo que conhece o processo, detetive Blindwar.

A senhorita Lister respondeu admirada.

— Sim, todos aqui conhecemos.

Margareth olhou a volta, apontando os colegas.

— O interessante, é que o violador do túmulo não reabriu nos pontos dados pelo agente funerário. Vejam a incisão. — A médica apontou. — Quem fez isto, foi desleixado e agressivo. O corte feito por ele, rasga a pele, ladeando a incisão original, embora tenha tentado fazer sobre os pontos. A lâmina que utilizou era bem afiada.

A médica explanava o que observou. Agentes periciais da polícia entram carregando alguns objetos embalados em plástico. Acenaram para os detetives e passariam por eles, se Evernood não interviesse.

— São os objetos que coletaram no mausoléu Bryer?

— Sim, senhorita.

— Deixe-nos ver a adaga.

Elizabeth pediu e o homem se aproximou, estendendo o saco com a arma. A detetive particular pegou, mostrando para a médica.

— A incisão poderia ter sido feita por essa arma? – Elizabeth interpelou.

— Sim, poderia. O corte é limpo, porém muito invasivo. Teria que ser uma lâmina com uma espessura razoável, como essa.

Os dois outros detetives observavam a tudo e Dashwood pontuou:

— Essa arma é incomum. Tem muitos detalhes no punho. Será que poderia ser uma relíquia de família?

— Hoje em dia esses tipos de lâmina, não são muito utilizadas. – Reynold complementou.

— Bem, acho que não temos pessoas especializadas nesse tipo de estudo na equipe. Talvez valesse a pena chamar algum professor da universidade, estudioso em armas antigas, para verificar. – Violet Lister assinalou.

— Com quem podemos conversar?

Novamente Dashwood indagava.

— Talvez o professor Thompson. Ele estuda insígnias de família, brasões e, às vezes, até marcas em relíquias familiares. O departamento dele é de história.

A médica respondeu e Reynold imediatamente pegou a arma falando:

— Deixem comigo. Procurarei o professor agora mesmo.

Saiu.

— Temos mais alguma coisa diferente? – Margareth inquiriu.

— Sim. Isso aqui.

A doutora Lister pegou uma pinça e a custo, pescou um pequenino objeto numa bandeja, mostrando para as detetives recém-chegadas.

— É um diamante bem pequeno. Parece ter se soltado de uma joia. Com um microscópio, consegui ver um tipo de cola na ponta dele

Evernood viu uma lupa na beirada da bancada e a pegou, para ver o objeto minúsculo. Depois de observar, passou a lupa para a amiga, que o analisou.

— Como sabe que é um diamante e não uma imitação? Pode ser cristal.

— Porque, detetive Blindwar, — a doutora colocou o diamante sobre uma fina placa de vidro que estava ao lado dela – ele corta vidros.

Apertou a pedra com o dedo indicador e arrastou-a pela superfície, fazendo um corte fino na placa.

— Só o diamante faz isso. Se fosse cristal, não faria. – Findou a sua teoria. — Gosh… – Praguejou. – Rompi minha luva. O reitor não gostará muito de desperdiçar essas luvas.

— Catley utiliza luvas mais grossas. — Evernood pontuou.

— Acredite-me, senhorita Evernood, ela lutou para a universidade comprar estas. Infelizmente as luvas de látex fino, chegaram após ela ter morrido. São caras porque são importadas do novo continente, todavia são bem melhores para trabalharmos. As outras eram mais grossas e tiravam todo o nosso tato, nos fazendo errar constantemente em nosso trabalho. Muitas vezes trabalhávamos sem luvas, correndo riscos desnecessários à nossa saúde.

Evernood se alegrou em saber que o legado da amiga Catley, ávida por novos conhecimentos, estava sendo preservado na nova geração do laboratório.

— Voltarei ao rio. Quero ver novamente o local onde o corpo da senhora Bryer foi deixado.

— Então deve se apressar, senhorita Evernood. Hoje é noite de maré alta e o mar sobe, fazendo com que a desembocadura do rio seja retida, subindo as margens também. Ao anoitecer, toda a margem estará coberta de água.

— Obrigada, Dashwood! Amanhã nos vemos. — Virou-se para a médica. – A agradeço também, senhorita Lister. Com licença, a todos.

Despediu-se e se virou para sair às pressas. Margareth demorou um tempo para entender que não havia sido chamada pela detetive particular. Adiantou-se na despedida e correu no encalço da amiga. Conseguiu alcançá-la na saída da porta principal da universidade.

— Você iria sem mim?

Questionou rebelde.

— Senti que não estava muito disposta à minha presença, hoje. Achei que não quisesse me acompanhar. Queria evitar constrangimentos para você.

Margareth segurou o braço da amiga, parando-a de súbito, no meio da alameda da universidade. Àquela hora, quase não tinha mais alunos circulando por ali.

— Não quero que fique brava comigo, apenas… apenas estou passando por um momento difícil. Não quero que minha indisposição ponha à prova nossa parceria.

Evernood se voltou para ela. Olhou à volta e a puxou para o caminho do jardim. Ficaram cercadas por arbustos, escondendo-as de olhos curiosos.

— Parceria? Foi essa palavra que escutei? – Evernood falou num tom irritado. – Vou deixar uma coisa clara, em relação ao que você anda sentindo, Meg.

Elizabeth arrebatou firme a cintura da detetive de polícia, trazendo-a para perto de seu corpo. Beijou-a ardorosamente. Margareth enrijeceu, assustada, por breves momentos, antes de seu corpo reagir apaixonadamente. Enlaçou o pescoço de Evernood retribuindo fogosa ao beijo.

Separaram, fitando-se amorosamente.

— Isso não pode acontecer, Beth. O que seria de nós?

Margareth falou com uma voz fraca, recostando a cabeça no ombro da detetive particular.

— Não pense muito sobre o que a sociedade pragueja sobre certo e errado. Acredita realmente que o que sentimos é algo mau? — Elizabeth respondia a ela, num tom cheio de ternura. — Não era mau, aos olhos do padre Javier e creia-me, conversei muitas vezes com ele sobre isso.

Evernood, ainda imbuída pelo sentimento de acalanto que aquele beijo perpetrou, voltou a beijar a detetive de polícia com paixão. Margareth não teve forças para interromper e mais uma vez retribuiu intensamente. Separaram-se novamente. Blindwar arfava e tentava recuperar um pouco de razão.

— Podemos discutir isso depois? A maré vai encher…

Foi o jeito atabalhoado que a detetive de polícia encontrou para se distanciar um pouco da bruma erótica pela qual que Elizabeth a arrastara. Evernood sorriu.

— Vamos. – Decretou. – Mas não escapa de mim essa noite. Jantará comigo e conversaremos sobre isso. – Intimou-a. – Não está sozinha, Meg.

Margareth continuava com o coração alterado pelo medo, contudo, sentiu uma segurança, que há semanas tinha se extinguido de sua personalidade.

— Certo.

Respondeu para a amiga, que a surpreendeu, revelando seus sentimentos também.

***

Chegaram à margem e a água do rio já subia. O cordão de isolamento da polícia ainda estava montado. Pelo menos isso. Assim garantiram que a cena ainda estivesse preservada. Margareth se identificou para o único policial que montava guarda. Passaram para a margem.

— Tem muitas pegadas aqui do pessoal da perícia e de nós mesmas, Beth. O desenho que a polícia fez do corpo, está se esmaecendo com a umidade.

— Não são essas pegadas que me interessam. Queria ver traços de luta, ou outra coisa qualquer, marcados na areia.

— Pegadas de fuga, poderia ser?…

Margareth pontuou, apontando para pegadas bem marcadas e fundas na areia do rio, seguindo em uma única direção. Acompanharam com atenção, até que sumiram em uma elevação que dava para o caminho da orla.

— Quem andou para o oeste, correu, senão as marcas não estariam mais tão evidentes. Elas são fundas o suficiente para que tenham sido preservadas durante todo o dia. – Evernood observou.

— E era homem. Estas marcas têm, pelo menos, dez ou onze polegadas.

— Concordo Meg. Temos um homem que queria algo bem específico do mausoléu e mais, assustou-se, tanto para fugir do cemitério, quanto daqui.

***

Chegaram à Mansão Evernood e Edwin recebeu-as na porta, pegando os sobretudos.

— Pedirei a senhora Blister para colocar o jantar das senhoritas.

— O que a senhora Blister preparou hoje para o jantar, Edwin?

— Acredito que gostará, senhorita Evernood. Ela está fazendo carneiro ao molho de hortelã, com pancetta, verduras refogadas e purê. Tem caldo de ostras para a entrada, também.

— A senhora Blister adivinhou que eu preciso hoje do carinho da culinária dela.

— Seguramente, senhorita Evernood.

Edwin respondeu com uma expressão simpática.

— Enquanto o jantar não sai, preparei uma jarra de gim com hortelã e frutas, para as senhoritas. Deixei sobre a mesinha da biblioteca. Acredito que queiram falar sobre o novo caso.

— Obrigada, Edwin!

Evernood, realmente não poderia ter um ombro melhor, do que o mordomo. Quando se conheceram, entenderam-se de imediato, embora ele sempre tivesse optado pela formalidade de sua função, contradizendo-a. Com o tempo, entendeu a postura do rapaz. Concordou, pois sabia que os ajudaria na lida que ela empreenderia como detetive particular. Socialmente, era vantajoso que o vissem como seu empregado fiel e protetor. A sua segurança pessoal estaria assegurada, aos olhos de todos.

Caminhou resoluta para dentro da mansão, em direção a biblioteca. O gim com frutas, faria um grande favor. Relaxar a ela e a detetive de polícia. Precisavam conversar e Elizabeth tinha dado um ultimato, quando a beijou.

Entraram e a jarra de gim estava sobre a mesinha, arrumada primorosamente, com duas taças de cristal, ladeando-as.

— Como Edwin sabia que eu viria?

— Não me pergunte, Meg. Há coisas sobre as atitudes de Edwin, que nem eu saberia lhe responder. Quando o contratei, parecia que ele lia a minha mente.

Elizabeth estava agradecida pela perspicácia do empregado-amigo. Foi até a mesinha, derramou a bebida nas duas taças e entregou uma para a visitante. Largou o corpo na poltrona, desamarrando as botas, retirando-as e jogando os pés, relaxadamente sobre mesinha de centro. Suspirou com os olhos fechados e a cabeça apoiada no encosto da poltrona, como se estivesse bastante cansada.

Margareth não estranhou a atitude pouco formal, atípica da cidade em que viviam. Essa é Elizabeth. Pensou, sorrindo e se sentando no sofá à frente, retirando os calçados da mesma forma. Precisava demasiadamente daquele momento de relaxamento, também. Ficaram muitos minutos em silêncio, apreciando unicamente a bebida, até que Margareth não se conteve. Tinha que perguntar, senão enlouqueceria.

— Sabia de meus sentimentos por você, desde quando?

— Nunca soube com certeza, mas eu entendia exatamente o que eu sentia por você, Meg.

Evernood inspirou fundo, ajeitando-se na poltrona para encarar a amiga.

— Uma coisa tinha certeza em relação a você…

Ela deu uma pausa, procurando palavras cuidadosamente, para expressar o que acreditava, sem que o que falasse, pudesse abalar a outra mulher. Margareth ficou na expectativa, sem nada dizer. Prendeu a respiração.

— … Sabia que se questionaria, se porventura, estivesse sentindo por mim, o mesmo que eu por você.

— Isso é loucura, Beth!

Margareth falou, largando o corpo sobre o sofá, exausta pelas inúmeras semanas, em que pensava sobre o que tudo aquilo significava, sem conseguir se desvencilhar do forte sentimento que nutria pela detetive particular. A percepção que tinha, era como se uma tempestade estivesse a levando, e apesar de lutar contra ela, a emoção pela natureza intempestiva era mais prazerosa e feliz do que se estivesse fora dela.

— Eu não consigo enxergar o que sinto por você como algo errado… Isso não quer dizer que seja fácil para mim aceitar. Brigo com minha mãe todos os dias e sei que é um conflito interno meu, porém não consigo evitar. É como se tivesse retornado a minha adolescência. Tem consciência de que um relacionamento como esse é ilegal aqui? Poderíamos ser presas! Deus, somos agentes da justiça!

— Muitas coisas são ilegais, Meg. Algumas são sérias, para preservar a vida dos cidadãos, No entanto, outras, somente são ilegais para saciar religiões que gostam de ter o controle sobre a população, a política e ditar normas cerceadoras da liberdade.

— Mesmo assim é ilegal.

— Sabe que esta é a forma “deles” terem o controle total sobre as pessoas. Em nosso país, casais podem se separar perante a religião oficial e a justiça, ao mesmo tempo, as separações são condenadas socialmente, sendo que a única parte degradada é da mulher. – Elizabeth suspirou, também exausta. – Homens que se separam, logo encontram conforto em outro casamento, principalmente porque a ex-esposa, não leva nada da relação. Isso é justiça?

— Isso é a norma que seguimos. O que seria da sociedade sem elas?

— As que preservam a vida, eu sou completamente a favor, mas as que interferem na existência como seres humanos livres, não. Essas combaterei, até mudarem. Acha que é melhor ser como o banqueiro Hayek, que recorre a prostíbulos, e todos a volta fecham os olhos hipocritamente?

Margareth cerrou as pálpebras, lembrando da cena no prostíbulo, vendo um homem bem-apessoado, sentado no colo do banqueiro, sorrindo de algo que ele falava. Não a enojou. Era como se houvesse cumplicidade e até carinho, ali. Não sabia se aquele rapaz, sentado no colo do banqueiro, era um amante ou um cortesão. Não acreditava ser um homem pago pelo nobre, tamanho carinho que trocavam através do olhar.

— Nunca me imaginei casada e, não partilhava os sonhos que minhas amigas conversavam. Agora sei o porquê.

Elizabeth reparou o olhar vago da amada e imediatamente foi se sentar ao lado dela, pegando as mãos entre as suas.

— Meg, não falarei a você, que se me aceitar como sua, será uma estrada fácil. Aos poucos, com nossa interferência e influência, quem sabe, virá o dia em que o amor, seja somente amor e nada mais. – Elizabeth, respirou fundo, tomando coragem. – Enquanto isso, lhe peço; nos dê uma chance… me dê uma chance de mostrar que o que sentimos não é errado.

O olhar de ambas se perdia em promessas e os rostos se aproximavam. A mente de Margareth gritava sim, e o corpo desejava profundamente o novo beijo, que se desenhava.

Batidas na porta despertaram ambas e Margareth endireitou seu corpo que se projetava à frente. Elizabeth cerrou brevemente os olhos, xingando mentalmente quem havia interrompido “a conversa”. Voltou-se para a porta que abria. Viu Edwin entrar, com os costumeiros modos formais, para avisar que o jantar estava servido.

— Obrigada, Edwin.

Não precisou mais que a voz grave em tom de repreensão, para o mordomo entender que havia interrompido algo. Ele acenou com a cabeça e se retirou.

— Vamos jantar, Beth. Me dê um tempo para colocar minha cabeça no lugar.

— Por favor, Meg, não negue o que sente por mim. Peço apenas para olhar novos horizontes e quem sabe, dar um pouco de felicidade a nós.

— Não nego o que sinto por você, Beth, apenas é algo assustador. Se formos pegas… – Margareth engoliu em seco. – … Sabe o que pode acontecer, não sabe?

— Ninguém irá saber, Meg. Seremos discretas.

— Como você fala em discrição, me puxando para um beijo na universidade? E se alguém nos viu?

— Ninguém estaria lá, àquela hora, se não tivesse fazendo algo escondido também.

Margareth iria rebatar, todavia Elizabeth a interrompeu, colocando dois dedos sobre os lábios dela, para silenciá-la.

— Eu sei que fui impulsiva, me desculpe. O fato é que não aguentava mais a sua indiferença comigo. De qualquer forma, tem a minha palavra que não irá mais acontecer.

Elizabeth resvalou os dedos para o rosto da detetive de polícia, espalmando a mão num carinho delicado. Margareth fechou os olhos, apreciando a suavidade do afago, deitando o rosto sobre a mão que lhe acariciava. Evernood não resistiu a tamanha ternura, depositando um leve beijo entre o canto dos lábios e o rosto da amiga. Conteve-se, para não a assustar mais do que estava.

— Vamos jantar. – A detetive particular decretou. – Eu não sei por que, mas sinto que teremos notícias do caso, ainda hoje.

Foram jantar e Margareth sentia-se órfã do momento carinhoso, contudo, tinha muito a pensar. Aquela proposta de Elizabeth a atiçava. Agora ela tinha certeza do que queria para sua vida, mas como faria, sendo policial? Estaria indo contra as leis.

A senhora Blister havia feito um jantar divino. A sopa de ostras na entrada, aquecera a noite fria e o carneiro com molho de hortelã, Margareth nunca havia saboreado um igual. A sobremesa de compota de frutas vermelhas assadas com uma crosta caramelizada, dissolvendo em sua boca, foi o ponto alto.

O que ela quer? Que eu me apaixone mais, com esse jantar?

Parecia à detetive de polícia, que aquele jantar fora de caso pensado. E embora os momentos tensos anteriores, com inúmeras dúvidas e questionamentos, ela esquecera tudo, apreciando simplesmente aquele clima saboroso.

Ao longo do jantar, Elizabeth distraiu-as, em conversas leves, levantando assuntos diversos, somente para que apreciassem o momento. Queria conhecer mais a vida de Margareth, antes de se reencontrarem.

— Então conheceu a Itália…

— Não só a Itália, como a Eha também. A verdade é que invejo meu irmão. Há anos ele viaja pelo mundo, conhecendo novas culturas, novas formas de viver.

Suspirou, dando uma colherada em sua sobremesa, apreciando a textura e o sabor, envolvendo o paladar.

— Ele não liga para o que pensam. – Elizabeth pontuou.

— Ele não liga para nada, isso sim. Amo meu irmão, Beth, mas sempre foi mimado por minha mãe. Ele não liga para nada que acontece em nossa família. Só pensa em desfrutar da vida e nada mais.

— Vejo que sua mãe colocou sobre seus ombros, a responsabilidade de perpetuar a família e agora, está desesperada com suas ações.

Elizabeth sorriu, jocosa. Margareth comeu a última colherada do doce, deixando a postura cair sobre a cadeira, desanimada.

—  Ainda bem que meu pai não pensa como ela. Quando estava ligando para você de manhã, antes de sair para a cena do crime, escutei a discussão entre eles.

Elizabeth tocara num ponto nevrálgico para a detetive de polícia. Começava a entender que as reações dela, perante o que sentia. Certamente não poderiam ser como as suas. Desde muito cedo, Evernood tivera uma educação diferenciada, por conta da morte dos pais prematuramente e por seu tio ser um homem à frente do tempo.

Quando contou ao tio que voltaria para a cidade natal e assumiria a mansão e os negócios da família, ele simplesmente a abraçou e disse: Vá e prove que é uma Evernood.

— Vamos tomar o chá na sala de visitas.

— Não posso ficar hoje, Beth. Não quero ter outra discussão com minha mãe amanhã.

— Já imaginava. Mesmo assim, não sairá sem tomar um chá comigo. Que anfitriã eu seria?

Elizabeth falou tão despojada e alegre que foi impossível Margareth negar.

Levantaram-se e foram para a sala de visitas. Edwin não precisava que a sua patroa lhe pedisse. Se o chá não fora servido à mesa, ele deveria levá-lo para a sala.

Margareth tomou um lugar na poltrona, ao lado da lareira e Elizabeth se sentou na poltrona do outro lado, próxima ao piano. Blindwar havia se retraído. Em outra situação, tinha certeza que a detetive de polícia se sentaria no sofá, de frente a mesinha de visita. Evernood não a culpava. Eram sentimentos muito fortes e adversos do que ela aprendera e construíra ao longo de toda uma vida.

— Não sei se concorda, mas acredito que devemos procurar o irmão mais velho.

Elizabeth quebrou o silêncio, assim que Edwin entrou com a bandeja.

— Concordo.

Margareth falou, voltando seus pensamentos, imediatamente, para a estratégia do caso.

— O senhor Steven Bryer não deve ter ficado muito satisfeito com o fato dos empregados terem herdado a mansão de sua família.

Elizabeth se fascinava com a velocidade com que Margareth tinha em deixar seus conflitos pessoais de lado, para focar num assunto que despertava interesse para ela. Que personalidade incomum e fascinante. Essa era a frase que passava por sua mente. Admirava-a e talvez fosse um dos motivos de Evernood ter se apaixonado.

— Então, o que faremos? Ele não mora aqui.

Evernood questionou, sabendo que para conversar com o senhor Steven Bryer, teriam que fazer uma viagem de um dia até a costa oeste. Margareth suspirou pesadamente.

— Podemos discutir isso amanhã, Beth? Estou cansada. Logo cedo conversarei com Reynold. O caso é dele.

— Claro, Meg! Irei a universidade de manhã, para ver se descobriram mais alguma coisa.

Margareth deu o último gole no chá e se desculpou pela pressa. Não gostaria de chegar em casa muito tarde. Tinha certeza que seus pais estariam esperando por ela.

— Edwin levará você.

— Não precisa, Beth. Não são muitas quadras até minha casa.

Evernood contestou, chamando o mordomo. Ele entrou com o sobretudo de Blindwar nas mãos.

— Senhorita Blindwar, eu lhe acompanho e não é nenhum estorvo para mim. Costumo andar à noite para deixar que meu sono chegue e a senhorita estaria me fazendo um favor, em deixar que lhe acompanhe.

Margareth sorriu, diante da delicadeza do mordomo. Pensou em Joan e, embora Edwin fosse muito mais novo que a sua babá, via muito nele, do cuidado que a atual governanta da casa Blindwar tinha consigo.

— Então vamos, Edwin. Tenho certeza de que a senhorita Evernood ficará satisfeita com seu esmero para comigo.

Respondeu jocosa, numa leve crítica a Elizabeth e recebeu um sorriso velado do mordomo. Não poderia culpá-lo. Ele faria qualquer vontade de sua patroa de bom grado. Isso ela sabia. Joan faria o mesmo por ela.

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Já na rua, Margareth pensou em elucidar umas curiosidades que tinha a respeito do mordomo, apenas não sabia como começar a conversa sem ser invasiva.

— A senhorita Evernood me salvou de um destino trágico.

Edwin quebrou o silêncio, causando um sobressalto na detetive de polícia.

— Desculpe se lhe assustei, senhorita Blindwar. Se não quiser conversar, não há problema algum.

— De forma alguma! Adoraria conhecer a sua história, Edwin. Sei que tem conhecimento de minha curiosidade para com você.

Ela foi sincera, sorrindo, pois o mordomo sorria também.

— Servi na guerra com o primo da senhorita Blindwar. Arthur era muito próximo a ela e nós dois fomos grandes amigos. Ele morreu na minha frente, senhorita…

Margareth anteviu a história, todavia, deixou que o mordomo continuasse.

— Eu deveria defendê-lo na retaguarda…

Margareth parou de súbito e o olhou. Edwin focou a frente, sem olhá-la. Adquirira confiança suficiente, ao longo dos meses, para compartilhar sua história e sabia que auxiliaria a sua protetora/protegida.

— Eu paralisei. Me considero responsável pela morte dele em guerra. Felizmente a senhorita Evernood não me considerou falho na minha missão, mesmo tendo dado a minha versão dos fatos. Ela diz que sou, como muitos, produto do meio que fomos inseridos.

— Mesmo assim, ela fez de você um empregado.

Esse não era o sentimento que Margareth tinha do relato, todavia queria ver o que o empregado de Evernood nutria pela situação.

— Não, você entendeu errado, senhorita! Elizabeth Evernood não me assumiria como um mordomo, se eu não a impregnasse com meus pedidos. O maior desejo de Arthur, quando retornasse da guerra, era descobrir quem assassinou seus tios. Esse foi meu objetivo, quando a conheci a senhorita Evernood, após a guerra.

— E você descobriu, juntamente com ela. O que o segura agora? Ainda é o mordomo da casa Evernood.

— Sim… E o que eu faria depois? Voltaria para as pastagens remotas de minha cidade? — Edwin sorriu sarcástico. — Hoje, tenho um bom salário, faço o que sei fazer e estou ao lado de quem aprendi a amar. No meu lugar, o que decidiria para a sua vida, se lhe dessem opção de ficar?

— Não sei. – Sorriu. – Mas entendo completamente, embora não tenha me contado toda a história.

Margareth Blindwar deixou claro ao mordomo que sabia que a estava manipulando. Mesmo que fosse metade da verdade, ele não dera todos os detalhes e ela sabia. Chegaram ao portão da casa da detetive de polícia.

— Nunca a história toda é tão boa quanto a metade dela. – Edwin sorriu discreto. – Contudo, posso lhe dar certeza que essa metade, é totalmente verdadeira.

Ela acenou com a cabeça, aceitando. Sabia, mais que ninguém, que cada indivíduo carregava a sua própria cruz. Despediram-se e Margareth entrou em casa. Passara da hora do jantar e talvez a mãe estivesse a esperando para nova rodada de discussões do tipo: “Agora nem vem mais jantar conosco”.

Retirou as luvas largando-as sobre o aparador do hall de entrada e Joan entrou no vestíbulo, auxiliando-a a retirar o sobretudo.

— Como consegue saber que alguém chegou em casa, Joan. Nunca entendi.

Margareth perguntou sorrindo, aceitando de bom grado a ajuda.

— Ora, vocês não são discretos quando abrem a porta, lá da cozinha dá para escutar um estrondo, quando a abrem.

A governanta respondeu em tom de pilhéria, fazendo a detetive rir e relaxar um pouco.

— Seus pais estão lhe esperando na sala de visitas, mas não fique tão reativa. Sua mãe ficou abaladíssima, quando soube o que aconteceu com a senhora Bryer. Está aflita, entretanto não é por sua causa.

— Por Deus! A imprensa já noticiou?

— Não, ela não soube pela imprensa. O prefeito ligou, provavelmente para que quando viesse a público, não pegasse seus pais de surpresa.

Normalmente Joan não dava detalhes do que ocorria na casa, deixando que os assuntos familiares se resolvessem entre seus patrões. Todavia, em vista dos últimos confrontos entre a “sua menina” e os pais, resolveu antecipar para que não houvesse mal-entendidos.

— Obrigada, Joan. Sei que Cavenor teve boas intenções, porém ele não me facilitou. Mamãe era muito amiga da senhora Bryer e imagino o choque que teve, além de ainda estar de luto por ela.

— Está perplexa, entretanto, não acredito que tenha sido tão ruim assim para você, minha menina. Tenho certeza que daqui por diante, ela compreenderá melhor o seu trabalho.

A senhora Evans declarou com certo ânimo de satisfação, cujo tom foi percebido pela detetive de polícia.

— Você é má, Joan! – Margareth retrucou, rindo. – Acho que vou designá-la minha assessora para assuntos familiares, oficialmente.

A senhora Evans riu, jocosa. Observou orgulhosa, a “sua menina” entrar, dirigindo-se a sala de visitas.

Margareth entrou sem alarde. Sabia que seu pai estaria tentando acalmar sua mãe. Compreendia-a, embora não compatibilizasse com a mesma forma de reação que ela vivenciava. Achava-a dramática, mesmo sabendo que os sentimentos dela eram verdadeiros.

Quando perceberam a sua presença, a senhora Dayse Blindwar se levantou aflita, seguindo na direção da filha. Abraçou-a com força.

— Diga-me que é mentira, filha. Não roubaram o corpo de Florence do jazigo, roubaram?

Margareth fitou o pai, num pedido de auxílio mudo. O senhor Blindwar espremeu os olhos, incapaz de dar-lhe a resposta que ela almejava. Ela abraçou a mãe, fazendo um afago em seu rosto.

— Desculpe, mãe. Infelizmente é verdade e eu estou auxiliando do caso. Não se aflija. Descobriremos quem foi o delinquente.

— Auxiliando? Cavenor não lhe colocou à frente?

— Mãe, entenda que não é assim que acontece na Crimes Graves. Eu estava dispensada hoje pela manhã. Só fui chamada para o caso, pela familiaridade com a vítima… que nem sei se é vítima, já que ela estava morta.

Conjecturou, cerrando os olhos fortemente. Sabia que receberia uma represália da mãe, entretanto falou sem pensar. “Será que adquirira um distanciamento tal, em sua profissão, que lhe permitia não reagir a emoções pessoais?” Questionou-se.

— Como pode falar isso? Você a conhecia! Ela era uma mulher distinta e violaram seu corpo após a morte.

— Desculpe-me, mãe. Eu gostava dela, e muito – Justificou-se. – Mas não posso pensar emocionalmente, se quiser encontrar quem fez isso. Se o fizesse, não conseguiria investigar. Sei da importância, todavia, para achar o criminoso, devo me colocar distante.

— Entendemos, filha.  – O senhor Blindwar a acudiu, retirando a esposa dos braços dela. – Vamos nos sentar e nos diga que está no caminho certo para achar o bandido. Não queremos saber detalhes.

Margareth viu a oportunidade de dizer que teria que sair da cidade no dia seguinte, viajando para uma diligência.

— Amanhã eu e Elizabeth iremos conversar com um irmão do senhor Bryer. Ele se considerou lesado no testamento original do pai. Estamos especulando a possibilidade dele querer algo valioso de família que poderia ter sido enterrado com a senhora Bryer.

— A senhorita Evernood está no caso? – Dayse Blindwar perguntou.

— Greendwish a chamou como consultora, por conhecer a senhora Bryer e, também, e pelas habilidades investigativas.

— Ótimo! – Dayse falou. – Vocês duas sabem bem, a importância de se descobrir essa atrocidade.

Margareth retrucaria o que a mãe falou, pela interpretação que dava ao fato. Parecia-lhe que ela e Evernood estariam mais empenhadas por serem amigas da vítima, do que a competência que tinham. O senhor Blindwar, encarou-a sério, enquanto consolava a mãe. Refreou a resposta atravessada da filha, apaziguando.

— Temos certeza que vocês duas descobrirão o que aconteceu, colocando o criminoso atrás das grades.

— Sim. – Dayse concordou, desolada. – Será que a senhora Jackson não sabe o que foi que colocaram de valor no mausoléu?

— Não. Estivemos com ela e o testamento foi aberto e executado somente pelo juiz federal e pelo tabelião, a pedido da senhora Bryer…

Margareth percebeu que poderiam ter outra abordagem.

— Mãe, a senhora é um gênio!

A detetive de polícia saiu da sala às pressas, não sem antes dar um beijo na testa da mãe. Foi até o hall da casa, onde o telefone ficava. Ligou para Greendwish e depois, para Elizabeth. Voltou, conversou mais um pouco com os pais e subiu para dormir.

No quarto, trocou de roupa e deitou-se. O sono não vinha. Ela rememorava, o que ocorreu entre ela e Elizabeth e cada vez que pensava sobre o que sentia pela detetive particular se apavorava. O que faria agora que sabia que Elizabeth nutria por ela o mesmo?

— Deus! Não posso deixar que isto siga adiante!

Falava alto, desesperada. A lei estava contra elas, bem como a sociedade inteira. Poderiam ser presas, se acaso cedesse a seus sentimentos e alguém descobrisse. Perguntava-se o que faria a partir dali.

— Terei que evitar Elizabeth. Ela não parece disposta a deixar nosso relacionamento somente na condição de amizade.

Ao mesmo tempo que racionalizava a questão, uma aflição enorme a acometia. Pensar em se afastar da detetive particular, fazia seu coração palpitar, provocando-lhe uma dor pungente. Demorou a pegar no sono. Não encontrava saída para seu calvário.

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Naquela manhã, sua mãe a esperava, bem como com o pai, para o desjejum e pela primeira vez em três anos, Dayse Blindwar não a criticou sobre a vida que escolhera. Estava muito abalada.

— Vocês vão achar esse herege, não vão?

A mãe lhe perguntou, os olhos fundos. Parecia que também havia passado a noite em claro.

— É o que o que pretendemos, mãe. Vou a comissaria e não venho dormir em casa.

— Cuidado minha filha, não vá andar de noite pela cidade sozinha.

— Não ficarei hoje na cidade. Temos algumas desconfianças e terei que viajar para o litoral. Ficarei hospedada em Everytown.

— Irá sozinha, minha filha?

— Não pai. Provavelmente o comissário Greendwish designará um policial para me acompanhar e… e como a senhorita Evernood está junto conosco nesse caso, deverá ir também.

— Assim fico mais tranquila. – A mãe falou. – Mesmo que um policial a acompanhe, a senhorita Evernood poderá ficar junto com você em um quarto. É mais seguro.

— Mãe…

— Não pode me criticar por querer que fique em segurança, Meg. A senhorita Evernood é mais vivida e tem aquele mordomo que a protege. Não pense que não sabemos das coisas.

— Está bem, mãe. Não vamos discutir hoje, certo?

Incrivelmente, aquela fala da mãe, a consolou. De algum modo, era como se a amizade entre ela e Evernood fosse completamente aprovada pelos pais.

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— Será que esse é o nosso objeto?

Margareth perguntava mais para si, do que para os amigos da polícia. Greendwish conseguira saber com o juiz federal, o que havia sido enterrado com a senhora Bryer. Logo cedo, fez um termo de confidencialidade, e o juiz o recebeu, liberando as informações para a polícia.

— Esse pingente é valiosíssimo. O diamante azul tem um valor inestimável. Certamente quem violou o mausoléu, estava interessado nele.

Greendwish declarou convicto.

— Vou autorizá-la a ir a Everytown e Spencer irá com você. – Falou diretamente para a detetive Blindwar. – A senhorita Evernood irá junto?

— Eu a convoquei, senhor. Tem algum problema com isso?

— Lógico, que não. Evernood é um espinho em nossos traseiros, mas reconheço o seu valor. Quem tem problemas com ela, são só os idiotas que pensam que são mais inteligentes.

Sorriu, debochado, referindo-se a força policial comum. Ele não se importava, contanto que quem trabalhasse para ele, resolvesse os casos. Evidente que sabia que Evernood nunca atrapalharia na sua escalada ao poder. Sabia que os interesses dela, não eram políticos.

Ao meio-dia, Margareth se encontrou com Elizabeth na porta da casa dela. Havia feito sua valise com roupas, desde cedo, e a levou direto para o departamento.

— Pronta para viajar?

Evernood a recebeu com um abraço caloroso e um beijo no rosto, como se não se incomodasse com o que havia ocorrido entre elas no dia anterior. Edwin pegou a valise da detetive de polícia, colocando-a no bagageiro.  Entraram no carro.

— Sim, mas não sei por que temos que ir de carro. Tem alguns horários de trem agora à tarde e chegaríamos mais rápido.

— Também teríamos que depender de táxi para nos locomovermos lá e sinceramente, não quero. Já chamamos muita atenção por sermos duas mulheres viajando sem uma companhia masculina. Depender de táxi numa cidade pequena como aquela, é praticamente dizer que estamos lá por um motivo particular e não à veraneio.

— Ok, entendi. – Margareth Bufou, irritada. —  O burburinho começaria a se alastrar na cidade. Ridículo. Sou uma detetive de polícia e ainda tenho que me esconder entre convenções sociais.

— Não reclame pois, você veste saias no seu dia-a-dia. E eu que adoro minhas calças e só estou levando uma, se acaso precisar para sair discretamente às sombras?

Margareth tomou o seu assento na parte de trás do carro, revirando os olhos para o comentário dramático da amiga.

A viagem foi longa. Conversaram sobre a abordagem que teriam diante de Steven Bryer e Margareth ficou intrigada com a forma solta e leve com que a amiga, estava lidando com o assunto. Parecia que estava indo para uma viagem de férias.

Chegaram à cidade litorânea, às oito horas da noite. Deram entrada no Coast Hotel. O policial Spencer iria de trem, e chegaria mais tarde. A entrada no hotel foi muito rápida. Evernood havia feito a reserva mais cedo, por telefone.

Entraram no quarto e a primeira visão de Margareth foi a grande cama. Engoliu em seco, mas logo depois, riu, balançando a cabeça, conformada.

— Eu deveria saber. – Falou.

— Saber o que?

Evernood fez a pergunta em tom jocoso e Margaret logo emendou na fala.

— Você diz que respeitará o que eu escolher para nós, mas pede um quarto com uma cama somente?

— Na verdade, eu pedi um quarto com toalete e este era o único vago. Não pensei muito sobre ter uma ou duas camas. A cidade não está cheia e este é um dos poucos hotéis que estão funcionando nesta época do ano. Não enfiaria você e muito menos a mim, numa espelunca.

Continua…


Nota: Isso mesmo, pessoal. Este episódio terá uma terceira parte. Espero que se divirtam! 

Beijos!



Notas:



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10 Respostas para 5 – Quarto Caso: Um coração, uma pedra. – Parte 2

  1. Nossa, que incrível!!!
    Adorando o caso, tá bem sinistro! Só passando raiva c esses últimos pensamentos de Meg!! Lá vem ela estragando TD…mas os ciúmes vão logo condicionar ela ???. Só parente na dor mesmo esse povo!!
    Beth é bem paciente, espero que esteja certa!!
    A Mary de Meg suavizou agora c o caso, ao menos agora!! Rs
    Edwin e seus segredos! Qual será a outra versão??rs
    Te digo, Carol! Deveria esperar monte de caps pra ler ,n sei e meu coração vai aguentar c Meg nesses mínimos…quem vai descobrir?!! Eu hein! Achei q fosse menos medrosa …?.
    Bem, mas vamos q vamos!! Tudo dará certo no final e isso q importa!
    Eu vi ontem, comecei a ler, mas deixei pra hj!
    Muito bom!!
    Caso n te veja por aqui antes do natal…Feliz Natal pra vc e sua família! Que passem um ano reunidos no amor e agradecimentos ! Beijos de luz e abraços tb!

    • Oi, Lailicha!
      Então, temos que pensar que a época em que vivem, amar uma pessoa do mesmo sexo é crime e ela é uma agente da lei. Isso sem contar que para aquela época, ser mulher solteira na idade dela não é bem visto, ou ela seria digna de pena. E se ela recusar casamentos então, aí é a coisa complica pois levanta-se curiosidades das pessoas sobre ela. A Elizabeth não tem pais, aí a sociedade a desculpa, mais ou menos. É como se ela não tivesse apoio de família para conduzi-la para uma união com um homem. Acaba sendo mais fácil.
      Eu não deixo os casos demorarem. Como cada caso é um, se tiver mais de um capítulo, posto rápido. Só vai demorar entre episódios de casos diferentes. rs
      Valeu, Lailicha!
      Já leu o final desse caso, não leu? Já tá postado desde semana passada.
      Um beijão e que esse ano seja maravilhoso para você e sua esposa!

  2. Adorando tudo isso!!
    Só na expectativa em relação a nossas “Sherlock Holmes”.
    Um caso dividido em 3 partes… Eu já imaginava que isso poderia acontecer por aqui, rsrs. Vc Carol, com a mente fervilhante e perfeccionismo literal visível, jamais deixaria um caso desses meio incompleto ou sem sentido por conta de ter que espremê-lo em uma única postagem. Não se preocupe, divida em quantas partes achar necessário. Só não pode demorar ?
    Beijo

    • Bom, demorei a responder por conta das festas. rs Mas estamos aqui!
      Sim, esse caso não dava para correr e colocar num único episódio. rs Acho que o próximo também terá mais de uma parte,. rsrsrs
      Acho que não demorei para fechar esse caso. rsrs
      Um beijão e Obrigada, Fabi!

  3. Como assim??
    Isso é hr de terminar?
    Tu tá judiando de mim. Sacanagem.
    Quero mais e não demore please…

    Bjs…

    • Mas menina que judição de sua parte Bivard. Kkkkkkk
      Cara sabe que não havia me passado pela cabeça essa questão que Margaret levanta, sobre ser crime se relacionar com uma pessoa do mesmo sexo, e de fato pela época em muitos lugares era crime e diga-se era uma “doença” até, caramba adorei tua perspicácia em levantar esse pequeno detalhe que nós meras leitoras não conseguimos pensar.
      Ps: achei que até demorou pra sair o bj, mas dada às circunstâncias saquei o porque da demora e te perdôo… kkkkkk

    • Oi, Nádia!
      Judiei só um pouquinho. rs Não demorou muito para a postagem! rsrs
      Demorei foi para responder o coment, mas já corrigi isso também! rsrs
      Um beijão pra ti! e Obrigada!

    • Acho que o comentário da Marcela tá na mesma sequência rsrs Então vou respondê-lo aqui mesmo. rs
      Não é judiação não, Marcela, é deixar em suspense he he he
      Sim, sim! Nessa época, muitos lugares consideravam crime e outros doença, onde internavam as mulheres. Ainda hoje, tem muitos lugares que é crime, mas enfim…
      Obrigadão, Marcela e um beijão para você!

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